Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,
Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Gálatas 5:19-21
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. (Gálatas 5:19-21)Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Gálatas 5:19-21
Obras da carne. Assim Paulo chama um conjunto de atitudes que os cristãos devem se absterem de praticar. Por causa de sua origem - a carne, isto é, a natureza carnal que é oposta à natureza espiritual (I Coríntios 2 e ss) - essas "obras", resultado do trabalho executado, são o oposto do resultado da ação do Espírito, que é gerado no indivíduo por Deus e, por isso, chamado "Fruto". Note que enquanto o termo "obras" é plural, "fruto" é singular, ou seja, as obras da carne são variadas em tipo e quantidade enquanto o "fruto" é único, possuindo múltiplas facetas ou manifestações.
As obras da carne podem ser classificadas em três tipos de pecados:
a) pecados ligados ao amor sexual: adultério, fornicação, impureza e lascívia;
b) pecados ligados ao amor espiritual (adoração): idolatria e feitiçaria;
c) pecados ligados ao amor fraternal: inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas e homicídios;
d) pecados ligados ao amor pessoal (self): bebedices e glutonarias.
Observe que os pecados (obras) ligados ao amor fraternal aparecem em maior quantidade que os demais. Isso aponta para algo importante: há uma maior preocupação bíblica com a forma que os cristãos tratam o semelhante do que com as demais coisas! Não quer dizer que os demais pecados - como aqueles ligados ao amor espiritual, por exemplo - sejam menos importantes, não é isso que estou afirmando; mas sim que os pecados ligados ao amor fraternal são mais variados e, portanto, foram mais destacados pelo autor apostólico do que os demais. Além da maior predominância, esses pecados que se manifestam no relacionamento interpessoal são mais difíceis de combater e tem maior potencial destrutivo à comunhão espiritual: é muito mais fácil você encontrar num ambiente dito cristão um maior número de pessoas que incorrem em inimizades e invejas do que em feitiçarias, por exemplo!
Com o esfriamento do amor, previsto por Jesus em Mateus 24, esses pecados se manifestarão cada vez com mais frequência e intensidade. Do ponto de vista humano, cada vez mais difícil será a reconciliação da pessoa consigo mesma e com o próximo. A escalada do egoísmo, manifesto em soberba e orgulho, aliado à necessidade de se manter as aparências, constituir-se-á cada vez mais numa poderosa muralha que impede que o remédio para esses pecados seja ministrado: o arrependimento e o perdão. Como diz Paulo a Timóteo, nos últimos dias os homens seriam "amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus" (2 Timóteo 3:2-4).
Não pense, caro(a) leitor(a), que esses pecados são somente "coisas de mundanos", "não convertidos". Não! Paulo escreveu aos cristãos que estavam na Galácia, à Igreja Gálata! A exortação aplica-se, portanto, a todos os que se dizem cristãos, que se dizem Igreja de Cristo. Refere-se o apóstolo àquelas atitudes malignas, que existem em abundância no mundo e que são próprias do mundo, sendo praticadas (e algumas vezes até defendidas como "louváveis") por ditos cristãos! Dependendo da situação atual envolvida, podem inclusive referirem-se à mundanização de uma denominação dita cristã, quando a prática vira hábito e modo de viver, quando se torna justificável ocorrer nesses pecados! Vale dizer que isso - a mundanização de grupos ditos cristãos - já é uma realidade muito difundida no meio religioso autoproclamado "evangélico"! Essas abominações (e outras mais) serão cada vez mais frequentes nesse meio, culminando num futuro próximo na manifestação da "mãe de todas as abominações" no lugar santo, a abominação desoladora!
Toda vez que o grupo autoproclamado "igreja" cede espaço para a prática desses pecados, duas coisas se tornam realidade: esse grupo perde relevância espiritual e torna-se cada mais suscetível à incorporação de outros pecados no seu seio. Ambas as consequências citadas estão aí, como epígrafe na lápide da sepultura de muitos grupos ditos cristãos: são cada vez mais irrelevantes espiritualmente, tendo perdido toda realidade espiritual que um dia tiveram; suas mensagens são sem poder algum, incapazes de transformação de vida e suas orações são sem resposta - veja, por exemplo, quantos aleijados e cancerosos foram curados fisicamente por Deus por meio da oração de alguém! Falam de vitória, que aliás é a temática do momento (só se ouve isso dentro de denominação) quando vivem uma vida de derrota do ponto de vista de Deus, numa realidade semelhante àquela da Igreja de Laodicéia: "Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu" (Apocalipse 3:17). Assim, seus cultos de vitória são um deboche diante dos homens e uma afronta diante de Deus, puro marketing ("terra disso, igreja daquilo, povo disso outro, ministério céu de brigadeiro", e assim vai)! Sobre as suscetibilidade ao pecado, basta olhar rapidamente e verá a quantidade de escândalos que estão sendo postados nas redes sociais, na mídia e na boca do povo a todo momento! Como dito, tudo se constitui numa preparação para a aceitação da abominação desoladora, feita pelo "sumo sacerdote ungido dos filhos de deus" que há de se manifestar!
É muito triste ver a nudez, a cegueira e a pobreza espiritual da Igreja do séc. XXI. Muito discurso sobre Deus, nenhuma evidência da presença real de Deus. Os cristãos se engalfinhando em redes sociais por causa de escórias mundanas, por causa de política, ao invés de se unirem e buscarem ao Senhor. As redes sociais, aliás, estão se tornando a maior evidência das obras da carne pela Igreja! Quando eu era jovem, lembro de um folheto evangelístico cujo título era "assim foi a sua vida", mostrando o julgamento de uma pessoa que morreu sem Cristo. Nesse julgamento, quando o sujeito tentava argumentar sua inocência, Deus lhe mostrava numa tela o que realmente ele estava fazendo na situação. Hoje, tal como estão as coisas, bastaria Deus mostrar a página do Facebook e/ou do Twitter... Vergonhoso! Chegamos ao ponto de vermos cristãos, até pastores, julgarem de forma acusatória a fé de outro cristão/pastor por simples diferença político-partidária! Pastor que só fala de política em seu perfil social na internet, que briga ferozmente na internet por causa de política, sob a desculpa esfarrapada de "orientar as pessoas"! Showroom das obras da carne! Depois vão querer pregar a Bíblia para os outros... Como? Com que autoridade espiritual? Daí, o que falam em suas mensagens, por mais correto bíblica e teologicamente, não passa de discurso de fariseu proferido a partir da cadeira de Moisés: "faça o que eles mandam, mas não faça o que eles fazem", conforme ensinou Jesus!
É interessante notar que todos os avivamentos que surgiram na história da fé bíblica e cristã foram marcados por forte senso de pecado e da necessidade de arrependimento! Existe um livro intitulado "A Igreja do Séc. XX: A História que não foi Contada", de autoria de John Walker, que mostra justamente isso. Características muito acentuadas e visíveis na Igreja do séc. XXI são descritas nesse livro como sendo marca da Igreja no final do séc. XIX: "[...] seu estado espiritual era de decadência. Imperavam o liberalismo, a formalidade, o materialismo, o profissionalismo ministerial, a diferença de classes e a ausência de uma experiência com Deus". Quase 2 séculos se passaram e estamos nós na mesma condição de antes! Por quê? Porque cedemos espaço para as obras da carne, deixando cada vez mais a comunhão (e consequentemente o Fruto) do Espírito! Será que Deus irá "soprar" novamente Seu Espírito sobre o vale de ossos secos que a Igreja se tornou? Poderão, acaso, mais uma vez (sic) reviver esses ossos secos e esfarelentos?
Segundo John Walker, a igreja não convertida irá perecer. Ele explica que aqueles que estiverem na igreja sem uma verdadeira experiência com Deus podem vir a cair pelo caminho. Na fase que vivemos, para esse autor, precisamos ouvir com alegria a sentença de morte que vem do Pai, aplicando-a num contexto de renúncia. Vale dizer que a sentença de morte é parte integrante da mensagem genuinamente evangélica!
Hoje, quem ousa pregar contra essa apostasia, está fadado ao ostracismo. Não raro, farão de um tudo para impedi-lo de continuar a combater o mal. Pastores que repreendem e disciplinam por pecados sexuais serão duramente repreendidos e desautorizados pelos donos denominacionais e em alguns casos também pela própria grei; mensagens que falam de arrependimento serão duramente criticadas e haverá a formação de grupinhos queixosos paralelos para fermentação do leite recebido do púlpito! Pastores que procuram cultivar a espiritualidade cristã bíblica, mantendo o respeito e a concórdia entre os ditos cristãos terá inevitavelmente em seu ministério um "Absalão roubando o coração do povo para si na porta da cidade". Ao final, ver-se-ão na seguinte situação: terão forçosamente que renunciar à posição, por terem se tornado um estorvo para as pessoas e para o crescimento denominacional tão almejado pelos donos da denominação! E isso sob toda sorte de mentiras contra eles!
Quando isso acontece, a dita Igreja já está mundanizada; é a desviada que acha-se ufanisticamente no caminho da fé. A Igreja mundanizada, que se acha viva e que tem até nome de vida, mas que está morta; que prega vitória e prosperidade mas que não sabe a situação de derrotada que se encontra; que faz culto de libertação, mas que é presa pelos grilhões do pecado. Seus cultos são nulos espiritualmente; todo efeito sentido no culto é somente emocional e psicológico, de duração momentânea e ineficaz para manter um mínimo de vida cristã sadia. Seus louvores não passam de musiquinhas, cantadas como num show. Seu evangelismo é proselitismo barato, conquistando membros de outras denominações para encher a sua própria. Seus milagres são fruto da psiquê, do poder latente da alma. Cura? Nem de enxaqueca! Sua comunhão é fabricada, comunhão-refrigerante, baseada somente em xarope açucarado e pressão e extensível apenas para os que estão "dentro da garrafa" (e olhe lá, porque na maioria das vezes estão se engalfinhando). Seu Deus é puramente ideológico, bíblico na mensagem mas antibíblico na vida cotidiana, incapaz de transformar a vida de qualquer pessoa que seja. Comem pão e suco de uva uma vez ao mês, mas não tomam a Ceia do Senhor.
Por isso, Paulo diz: "As obras da carne [...] acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus". Obras da carne devem, portanto, serem combatidas e exterminadas na vida de quem quer realmente servir ao Senhor. Na vida do cristão é o Fruto do Espírito que deve prevalecer! Esse Fruto surge apenas em bom solo, que recebeu a semente da Palavra; solo macio, quebrantado e arrependido, humilhado e contrito, que treme e teme diante da Palavra do Senhor. O fim vem e nenhum operoso nas obras da carne entrará no reino de Deus, por mais cheio de vento que se apresente!
Como Paulo indicou em Rm 8.13, é pelo Espírito que nós podemos mortificar as obras da carne: “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne” (5.16). O que é andar em Espírito? Andar em Espírito é viver conforme o Evangelho da Graça de Deus, mortificando a cada dia as obras da carne, que são conhecidas ( Gl 5.19 ), pela dependência do Espírito que nos capacita a santificarmos nossa vida. Consequência imediata na vida daqueles que andam no Espírito é a produção o Fruto do Espírito. Observe que Paulo usa a expressão “andai no Espírito” (gr. pneumati peripateite, tempo verbal: presente ativo imperativo) como uma prática contínua e uma ordem direta. Isto quer dizer que devemos andar em Espírito todos os dias da nossa vida, e não temos outra escolha se quisermos herdar o Reino de Deus. Além disso, haverá sérias consequências espirituais, físicas, emocionais e sociais para aqueles que vivem na prática das obras da carne (cf. Gl 6.7,8).
A verdadeira comunhão da Igreja deve ser aquela que é gerada pelo Espírito e vivida no Espírito e isso com toda certeza envolve o Fruto do Espírito!
Pense nisso!
Graça e Paz!
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