Segundo a Wikipedia, Immanuel Kant foi um filósofo prussiano, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna. Kant define a palavra esclarecimento como a saída do homem de sua menoridade. Segundo esse pensador, o homem é responsável por sua saída da menoridade. Kant define essa menoridade como a incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento. A permanência do homem na menoridade se deve ao fato de ele não ousar pensar. A covardia e a preguiça são as causas que levam os homens a permanecerem na menoridade. Um outro motivo é o comodismo. É bastante cômodo permanecer na área de conforto. É cômodo que existam pessoas e objetos que pensem e façam tudo e tomem decisões em nosso lugar.
Dentre as muitas obras deste filósofo, destaco aqui duas: A Crítica da Razão Pura (1781) e a Crítica da Razão Prática (1788). Para Kant, quando alguém se propõe a criticar a obra ou o trabalho de outrem é porque considera aquele trabalho importante. A crítica, deste modo, não é encarada como algo ruim ou pejorativo, mas algo bom, positivo. "A crítica da razão conduz, por fim, necessariamente, à ciência; o uso dogmático da razão sem crítica conduz, pelo contrário, a afirmações infundadas, que sempre podem ser contraditadas por outras não menos verossímeis, o que conduz ao ceticismo."
A despeito de seus conceitos errôneos sobre Deus - cuja existência não se poderia provar por argumentos filosóficos e que, portanto, não existiria (não é possível do ponto de vista da filosofia, oferecer um argumento que convença todos os homens da existência da Deus, mas isso não significa que eu não tenha uma boa razão para acreditar em Deus nem que Ele não exista), as idéias de Kant se revelam muito úteis àqueles que as compreendem.
Por exemplo, Kant assevera: "A crítica pura especulativa demonstra a dilatada insuficiência da mesma para resolver, de conformidade com o fim, os mais importantes problemas que lhe são propostos". De fato, a crítica especulativa - realizada sem base sólida - é uma temeridade; por sua vez, a crítica da razão conduz ao conhecimento.
Devido o propósito da crítica kantiana, quem a faz precisa ser conhecedor da matéria sobre a qual propõem-se a criticar. Não pode ser mero especulador, curioso - um fofoqueiro, em essência - mas alguém que tenha formação e experiência no assunto em questão.
Assim, o propósito deste blog é fornecer aos leitores críticas positivas sobre os mais diversos temas e assuntos, especialmente àqueles que se referem ao status quo das práticas constantes no meio religioso evangélico. Ao apresentar críticas - baseadas na fé bíblica segundo as boas práticas da hermenêutica e da exegese, sem focar numa determinada corrente teológica ou noutra - este blog busca edificar os leitores e seguidores, iluminando as mentes e corações com a luz da Palavra de Deus tal qual ela é.
O autor deste blog é pastor evangélico há mais de 10 anos, com ampla formação tanto em ciências exatas quanto em teologia, já tendo ocupado diversos cargos eclesiásticos. Não é, portanto, um curioso ou teórico de igreja. Assim, ao criticar, sempre procura-se mostrar o erro do uso dogmático da razão sem crítica por parte de muitas igrejas e segmentos evangélicos; não motivado na "crítica pela crítica", mas sim no ardente desejo de mudança, buscando-se, quando cabível, oferecer alternativas para que esta mudança aconteça.
A igreja, tal como foi concebida por Deus antes da fundação do mundo e materializada no mundo físico no dia de Pentecostes, com a descida do Espírito Santo, é a expressa vontade de Deus para os homens. Conforme o apóstolo Paulo assevera, em sua epístola aos Efésios, "Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef 5.25a-27). O Senhor amou a igreja, entregando-Se por ela; logo, todos os cristãos precisam fazê-lo também.
De modo geral, a Igreja Pentecostal não tinha faltas. Era poderosa na fé e no testemunho, pura em seu caráter, e abundante no amor.
Quando olhamos para a igreja que está estabelecida, é possível distinguir dois grupos: um grupo de irmãos sérios, tementes a Deus, que buscam viver suas vidas à luz do Evangelho de Cristo. Pessoas que foram trazidas das trevas para a luz e que não se conformam com este mundo tenebroso. Irmãos fiéis ao Senhor, que pserveram em segui-Lo onde quer que seja; que dedicam sua vida à causa do Evangelho - capazes de, se preciso, darem a própria vida para que o mesmo seja anunciado aos perdidos. Pessoas cujas vidas são mais preciosas do que o ouro puro, cujas almas são mais alvas e brilhantes do que o diamante. Gente que chora pelos que estão presos pelo diabo, nas trevas da idolatria e da feitiçaria, que intercedem ao Senhor pelos cativos do inferno. Pregadores cheios de ousadia do Espírito, não tencionando outra coisa a não ser povoar o céu. São exemplos vivos do poder regenerador do Espírito Santo de Deus e da eficácia da Cruz de Cristo. Mansos e humildes.
Estes irmãos - ou melhor, esta igreja - você não encontra em qualquer lugar. Não há uma placa na frente indicando que ela se reúna ali. Mas são pessoas das mais diversas denominações evangélicas, quer sejam tradicionais ou pentecostais, batistas, metodistas, assembleianos, congregacionais, IURD, dentre outras. São pessoas que só Deus, em Sua onisciência, sabe quem são. São membros da Igreja invísivel. A esses irmãos, eu tenho imensa honra e prazer em servir. Tenho santo orgulho em ser chamado por eles de irmão.
Mas há também um segundo grupo. Infelizmente, um grupo que consiste de ímpios que nunca se converteram, mas que foram inseridos na igreja pelo inimigo, tanto nos bancos quanto nos púlpitos. Os homens dormiram - sim, a igreja do Senhor dormiu - e Satanás "veio e semeou o joio no meio do trigo" (Mt 13.25). Quando foi "esse sono"? Após a morte do último vigia, do último apóstolo. Quando foi semeado o joio? Principalmente com o imperador Constantino, no IV século da era cristã, que promoveu uma extensa harmonização entre a fé cristã e as religiões pagãs. Posteriormente, quando o Cristianismo tornou-se religião oficial do Império, o golpe na pureza da fé foi muito grande.
Como cita Jesse Lyman Hurlburt, em sua obra "História da Igreja Cristã", "a oficialização do Cristianismo como religião do Estado foi, não há dúvida, maldição". Ele continua, apresentando as razões de sua argumentação: "Homens mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, todos desejavam postos na igreja, para, assim, obterem influência social e política. Os costumes e as cerimônias do paganismo foram pouco a pouco infiltrando-se nos cultos de adoração. A humildade e a santidade da igreja primitiva foram substituídas pela ambição, pelo orgulho e pela arrogância de seus membros".
Até hoje, é possível se constatar com tristeza que o paganismo fincou suas garras imundas na igreja. Falsos crentes, falsos pastores, falsos bispos e apóstolos; homens mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, que ocuparam cargos na igreja para obterem influência social, política e econômica. Não são e nunca foram crentes. Não representam o que é a Igreja verdadeira. Contra a doutrina e ensino destes filhos das trevas, portas do inferno e discípulos de demônios este blog se alevanta, de forma profética, denunciando suas práticas maléficas, expondo sua virulência e pressionando de forma a expulsar seu fétido carnegão. Sim, destas doutrinas e ensinos infernais o autor deste blog é inimigo para sempre - goste quem gostar, não goste quem não gostar; odiando cada palavra, manipulação e falsifação com ódio consumado! Odiando tudo o que fazem com a Igreja do Senhor! Filhos do diabo, é isso que são! Deus um dia os expurgará de Sua Casa! Ele mesmo os exporá publicamente ao vitupério, como fez com o diabo, vosso pai.
Para os tais, este pastor e este blog são como o escorpião peçonhento, porque não suportam a sã doutrina. Que se convertam ao lê-lo, que se arrependam de sua maldade e voltem-se para o Senhor, que é rico em perdoar; caso contrário, que lhes sirva para condenação. Do mesmo modo, para aqueles que estão sendo iludidos por estes malignos obreiros, este blog tenciona trazer a Verdade da Palavra de Deus, sem hipocrisia e nem bitolação, porque a fé "que uma vez foi dada aos santos" não é nem uma coisa, nem outra. Que Deus, a partir deste blog, possa servir como instrumento de libertação e restauração, possa dar aos diletos leitores visão de águia!
Graça e Paz!
terça-feira, 29 de março de 2011
terça-feira, 22 de março de 2011
O TERRÍVEL COSTUME DE COMPLICAR A PRÓPRIA VIDA
A expressão "complicando o jogo fácil" é muito comum no meio esportivo. Um time complica o jogo quando cria, para si mesmo, dificuldades para vencer a partida que antes não existiam. Em determinado momento do jogo, uma equipe que antes dominava a partida inexplicavelmente "surta", dando espaço ao adversário para criar jogadas e ameaçar o resultado final. Geralmente, quando um time complica o jogo, ele acaba sendo derrotado ao final. Outras expressões similares são "arrumar chifre na cabeça de cavalo", "arrumar sarna para se coçar", "dar tiro no próprio pé", etc.
Da mesma forma, algumas pessoas insistem em "complicar" o que até então era simples: a própria vida. De forma quase inacreditável, tem gente que consegue tornar a própria vida num verdadeiro inferno. A vida, antes equilibrada e feliz, converte-se em caos para todos os lados; a entropia (medida da desordem) do sistema "vida" cresce assustadoramente e então o que se vê é um infindável rol de problemas! Pior: problemas desnecessários. Quando você vai sondar as razões que geraram o caos, descobre que não havia a menor razão para que o caos se instalasse. Vivem o complexo de Anaquim Skywalker: com a vida encaminhada para se tornar um grande jedi, acaba se tornando Dart Vader por dar lugar ao lado sombrio da força!
Assim, por exemplo, é o adultério, atitude que transtorna grandemente a vida de qualquer pessoa, que é capaz de destruir casamentos e arruinar as vidas de todos os envolvidos, direta e indiretamente. Quando você escrutina a vida do adúltero, descobre que ele possuía anteriormente tudo o que qualquer pessoa gostaria de ter: uma boa casa, um bom cônjuge - fiel, amoroso, paciente com e nas imperfeições, planos maravilhosos para o futuro - com plenas condições de realização, etc. Uma vida a ser pedida a Deus. Mas, repentinamente, um dos cônjuges tem um surto; já não mais considera sua vida como agradável, como bênção de Deus. Ao contrário, tem início o flerte com o/a estranho/a - um passo para a consumação do caso extra-conjugal. Quando consumado, mais cedo ou mais tarde virá à tona. Quando isso acontece, tudo o que antes havia é perdido! Só com um milagre tudo será novamente restaurado!
Do mesmo modo, são aqueles que dão lugar às drogas, ao sexo antes do casamento e aos vícios. Muitos jovens que entram por este caminho não tinham a menor justificativa para o fazer. Tinham casa e comida, amor, aceitação, bens materiais, boas escolas - tudo a seu tempo e hora. Veja, por exemplo, o caso do jovem que pratica sexo antes do casamento: se for com um único parceiro e este for saudável, a gravidez indesejada é o destino certo. Se for com mais de um parceiro, a chance de contrair as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são imensas. "Quem procura, acha", inclusive AIDS. Pergunta-se: era imprescindível que isso ocorresse? Era imprescindível a gravidez indesejada fora do casamento, tonando o/a jovem em pai/mãe solteiro/a? Era imprescindível contrair AIDS? Não! Não era!
Assim também acontece com os crentes. Muitos crentes parecem que têm prazer em viver uma vida de lutas e aflições! Enquanto não conseguem arrumar um problemão para si mesmos, não sossegam! Recebem toneladas de aconselhamentos, terabytes de estudos bíblicos e zilhões de orações; investimento espiritual para torná-los mestres! Num momento, tudo está bem; porém, noutro momento, tudo está mal. E porquê? Por que mesmo após tanto investimento espiritual, o crente não conseguiu resistir à tentação e deu uma dentada profunda no fruto proibido, arrancando mais da metade dele numa só mordidela! "Irmão, o que aconteceu?!?" "Foi o diabo que me enganou pastor, [e eu comi]!" Mesmíssima história!
O que acontece? A confissão, pelo crente, de um paladar nada cristão: "Comi o fruto do adultério!" "Comi o fruto da picaretagem, e dei um 'S' no banco (ou no trabalho)!" "Comi o fruto da agiotagem!" "Comi o fruto da falsificação!" "Comi o fruto da mentira!" "Comi o fruto do cheque sem fundo!" "Comi o fruto da fornicação!" "Comi o fruto da violência, peguei uma arma e...". Variações diversas, mas o fruto é o mesmo. E como fica a vida, após esta "comilança", esta "predileção pelo pecado fatiado, flambado e servido com molho de enxofre" ? Fica uma bagunça completa, tudo destruído, arruinado! O fruto comido dá uma dor de barriga imensa! Esta "dor de barriga" - da qual queixa-se o crente que comeu o que não devia e para qual busca ansiosamente alívio - é o resultado do prato comido. Já lamentava Jeremias: "De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados" (leia-se: "queixe-se cada um dos seus próprios hábitos alimentares!") (Lm 3.39)
Novamente, quando você tenta desatar o nó na vida do crente, buscando a ponta do fio, descobre que não havia nenhuma razão ou motivo para que o problema se instalasse em sua vida. O crente era honrado na Igreja, querido por todos, vida sossegada diante de Deus, abençoado pelo Altíssimo com grandes bênçãos! Gente que vive a vida de forma simples, fácil, sem nenhuma complicação fundamental. Gente que ora e Deus responde, que pede e Ele atende! Fez Seminário! Dava até aulas na Escola Dominical! Irmão abençoado! Porém, repentinamente e sem o menor aviso, ele "surta". Começa, então, a fazer pontaria de dar tiro no próprio pé! Arruma para si mesmo uma série de problemas imensos, que acabam virando "dramas existenciais, espirituais e até mesmo físicos"!
Amado leitor, não sabote a sua própria vida! Não haja como um néscio, destruindo com suas próprias mãos tudo aquilo que Deus tem lhe dado como bênção sobre a Terra! Não facilite o trabalho ministerial do diabo e nem complique o trabalho ministerial do seu pastor! Perdão, o Pai está sempre disposto a dar. Porém, há problemas que podem ser tão profundos e cuja consequência pode ser tão ampla que a solução pode não ser viável. Adão e Eva após pecarem foram expulsos do Paraíso; não havia como eles continuarem morando naquele lugar. A vida de ambos fora do lugar da bênção de Deus nunca mais foi a mesma! Não faça por onde para que você também seja expulso do paraíso que Deus lhe concedeu nesta Terra.
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!
Da mesma forma, algumas pessoas insistem em "complicar" o que até então era simples: a própria vida. De forma quase inacreditável, tem gente que consegue tornar a própria vida num verdadeiro inferno. A vida, antes equilibrada e feliz, converte-se em caos para todos os lados; a entropia (medida da desordem) do sistema "vida" cresce assustadoramente e então o que se vê é um infindável rol de problemas! Pior: problemas desnecessários. Quando você vai sondar as razões que geraram o caos, descobre que não havia a menor razão para que o caos se instalasse. Vivem o complexo de Anaquim Skywalker: com a vida encaminhada para se tornar um grande jedi, acaba se tornando Dart Vader por dar lugar ao lado sombrio da força!
Assim, por exemplo, é o adultério, atitude que transtorna grandemente a vida de qualquer pessoa, que é capaz de destruir casamentos e arruinar as vidas de todos os envolvidos, direta e indiretamente. Quando você escrutina a vida do adúltero, descobre que ele possuía anteriormente tudo o que qualquer pessoa gostaria de ter: uma boa casa, um bom cônjuge - fiel, amoroso, paciente com e nas imperfeições, planos maravilhosos para o futuro - com plenas condições de realização, etc. Uma vida a ser pedida a Deus. Mas, repentinamente, um dos cônjuges tem um surto; já não mais considera sua vida como agradável, como bênção de Deus. Ao contrário, tem início o flerte com o/a estranho/a - um passo para a consumação do caso extra-conjugal. Quando consumado, mais cedo ou mais tarde virá à tona. Quando isso acontece, tudo o que antes havia é perdido! Só com um milagre tudo será novamente restaurado!
Do mesmo modo, são aqueles que dão lugar às drogas, ao sexo antes do casamento e aos vícios. Muitos jovens que entram por este caminho não tinham a menor justificativa para o fazer. Tinham casa e comida, amor, aceitação, bens materiais, boas escolas - tudo a seu tempo e hora. Veja, por exemplo, o caso do jovem que pratica sexo antes do casamento: se for com um único parceiro e este for saudável, a gravidez indesejada é o destino certo. Se for com mais de um parceiro, a chance de contrair as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são imensas. "Quem procura, acha", inclusive AIDS. Pergunta-se: era imprescindível que isso ocorresse? Era imprescindível a gravidez indesejada fora do casamento, tonando o/a jovem em pai/mãe solteiro/a? Era imprescindível contrair AIDS? Não! Não era!
Assim também acontece com os crentes. Muitos crentes parecem que têm prazer em viver uma vida de lutas e aflições! Enquanto não conseguem arrumar um problemão para si mesmos, não sossegam! Recebem toneladas de aconselhamentos, terabytes de estudos bíblicos e zilhões de orações; investimento espiritual para torná-los mestres! Num momento, tudo está bem; porém, noutro momento, tudo está mal. E porquê? Por que mesmo após tanto investimento espiritual, o crente não conseguiu resistir à tentação e deu uma dentada profunda no fruto proibido, arrancando mais da metade dele numa só mordidela! "Irmão, o que aconteceu?!?" "Foi o diabo que me enganou pastor, [e eu comi]!" Mesmíssima história!
O que acontece? A confissão, pelo crente, de um paladar nada cristão: "Comi o fruto do adultério!" "Comi o fruto da picaretagem, e dei um 'S' no banco (ou no trabalho)!" "Comi o fruto da agiotagem!" "Comi o fruto da falsificação!" "Comi o fruto da mentira!" "Comi o fruto do cheque sem fundo!" "Comi o fruto da fornicação!" "Comi o fruto da violência, peguei uma arma e...". Variações diversas, mas o fruto é o mesmo. E como fica a vida, após esta "comilança", esta "predileção pelo pecado fatiado, flambado e servido com molho de enxofre" ? Fica uma bagunça completa, tudo destruído, arruinado! O fruto comido dá uma dor de barriga imensa! Esta "dor de barriga" - da qual queixa-se o crente que comeu o que não devia e para qual busca ansiosamente alívio - é o resultado do prato comido. Já lamentava Jeremias: "De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados" (leia-se: "queixe-se cada um dos seus próprios hábitos alimentares!") (Lm 3.39)
Novamente, quando você tenta desatar o nó na vida do crente, buscando a ponta do fio, descobre que não havia nenhuma razão ou motivo para que o problema se instalasse em sua vida. O crente era honrado na Igreja, querido por todos, vida sossegada diante de Deus, abençoado pelo Altíssimo com grandes bênçãos! Gente que vive a vida de forma simples, fácil, sem nenhuma complicação fundamental. Gente que ora e Deus responde, que pede e Ele atende! Fez Seminário! Dava até aulas na Escola Dominical! Irmão abençoado! Porém, repentinamente e sem o menor aviso, ele "surta". Começa, então, a fazer pontaria de dar tiro no próprio pé! Arruma para si mesmo uma série de problemas imensos, que acabam virando "dramas existenciais, espirituais e até mesmo físicos"!
Amado leitor, não sabote a sua própria vida! Não haja como um néscio, destruindo com suas próprias mãos tudo aquilo que Deus tem lhe dado como bênção sobre a Terra! Não facilite o trabalho ministerial do diabo e nem complique o trabalho ministerial do seu pastor! Perdão, o Pai está sempre disposto a dar. Porém, há problemas que podem ser tão profundos e cuja consequência pode ser tão ampla que a solução pode não ser viável. Adão e Eva após pecarem foram expulsos do Paraíso; não havia como eles continuarem morando naquele lugar. A vida de ambos fora do lugar da bênção de Deus nunca mais foi a mesma! Não faça por onde para que você também seja expulso do paraíso que Deus lhe concedeu nesta Terra.
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!
quarta-feira, 16 de março de 2011
A ANTIGA SERPENTE CONTINUA ENGANANDO COM A MESMA ASTÚCIA DE SEMPRE
Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. (II Co 11.3)
Neste texto, o apóstolo Paulo continua fazendo a defesa de suas credenciais apostólicas diante da Igreja de Corinto, iniciada em capítulos anteriores. Ao fazê-lo, o apóstolo apresenta um paralelo entre o episódio da queda, registrada no livro de Gênesis, e a tendência de partidarismo e culto a personalidade que havia em Corinto. Aquela Igreja, que se dividia internamente em "preferências por pregadores" (uns de Apolo, outros de Cefas) tinha todos os elementos emocionais e espirituais para "preferir" outros pregadores que porventura nela surgissem. Por isso mesmo, Paulo temia que pudessem se introduzir ali falsos mestres e pregadores, falsos apóstolos, os quais transfigurados em apóstolos de Cristo, enganassem os crentes de Corinto anunciando outro Jesus e outro Evangelho, por meio de outro espírito (v.4).
De forma bem clara e inequívoca, Paulo associa a ação astuciosamente enganadora dos falsos apóstolos, falsos mestres e falsos pregadores à mesma ação que o diabo, a antiga serpente, teve no Éden sobre Eva. Esta ação enganadora seria tal que geraria a corrupção dos sentidos dos Corintos, levando-os a se apartarem da simplicidade de Cristo. Obviamente, a mensagem destes "enviados das trevas" não era, nem de perto, simples como Cristo; mas consistia das mais diversas complicações religiosas possíveis e imaginárias, cheia de filosofias estranhas de sabedoria duvidosa. De fato, coisas altamente sedutoras, que tornariam os praticantes "mestres de si mesmos", "eruditos religiosos"; conhecedores de "todos os segredos, técnicas e rituais" para "canalização energética do sobrenatural" com vistas à obtenção de favores divinos.
De fato, diante da enorme "fome de emulação", gerada pela auto-suficiência do homem decaído, é preciso considerar que o apelo de um intrincado e complexo sistema religioso-ritualístico tem um alto poder sedutor. Imagine ser conhecedor das "complicações divinas", um especialista no sobrenatural, grande manipulador dos poderes espirituais? Quantas pessoas, talvez multidões, não afluiriam àquele que detivesse tais poderes? Quanta honra (leia-se "endeusamento") não seria tributado a este "senhor do mundo invisível"? Quanto dinheiro não haveria em seu "ministério"? Sim, ele - o único, senão o maior dentre todos os "controladores do oculto"- reverenciado, enriquecido e entronizado por multidões! Exclusividade total!
É justamente esta estrutura de pensamento, com pouquíssimas variantes, que impulsiona cada vez mais pessoas para a prática do ocultismo em suas mais variadas formas: a sede de poder e de riqueza, uma "distorção tsunâmica" das necessidades básicas do homem. Note que invariavelmente todas as religiões tem o seu mentor máximo, o seu "guia sobrenatural", que se apresenta sob os mais diversos (e pomposos) títulos. Este mentor máximo é a fonte máxima, a ponte entre o mundo material e o espiritual, capaz de fazer com que as coisas espirituais aconteçam, sob sua vontade e comando, no mundo físico. Para tanto, ele faz uso de "técnicas de ativação", conhecidas como rituais; estes, podem ser tanto feitos pelo líder-máximo, quanto pelos outros líderes da religião, ou até mesmo pelos "fracos e incapacitados" adeptos, sempre dependentes dos seus gurus em tudo e para tudo. Os rituais envolvem, via de regra, "barganha" com o sobrenatural, do tipo "dar isso por aquilo" ou "fazer isso em troca daquilo".
Note que Paulo estava dirigindo-se aos crentes de Corinto, advertindo que eles poderiam dar lugar a este tipo de espiritualidade 100% pagã em seu culto e serviço cristão. Com astúcia, os falsos poderiam introduzirem-se sutilmente na Igreja, infectando-a como um vírus infecta um célula humana, usando-a para sintetizar novos vírus e assim contaminar todo o corpo. Nas palavras de Paulo, os crentes seriam astuciosamente enganados, tendo o sentido corrompido pelos elaborados e complexos falsos ensinos, apartando-se da simplicidade de Cristo.
Infelizmente, o que Paulo temia, aconteceu: cada vez mais a antiga serpente continua enganando a muitos com este ensino altamente sedutor. Todo este ensino e prática, correntes no meio evangélico, sobre correntes, unções de objetos, objetos com poder sobre o mundo espiritual (como sal grosso), técnicas especiais de "batalha espiritual" (mapeamento, libertação por pontes, identificação de nomes e patentes de demônios, etc), atos proféticos "sem pé nem cabeça" (como cavalo em púlpito de igreja), unções de animais, teologia da prosperidade antibíblica com suas oferendas em troca de benesses, dentre outros, à luz da Palavra de Deus, nada mais são que "complexidades ofídicas" adicionadas à fé cristã pela serpente astuciosa.
É interessante perceber que por mais que se procure, não há argumentos bíblicos que justifiquem estes atos. Todos, sem exceção, estão baseados em versículos isolados, interpretados à luz da própria razão e vontade humana, não segundo os princípios da hermenêutica bíblica (veja um exemplo na argumentação http://www.apenas-para-argumentar.blogspot.com/2010/07/entendendo-uncao-de-lencos-luz-da.html). Quando confrontados, é fácil notar que os adeptos e praticantes desta espiritualidade sem base bíblica usam de apelação em defesa própria e da religião que segue; ora apelando para performance (como se a performance fosse sinônimo de essência - veja http://www.apenas-para-argumentar.blogspot.com/2010/07/consideracoes-sobre-marca-da-besta.html) ora para o status secular da membresia - "temos muitos eruditos, profissionais liberais, mestres e doutores em nosso meio", como se exisitisse algum tipo de equivalência entre o saber humano e o saber espiritual, ou como se diploma fosse a garantia de discernimento espiritual.
É interessante notar também que esse pessoal, praticante do falso evangelho - quer com título de cristão, quer não - conferem-se a si mesmos a posição de exclusividade com relação aos demais. "A minha igreja é mais poderosa que a sua!", "o meu pastor solta raios pelos olhos e o seu não", "aqui a cura acontece, lá fora não!", e coisas do tipo. O diabo é mestre em marketing, e não é de admirar que aqueles que vivem os seus ensinos o sejam também! Ao contrário dessa turma de falsos profetas, Jesus era comedido. Até quando curava!
Em oposição a este falso evangelho, falacioso até o talo, a verdadeira fé é simples assim como o é o verdadeiro Cristo. Para ser cristão (ser em plenitude, em status e na prática) não é necessário aprender ou mesmo praticar coisa alguma, a não ser a Bíblia. Na verdadeira fé cristã, não se sacrifica coisa alguma a Deus, não se barganha nada com o Todo-Poderoso, pois além de ser diante Dele inaceitável é, também, grande ofensa à Sua Graça. O sacrifício de Cristo é único e suficiente; que os homens aprendam isso de uma vez por todas! Não há, em todo Novo Testamento, um único ritual recomendado para os crentes!
Abre parênteses: Há quem entenda o batismo nas águas e a Santa Ceia - sim, por favor, o adjetivo se aplica, caso contrário não é Ceia do Senhor - como rituais ordenados por Cristo à sua igreja. Eu contraponho este argumento, dizendo que a Ceia e o batismo são mais do que meros rituais no contexto reducionista geralmente aplicado. Contudo, aqueles que quiserem considerá-los como rituais, precisam reconhecer que foi o próprio Cristo quem os ordenou e que os mesmos são extremamente simples. Não há nada mais simples que compartilhar um cálice de vinho e repartir um pedaço de pão com outras pessoas; nem algo mais comum do que mergulhar uma pessoa em água. Fecha parênteses.
Assim, aquele que apresenta ofertas - e que sejam apenas àquelas ofertas permitidas no Novo Testamento - diante do Rei do Universo, Senhor de tudo que existe quer no mundo físico quer no mundo espiritual, faça-o ímbuído de ações de graças! Não trate a oferta como título de capitalização, ou investimento em fundos financeiros; não ofenda a Deus com a sua mesquinhez! Aquele que intercede, diante do Senhor, pela vida de outras pessoas, faça-o sem usar de subterfúgios de "pontos de contato de fé", sem sal grosso, sem rosa, sem lenço e sem toalha. Isso não faz parte da fé cristã, mas sim do ocultismo! Aquele que adora ao Senhor, que dirige a adoração na Casa de Deus, faça-o em Espírito e em Verdade, de forma que haja a Verdadeira presença do Espírito na adoração, não emocionalismo barato e nem tampouco extremismos motivadores das "unções" de galinha, de touro, de leão e coisas do tipo.
Do mesmo modo, aquele que prega e ensina, ensine somente a Palavra de Deus. Não "doure a pílula" e nem adicione veneno na panela que prepara o caldo para alimentar e fortalecer os homens. Que o pecador se converta do seu mau caminho, não que o caminho se converta no que é o pecador. Que a cruz de Cristo e o Cristo da cruz sejam levantados diante dos homens nos púlpitos da Casa de Deus; com todo escândalo que possa isso parecer aos religiosos pagãos, ou com toda loucura que isso possa representar aos sábios segundo este mundo. Que toda a honra, todo louvor e toda glória sejam dados apenas ao Único que é digno de recebê-las, Àquele que com seu sangue comprou para Deus povo de toda tribo, de toda língua, de todo povo e de toda nação, e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes: Ao Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Fuja, meu querido e amado irmão, desta babilônia espiritual, com seu comércio de almas, enquanto é tempo. Fuja de tudo aquilo que for mais complicado do que Cristo! Leia a Bíblia, não com os olhos da religião, mas com simplicidade; e você encontrará o Senhor Jesus - o alfa e o ômega da Bíblia!
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!
Neste texto, o apóstolo Paulo continua fazendo a defesa de suas credenciais apostólicas diante da Igreja de Corinto, iniciada em capítulos anteriores. Ao fazê-lo, o apóstolo apresenta um paralelo entre o episódio da queda, registrada no livro de Gênesis, e a tendência de partidarismo e culto a personalidade que havia em Corinto. Aquela Igreja, que se dividia internamente em "preferências por pregadores" (uns de Apolo, outros de Cefas) tinha todos os elementos emocionais e espirituais para "preferir" outros pregadores que porventura nela surgissem. Por isso mesmo, Paulo temia que pudessem se introduzir ali falsos mestres e pregadores, falsos apóstolos, os quais transfigurados em apóstolos de Cristo, enganassem os crentes de Corinto anunciando outro Jesus e outro Evangelho, por meio de outro espírito (v.4).
De forma bem clara e inequívoca, Paulo associa a ação astuciosamente enganadora dos falsos apóstolos, falsos mestres e falsos pregadores à mesma ação que o diabo, a antiga serpente, teve no Éden sobre Eva. Esta ação enganadora seria tal que geraria a corrupção dos sentidos dos Corintos, levando-os a se apartarem da simplicidade de Cristo. Obviamente, a mensagem destes "enviados das trevas" não era, nem de perto, simples como Cristo; mas consistia das mais diversas complicações religiosas possíveis e imaginárias, cheia de filosofias estranhas de sabedoria duvidosa. De fato, coisas altamente sedutoras, que tornariam os praticantes "mestres de si mesmos", "eruditos religiosos"; conhecedores de "todos os segredos, técnicas e rituais" para "canalização energética do sobrenatural" com vistas à obtenção de favores divinos.
De fato, diante da enorme "fome de emulação", gerada pela auto-suficiência do homem decaído, é preciso considerar que o apelo de um intrincado e complexo sistema religioso-ritualístico tem um alto poder sedutor. Imagine ser conhecedor das "complicações divinas", um especialista no sobrenatural, grande manipulador dos poderes espirituais? Quantas pessoas, talvez multidões, não afluiriam àquele que detivesse tais poderes? Quanta honra (leia-se "endeusamento") não seria tributado a este "senhor do mundo invisível"? Quanto dinheiro não haveria em seu "ministério"? Sim, ele - o único, senão o maior dentre todos os "controladores do oculto"- reverenciado, enriquecido e entronizado por multidões! Exclusividade total!
É justamente esta estrutura de pensamento, com pouquíssimas variantes, que impulsiona cada vez mais pessoas para a prática do ocultismo em suas mais variadas formas: a sede de poder e de riqueza, uma "distorção tsunâmica" das necessidades básicas do homem. Note que invariavelmente todas as religiões tem o seu mentor máximo, o seu "guia sobrenatural", que se apresenta sob os mais diversos (e pomposos) títulos. Este mentor máximo é a fonte máxima, a ponte entre o mundo material e o espiritual, capaz de fazer com que as coisas espirituais aconteçam, sob sua vontade e comando, no mundo físico. Para tanto, ele faz uso de "técnicas de ativação", conhecidas como rituais; estes, podem ser tanto feitos pelo líder-máximo, quanto pelos outros líderes da religião, ou até mesmo pelos "fracos e incapacitados" adeptos, sempre dependentes dos seus gurus em tudo e para tudo. Os rituais envolvem, via de regra, "barganha" com o sobrenatural, do tipo "dar isso por aquilo" ou "fazer isso em troca daquilo".
Note que Paulo estava dirigindo-se aos crentes de Corinto, advertindo que eles poderiam dar lugar a este tipo de espiritualidade 100% pagã em seu culto e serviço cristão. Com astúcia, os falsos poderiam introduzirem-se sutilmente na Igreja, infectando-a como um vírus infecta um célula humana, usando-a para sintetizar novos vírus e assim contaminar todo o corpo. Nas palavras de Paulo, os crentes seriam astuciosamente enganados, tendo o sentido corrompido pelos elaborados e complexos falsos ensinos, apartando-se da simplicidade de Cristo.
Infelizmente, o que Paulo temia, aconteceu: cada vez mais a antiga serpente continua enganando a muitos com este ensino altamente sedutor. Todo este ensino e prática, correntes no meio evangélico, sobre correntes, unções de objetos, objetos com poder sobre o mundo espiritual (como sal grosso), técnicas especiais de "batalha espiritual" (mapeamento, libertação por pontes, identificação de nomes e patentes de demônios, etc), atos proféticos "sem pé nem cabeça" (como cavalo em púlpito de igreja), unções de animais, teologia da prosperidade antibíblica com suas oferendas em troca de benesses, dentre outros, à luz da Palavra de Deus, nada mais são que "complexidades ofídicas" adicionadas à fé cristã pela serpente astuciosa.
É interessante perceber que por mais que se procure, não há argumentos bíblicos que justifiquem estes atos. Todos, sem exceção, estão baseados em versículos isolados, interpretados à luz da própria razão e vontade humana, não segundo os princípios da hermenêutica bíblica (veja um exemplo na argumentação http://www.apenas-para-argumentar.blogspot.com/2010/07/entendendo-uncao-de-lencos-luz-da.html). Quando confrontados, é fácil notar que os adeptos e praticantes desta espiritualidade sem base bíblica usam de apelação em defesa própria e da religião que segue; ora apelando para performance (como se a performance fosse sinônimo de essência - veja http://www.apenas-para-argumentar.blogspot.com/2010/07/consideracoes-sobre-marca-da-besta.html) ora para o status secular da membresia - "temos muitos eruditos, profissionais liberais, mestres e doutores em nosso meio", como se exisitisse algum tipo de equivalência entre o saber humano e o saber espiritual, ou como se diploma fosse a garantia de discernimento espiritual.
É interessante notar também que esse pessoal, praticante do falso evangelho - quer com título de cristão, quer não - conferem-se a si mesmos a posição de exclusividade com relação aos demais. "A minha igreja é mais poderosa que a sua!", "o meu pastor solta raios pelos olhos e o seu não", "aqui a cura acontece, lá fora não!", e coisas do tipo. O diabo é mestre em marketing, e não é de admirar que aqueles que vivem os seus ensinos o sejam também! Ao contrário dessa turma de falsos profetas, Jesus era comedido. Até quando curava!
Em oposição a este falso evangelho, falacioso até o talo, a verdadeira fé é simples assim como o é o verdadeiro Cristo. Para ser cristão (ser em plenitude, em status e na prática) não é necessário aprender ou mesmo praticar coisa alguma, a não ser a Bíblia. Na verdadeira fé cristã, não se sacrifica coisa alguma a Deus, não se barganha nada com o Todo-Poderoso, pois além de ser diante Dele inaceitável é, também, grande ofensa à Sua Graça. O sacrifício de Cristo é único e suficiente; que os homens aprendam isso de uma vez por todas! Não há, em todo Novo Testamento, um único ritual recomendado para os crentes!
Abre parênteses: Há quem entenda o batismo nas águas e a Santa Ceia - sim, por favor, o adjetivo se aplica, caso contrário não é Ceia do Senhor - como rituais ordenados por Cristo à sua igreja. Eu contraponho este argumento, dizendo que a Ceia e o batismo são mais do que meros rituais no contexto reducionista geralmente aplicado. Contudo, aqueles que quiserem considerá-los como rituais, precisam reconhecer que foi o próprio Cristo quem os ordenou e que os mesmos são extremamente simples. Não há nada mais simples que compartilhar um cálice de vinho e repartir um pedaço de pão com outras pessoas; nem algo mais comum do que mergulhar uma pessoa em água. Fecha parênteses.
Assim, aquele que apresenta ofertas - e que sejam apenas àquelas ofertas permitidas no Novo Testamento - diante do Rei do Universo, Senhor de tudo que existe quer no mundo físico quer no mundo espiritual, faça-o ímbuído de ações de graças! Não trate a oferta como título de capitalização, ou investimento em fundos financeiros; não ofenda a Deus com a sua mesquinhez! Aquele que intercede, diante do Senhor, pela vida de outras pessoas, faça-o sem usar de subterfúgios de "pontos de contato de fé", sem sal grosso, sem rosa, sem lenço e sem toalha. Isso não faz parte da fé cristã, mas sim do ocultismo! Aquele que adora ao Senhor, que dirige a adoração na Casa de Deus, faça-o em Espírito e em Verdade, de forma que haja a Verdadeira presença do Espírito na adoração, não emocionalismo barato e nem tampouco extremismos motivadores das "unções" de galinha, de touro, de leão e coisas do tipo.
Do mesmo modo, aquele que prega e ensina, ensine somente a Palavra de Deus. Não "doure a pílula" e nem adicione veneno na panela que prepara o caldo para alimentar e fortalecer os homens. Que o pecador se converta do seu mau caminho, não que o caminho se converta no que é o pecador. Que a cruz de Cristo e o Cristo da cruz sejam levantados diante dos homens nos púlpitos da Casa de Deus; com todo escândalo que possa isso parecer aos religiosos pagãos, ou com toda loucura que isso possa representar aos sábios segundo este mundo. Que toda a honra, todo louvor e toda glória sejam dados apenas ao Único que é digno de recebê-las, Àquele que com seu sangue comprou para Deus povo de toda tribo, de toda língua, de todo povo e de toda nação, e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes: Ao Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Fuja, meu querido e amado irmão, desta babilônia espiritual, com seu comércio de almas, enquanto é tempo. Fuja de tudo aquilo que for mais complicado do que Cristo! Leia a Bíblia, não com os olhos da religião, mas com simplicidade; e você encontrará o Senhor Jesus - o alfa e o ômega da Bíblia!
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!
sábado, 5 de março de 2011
CARNAVAL: ÉPOCA DE RETIRO OU DE EVANGELISMO?
Carnaval: alguns chamam de festa da carne, devido à libertinagem desenfreda que acontece nesta festa; outros, dizem que ela deriva-se dos antigos festivais romanos conhecidos como bacanais (do Lat. bacchanale s. m., festim dissoluto; devassidão), em homenagem a Baco (ou Dionísio). O fato é que o carnaval contém em si mesmo vários elementos que o transformam numa festa de imenso apelo à sensualidade, quer pelas mulheres semi(?)nuas que desfilam, agitando libidinosamente seus corpos diante dos expectadores, quer pelas bebedeiras e porres, quer pelo sexo livre e orgias em bailes ou mesmo em logradouros públicos.
Para evitar que seus membros caiam em tentação, muitas igrejas promovem nesta época os chamados "retiros espirituais", geralmente em sítios ou chácaras, afastados dos grandes centros onde o carnaval tem sua maior expressão. Nestes retiros, os crentes em Cristo estariam "à salvo" de caírem em pecado, da "tentação de ligar a TV" e acabar participando ativa ou passivamente do carnaval, envolvidos em orações, estudos bíblicos e, dependendo da igreja, lazer (futebol, piscina, cachoeira, etc). Nesta argumentação, chama-los-ei de "grupo dos preservadores", que visam à todo custo preservar a pureza e a santidade dos crentes.
Para os membros deste grupo, é imprescindível que haja retiro no carnaval. Chegam a fazer cara feia se a igreja, por qualquer razão, deixa de promover o evento. O retiro é o fim dos problemas do crente, a solução para não pecar, o oásis espiritual em meio ao deserto de luxúria e pecado que assola a humanidade. É, na concepção destes, quase um "Bello Monte". Quer tacitamente, quer explicitamente, os preservadores crêem e defendem a realização do retiro de Carnaval como a única forma de garantir que os crentes não se desviem nesta época.
Já outras igrejas entendem que "este é o momento", a "grande oportunidade" de evangelizar "os mundanos perdidos", que "jazem no maligno". Daí, formam equipes de evangelismo ou até mesmo "blocos de carnaval evangélicos" - uma ação de evangelismo estratégico, com direito a mestre-sala e porta-bandeira, samba enredo, alegorias e tudo mais que é comum ao carnaval, mantendo-se, é claro, as devidas proporções. Aqui, estes serão chamados de "grupo dos conquistadores", cujo objetivo é conquistar todos os carnavalescos e admiradores para Cristo.
Não raramente, ambos os grupos "se estranham" mutuamete. Para os perservadores, os conquistadores são, na verdade, carnais enrustidos. O evangelismo é entendido como uma desculpa esfarrapada para dar lugar ao diabo e à carne. Os conquistadores, aqui, são vistos como libertinos, sensuais e sem o Espírito de Deus. Tal raciocínio advém da própria lógica do grupo dos preservadores: que é impossível alguém se envolver com carnaval, por mais espirituais e corretas que sejam as motivações, sem ser contaminado com ele.
Já do ponto de vista dos conquistadores, os preservadores não passam de legalistas, radicais religiosos, hipócritas. Segundo os conquistadores, os preservadores se isolam em retiros no carnaval porque, no seu íntimo, desejam mesmo é cair na folia. "É gente religiosa, que precisa deixar a Lei e passar a viver a graça de Deus", expressão que resume o sentimento e as opiniões dos conquistadores. A lógica predominante aqui é a do triunfalismo: invariavelmente, o crente ao tornar-se crente passou a viver em condição de "vitória imperdível e absoluta" - mesmo neste corpo mortal - sobre o diabo, o pecado e o mundo. As tentações não têm nenhum tipo de efeito sobre ele, pois ele é mais que vencedor, sempre! "Se foi tentado e caiu, é porque não era crente verdadeiro", é o consenso tácito do grupo.
Assim, para um grupo as tentações são irresistíveis; para outro, as tentações não existem, pelo menos em seus efeitos sobre o crente. Mas quem está com a razão, à luz da Bíblia: os preservadores ou os conquistadores? Será que as tentações têm ou não poder de influência sobre o crente em Cristo?
Primeiramente, é preciso conhecer o que a Bíblia tem a dizer sobre as tentações. Ora, o próprio Mestre de Nazaré nos ensinou a orar, e em sua oração nos ensinou a pedir que ao Pai para que Ele não nos deixe cair nas tentações (Lc 11.4). Também nos ensinou que devemos vigiar e orar para não cairmos em tentação (Mt 26.41), isto é, para que nós não cedamos às pressões da tentação. Segundo o apóstolo Paulo, o crente pode ser objeto de tentação, mas esta jamais será acima das nossas capacidades de suportá-la (I Co 10.13) - ou seja, é possível ser tentado e não cair em pecado. O próprio Senhor foi tentado em TODAS AS ÁREAS DA SUA VIDA (inclusive sexual), mas venceu TODAS as tentações COMO HOMEM, na dependência do Espírito Santo (Hb 2.18). Já Tiago nos diz que é possível ao homem suportar a tentação (Tg 1.12); ora, isso é revela-nos que diante da tentação é tanto possível ao crente resistir firme na fé quanto cair em pecado.
Cada um de nós é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Ou seja, o desejo que nos impele ao pecado não provém de Deus, mas de nós mesmos. Tentação, na Bíblia, é um sentimento fortíssimo em direção ao pecado, ao mal, que só pode ser resistido com a vigilância e oração e na total dependência de Deus. A tentação em si mesma não é pecado, só se tornando pecado quando e conforme a sugestão ao mal é aceita e se acede à mesma.
Consoante a este ensino, ambos os grupos estão errados. Os preservadores estão errados, porque não há necessariamente ligação entre a presença do mal (com a tentação) e a queda. É possível ao crente ser tentado e permanecer sem cometer o pecado que está sendo sugerido. Ora, se fosse diferente, ao tornar-se cristão o crente deveria imediatamente enclausurar-se em monastérios e conventos. A história mostra que tal prática - antiga no cristianismo - foi ineficaz em seus efeitos: os próprios monges, padres, madres, freiras acabavam cometendo toda a sorte de pecado - inclusive feitiçaria, prostituição e aborto - no interior de suas "redomas" preservacionistas.
Abre parênteses: Em muitos "retiros espirituais" é comum acontecerem fornicações e variantes, mesmo sem o conhecimento dos líderes e organizadores. É o casal que se afasta um pouco do grupo duarente o dia ou que se encontra à noite após todos dormirem. Quem quer pecar, dá sempre um jeito de conseguir consumar o desejo, independente do local onde esteja. Fecha parênteses.
A questão é: todos obrigatoriamente cairão em pecado diante do Carnaval? A resposta é não. Aliás, permita-me expandir o racicínio: tudo o que acontece no carnaval, acontece o ano todo também. Homem/Mulher pelada existe o ano todo - quer em revistas, quer em sites, quer mesmo na rua. Homem/Mulher querendo sexo casual? Há centenas de milhares, inclusive casado(a)s. A possibilidade de se transar com qualquer um/uma é imensa; é quase igual a probabilidade de se lançar uma moeda e dizer que dará uma das faces (sem especificar qual). E a feitiçaria? Ande nas ruas e inevitavelmente você verá anúncios, propagandas; receberá panfletos ou conversará com alguém que é praticante.
Abre parênteses: Se formos considerar feitiçaria aquilo que ela realmente é - a prática ou celebração de rituais, orações ou cultos com ou sem uso de amuletos ou talismãs (objetos ao qual são atribuídos poderes mágicos), com vista à obtenção de resultados, favores ou objetivos - então basta ir a uma igreja neopentecostal mais perto da sua casa e participar ativamente do "culto". Lâmpada ungida para banho de luz, rosa ungida, óleo de Israel, "água orada", toalhinha ensebada de unção fedorenta, sal grosso, manto sagrado, etc e outros "apetrechos espirituais" do gênero, que podem ser adquiridos ou de graça ou a preços módicos, e que garantem a solução dos males da pessoa. O que é isso, senão feitiçaria da braba com roupagem evangélica esfarrapada? Fecha parênteses.
Os conquistadores também estão errados. Sim, porque segundo o ensino bíblico o crente pode cair em pecado diante da tentação. Independente de seu estado espiritual, tentação será sempre tentação, enquanto neste corpo vivermos. Há pelo menos um testemunho bíblico poderosíssimo que corrobora esta verdade: o testemunho de Adão e Eva. Bastou que a serpente tentasse Eva para que ela, que até então não tinha nenhum pecado ou mal em sua vida, comesse do fruto proibido e ainda desse do mesmo à Adão. Ela ficou ali, diante do fruto, parada, dando trela à serpente; a tentação foi crescendo dentro dela até tornar-se em prática. Assim, cmo regra geral, fugir da aparência do mal, como manda a Palavra de Deus, é sempre uma ótima estratégia para se evitar a prática do pecado.
Logicamente, nem todos caem. Cair em pecado diante da tentação está ligado a inúmeros fatores, que podem ter diferentes "pesos de ponderação" (o quanto aquele fator contribui para a decisão final) para cada pessoa. Por exemplo, estar sozinho pode se constituir num fator que propicie a queda diante da tentação; porém duas pessoas diferentes podem reagir diferentemente diante da tentação quando sozinhas, sem mais ninguém por perto (ou seja, o fator tem peso de ponderação diferente para cada um).
Outra coisa: nem tudo que é tentação para uma pessoa é também para outra. Uns serão tentados diante de um rabo de saia; outros, diante de um copo de cerveja (especialmente se for bispo neopentecostal, sic). Outros ainda se sentirão tentados pelo fumo, outros pelo jogo, outros pelo dinheiro, outros, o sexo (com suas variantes - voyerismo, etc). O diabo sabe extamente a área em que cada um de nós é mais sucestível à queda. Justamente nestas áreas, a nossa vigilância deve ser maior. No que consiste esta vigilância? Consiste em estar atento ao menor sinal de complicação e, de maneira preventiva, literalmente "dar no pé".
Abre parênteses: Com o advento das "mulheres-fruta" e o seu sucesso financeiro e com os homens, cada vez mais as mulheres são tentadas a se tornarem "versões turbinadas" delas mesmas. Silicone aqui, silicone ali, dias de muitas dores na recuperação, dietas e horas de ginástica localizada somente para, ao final tudo, se sentirem objeto do desejo masculino. Fecha parênteses.
Concluindo: independente de seu grupo - conquistador ou preservador - volte-se para a realidade da Palavra de Deus, especialmente no que se refere às tentações. Não é o retiro que vai livrá-lo do pecado, tampouco é o seu envolvimento com o evangelismo estratégico a garantia de que você não pecará. O problema não é o lugar exterior, mas lugar interior, o coração - o lugar mais íntimo do homem. Apenas tratando do coração, com a vigilância, a oração e a dependência total e irrestrita de Deus é possível ao crente não pecar, e isso em qualquer época do ano. Parodiando a Bíblia, "e o Carnaval passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre".
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!
Para evitar que seus membros caiam em tentação, muitas igrejas promovem nesta época os chamados "retiros espirituais", geralmente em sítios ou chácaras, afastados dos grandes centros onde o carnaval tem sua maior expressão. Nestes retiros, os crentes em Cristo estariam "à salvo" de caírem em pecado, da "tentação de ligar a TV" e acabar participando ativa ou passivamente do carnaval, envolvidos em orações, estudos bíblicos e, dependendo da igreja, lazer (futebol, piscina, cachoeira, etc). Nesta argumentação, chama-los-ei de "grupo dos preservadores", que visam à todo custo preservar a pureza e a santidade dos crentes.
Para os membros deste grupo, é imprescindível que haja retiro no carnaval. Chegam a fazer cara feia se a igreja, por qualquer razão, deixa de promover o evento. O retiro é o fim dos problemas do crente, a solução para não pecar, o oásis espiritual em meio ao deserto de luxúria e pecado que assola a humanidade. É, na concepção destes, quase um "Bello Monte". Quer tacitamente, quer explicitamente, os preservadores crêem e defendem a realização do retiro de Carnaval como a única forma de garantir que os crentes não se desviem nesta época.
Já outras igrejas entendem que "este é o momento", a "grande oportunidade" de evangelizar "os mundanos perdidos", que "jazem no maligno". Daí, formam equipes de evangelismo ou até mesmo "blocos de carnaval evangélicos" - uma ação de evangelismo estratégico, com direito a mestre-sala e porta-bandeira, samba enredo, alegorias e tudo mais que é comum ao carnaval, mantendo-se, é claro, as devidas proporções. Aqui, estes serão chamados de "grupo dos conquistadores", cujo objetivo é conquistar todos os carnavalescos e admiradores para Cristo.
Não raramente, ambos os grupos "se estranham" mutuamete. Para os perservadores, os conquistadores são, na verdade, carnais enrustidos. O evangelismo é entendido como uma desculpa esfarrapada para dar lugar ao diabo e à carne. Os conquistadores, aqui, são vistos como libertinos, sensuais e sem o Espírito de Deus. Tal raciocínio advém da própria lógica do grupo dos preservadores: que é impossível alguém se envolver com carnaval, por mais espirituais e corretas que sejam as motivações, sem ser contaminado com ele.
Já do ponto de vista dos conquistadores, os preservadores não passam de legalistas, radicais religiosos, hipócritas. Segundo os conquistadores, os preservadores se isolam em retiros no carnaval porque, no seu íntimo, desejam mesmo é cair na folia. "É gente religiosa, que precisa deixar a Lei e passar a viver a graça de Deus", expressão que resume o sentimento e as opiniões dos conquistadores. A lógica predominante aqui é a do triunfalismo: invariavelmente, o crente ao tornar-se crente passou a viver em condição de "vitória imperdível e absoluta" - mesmo neste corpo mortal - sobre o diabo, o pecado e o mundo. As tentações não têm nenhum tipo de efeito sobre ele, pois ele é mais que vencedor, sempre! "Se foi tentado e caiu, é porque não era crente verdadeiro", é o consenso tácito do grupo.
Assim, para um grupo as tentações são irresistíveis; para outro, as tentações não existem, pelo menos em seus efeitos sobre o crente. Mas quem está com a razão, à luz da Bíblia: os preservadores ou os conquistadores? Será que as tentações têm ou não poder de influência sobre o crente em Cristo?
Primeiramente, é preciso conhecer o que a Bíblia tem a dizer sobre as tentações. Ora, o próprio Mestre de Nazaré nos ensinou a orar, e em sua oração nos ensinou a pedir que ao Pai para que Ele não nos deixe cair nas tentações (Lc 11.4). Também nos ensinou que devemos vigiar e orar para não cairmos em tentação (Mt 26.41), isto é, para que nós não cedamos às pressões da tentação. Segundo o apóstolo Paulo, o crente pode ser objeto de tentação, mas esta jamais será acima das nossas capacidades de suportá-la (I Co 10.13) - ou seja, é possível ser tentado e não cair em pecado. O próprio Senhor foi tentado em TODAS AS ÁREAS DA SUA VIDA (inclusive sexual), mas venceu TODAS as tentações COMO HOMEM, na dependência do Espírito Santo (Hb 2.18). Já Tiago nos diz que é possível ao homem suportar a tentação (Tg 1.12); ora, isso é revela-nos que diante da tentação é tanto possível ao crente resistir firme na fé quanto cair em pecado.
Cada um de nós é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Ou seja, o desejo que nos impele ao pecado não provém de Deus, mas de nós mesmos. Tentação, na Bíblia, é um sentimento fortíssimo em direção ao pecado, ao mal, que só pode ser resistido com a vigilância e oração e na total dependência de Deus. A tentação em si mesma não é pecado, só se tornando pecado quando e conforme a sugestão ao mal é aceita e se acede à mesma.
Consoante a este ensino, ambos os grupos estão errados. Os preservadores estão errados, porque não há necessariamente ligação entre a presença do mal (com a tentação) e a queda. É possível ao crente ser tentado e permanecer sem cometer o pecado que está sendo sugerido. Ora, se fosse diferente, ao tornar-se cristão o crente deveria imediatamente enclausurar-se em monastérios e conventos. A história mostra que tal prática - antiga no cristianismo - foi ineficaz em seus efeitos: os próprios monges, padres, madres, freiras acabavam cometendo toda a sorte de pecado - inclusive feitiçaria, prostituição e aborto - no interior de suas "redomas" preservacionistas.
Abre parênteses: Em muitos "retiros espirituais" é comum acontecerem fornicações e variantes, mesmo sem o conhecimento dos líderes e organizadores. É o casal que se afasta um pouco do grupo duarente o dia ou que se encontra à noite após todos dormirem. Quem quer pecar, dá sempre um jeito de conseguir consumar o desejo, independente do local onde esteja. Fecha parênteses.
A questão é: todos obrigatoriamente cairão em pecado diante do Carnaval? A resposta é não. Aliás, permita-me expandir o racicínio: tudo o que acontece no carnaval, acontece o ano todo também. Homem/Mulher pelada existe o ano todo - quer em revistas, quer em sites, quer mesmo na rua. Homem/Mulher querendo sexo casual? Há centenas de milhares, inclusive casado(a)s. A possibilidade de se transar com qualquer um/uma é imensa; é quase igual a probabilidade de se lançar uma moeda e dizer que dará uma das faces (sem especificar qual). E a feitiçaria? Ande nas ruas e inevitavelmente você verá anúncios, propagandas; receberá panfletos ou conversará com alguém que é praticante.
Abre parênteses: Se formos considerar feitiçaria aquilo que ela realmente é - a prática ou celebração de rituais, orações ou cultos com ou sem uso de amuletos ou talismãs (objetos ao qual são atribuídos poderes mágicos), com vista à obtenção de resultados, favores ou objetivos - então basta ir a uma igreja neopentecostal mais perto da sua casa e participar ativamente do "culto". Lâmpada ungida para banho de luz, rosa ungida, óleo de Israel, "água orada", toalhinha ensebada de unção fedorenta, sal grosso, manto sagrado, etc e outros "apetrechos espirituais" do gênero, que podem ser adquiridos ou de graça ou a preços módicos, e que garantem a solução dos males da pessoa. O que é isso, senão feitiçaria da braba com roupagem evangélica esfarrapada? Fecha parênteses.
Os conquistadores também estão errados. Sim, porque segundo o ensino bíblico o crente pode cair em pecado diante da tentação. Independente de seu estado espiritual, tentação será sempre tentação, enquanto neste corpo vivermos. Há pelo menos um testemunho bíblico poderosíssimo que corrobora esta verdade: o testemunho de Adão e Eva. Bastou que a serpente tentasse Eva para que ela, que até então não tinha nenhum pecado ou mal em sua vida, comesse do fruto proibido e ainda desse do mesmo à Adão. Ela ficou ali, diante do fruto, parada, dando trela à serpente; a tentação foi crescendo dentro dela até tornar-se em prática. Assim, cmo regra geral, fugir da aparência do mal, como manda a Palavra de Deus, é sempre uma ótima estratégia para se evitar a prática do pecado.
Logicamente, nem todos caem. Cair em pecado diante da tentação está ligado a inúmeros fatores, que podem ter diferentes "pesos de ponderação" (o quanto aquele fator contribui para a decisão final) para cada pessoa. Por exemplo, estar sozinho pode se constituir num fator que propicie a queda diante da tentação; porém duas pessoas diferentes podem reagir diferentemente diante da tentação quando sozinhas, sem mais ninguém por perto (ou seja, o fator tem peso de ponderação diferente para cada um).
Outra coisa: nem tudo que é tentação para uma pessoa é também para outra. Uns serão tentados diante de um rabo de saia; outros, diante de um copo de cerveja (especialmente se for bispo neopentecostal, sic). Outros ainda se sentirão tentados pelo fumo, outros pelo jogo, outros pelo dinheiro, outros, o sexo (com suas variantes - voyerismo, etc). O diabo sabe extamente a área em que cada um de nós é mais sucestível à queda. Justamente nestas áreas, a nossa vigilância deve ser maior. No que consiste esta vigilância? Consiste em estar atento ao menor sinal de complicação e, de maneira preventiva, literalmente "dar no pé".
Abre parênteses: Com o advento das "mulheres-fruta" e o seu sucesso financeiro e com os homens, cada vez mais as mulheres são tentadas a se tornarem "versões turbinadas" delas mesmas. Silicone aqui, silicone ali, dias de muitas dores na recuperação, dietas e horas de ginástica localizada somente para, ao final tudo, se sentirem objeto do desejo masculino. Fecha parênteses.
Concluindo: independente de seu grupo - conquistador ou preservador - volte-se para a realidade da Palavra de Deus, especialmente no que se refere às tentações. Não é o retiro que vai livrá-lo do pecado, tampouco é o seu envolvimento com o evangelismo estratégico a garantia de que você não pecará. O problema não é o lugar exterior, mas lugar interior, o coração - o lugar mais íntimo do homem. Apenas tratando do coração, com a vigilância, a oração e a dependência total e irrestrita de Deus é possível ao crente não pecar, e isso em qualquer época do ano. Parodiando a Bíblia, "e o Carnaval passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre".
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!