quarta-feira, 15 de maio de 2019

REFIDIM: LUGAR DE REFRIGÉRIO OU DE CONTENDA?

Depois toda a congregação dos filhos de Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas, segundo o mandamento do Senhor, e acampou em Refidim; não havia ali água para o povo beber.
Então contendeu o povo com Moisés, e disse: Dá-nos água para beber. E Moisés lhes disse: Por que contendeis comigo? Por que tentais ao Senhor?
Tendo pois ali o povo sede de água, o povo murmurou contra Moisés, e disse: Por que nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós e aos nossos filhos, e ao nosso gado?
E clamou Moisés ao Senhor, dizendo: Que farei a este povo? Daqui a pouco me apedrejará.
Então disse o Senhor a Moisés: Passa diante do povo, e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai.
Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas e o povo beberá. E Moisés assim o fez, diante dos olhos dos anciãos de Israel.
E chamou aquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós, ou não? 
(Êxodo 17:1-7)


Chegando os filhos de Israel, toda a congregação, ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades; e Miriã morreu ali, e ali foi sepultada.
E não havia água para a congregação; então se reuniram contra Moisés e contra Arão.
E o povo contendeu com Moisés, dizendo: Quem dera tivéssemos perecido quando pereceram nossos irmãos perante o Senhor!
E por que trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para que morramos aqui, nós e os nossos animais?
E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este lugar mau? lugar onde não há semente, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem tem água para beber.
Então Moisés e Arão se foram de diante do povo à porta da tenda da congregação, e se lançaram sobre os seus rostos; e a glória do Senhor lhes apareceu.
E o Senhor falou a Moisés dizendo:
Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais.
Então Moisés tomou a vara de diante do Senhor, como lhe tinha ordenado.
E Moisés e Arão reuniram a congregação diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos água desta rocha para vós?
Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saiu muita água; e bebeu a congregação e os seus animais.
E o Senhor disse a Moisés e a Arão: Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes tenho dado.
Estas são as águas de Meribá, porque os filhos de Israel contenderam com o Senhor; e se santificou neles.
(Números 20:1-13) 


Refidim significa "repouso", “Lugar de Descanso”, ou ainda, “Lugar de Refrigério”, e é um nome apropriado para a parte central do Wadi Feiran - o ponto mais fértil em toda a península, onde geralmente há água abundante, rica vegetação e numerosas palmeiras. (Lepsius, Tour de Tebas ao Sinai, pp. 21, 37; Stanley, Sinai e Palestina, pp. 40, 41). Era um oásis em meio ao deserto. Provavelmente havia em todos a expectativa de que lá chegando, sua sede seria saciada. Porém não havia água em Refidim (Êx 17.1) e, em sua impaciência, o povo estava pronto para apedrejar Moisés, como se ele fosse a causa daquela situação. Segundo eles, Moisés os teriam conduzido àquele lugar "para que morramos aqui, nós e os nossos animais"; um lugar "mau",  "onde não há semente, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem tem água para beber." Rapidamente, esqueceram-se das promessas de Deus, de todo o livramento sobrenatural no Egito e de toda a proteção de Deus ao longo da jornada.

Veja: Israel era guiado pelo Senhor por meio da nuvem e da coluna de fogo, sendo levado até Refidim pelo próprio Senhor, o qual sabia que não havia água ali! Sim, não foi Moisés, mas sim o próprio Deus quem os havia levado a Refidim. Por que?


I. REFIDIM É O LUGAR DE TESTAR A CONFIANÇA EM DEUS.

A razão do Senhor levar Seu povo Refidim é fazê-los viver em contínua dependência Dele, nas mínimas coisas. Não há verdadeiro relacionamento com Deus sem haver genuína dependência Dele. DEPENDER DE DEUS É O QUE A BÍBLIA CHAMA DE FÉ. 

Hoje há muita gente falando de fé. Falam que é preciso ter fé para alcançar bênçãos, incentivam as pessoas a exercerem sua fé por meio de declarações de fé e de provas de fé: se você crê, então dê isso ou aquilo - dê sua grana, dê a melhor nota que está no seu bolso, dê suas posses, dê seu "sacrifício de fé". Uma fé tal como essa é louvada nos meios religiosos, porque mantém os bolsos cheios daqueles que se valem dela para apascentarem a si mesmos. No entanto, este tipo de fé está radicalmente contrário ao conceito bíblico de fé! Trata-se de uma fé superficial, positivista, materialista e circunstancial. Uma fé que fenece com a mudança/prolongamento da circunstância vivenciada. 

A fé bíblica envolve um relacionamento de confiança com e em Deus. A medida que vou me relacionando com Deus, mas vou conhecendo-O e mais vou confiando Nele. E a medida que cada vez mais vou confiando Nele, mais vou me relacionando com Ele! Não envolve necessariamente "dar alguma coisa", mas sim "viver com alguém", como num relacionamento amoroso, onde a intimidade cresce a medida que o relacionamento avança. É nessa base que o ensino de Jesus sobre "pedi, pedi" se fundamenta - é o pedido de um(a) filho(a) para Seu Pai: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?" (Mateus 7:7-11) Percebe? Não é a relação "divindade x homem", baseada no egoísmo de ambas as partes, típica das religiões; é, antes, a relação familiar, de um amoroso Pai atento às necessidades e pedidos dos seus amados(as) filhos(as)!

Esse relacionamento é o centro, o núcleo básico de toda a fé cristã. Esse relacionamento foi estabelecido na criação do homem, quebrado pelo homem e restaurado por Deus por meio de Cristo Jesus! Precisamos compreender que nosso pecado no Éden foi mais do que simplesmente comer um fruto proibido. Foi uma ação movida pela dúvida acerca do caráter de Deus: “Deus realmente não se importa com você. Deus realmente não tem seus melhores interesses no coração. Ele só se importa com Ele mesmo: Ele não quer compartilhar o melhor com vocês”! (Gn 3.5) 

Isso nos remete a maior crise que um homem pode experimentar: a crise de fé. CRISE DE FÉ DO HOMEM – CONFIAR OU NÃO EM DEUS? É com essa decisão que nos deparamos todos os dias da nossa vida: confio em Deus ou não? Se Deus terá um povo escolhido exclusivo para Si, esse povo também deverá escolher exclusivamente Deus. E ISSO EM TODAS AS COISAS E EM TODAS AS HORAS, EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS E OCASIÕES. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na vida e na morte! Os reveses da vida não acontecem porque Deus deixou de nos amar, nunca! O amor de Deus por nós é sempre o mesmo, intenso e puro, no mais alto grau possível; Deus nos ama com TODO o Seu ser - Ele é Amor!

Refidim, portanto, é o lugar onde a Providência nos traz para o julgamento de nossa fé, para que Deus seja glorificado em nosso alívio! O REFRIGÉRIO NÃO É O LUGAR, MAS DEUS CONOSCO NESSE LUGAR! O refrigério é possível mesmo em meio a situações desfavoráveis ou negativas, porque o refrigério é uma Pessoa: é Jesus! O refrigério SEMPRE será uma realidade na vida daquele que crê em Jesus, mesmo que acamado e doente, mesmo que pobre, mesmo que triste ou de luto! Essa é a grande lição que Deus queria ensinar ao Seu povo, levando-os a um oásis sem água! No entanto, o que aconteceu? Porque não havia água em Refidim, todos os israelitas começaram a murmurar, e a questionar a Moisés. Por causa deste episódio, o lugar passou a ser chamado de Meribá, que significa “contenda”. Tudo porque tentaram ao Senhor, dizendo: “Está o Senhor no meio de nós, ou não?” (vv.3,7).

Eles começaram a questionar se Deus estava com eles ou não, mesmo após eles terem recebido tremendas provas do poder e da bondade de Deus. ELES, AO MURUMURAREM, CONTENDERAM COM O SENHOR. A murmuração deles gerou contenda com Deus! Contenda é sinônimo de litígio, de briga, de desavença, de conflito. Eles arrumaram briga com Deus! Reclamaram, reclamaram, reclamaram... falaram o que não devia, falaram demais! Essa é uma das consequências da murmuração: comprar briga com Deus. Deus é bom; Sua bondade e Sua misericórdia nos seguem todos os dias da nossa vida (Sl 23.6), mas basta que enfrentemos uma situação ruim - ou mesmo que visualizemos a possibilidade de enfrentá-la - que rapidamente nos esquecemos do Amor de Deus por nós! Rapidamente nos esquecemos do Senhor, e passamos a nos queixar uns para com os outros sobre Deus! Ao passar reveses, nunca queixe-se de Deus!

Por que murmuraram? Pela mesma razão porque murmuramos: porque imaginamos que a presença do Senhor é a garantia de que jamais atravessaremos momentos de privações e tribulações. Por isso, tão logo enfrentemos adversidades, começamos a murmurar, pondo o Senhor à prova. E qual é a primeira idéia que vem a mente numa hora como esta? A ideia de retroceder. Em Meribá, Israel considerou retroceder. O presente marcado pela adversidade era ofuscado pelo passado de abundância no Egito. Naquele instante, a Terra Prometida, antes tão almejada, parecia não passar de uma miragem. Será que valeria a pena prosseguir? Os hebreus chegaram a dizer que preferiam ter morrido à ter que passar por aquela situação (Nm 20.3). Quantas vezes também pensamos em retroceder? Em voltar para o mundo, para as facilidades e prazeres fáceis, do que encarar os desafios de fé à nossa frente! Ficamos a imaginar como teria sido se tivéssemos ficado por lá. Refidim é lugar marcado pelo futuro do pretérito, que nos excita a questionar como poderia ter sido diferente. Nessas horas, lembre-se: O Senhor não tem prazer em quem recua, mas em quem vive pela fé (Hb 10.38). O Egito - o mundo - nunca será uma opção para aqueles que dele foram libertos por Deus! É melhor ir com Deus na jornada pelo deserto da existência do que voltar para o Egito, lugar dos prazeres mundanos contínuos e da escravidão do pecado! 

Todos nós, querido(a) leitor(a), que somos de Deus, vamos viver mais dia menos dia o nosso deserto pessoal com o Senhor! Todos nós teremos que passar aflições, angústias, desespero, tristezas e mágoas! Iremos para o deserto com o Senhor por várias razões e circunstâncias - mesmo até por optar em seguir ao Senhor e Dele não abrir mão não importa o que aconteça! Não importando o que precise ser perdido e/ou deixado para trás, sempre devemos seguir firmemente o Senhor Jesus no nosso viver! Cargos, títulos, posições, renome, bens, propriedades, etc..., às vezes até pessoas que amamos... cada um sabe aquilo que o Senhor demanda que seja deixado para O seguir, esse é um chamado pessoal com demandas individuais não generalizáveis e não extensíveis a ninguém!     

II. A PROVISÃO VIRÁ EM REFIDIM, SE VOCÊ PERMANECER FIEL AO SENHOR A DESPEITO DAS CIRCUNSTÂNCIAS.

Para mostrar Seu poder, bem como Sua piedade, e fazer de Refidim um milagre de misericórdia, o Senhor mandou Moisés falar à Rocha, de forma que ela desse água para Seu povo: "falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água" (Nm 20.8). Aquela rocha seguia Israel. É interessante notar que enquanto no texto de Números a ordem é falar a rocha, no texto de Êxodo a ordem é ferir a rocha. Podemos juntar ambas as instruções: Moisés deveria pegar seu cajado, falar a rocha que desse água e com o cajado então realizar o milagre, exatamente como ele fez na ocasião do mar Vermelho: "Assim diz o Senhor: rocha, dê água!" e então Moisés bateria com o cajado nela e a água brotaria da rocha diante do povo, que veria que o Senhor havia operado o milagre diante deles!

Aquela Rocha que seguia Israel era Cristo (I Co 10.4). Precisamos aprender a depender da graça de Cristo em meio às nossas lutas e batalhas pessoais, aos nossos desertos individuais. Aprender a confiar no Senhor. Havia um suprimento constante e abundante dessa água para os filhos de Israel. E esta água flui de Cristo no deserto estéril deste mundo, para refrescar nossas almas, até que venha a glória eterna de Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores! Beber da água que Cristo dá é o que precisamos para ter uma fonte dentro de nós que nos dessedentará nos desertos da vida: "mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna" (João 4:14). Agora, note: é beber de Cristo, diretamente Dele! Não do poço da religião ou do Graal da invencionice mundana! Na hora da sede, a religião manda você beber da água turva do seu poço fundo, cheia de triunfalismos irreais, de "boas obras com aparência de piedade" mas inúteis quanto a natureza e realidade espiritual; o mundo manda beber da psicologia e da filosofia, da auto-ajuda e do conhecimento. Mas só Jesus pode dar a água que mata definitivamente a sede humana! 

Moisés sabia o que precisava ser feito. Mas o que ele fez? "Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara" (Nm 20.11). Ele não falou! E ainda por cima deu duas pancadas na rocha! Na fala dele, é fácil perceber que estava irado - e muito! Porém, quando ele agiu assim, ferindo a rocha sem falar com ela, com ira, além de desobedecer ao Senhor ele fez parecer que ele era a fonte do milagre! Esse era o problema, veja o que Deus disse: "Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel". Noutras palavras, "Vocês não me santificaram diante deles! Eles estão achando que o milagre é de vocês, que vocês são a fonte da bênção!" Aqui vai um sonoro e reverberante "ai" para os pastores, apóstolos, profetas, donos de denominação, presidentes, etc. que se assenhoram de pessoas, que agem como se eles fosse deus, que se auto-glorificam por aquilo que as pessoas recebem de sobrenatural, como se fossem eles a causa disso! Os que assim agem, estão roubando a glória de Deus para si mesmos! Não estão santificando o Senhor! Deus reprovou aquela atitude de Moisés e, por causa dela, ele não poderia entrar na terra prometida; assim também esses que assim agem ficarão de fora da bênção de Deus!

Perceba que há mais envolvido aqui: se olharmos agora a partir da revelação do Novo Testamento, Moisés feriu com ira 2 vezes a... Cristo! Ele deveria falar a Cristo e então, com sua vara, tocá-lo com fé, obedecendo a Deus, de forma que as águas da vida fluíssem do Senhor! Não dar pancadas iracundas no Senhor: "como é Senhor, vai dar ou não essa bênção?" Tem gente que fala assim com Deus, cheio de arrogância, de empáfia! Cheio de palavras de ordem, como se o Senhor fosse seu servo! Blasfemos isolentes! Tão pensando que estão falando com quem?? "Se não der, rasgo a Bíblia!" Pois vai rasgar não uma, mas dezenas; e ter seu nome rasgado do livro da vida - se é que algum dia teve o nome escrito nele! QUEM DETERMINA SE DÁ OU NÃO DÁ UMA BÊNÇÃO É O SENHOR, NÃO VOCÊ! É Ele quem determina a extensão da jornada de cada um no deserto - se 1 dia, se 10 dias, se 100 dias, se 1000 dias, se 40 anos ou se a vida toda! É Ele quem dá a Sua água e o Seu pão que desce do céu! É Ele que tem poder sobre a vida para a tirar ou sobre a morte para torná-la em vida! O diabo e todo o inferno se curvam diante Dele, pois sabem que Ele é Senhor; Tiago nos diz que os demônios crêem na existência do Senhor — e tremem diante Dele! (Tg 2.19) NÃO QUEIRA DAR SHOWZINHO USANDO DEUS!


Querido(a), confie no Senhor e fale com Ele – mas não bata Nele de jeito nenhum! Não bata na Rocha! Não cometa violência contra ela! Não crie piore ainda mais as coisas, brigando com o Senhor por causa da sua necessidade! Tenha respeito pelo Senhor, santifique-O em sua vida! Na relação com o Senhor - e em toda a vida - a gente é sempre humilde e quebrantado! Ele é Rocha Eterna, se Ele cair sobre nós viramos pó e se cairmos sobre Ele ficamos em pedaços (Mt 21.44)! Diante Dele a terra treme, o mar fumega e os montes se abatem! Ele é o Todo-Poderoso, Aquele que era, que é e que há de vir, o Primeiro e o Último, o Alfa e o Ômega de toda a criação, quer visível quer invisível! Ele é o Leão da Tribo de Judá, a raiz de Davi, Aquele que esteve morto e reviveu! Assim, diante dele, honra e respeito, reverência, quebrantamento e súplica, temor e tremor: "Ao Senhor dos exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro" (Is 8.13)!  LEMBRE-SE: BATER NA ROCHA CUSTOU A ENTRADA NA TERRA PROMETIDA PARA MOISÉS, E PODE CUSTAR A SUA BÊNÇÃO PROMETIDA TAMBÉM!

Moisés preservou sua imagem diante de Israel, mas expôs a autoridade de Deus. Por querer dar espetáculo, surrou a rocha, em vez de tão-somente lhe dirigir a palavra: Não vá além do que Deus mandou. A água vai jorrar de um jeito ou de outro, mas devemos nos importar antes com o que é certo do que com o que dá certo. Os homens querem o espetáculo, o show, a performance. Mas Deus requer fidelidade à toda prova. É MELHOR O QUEBRANTAMENTO E O ESPÍRITO DE SÚPLICAS DO QUE ARROGÂNCIA, PORQUE DEUS RESISTE AOS SOBERBOS MAS DÁ GRAÇA AOS HUMILDES. (I Co 2.3) 

Refidim é lugar de refrigério ou de contenda, depende de você. 

Pense nisso!
Graça e paz!

(SERMÃO MINISTRADO EM 29/01/2017 - SOLI DEO GLORIA)

sexta-feira, 10 de maio de 2019

VERDADES SOBRE A VOLTA DE JESUS NA PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS

Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo.
E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas.
As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo.
Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas.
E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram.
Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro.
Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.
E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam.
Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós.
E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta.
E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos.
E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço.
Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.

(Mateus 25:1-13)


Jesus diz que a realidade do Reino dos Céus, na Terra, particularmente no que se refere a Sua segunda vinda, seria semelhante a um casamento. Devemos lembrar que enquanto a noiva é a Igreja em sua unidade coletiva, os personagens contrastados, membros da Igreja, são aqui representados pelas virgens.  

Segundo o costume da época, depois que os casamentos eram concluídos na casa do pai da noiva, o noivo trazia a noiva para sua própria morada. O costume judaico exigia que as damas de honra esperassem na casa do noivo, para recebê-lo e à noiva, e como era comum que isso ocorresse depois do pôr-do-sol, elas recebiam lâmpadas.


I. AS DEZ VIRGENS E A REALIDADE DOS QUE PROFESSAM FÉ EM CRISTO NOS ÚLTIMOS DIAS.

As dez virgens representam a totalidade daqueles que esperam o retorno de Jesus; portanto, daqueles que conhecem a realidade de Sua vinda e crêem nessa promessa. Dessas dez virgens, 05 eram prudentes, 05 eram néscias (ignorantes). Nos últimos dias, haverá dois grandes grupos de pessoas dentre aqueles que professam fé em Cristo: os néscios (ou loucos) e os prudentes. 

Os Prudentes são aqueles que permanecem em estado de contínua vigilância, sempre verificando o seu estado espiritual de acordo com a Palavra de Deus – “Examine-se, pois, o homem a si mesmo” (I Co 11.28), pois sabem que a vinda do Senhor será repentina. Logo, sabem que precisam estar preparados para esse grande dia.  

Por sua vez, os Néscios são aqueles que vivem a vida como se Jesus nunca fosse voltar; vivem de forma desleixada, despreocupada. Vivem a sua maneira, achando que está tudo bem. São pessoas que professam fé em Jesus, batizadas nas águas, frequentadoras de cultos denominacionais...pessoas muitas vezes ativas e com cargos e posições, porém, são puramente religiosas. A religião tem o poder de obscurecer os olhos espirituais de cada pessoa; ela faz com que o acreditemos que estamos sendo aprovados por Deus porque somos aprovados pelos líderes religiosos e em conformidade com os dogmas da religião, quando na verdade estamos distantes de Deus. Na religião, ficamos confortáveis, nos sentimos justos e bons, justificando todas as nossas ações, por mais cruéis que sejam, na própria religião. Toda religião, qualquer que seja, é inútil em seus efeitos, isto é, o invés de "religar o homem a Deus" a religião "mantém o homem desligado de Deus".  

É interessante notar que tanto as prudentes quanto as néscias possuíam lâmpadas; porém apenas as primeiras possuíam azeite para acendê-las. O Senhor Jesus, na parábola, diz que ambas "tomaram as suas lâmpadas" (v.3). Cada uma tomou a lâmpada que possuía. Perceba, portanto, que cada um de nós é responsável por si mesmo. Todos aqueles que buscam a Cristo devem tomar as suas próprias decisões e se prepararem pessoalmente. Essas lâmpadas eram usadas para iluminar o caminho a ser seguido. Lâmpadas representam nossos atos ligados a fé cristã: exercer cargos, pregação, frequentar igreja, fazer boas obras, cantar/dançar, oração, dar ofertas a igreja, etc. Representam também a Palavra de Deus: "Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho"(Salmos 119:105). Para que elas funcionassem, isto é, para que as lâmpadas pudessem iluminar o caminho, elas eram abastecidas com azeite. Sem azeite, a lâmpada era inútil. O azeite, na Bíblia, é um dos símbolos do Espírito Santo.

Perceba, querido(a) leitor(a), então, o que Jesus nos quer ensinar: Que sem o Seu Espírito, não haverá luz para nos guiar até Ele - e, portanto, estaremos andando em trevas - independente daquilo que façamos. Note: De que adianta ter uma lâmpada e não ter o azeite para acendê-la? Assim, de nada adiantam os atos de fé sem o Espírito Santo controlando e iluminando a nossa vida e obra. Sem Ele, tudo o que fazemos é inútil do ponto de vista de Deus, por mais esforço humano que empreguemos nessas atividades. Vou mais além: sem o Espírito Santo, nem mesmo a Bíblia nos terá qualquer utilidade prática! Sem Ele, a leitura da Bíblia não trará qualquer edificação espiritual, pessoal ou coletiva. Não irá adiantar esmerar-se em decorar textos, em conhecer textualmente as Escrituras e recitá-las com exímia perfeição, em agregar conhecimento sobre conhecimento ligado a Palavra de Deus, sem o Espírito Santo para iluminar nossos corações com a revelação da aplicação da Palavra no nosso homem interior! Será mero academicismo vazio, retórica falida do ponto de vista espiritual, produto da mente e do orgulho humano. Estaremos, mais uma vez, comendo da árvore do conhecimento e ignorando a árvore da vida!

O conhecimento bíblico é importante? Claro que sim! Mas junto com o conhecimento vem a submissão, a dependência, a sensibilidade à voz do Espírito Santo. É Ele quem nos há de guiar em toda a verdade. Foi isso que o Senhor Jesus disse: "No entanto, quando o Espírito da verdade vier, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos revelará tudo o que está por vir" (João 16:13). 

A verdade é que sem o Espírito Santo, qualquer ato que façamos, por mais bonito e bem-intencionado que seja, são ATOS INDEPENDENTES DE DEUS, os mesmos atos que são praticados por PESSOAS SEM DEUS: baseados em JUSTIÇA PRÓPRIA. Baseados em ORGULHO. Nos últimos dias haverá uma imensa quantidade de pessoas aparentemente piedosas e cheias de boas obras, algumas até hiperativas na Obra de Deus, mas vazias e sem o Espírito Santo. Tem a ação externa, mas não a evidência interna. Gente de coração duro: obstinados e resistentes a voz do Espírito Santo. Pessoas que são como aquelas virgens néscias: tem a lâmpada mas não tem o azeite para acendê-la. Tem aparência de piedade, mas negam o poder dessa piedade (II Tm 3.5) em suas próprias vidas e, consequentemente, em suas obras. O descaso dessas pessoas com o Espírito é de tal monta que que sequer cogitam o óbvio: levar azeite extra para acender a lâmpada! Afinal, é sempre melhor estar prevenido!

Nos últimos dias também haverá um outro grupo de pessoas que estarão atentas à voz do Espírito Santo, em total obediência e submissão a Ele. Pessoas que estarão santificando suas vidas e trabalhando na Seara do Mestre (na seara do Mestre, não no projeto de poder temporal de alguém), na dependência do Espírito, porque sabem que Jesus está voltando a qualquer momento. Esses são como as virgens prudentes: tem a lâmpada mas também possuem o azeite nas vasilhas. Sabem que seus esforços humanos serão vazios e inúteis sem o Espírito do Senhor: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos” (Zc 4.6). Essas pessoas - as virgens prudentes - podem não ter a mesma performance das néscias, podem não ter o mesmo currículo, ou ocupar cargos importantes, ou serem eloquentes, mas sabem que precisam do Espírito Santo em suas vidas e buscam Dele depender. Sabem que precisam estudar a Palavra, mas rogam ao Espírito Santo que a Palavra estudada seja incorporada em seu viver pelo Senhor! Não ficam confortáveis em ter a Palavra a nível mental, pois sabem que tem imensa necessidade de que ela esteja embutida em seu viver cotidiano, transformando e moldando seu estilo de vida! E sabem que isso só é possível SE, E SOMENTE SE, o Espírito vivificar a Palavra ouvida, estudada e aprendida! É Ele, e somente Ele, quem pode escrever a Palavra na "tábua de pedra" que é o nosso coração! Sem o Espírito Santo, ninguém, jamais e em momento algum, será convertido ao Senhor Jesus!  

No entanto, perceba um importante detalhe que o Senhor acrescenta: Ambos os grupos de virgens, néscias e prudentes, adormeceram. Ambos os grupos – prudentes e néscias – caíram num estado crescente de torpor espiritual. Aqui vemos a CRISE DA NOITE. Eu chamo "a crise da noite" aquele período/época de apatia, de esfriamento, de cansaço espiritual que todos os cristãos passam ou passarão antes da vinda do Senhor e que se intensificará a medida que nos aproximarmos de Sua Vinda. Um período onde parece que o Senhor está longe, distante; um período onde tudo que se refere a fé em Cristo fica muito mais difícil de ser vivido, onde parece que nada dá certo, que tudo é "mais do mesmo". 

Nessa época, na noite, as virgens são tomadas de sono: significa literalmente “toscanejaram”, indicando o estágio inicial do sono. Nesse estágio, o indivíduo ainda se preocupa com seu estado espiritual, sentindo importância por sua alma. Mas não está totalmente alerta como deveria estar, nem possui o senso de urgência que deveria possuir. Esse primeiro estágio evolui para um segundo, mais profundo: adormecimento. Adormecer denota um sono contínuo: Nesse "sono" há uma negligência total com as coisas espirituais. É o ápice da crise da noite! E a meia-noite, na período de mais intensa treva, é que o Noivo vem! Ele pode até tardar, porque não quer que ninguém se perca, mas saiba isto: Ele vem!

Observe que Paulo nos exorta a nos despertamos do sono, porque a nossa salvação (i.e., redenção final) está mais próxima agora do que quando nos tornamos crentes! Esse “despertar” envolve nos despirmos das obras das trevas e nos vestirmos com as armas da luz (Rm 13.11-14). 


II. A VINDA DO SENHOR JESUS ACONTECERÁ NA HORA EM QUE NINGUÉM MAIS AGUARDA QUE ELE VENHA.

“A meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro” (v.6): Quem esperaria um casamento para tão avançada hora? Jesus vem numa hora inesperada, ou seja, quando ninguém está mais esperando, quando já desistiram de esperá-lo naquele “dia” (“dia” = dia, semana, mês, ano, época). 

O grito “eis o noivo!” será ouvido por todos, até por aqueles que estarão dormindo um sono espiritual. Para os prudentes, que se prepararam, bastará levantar e seguir em frente em direção a Cristo. São genuinamente convertidos! Para os néscios, que não se prepararam, não haverá tempo para fazê-lo nesse momento.  A verdade é que quando esse clamor acontecer, não haverá mais tempo para preparação, para arrependimento, para conversão, para buscar o Espírito Santo, para se reconciliar com Deus... para mais nada!   

As néscias pediram às prudentes o azeite, mas as prudentes disseram “não”. É possível ensinar a Palavra, mas o aprendizado é individual; é possível ensinar sobre santificação, mas ela é um processo individual. É possível pregar sobre a Vinda de Jesus, mas cada um deve preparar-se para esse dia. E isso, querido(a), só pelo Espírito Santo, pois só Ele é capaz de convencer o homem da sua situação diante de Deus! E o relacionamento que cada pessoa tem com o Espírito Santo é intransferível. E que não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele (Rm 8.9). As prudentes então mandam as néscias irem àqueles que vem azeite, para comprá-lo para si mesmas. "Ide e comprai!", elas dizem; enquanto isso, O Vendedor está dizendo "Venham e comprem!": "Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar" (Isaías 55:1,6,7).

 À meia-noite, os templos onde as igrejas se reuniam estão fechados, vazios! Como diz o antigo hino, "o mercado está vazio, seu trabalho já parou. O martelo dos obreiros, seu barulho já cessou. Os ceifeiros lá no campo terminaram seu labor. Toda Terra está em suspense, é a Volta do Senhor!" Onde encontrar o tão precioso azeite nessa hora? No entanto, a parábola parece indicar que as virgens néscias acharam o azeite, mas já era tarde demais! Aqui há uma severa advertência: HÁ UM TEMPO DETERMINADO PARA SER SALVO, DEPOIS DO QUAL NÃO HAVERÁ MAIS OPORTUNIDADE! Sim, há um tempo! Enquanto Noé construía a arca, havia chance de arrependimento! Porém, a arca ficou pronta, Noé e sua família e os animais entraram, Deus fechou a porta da arca e todos aqueles homens ímpios morreram nas águas do dilúvio. Enquanto o Senhor não vier, há oportunidade! Mas, quando Ele vier, já não dá mais! Quando a porta se fechar, quem não pode entrar - porque não quis, não dando importância a preparação para isso quando podia - não terá uma segunda oportunidade. O destino eterno estará selado. 

Jesus nos diz que então o noivo entrou com a noiva, o cortejo entrou junto e a porta foi fechada! E ficará fechada para sempre! As virgens néscias até tentaram uma última oporunidade. Elas clamaram "Senhor! Senhor!, abre-nos a porta!" Todas as 5 vezes que essa expressão aparece na Bíblia, refere-se a atitude de pessoas que professam conhecer o Senhor mas que não crêem verdadeiramente Nele e nem O esperam (Mt 7.21,22; 25.11; Lc 6.46,13.25). O noivo, no entanto, respondeu às néscias: Em verdade vos digo que vos não conheço. “Não vos conheço” dirá o Noivo às virgens imprudentes! "Nunca vos conheci, apesar daquilo que vocês pretensamente fizeram em Meu nome. Na verdade, fizeram para vocês mesmos, fizeram sem Mim, me excluíram das Suas vidas. Eu não sei quem vocês são"! (Mt 7.23)

CONCLUSÃO:

Muitas lições podem ser aprendidas com essa parábola contada por Jesus. A necessidade de vigiar sempre sobre a própria vida (e não dos outros), se está ou não na fé; a necessidade imperiosa da dependência do Espírito Santo, etc. Como está sua vida, diante dessa parábola? Olhando para sua vida, com toda a sinceridade, responda: como você se vê, como virgem prudente ou como virgem néscia? 

Pense nisso!
Graça e paz!