1.Qualidade de fiel; lealdade.
2.Constância, firmeza, nas afeições, nos sentimentos; perseverança.
3.Observância rigorosa da verdade; exatidão.
Conforme a Wikipedia, fidelidade é definida como sendo o atributo ou a qualidade de quem ou do que é fiel (do latim fidelis), para significar quem ou o que conserva, mantém ou preserva suas características originais, ou quem ou o que mantém-se fiel à referência.
A palavra grega traduzida por fidelidade é pistis. Fidelidade é tanto uma atitude quanto uma ação demonstrada em relação a Deus e aos outros. Esta palavra grega é também a mesma palavra para “fé” (Mt 23:23; 1Co 13:7, 1Co 13:13). Assim, a fidelidade é primariamente encontrada em Deus, como sendo um dos seus atributos morais, denotando firmeza ou constância em Deus. Deus é fiel. Ele é absolutamente digno de confiança; as suas palavras não falharão. Consequentemente, seu povo pode descansar em suas promessas. Por tratar-se de um atributo comunicável, espera-se encontrar a fidelidade nos crentes em Cristo, ou seja, que especialmente eles sejam fiéis. Paulo, escrevendo aos Gálatas, enumera a fidelidade como um dos aspectos do Fruto do Espírito (Gl 5.22,23).
Num mundo onde cada vez mais as pessoas buscam, de forma egoísta, satisfazerem apenas suas próprias vontades e caprichos, a fidelidade é uma qualidade de caráter cada vez mais rara e difícil de se encontrar. Vivemos numa época onde cada vez mais os relacionamentos, em todas as suas formas e possibilidades, tornaram-se efêmeros, passageiros:
a) Relacionamento Sentimental: Em todas as suas facetas, a fidelidade quase não existe mais nos relacionamentos sentimentais. Os namoros, quando ainda acontecem, passaram a se constituir, na prática, o início da vida sexual dos jovens e adolescentes. Iniciação sexual que leva a ínumeras consequências, sempre danosas, que vão desde traumas e vícios, até as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), passando pela gravidez indesejada. No caso da gravidez, a infidelidade é tão grande que ou o rapaz ou a moça (ou ambos) dão a mínima para a criança que foi gerada irresponsavelmente.
A infidelidade persiste até mesmo no casamento - quando esse ainda acontece. Sim, porque a sociedade moderna inventou muitas coisas, dentre elas a "união estável". Apesar de judicialmente a união estável corrigir um problema social grave, ela acaba servindo como alternativa humana à Vontade divina para o casal, chamada casamento. Se há amor entre duas pessoas, não há obstáculos ao santo matrimônio, nem mesmo o obstáculo financeiro (as "festas de arromba", frequentemente vistas como obrigatórias no casamento, são outra invencionice humana...).
Porém, o próprio casamento está em crise. Com a facilidade de acesso à pornografia e ao sexo virtual, os casamentos passaram a experimentar profundos ataques à sua saúde e durabilidade. Assim, por exemplo, o marido procura saciar suas carências em salas de chat e websites pornôs, masturbando-se diante de fotos e vídeos; esposas, por sua vez, masturbam-se diante de revistas/sites especializados; em alguns casos, passam até mesmo a se exibirem em webcans - tudo em prol do prazer. No limite máximo, maridos e esposas abrem mão da realidade em prol da fantasia (parte disso também deve-se à estereotipização machista do corpo feminino - "bundão" e "peitão" - materializado nas "mulheres-frutas de silicone"). O problema é que a fantasia gera a mesma necessidade das drogas: invariavelmente, será preciso cada vez mais. Não é à toa que muitos casais acabam aderindo à "troca de parceiros" (swing, menage, gang bang, sexo grupal, etc), passando a participarem de Festas Liberais em Clubes de Swing. Como se chama isso? Infidelidade!
b) Relacionamento Interpessoal: No mundo, confiar em alguém pode significar ser alvo de falcatruas e pilantragens. Amizade verdadeira é, infelizmente, raríssima; quando duas pessoas se aproximam, há algum interesse em jogo. Ninguém considera o próximo ao buscar união ou ao tomar suas decisões. Não há mais fidelidade! Nem meu cão sharpei é assim: até quando ele me morde, está sendo fiel e sincero!
c) Relacionamento no Âmbito da Igreja: Basta olhar a prática do conceito de "irmão" que percebe-se com facilidade a perda/desvio de significado: em muitos e muitos lugares, o conceito é puramente religioso: trata-se da designação do membro de um confraria ou irmandade. Perdido está o conceito familiar, tão transparente no Novo Testamento; o conceito de "filhos do Mesmo Pai" e "membros da mesma família - a família de Deus" (Ef 2.19). Com a difusão e implantação do eu-vangelho muquira, práticas que evidenciam o amor fraternal, tais como, "orai uns pelos outros", "comunicai com os santos nas suas necessidades", "alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram" - só para mencionar algumas - caíram em desuso. Hoje, cada um vai à Igreja com o interesse único e exclusivo em alcançar sua própria bênção, em obter soluções imeditas para seus próprios males. O outro que está do meu lado? Não sei quem é, não quero saber e tenho raiva de quem sabe...
Talvez o(a) leitor(a) diga: Mas isso é egoísmo! Onde está a infidelidade? Veja o que diz o Salmista: “Salva-nos, Senhor, pois não existe mais o piedoso; os fiéis desapareceram dentre os filhos dos homens. Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobre” (Salmo 12:1-2). A piedade (compaixão, dó, comiseração) está invariavelmente ligada à fidelidade. Do ponto de vista bíblico, ninguém que seja fiel é sem piedade (ímpio), nem o piedoso é infiel. Note que tanto a fidelidade quanto a bondade são "gomos" do mesmo Fruto do Espírito. Fidelidade, misericórdia e graça sempre caminham juntas!
Hoje, a fidelidade nas igrejas anda em baixa. Pouquíssimos crentes são realmente fiéis às suas denominações, deixando a congregação pelos motivos mais banais. Antigamente, o crente só mudava de igreja em virtude de um problema gravíssimo com ela (adoção de heresias, pecados graves na liderança, etc). No início do movimento pentecostal, sério, muitos irmãos foram obrigados a sair de suas igrejas em virtude do batismo com Espírito Santo, porque não podiam negar a realidade do que haviam experimentado. Assim, por exemplo, foram fundadas denominações sérias, como a Batista Nacional, tendo sua Convenção fundada em 1967 pelo Pr. Enéas Tognini.
Hoje, porém, basta não ter as vontades satisfeitas que os crentes trocam de igreja como quem troca de roupa - hoje metodista, amanhã congregacional, daqui a uma semana batista e assim vai, apresentando como justificativa as desculpas mais esfarrapadas possíveis, tais como "o meu tempo aqui acabou...". Quando você vai averiguar, estes "irmãos" já passaram, no mínimo, por 05 denominações diferentes (se falar em igrejas são dezenas) e ainda continuam a peregrinar, a "passear pelas igrejas e rodar por elas". Será que chegaremos num tempo onde as igrejas terão que aderir à onda do eu-vangelho e criarem um "cartão de fidelidade" para os crentes, dando vantagens e benefícios para poder ter pessoas fiéis?
O que é isso? Crise de fidelidade!
Diante do exposto, vivemos uma crise de fidelidade sem precedentes em nossos dias e a tendência é piorar. Assim, sem sombra, ela é uma virtude a ser buscada e, dependendo do caso, restaurada. Especialmente por aqueles que se dizem filhos do Altíssimo. Ser fiel não é uma opção, é um dever moral que o crente em Cristo deve cumprir em sua vida. De infidelidade, o mundo está cheio; a única alternativa para o mundo é Cristo, que é fiel. Porém, é necessário que também sejamos fiéis enquanto crentes individuais e enquanto Igreja - ao nosso chamado, à nossa vocação, à Palavra, à nossa denominação eclesiástica, à nossa fé.
Segundo a parábola dos talentos, se formos fiéis no pouco, o Senhor nos colocará sobre o muito; porém se formos infiéis no pouco, não teremos nada e acabaremos lançados, como servos inúteis, nas trevas exteriores; onde haverá pranto e ranger de dentes.
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!