sexta-feira, 14 de outubro de 2011
RUDIMENTOS DA DOUTRINA DE CRISTO - V: RESSURREIÇÃO DOS MORTOS E JUÍZO ETERNO
Nesta argumentação, estudaremos os últimos dois temas que compõem a série "Rudimentos da Doutrina de Cristo", conforme citado pelo autor da Epístola aos Hebreus: a ressurreição dos mortos (do grego "anastaseos te nekron", αναστασεως τε νεκρων) e o juízo eterno (do grego "krimatos aioniou", κριματος αιωνιου). Ambas as doutrinas concluem o tema abordado, bem como ambos os acontecimentos concluem a história da humanidade sobre a Terra, de uma forma ou de outra. Por razões didáticas, serão abordados juntos, aqui nesta argumentação.
A ressurreição dos mortos é uma das doutrinas mais bem estabelecidas nas Escrituras Sagradas. A ressurreição é definida como sendo "o retorno da vida ao corpo morto". Ela é abordada de forma básica no Antigo Testamento e de forma completa no Novo Testamento.
1) No Antigo Testamento:
O Antigo Testamento traz episódios de ressurreição individual, onde a pessoa ressuscitada tornaria, posteriormente, a morrer novamente. Por exemplo, Eliseu ressuscitou o filho da Sunamita (região de Suném, cidade que ficava localizada perto do monte Gilboa, no vale de Jezreel, local onde acamparam os filisteus antes do combate com o Rei Saul), filho este que era fruto do milagre na vida daquela mulher (II Rs 8.1). Mesmo depois de morto, Eliseu continuou a operar a ressurreição: um morto, lançado em sua sepultura, tocando nos ossos do profeta, tornou a viver novamente (II Rs 13.20,21).
A promessa da ressurreição de Israel enquanto nação, para viver segundo os propósitos eternos de Deus, é também prometida, de forma grandiosa, por exemplo no Livro de Ezequiel, por ocasião da visão do vale de ossos secos (Ez 37.1-14): a nação, que se constituía naquela visão num vale de ossos sequíssimos, se tornaria milagrosamente num grande exército de redivivos, que ocuparão sua própria terra!
A ressurreição do corpo humano da sepultura é um ensino claro na Palavra de Deus. Jó, o mais antigo dos patriarcas, disse: "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus" (Jó 19.25,26). É evidente que Jó cria firmemente na ressurreição de seu corpo e numa futura vida além da sepultura.
Abraão, o fundador e pai de sua raça (e dos crentes, pela fé) viveu 175 anos e morreu "em boa velhice, velho e farto de dias" (Gn 25.7,8). Porém, ele "esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus." (Hb 11.10) Ao levar seu único filho, Isaque, para ser sacrificado num monte na região de Moriá, Abraão, firme na promessa feita por Deus de que em Isaque seria chamada a sua descendência, "considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar" (Hb 11.18).
A Palavra de Deus refuta o ensino errôneo de que a ressurreição se refere ao espírito do homem, e não ao seu corpo. Nem a alma nem o espírito do homem morrem, biologicamente falando, mas é o corpo que morre e é enterrado. Por isso, o corpo é que deve ser ressuscitado dentre os mortos, e não a alma ou espírito.
No último capítulo do livro de Daniel, o anjo que lhe falava assim revela: "E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno." (Dn 12.2) Observe a ligação feita entre a ressurreição e o destino eterno dos ressuscitados, mencionando também duas ressurreições. Esta ligação entre os dois temas é constantemente encontrada no Novo Testamento!
2) No Novo Testamento:
Quando Nosso Senhor Jesus esteve sobre esta Terra, Ele ensinou que todos os homens mortos irão ressuscitar numa data futura: "Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação." (Jo 5.28,29)
O Senhor ressuscitou a muitas pessoas por ocasião do Seu ministério terreno, como o filho da viúva de Naim, como a Lázaro, dentre outros. Na ressurreição de Lázaro, o corpo já estava em decomposição, cheirando mal em virtude do apodrecimento da carne e liberação de fluidos corpóreos. Os corpos em decomposição liberam mais de 30 componentes químicos (H2S, CH4, NH3, CO2, H2O, diversos sais minerais), bem como as diaminas putrescina (C4H12N2) e cadaverina (C5H14N2). Estes dois, especificamente, são emitidos logo após a morte. Na ressurreição de Lázaro, seu corpo foi reconstituído pelo Poder de Deus!
Lázaro ressuscitou para tornar a morrer novamente. Hoje, ele aguarda a ressurreição dos justos.
Sem a esperança da ressurreição, a fé cristã é vazia de sentido; é completamente inútil, não passando de mais uma religião - uma invencionice humana. Esse é o ensino do apóstolo Paulo aos Coríntios: "E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos." (I Co 15.13,16-19) Se fosse realmente verdade que a ressurreição inexiste, então toda a fé é vazia de sentido; a pregação e a fé são inúteis - pura quimera; Cristo não teria ressuscitado (porque não haveria como) e nossos pecados continuariam conosco, enquanto os que morreram em Cristo estariam para sempre perdidos.
Porém a ressurreição é uma realidade; tanto a ressurreição do Senhor, no passado, quanto a ressurreição de todos os homens, no futuro. A Bíblia ensina que haverá duas ressurreições, que ocorrerão em momentos distintos, para grupos de pessoas distintas. Esses grupos de pessoas são os crentes em Cristo e o restante da humanidade, que não quis conhecer a Deus e ser salvo por Jesus. Na ressurreição dos crentes, segundo a Palavra, os corpos outrora destruídos pela ação de vermes e bactérias no sepulcro (muitos, já não passam de pó, não restando nada mais que lembre um corpo humano) serão ressuscitados após o toque a trombeta de Deus pelo Senhor Jesus, por ocasião da primeira fase de sua Segunda Vinda (a Segunda Vinda de Cristo se dará em 2 fases distintas, assim como a ressurreição acontecerá em dois momentos distintos) (I Ts 4.16), recebendo um novo corpo incorruptível, num corpo espiritual dado por Deus, com base no primeiro corpo.
Perceba o quão imenso e imponderável é o Poder de Deus: mesmo àqueles corpos cujas moléculas e átomos já estão há muito tempo espalhados pela Terra irão ressuscitar! De uma maneira sobrenatural, Deus tornará a unir estes átomos e moléculas novamente, formando o antigo corpo e revestindo-o com Sua Glória! No vale de ossos secos só havia ossos esfarelentos ao toque; Deus os reuniu e fez deles um grande exército! Glória a Deus!
Na segunda ressurreição, após o milênio, os ímpios ressuscitarão para serem julgados, para vergonha e desprezo eterno. Veja o esquema simplificado abaixo:
Essa ressurreição dos ímpios será o evento final, que marcará o fim de toda crueldade e pecado sobre a Terra. Nela, as almas dos ímpios que se encontram no inferno se unirão aos seus corpos novamente, ressuscitando com corpos preparados para o sofrimento. Eles se encontrarão então diante do Grande Trono Branco para julgamento por Deus, conforme registrado no Livro de Apocalipse, cap. 20:
11 E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles.
12 E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
13 E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.
14 E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
15 E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
Estas pessoas, que se enquadrarem no critério para participar deste julgamento, ao final dele serão lançadas no lago de fogo, juntamente com o inferno, com o Anticristo, com a Morte, com o Falso Profeta e com o próprio Satanás e todas as hostes do inferno, para serem atormentados de dia e de noite para todo o sempre (Ap 19.20; 20.10-15). Este é o juízo eterno, ou seja, o juízo que dura para sempre, que é sem fim.
Eu sou um pouco reticente com livros que falam de revelações sobre naturais; quando muito e na melhor das hipóteses, não passam de revelações particulares, dadas num contexto muito específico e num propósito especial e exclusivo para seus receptores, não sendo orientativos para a Igreja. Apenas as revelações na Bíblia desfrutam desta prerrogativa, como o Apocalipse de João. No entanto, tomo a liberdade de reproduzir aqui um breve parágrafo de um desses livros, por considerá-lo ilustrativo daquilo que pode ser entendido como o sofrimento no inferno, com base em Marcos 9:43,44 ("...ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga."):
"Uma [alma em] forma de esqueleto[...], com uma névoa cinzenta e suja[...]. Haviam pedaços da sua carne em decomposição pendurados em seus ossos e, enquanto queimavam, caiam no fundo do buraco. No lugar dos olhos, haviam somente buracos vazios. O fogo começava nos seus pés em pequenas chamas e crescia quando subia e cobria o seu corpo.[...] Olhei de novo [...] e vermes rastejavam para fora dos ossos do seu esqueleto. Eles não eram atingidos pelo fogo. [...]ela tem consciência deles e sente todos esses vermes por dentro dela."
Enquanto isso, os justos terão acesso à Cidade Santa, à Nova Jerusalém, que desceu do Céu e que está na Terra (Ap 21,22).
Concluindo, cabe a pergunta: onde você deseja passar a sua eternidade? Se para você isso tudo não passa de balela, de conversa fiada, a escolha é sua e o destino eterno é seu. Será que vale à pena "pagar para ver", essa é a pergunta. Mas se você crê que há uma eternidade a ser vivida, ou a ser perdida, então você deve fazer HOJE MESMO uma escolha. Você será ressuscitado de qualquer maneira, a questão é quando - na primeira, junto com os salvos em Cristo, ou na segunda, junto com os ímpios? O tempo de ser absolvido por seus pecados é hoje, pois naquele grande dia não cabe mais absolvição, apenas condenação e castigo eterno.
Para ser livre dessa condenação, você precisa ser salvo, de seus próprios pecados, por Cristo. Você precisa ter um encontro, ainda em vida, com o Senhor. Não é religião que salva, a religião só faz enganar as pessoas, desviando-as de Deus. É Jesus o ÚNICO que pode salvar o homem. Por isso mesmo Ele se fez carne e morreu na cruz, carregando nossos pecados sobre si próprio. Ele não veio fundar religião, NÃO! Ele veio salvar a mim e a você! Ele nos amou e ainda nos ama, Seus braços estão estendidos para nos receber, mesmo sujos e carregados de iniqüidade e pecado. Ele é que nos chama para Si mesmo, dizendo "Vinde a Mim, pecador!" Ele te dará o Seu perdão, Ele te salvará dos seus pecados, e deles nunca mais Deus se lembrará!
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!
2 comentários:
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Esse é um tema de vital importância.Muitos não o levam a sério.Querem viver como se tudo se resumisse apenas nessa vida.Estão em perigo.Alguns pensam, que Deus sendo tão Bom,não mandará ninguém para o inferno.Outros que a vida é só aqui,não há outra.Então querem aproveitar e fazer tudo que desejarem,até o mal.Há aqueles que não querem saber desse assunto.Sua filosofia é: não fazendo mal a ninguém,está tudo certo.Assim,seguem rejeitando Aquele que pode e quer lhes dar a Vida Eterna.O que farão quando se virem face a face com o Seu Criador?A escolha é já.Lá não haverá apelo ou desculpas.Ou assumimos nossos erros e corremos para o Justificador,ou encararemos o Juiz de toda a terra.Esse é o tempo da Graça,esse é o Dia da Salvação.
ResponderExcluirGraça e paz, Excelente estudo, era tudo o que precisava para me preparar para uma aula neste domingo, que Deus continue te usando com mais e mais estudos como este.
ResponderExcluirBig abraço, ass: Luciano Bento.