VEIO sobre mim a mão do SENHOR, e ele me fez sair no Espírito do SENHOR, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos. E me fez passar em volta deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos. (Ezequiel 37:1,2)
Ao longo de minha vida e ministério cristão, nunca foi tão clara a visão de ossos secos.
Vidas que meramente vivem um dia após o outro, que acordam de manhã para sua jornada cotidiana. Tomam seu café e saem apressadas para seus afazeres diários, que em essência não passam da repetição metódica dos dias anteriores. Ao meio-dia, vão almoçar; afinal, é necessário alimento para continuar o dia. Almoçam diante de uma TV, ou de um computador, sozinhos ou acompanhados, mas sempre diante de uma mente fervilhante com os compromissos após o almoço.
Após o almoço, retornam aos seus afazeres anteriores. Afinal, o dia ainda não terminou; é preciso cumprir as tarefas diárias. À noite, retornam para suas casas. Tomam banho e vão se deitar, porque amanhã é "dia de branco", como costumam falar. Tudo recomeça no dia seguinte e, com mínimas variações, segue igual ao dia anterior. Não há espaço para mais nada!
Se casado, o relacionamento inexiste, é de aparências. O amor, a troca, a cumplicidade carinhosa, o contato físico, o contato de alma foi "coisificado", tornado coisa. Afinal, é preciso manter a estrutura (morta) de vida, todo conforto (vazio) da casa; não há tempo para estas "superficialidades". "Amor não enche barriga". Ele precisa pagar a fatura do cartão de crédito que ela gastou; aliás "ela gasta demais". Daí, começam as brigas e discussões. Xingamentos, ofensas, acusações. Ela chora, ele sai batendo a porta de casa. "Ela já não é mais a mesma", ele começa a arrazoar... "nunca me disse um obrigado"..."nem sequer um beijo"... Vai para o bar, encontra com amigos. Os conselhos brotam: "esquece cara, mulher é assim mesmo"... "você precisa se distrair um pouco, tá trabalhando muito"... "olha só aquela gostosa, tá te dando maior mole"...
Ele não consegue compreender que o gasto excessivo é também substitutivo, é compensatório: a alma vazia precisa desesperadamente ser preenchida com algo; não consegue enxergar que o vazio de alma se alastra, que o vácuo deixado por ele na alma dela age nela como um aríete, chocando-se com toda força, sem dó nem piedade, contra o já enfraquecido sentimento de amor por ele.
Ela, por sua vez, precisa se sentir sempre nova, sempre bonita, sempre desejável. "Você tem que se cuidar menina, tá parecendo um tribufú!!", é o conselho das amigas; "o marido vai te trocar por outra, mulher; abre o olho!". Ela então insiste dizendo, "eu amo meu marido e ele me ama"; mas a resposta-pronta vem tinindo: "você tem certeza disso?"..."nenhum homem presta, querida"..."marido só serve para pagar as contas; o lado bom da vida a gente curte é com os gatinhos sarados, viva intesamente a vida". E assim um pensamento começa a surgir, a martelar... "será que não está certo"... "talvez tenha razão"... "ele não liga mesmo para mim"... "nunca me elogia, só fala do trabalho e de dinheiro"..."trabalho e dinheiro"...
Ela não consegue entender que a alma de seu marido também está sofrendo, se fechando para o amor; que as pressões dos "tempos modernos", "da produtividade em massa", são uma terrível força capaz de secar a alma e com ela os sinceros sentimentos que nos aproximam uns dos outros, que nos tornam diferentes das demais criaturas...
Até os filhos são embrutecidos. Todas as vezes que os pais substituem sua presença, sua atenção, seu carinho por "coisas", sem saber estão agindo para o esvaziamento da alma de seus filhos. De início, a criança chora pela presença do pai, da mãe, mas nunca há tempo... não dá, não tem tempo... tenho que trabalhar... dá um beijo, mãe... sai, criança grudenta, não sei como você pode ser assim... pai, olha o que eu fiz... agora não dá, mostra para sua mãe...E a criança torna-se pirracenta, ou chorona... Olha o presente que mamãe trouxe para você...Mamãe tem que trabalhar para te dar mais... E assim, a criança vai sendo "coisificada", exatamente como tudo ao redor.
Se os pais se separam, aí a coisa fica pior: cada um quer viver a sua vida... mas e aquela vidinha que também quer viver? Que precisa de um e de outro? Psicólogo nela?
"Ora, minha função é não deixar faltar nada", dirão os pais (casados ou não). Bem, se esta é a sua função, é bem possível que você ou tenha falhado ou esteja falhando. Algo faltou: sua presença. Seu amor. Seu carinho acolhedor. Sua compreensão com as necessidades de outras pessoas...seu filho...seu marido...sua esposa...Sua dureza de coração impediu-o(a) de ver que exisitia mais alguém, além de você, que não precisava apenas de coisas... de dinheiro... mas de você.
Esta família não passa de um vale de ossos secos... aliás, sequíssimos... Será que ela poderá tornar a viver, ou já está decretado o destino final dela? Poderá a alma da mãe, vazia e sem vida, tornar a viver? Poderá a alma do pai, embrutecida e sem vida como um rocha, tornar a viver? Poderá a alma dos filhos, sem esperança, tornar a viver? Terão um novo viver, um reviver?
Porventura viverão estes ossos? Óh Senhor DEUS, tu o sabes!
Há esperança! Sim, Deus o sabe! Deus sabe como fazer para reviver os ossos secos! Ele tem todo poder e autoridade para torná-los a vida! Mas como será isso? Como Ele fará? O que é preciso?
Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR.
Profetiza sobre os ossos! Diga-lhes o futuro que os aguarda! Diga-lhes o que o Senhor diz sobre eles. A Palavra do Senhor deve ser ouvida por eles! A Palavra que fala de arrependimento, de confissão e de perdão; que fala de restauração, de cura; que fala que o Senhor Jesus deseja-lhe dar de volta a sua vida, que o inimigo das almas humanas, que causou isso tudo, veio senão para matar, roubar e destruir, mas ao contrário Ele veio para te dar vida e vida em abundância! (João 10:10) Aquele que te ama ao ponto de ter dado a Sua vida por você, o SENHOR teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará; não desprezará o seu espírito quebrantado; o seu coração quebrantado e contrito (Salmos 51:17)! Ele se compadecerá de você, pobre e aflito, e salvará as almas dos necessitados (Salmos 72:13)! Em nome de Jesus, amém!
Lembre-se: Deus está te dando visão de águia!
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Lança o Teu Pão
ECLESIASTES 11:1
LANÇA o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.
Você com certeza já deve ter experimentado um pão que ficou duro. É difícil cortá-lo ou mastigá-lo, esfarela com facildiade. Só serve para fazer torrada ou farinha. Mas por que o pão fica duro, de um dia para outro? O pão é macio ou duro de acordo com a quantidade de água que ele contém (assim como a argila: enquanto úmida pode ser moldada, depois de um seca se torna rígida). Ao ser guardado fora de um saco plástico, as moléculas de água que escapam do pão se perdem pela atmosfera.
A Bíblia nos manda lançarmos o pão sobre as águas, porque, dentre outros motivos, isso evita endurecimento do pão da comunhão, matendo-o sempre macio e saboroso.
Não permita nenhum tipo de chance para o pão da comunhão ficar endurecido, seco. Pão duro só serve para ser moído, para fazer farinha de rosca, ou para virar torrada (que depois endurece novamente). Não é saboroso, não desperta interesse de comê-lo. Quando mordido, machuca a boca.
O Pão da comunhão deve estar sempre macio, para poder ser repartido, com a mão, entre irmãos. Cortá-lo com faca, com a faca da inimizade, é estragar o pão, além de ser ofensivo Àquele que dá o pão. Cortá-lo com faca é quebrar a comunhão, inserindo a impessoalidade, a força e a frieza própria do aço da faca. Fazer torrada é submeter o pão ao calor da contenda, da disputa. Transformá-lo em farinha é desfazer o pão, é quebrar definitivamente a comunhão.
Deus nos dá o pão macio da comunhão para que todos possam comê-lo, independente de terem dentes ou não. Ele é tão macio que é cortado com a mão; a mesma mão que corta o pão é a mão que estende o pão na direção do irmão, que olha olho no olho, que oferece o que comer a quem é querido. Pão macio - sem dureza, sem contenda, sem ira, sem disputa, sem inventário de culpados.
Jesus é o pão da comunhão. Não deixe que Ele seja endurecido no seu coração, não permita que Ele seja torrado na sua vida; sequer consinta que Ele seja trasnformado em pó dentro de você.
Que o seu coração e sua vida possa ser sempre o lugar onde o Pão da Vida é conservado macio; que possa sempre fluir rios de água viva do seu interior, mantendo assim a maciez e o sabor do Pão vivo que desceu do céu - Jesus.