quinta-feira, 3 de outubro de 2013

POR FAVOR ME AJUDE! SOU VICIADO(A) EM PORNOGRAFIA!



As últimas brasas da fogueira já estavam quase apagadas. As etiquetas nas garrafas estavam danificadas, depois de dias expostas ao sol. Os que haviam acampado perto de minha barraca já estavam longe há algum tempo. Meu amigo e eu pegamos as coisas que estavam para trás. Ficou apenas um CD de hip-hop. Tínhamos algumas malas e garrafas vazias. Além de uma revista.

Sua capa estava molhada e irreconhecível. Eu a abri com um pedaço de pau. Havia orvalho naquele dia e as páginas da revista também estavam molhadas. Naquele momento eu vi uma mulher. Ela estava com seus seios descobertos.

Desde meus sete anos tenho fugido. Quero dizer, meninas eram “problemáticas”. Elas eram indesejáveis. Tinham alguma coisa que desejávamos, mas não sabíamos dizer o que, já que nunca as alcançávamos. Eu ainda me lembro daquela cena. Eu estava ao mesmo tempo empolgado e receoso. Eu não conseguia entender a razão, mas sabia que ninguém deveria me ver olhando aquela revista.

De uma coisa eu sabia: eu queria mais.

Alguns anos depois eu tive minha chance. Dessa vez eu não fugi. Eu tinha treze anos e estava na casa do meu amigo Tyler (nome fictício). Ele era meu único amigo com acesso à internet. Quase todos os dias nós jogávamos no computador por horas.

Certo dia, eu cliquei em um ícone que pensei ser um jogo; tudo mudou em nossa vida. Não era um jogo, mas um vídeo. Nossa primeira reação foi cair na gargalhada com as lentas imagens daquelas mulheres. Era uma gargalhada do tipo “desligue isso; é tão ridículo”. Contudo, nós não desligamos. Assistimos ao vídeo e, então, eu fui para casa.

Tyler continuou procurando por vídeos daquela natureza e me mostrou o que havia encontrado. Dessa vez, eu não fugi. Não queria continuar olhando, mas eu continuei. Estava hipnotizado.

Com o tempo, ficar olhando, juntos, aquela nudez na internet causava-nos estranheza e desconforto. Por isso, Tyler e eu preferimos nos dedicar ao pornô solo. Tyler continuou a fazer download de tudo o que podia. Dos vídeos mais leves aos mais pesados. Eu, àquela altura, estava dividido entre o prazer de ver aquelas cenas e a culpa que carregava dentro de mim pelo que estava a fazer. Em alguns dias eu estava forte, e resistia. Em outros, eu parecia um viciado em pornô, desesperado para achar uma imagem. Apesar disso, eu nunca comprei ou fiz download de um filme pornô. Era um garoto nascido na igreja, em uma cidade pequena. Todos me reconheceriam se descobrissem quem estava comprando aqueles vídeos. Além disso, eu não tinha computador em casa. Ao invés de comprar pornô, eu comecei a roubá-los.

Eu vasculhava as casas de meus amigos para ver se os pais deles tinham alguma revista Playboy. Quando não achava, as roubava de lojas de conveniência. Não muitas; apenas três ou quatro em alguns anos. De qualquer jeito, eu fiz.

Página por página eu ficava imaginando se aquilo poderia ser real para mim. Sei que é constrangedor dizer isso, mas aquelas mulheres pareciam me fazer sentir amado. Meus olhos desejavam aqueles corpos e faziam sentir-me um homem. Por um momento, eu me senti amado, desejado.

Eu me sentia perto de alguém, e não me incomodava o fato de aquele alguém não ser real. Para mim era muito real.

Entretanto, aqueles momentos de plenitude passavam. Sempre. O prazer fracassava. Em pouco tempo eu era tomado por um sentimento de remorso e culpa. Sentia-me a milhões de quilômetros da bondade e a bilhões de anos luz de Deus. Eu sempre pensava naquela primeira foto de mulher pelada que eu vi, na minha infância. Achava que Deus estava com um bastão em sua mão, me punindo à distância e me mostrando que não tínhamos nada em comum.

Sabia que aquilo não era verdade. Eu era um cristão. Sabia que Deus me via perfeito e amável, assim como via seu próprio Filho. Conhecia todas aquelas coisas. Amor. Graça. Perdão.

Contudo, eu não experimentava tais coisas em minha vida. Pior! Eu crescia cada vez mais frustrado comigo mesmo. Eu havia prometido para mim mesmo que eu não me incomodaria mais com aquilo, só para repetir meus erros.

Tyler não estava nada melhor. Ele começou a achar impossível crer em um Deus que o impediria de assistir seus vídeos pornôs. Sem Deus em sua mente, ele se convenceu de que pornô era apenas diversão. De que forma uma diversão pode machucar alguém? Tendo decidido que pornografia não é ruim, ele decidiu que aquilo seria algo útil para sua vida. Ele fez uma assinatura da revista Playboy e começou a comprar todos os seus vídeos.

Perceber o que estava acontecendo com o Tyler foi uma forma de me despertar. Eu sabia que estava fadado ao mesmo destino. Por isso, pedi ajuda. Certo dia, estava conversando com um amigo que é um bom cristão. Sem vergonha, disse tudo o que estava acontecendo a ele. Disse que se pudesse assistir a um filme pornô de graça, sem ser acusado por minha consciência, eu o faria. Pedi ajuda a ele e nós oramos juntos.

Para minha surpresa, meu amigo me disse que tinha o mesmo problema. Na verdade, a maioria dos meus amigos tinha. Pedimos a uma pessoa mais velha de nossa igreja para se encontrar conosco uma vez por semana e nos ajudar. Aquele homem não tinha nenhuma sabedoria mágica ou força sobrenatural para nos ajudar contra a pornografia. Contudo, ele nos ouviu, aconselhou e orou conosco. Ele se tornou um cuidadoso mentor para todos nós. A primeira coisa que ele nos mostrou foi que não estávamos sozinhos naquilo, não éramos os únicos a enfrentar aquele problema e tampouco éramos loucos.

Quando me encontrei com meu grupo, vi que minha vida precisava mudar. Muitas daquelas mudanças ainda se aplicam em minha realidade hoje. Primeira lição: Corra! “Voe”, dizia nosso mentor. “Alcoólatras devem atravessar a rua para fugir de uma garrafa de bebida”. Em meu caso, isso significa que não posso entrar sozinho em uma banca de jornal, ou usar sozinho um computador sem filtros de internet.

Preciso limitar as oportunidades que dou para a tentação. Tenho que criar um espaço que me distancie da pornografia. Não posso ter catálogos em minha casa. Não posso me dar o direito de assistir TV sozinho. Mesmo com filtros na internet, não uso o computador se não tiver outra pessoa em casa. Essas restrições me aborrecem algumas vezes. Todavia, elas me ajudam demais.

A segunda coisa que aprendi foi a perguntar: Como posso aprofundar meu desejo por Deus e esquecer-me dessas coisas que me fazem pecar? Alguém me disse, certa vez, que há dois cachorros no quintal do meu coração. Um cachorro cava egoísmo, pecado e prazer. O outro cachorro cava justiça, misericórdia, paz e obediência a Deus. Quando acordo todas as manhãs, escolho qual cachorro pretendo alimentar. O que eu alimento cresce até o outro não poder mais ser visto.

Preciso alimentar o cachorro correto. Faço isso quando cultivo relacionamentos honestos com cristãos. Tenho um amigo com quem converso de forma particular diariamente. Falamos abertamente sobre sexo, pecado e tudo o que nos leva a pecar. Juntos, nós buscamos formas de evitar o pecado. Nós oramos, choramos, nos ensinamos, nos deixamos aprender.

Eu também alimento o cachorro correto ao estudar a Bíblia em grupo. Não apenas a leio. Escrevo o que aprendi e o que desejo fazer com aquilo. Passo um tempo em silêncio, esperando para ver o que Deus falará comigo. Eu oro, adoro, sirvo outras pessoas.

Na maior parte das vezes, o cachorro bom prevalece. Aquele terrível monstro está tão sufocado agora que nem o vejo com tanta frequência. Contudo, de vez em quando ele aparece. Começa a latir e logo me vejo na direção errada. Ele late muito alto, quando não tomo cuidado em resistir às tentações. Então eu fujo. O deixo esquecido, ignorado.

Além disso, eu oro: “Deus, me ajude a fazer hoje o que é certo. Ajude o Tyler também. Livra-nos da pornografia e leve-nos próximos da perfeição. Faça-nos amar mais ao Senhor do que a nós mesmos e nos cerque com pessoas que nos façam lembrar que tu nos amas mesmo quando erramos. Cerque-nos com amigos e nos dê uma igreja que nos ajude a viver em santidade. Mate o cão mau e alimente o bom. Amém!”

Copyright © 2008 por Christianity Today International (Traduzido por Daniel Leite Guanaes). Fonte: SexxxChurch, via Não Morda a Maçã (http://naomordamaca.com/2009/08/26/viciado-em-pornografia/#.Uk3xk1PheyY).

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Essa postagem, extraída da referência acima, foi motivada pela leitura da mesma e da imensa quantidade de comentários que vi, feitos por irmãos e irmãs em Cristo desesperados, carregando fardos pesadíssimos, sem ninguém que os ajude, sofrendo terrivelmente debaixo desse maldito vício. Além da preocupação, como pastor, com o assunto, é claro.

O assunto tratado na postagem é bem atual. Hoje, há centenas, talvez milhares de pessoas presas, cativas do inimigo, nesse vício escravizante. Muitas famílias padecem com isso, com a pornografia, obra da carne incluída no termo grego porne.

De igual atualidade e precisão, o texto relata como a vida de alguém torna-se presa na prática e a grande dificuldade de se lidar com esse pecado e de ser livre. Com muitos anos de experiência com auxílio pastoral e libertação de cativos, tenho constatado como é difícil haver libertação (não apenas nessa área, mas em outras também)! Libertação não é instantânea, não acontece de uma hora para outra, mas é fruto de um longo trabalho pastoral, de aconselhamento, oração, pregação e ministração, e isso vale para todas as áreas da vida, sejam sexuais, sejam espirituais. Não é impossível, mas precisa haver dedicação e interesse em seguir a estrada, ao Caminho que conduz à liberdade.  

Desde já, estou à disposição para ajudar aquelas pessoas que se encontram presas nesse terrível e infernal vício de pornografia. Se você pertence a alguma Igreja e está desviado, ou está vivendo oprimido, escondendo seu vício por vergonha e medo, sentindo remorso, chorando, triste, em baixa auto-estima, sem saber o que fazer ou a quem recorrer e desejar um pastor, ou mesmo um amigo, para compartilhar seu fardo pesado, orar por você e lhe ajudar, conte comigo. Independente se você é jovem ou adulto(a), solteiro(a) ou casado(a), membro de igreja ou não. Juntos, sem acusações, com Cristo Jesus, podemos vencer este mal!  Jesus disse: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." (Jo 8.36) Para Aquele que venceu a morte e o inferno, não há, ABSOLUTAMENTE NADA, que Ele não possa vencer!

Sinta-se livre também para publicar aqui seu testemunho, como comentário dessa postagem, bem como sua dificuldade, se assim desejar.  

Deus te ama! Jesus morreu por você na cruz! Deus te abençoe, querido(a) leitor(a)!

Pense nisso! Deus está te dando visão de águia!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

DESCONSTRUINDO UM JARGÃO: ENTENDENDO O "NÃO JULGUEIS" A LUZ DA BÍBLIA

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.  Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?  Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis." (Mateus 7:15-20)

"... não julgueis para que não sejais julgados". Esse é um dos muitos argumentos que estão "na moda" de uma grande quantidade de crentes evangélicos atualmente; são especialmente vistos na internet, em comentários de postagens em blogs apologéticos ou em redes sociais, quando a matéria publicada "fere as suscetibilidades" desses crentes ao combater os falsos profetas (pastores, bispos e apóstolos da bufunfa, do "faz-me rir") e seus ensinos anti-bíblicos. Tais crentes, desse modo, assumem a figura de "defensores do indefensável". Outros argumentos, nessa linha do "politicamente correto", muito comuns:
  • "antes de julgarmos, devemos observar nossas vidas, se somos absolutamente inculpáveis diante do senhor, pois aquele que diz não ter pecado já está pecando!"
  • "[...] O diabo tem trabalhado neste mundo levando várias pessoas para o inferno, antes de ficarmos aqui falando mal do ministério dos nossos irmãos que cabe somente ao senhor Jesus aquele que morreu por nossos pecados julgar [...]"
  • "o que será dessas pessoas que, sem nenhum temor de deus falam mal, julgam, caluniam, criticam, difamam, perseguem e ridicularizam a igreja de Jesus, a qual ele comprou com seu sangue?"
  • "cuidado ao julgar fulano, pois ele/ela é escolhido/a do senhor. Ao invés de julgar, porque não vão pregar o evangelho genuíno do senhor Jesus?"
  • "cuidado com falar mal de um homem de deus como o fulano , você não é nada e nem ninguém, não julgueis para não seres julgados".

Alguns vão mais além, chegando mesmo a amaldiçoar os autores dessas matérias: "você vai para os quintos dos infernos por julgar o (m)ungido do sinhô..." e outras sandices do tipo. A questão é: será que realmente a Bíblia ensina que não se deve julgar? A proibição do julgamento é geral quanto a sua aplicação ou é específica? Devemos ou não julgar? Se sim, em que ocasiões? Antes de responder a essas perguntas, primeiramente vamos definir alguns termos importantes. 
  1. Juízo: faculdade intelectual que permite julgar, avaliar com correção, discernimento, bom senso; capacidade de ponderação. Operação mental que articula termos ou conceitos, por meio de uma atribuição afirmativa ou negativa de um predicado (P) a um sujeito (S), intermediados por um verbo (redutível ao verbo ser) com papel de cópula ou ligação, segundo o modelo S é P. 
  2. Julgamento: apreciação crítica, opinião favorável ou desfavorável sobre alguém ou algo; juízo, parecer. 
  3. Raciocínio: exercício da razão através do qual se procura alcançar o entendimento de atos e fatos, se formulam idéias, se elaboram juízos, se deduz algo a partir de uma ou mais premissas, se tiram conclusões.
  4. Premissas: cada uma das proposições que compõem um silogismo e em que se baseia a conclusão.
  5. Silogismo (gr. sullogismós,oû 'cálculo, conta, p.ext., conjectura, suposição, raciocínio'):  raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições, ditas premissas, das quais, por inferência, se obtém necessariamente uma terceira, chamada conclusão (p.ex.: "todos os homens são mortais; os gregos são homens; logo, os gregos são mortais").
  6. Dedução: processo de raciocínio através do qual é possível, partindo de uma ou mais premissas aceitas como verdadeiras (p.ex., A é igual a B e B é igual a C) a obtenção de uma conclusão necessária e evidente (no ex. anterior, A é igual a C).
A faculdade (capacidade) de juízo é algo particular da criação racional de Deus; todos os seres criados por Deus com capacidade de pensamento racional são capazes de exercer juízo, assim como Deus é capaz de fazê-Lo. Assim, os anjos e os homens têm essa capacidade, a qual pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Sem esta capacidade, Deus não teria criado seres livres, com capacidade de livre-escolha (livre arbítrio), de escolherem o bem, a pureza e a vida, ou o mal, o pecado e a morte:

"Formei-o judicioso, justo e livre; 
Quanto a ele podia, eu dei-lhe tudo
Estava em seu poder, co'o mesmo arbítrio, 
Cair no crime ou ter-se na virtude.
Ingrato! Fi-lo igual dos Céus aos anjos,
Dos quais uns na virtude se firmaram,
À rebeldia se arrojaram outros,
Ambos obrando em liberdade plena.
E como de obediência voluntária,
De verdadeiro amor, de fé constante,
Fariam prova se não fossem livres?
[...]
Homens e anjos formei de todo livres,
E livres serão sempre, inda que insanos
Queiram na escravidão envilecer-se"
(Paraíso Perdido, John Milton)
 
Assim como 1/3 (um terço) dos anjos do Céu escolheram seguir a rebelião de Satanás (Ap 12.4), assim também o homem escolheu dar ouvidos ao mesmo odioso e repulsivo ser. Ambos, porém, escolheram.  O que é escolher senão fazer opção entre duas ou mais pessoas ou coisas, com base num critério aprazível pré-determinado por quem escolhe? Ora, se há escolha, há manifestação de preferência; escolhe-se A em detrimento de B, sendo A e B distintos entre si. Essa escolha só pode ser realizada porque temos a capacidade de raciocínio e juízo. Entre duas ou mais opções, raciocinamos segundo regras apropriadas (premissas) e então comparamos as opções disponíveis com base nessa regra. Daí, realizamos um julgamento e emitimos um juízo, resultado dessa análise. Isso chama-se lógica.

Voltando ao exemplo, os anjos que escolheram seguir a Satanás fizeram mentalmente raciocinaram antes de fazer tal coisa. Eles entenderam que havia "potenciais vantagens", para eles, em seguir a Satanás e então compararam isso com as "pressupostas desvantagens", para eles, de continuarem obedientes ao Senhor. A partir disso, tomaram uma decisão, fizeram uma escolha - a mais terrível escolha da Criação: rebelaram-se contra o Amoroso e Bondoso Criador! Do mesmo modo, fizeram Eva e Adão no Éden, com uma única diferença: os anjos pecaram por sua livre e espontânea vontade – e portanto merecem a ira eterna de Deus (fogo eterno). Já o homem pecou porque foi seduzido por Satanás, dando ouvidos às suas vãs lisonjas, e por isso pode se arrepender e ser salvo. Na Graça do Senhor encontra refúgio o homem pecador!

Abre parênteses: No Céu não houve engano ou sedução, nenhum dos anjos que caíram estavam "enganados", ou "iludidos". Sabiam exatamente o que estavam fazendo: queriam que Satanás ocupasse o Trono de Deus no lugar do próprio Deus! O querubim ungido queria ombrear, assim, com Deus, como se a criatura pudesse ser de algum modo maior do que o Seu criador. Rebelados, tornaram-se consócios do diabo, porque assim desejaram, porque julgaram-se invencíveis em sua empresa contra o Onipotente. A si mesmos se impeliram para a depravação, e votados se acham a irremissível punição eterna. Assim, para sempre se perderam, sem nenhuma possibilidade de arrependimento. Fecha parênteses.

Assim, para evitar extensões desnecessárias, basta dizer que é inerente a natureza do homem exercer juízo, realizar julgamento. Dia-a-dia, em todas as situações que a vida nos apresenta, exercemos tal faculdade silogística, fazendo deduções. Quer digamos que duas ou mais coisas são equivalentes, iguais ou diferentes entre si, estamos julgando. Portanto, quando pretensamente afirmamos que tudo o que há em matéria de fé é igual (o famoso "todos os caminhos levam a... algum lugar"), que todos os líderes dessas "igrejas", com seus ensinos, são bons e úteis e em nada diferindo, em termos de qualidade intrínseca, aos demais, estamos realizando um julgamento: comparando analiticamente A e B, dizemos que A equivale a B e que, portanto, é irrelevante escolher A ou B em matéria de fé. Eis aí a primeira contradição nessa argumentação da turma do "não julgueis". Mas há mais.

Donde tão confusa turba retirou a recorrente argumentação do "não julgueis"? A Bíblia nos mostra: "Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão." (Mt 7.1-5) Assim, a dita turba, lendo esta porção das Escrituras, entende que a proibição do julgamento é geral: jamais, em hipótese alguma, deve o crente julgar qualquer pessoa, dita "irmã ou irmão", ou seu ensino, ou instituição religiosa "de crentes" (igreja-???), pois isto seria uma violação a ordem de Jesus aqui expressa. Assim, por exemplo, não podemos ser contrários ao apóstolo suado e seus ensinos e práticas "sudoréticas". Porém, se esta interpretação for a correta, ou seja, trata-se de uma proibição de aplicação geral, como quer a turba raivosa, então estamos diante de um gravíssimo problema:

1) O Senhor Jesus criou o homem com uma capacidade inerente de juízo e raciocínio e depois manda que o homem anule esta capacidade em matéria de questões de fé. Com isso, o homem em última análise não deve pensar, nem refletir, nem ponderar; deve aceitar tudo o que vier em termos de fé sem questionar a procedência do ensino e a essência do mesmo.

2) A Bíblia não é inerrante e infalível e, portanto, não tem utilidade alguma em termos de fé e prática cristã, pois está repleta de contradições. Daí, cada um pode expressar a sua fé cristã da forma que bem entender, porque não há nenhum parâmetro, nenhum guia, nenhuma diretriz, nada. O empirismo e a intuição bastam ao homem, que segue na tentativa de se aproximar de Deus como bem entende. Basta ao homem receber a instrução inerrante do sacerdote (seja ele pastor, missionário, bispo, apóstolo, padre, pai-de-santo, etc) e segui-la fielmente que terá acesso a Deus, ao final, logrará entrar no Empíreo.

3) A Bíblia é inerrante, mas a interpretação só é facultada ao "ungido do sinhô". Ele é quem recebeu de Deus o "poder especial" para interpretá-la da forma que melhor entender, segundo seu bel-prazer, sem obedecer nenhuma regra hermenêutica. Afinal, para que isso? Para que ter que estudar geografia, história, arqueologia, política, grego, hebraico, gramáticas, etc. se tudo isso ou vem no "pacote divino" (uma espécie de "faça você mesmo" celestial) para o ungido analfabeto de Bíblia? Ou é desnecessário tal coisa, pois o propósito de Deus com a escrita e preservação da Bíblia foi conferir à humanidade um livro de "rituais, poções e invocações energizadoras e ativadoras do sobrenatural", sem nenhum princípio moral, ético ou balizador. Ora, se é assim, não há nenhum problema em repetirmos os sacrifícios cruentos estabelecidos em Levítico (como é feito em certos terreiros...ops...igrejas afro-evangélicas), afinal esse tipo de culto agrada ao sinhô, pois "Assim Falou" Zaratus... ops, o Ungido!  

Como nenhuma das hipótese acima é verdadeira, somente resta uma única opção: ERRO! De fato, "o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios" (I Tm 4.1). Ou seja, essa história de "não julgueis", protegendo esses falsos profetas e seus falsos ensinos, ambos inspirados no Inferno, está completamente errada do ponto de vista bíblico! Isso é coisa da turba com "prurido no órgão auditivo", ou seja, da turba com comichão nos ouvidos, com "já-começa no ouvido", gente que há muito desviou seus ouvidos da verdade, voltando-se para fábulas: "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." (II Tm 4.3)

Note que há ABUNDANTE ENSINO BÍBLICO combatendo os falsos mestres e falsos profetas, com suas heresias malditas e seu evangelho anátema. Só para citar alguns, recomendo que você ABRA A SUA BÍBLIA E LEIA as seguintes passagens: João 7:24; I Coríntios 5:12, 6:2-5, 11:31, 14:29; Mateus 7:15-20. Vejamos o juízo (capacidade de julgamento) em prática, claramente afirmando (julgando) o falso em detrimento do verdadeiro: II Coríntios 11:13-15,26; Gálatas 2:4; I Timóteo 1:7; Tiago 1:22; II Pedro 2:1; I João 4:1 (esse aqui é gritante!); Judas 1; etc.

Então, de que tipo de julgamento Jesus está falando? Jesus, em Mateus 7:1-5, está se referindo ao julgamento hipócrita, que se dá quando julga-se o erro que outrem comete quando o próprio comete o mesmo erro. Siga a leitura em Mateus 7 e facilmente você facilmente perceberá esse ensino. Veja como a Bíblia é inerrante e perfeita: Paulo ensina a mesmíssima coisa em Romanos 2: "Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?" (Romanos 2:1,3) Jesus nos deu ordem para nos acautelarmos do fermento dos fariseus e saduceus (Mt 16.6), que é a hipocrisia, ou seja, o ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, intenções; fingimento, falsidade. No julgamento hipócrita, o padrão de comparação usado é sempre a vida que a pessoa vive. Na prática: "ô fulano, você está erradissimo nisso; eu não sei como você pode fazer tal coisa, eu não sou assim não!" Veja: isso não quer dizer que a pessoa não está errada, mas sim que a outra está tão errada quanto e que ela, a segunda pessoa, não é parâmetro para julgar ninguém. Note ainda que o texto fala de julgamento puro e simples, carnal e destruidor, baseado na hipocrisia, não da sadia e correta repreensão quando percebemos um erro em nosso irmão. Nesse caso, somos estimulados pela Bíblia a exortá-lo e corrigi-lo com amor (Mateus 18:15; Gálatas 6:1) nas instâncias necessárias!

Por sua vez, o julgamento dos falsos mestres, profetas, apóstolos e demais qualificados, bem como seus heréticos ensinos, tem uma base não pessoal, mas numa base bíblica sólida, ou seja, o parâmetro de comparação, para o julgamento, é a própria Bíblia. É, por exemplo, comparar o verdadeiro Evangelho com o falso evangelho, o qual deve ser sempre anatematizado, independente se for proferido por apóstolo, profeta, bispo, pastor ou até por um anjo (Gálatas 1:8,9). É, por exemplo, observar os frutos que o sujeito, o "ungidão", produz (Mateus 7:15-20) - seus ensinos anti-bíblicos (muitos chegam a negar a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo e a converterem em dissolução a Graça de Deus), sua vida sem evidências de regeneração ou novo nascimento (cheias de escândalos), gente que apascenta a si mesmo ("comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas", Ezequiel 34:3), murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, bajulando as pessoas por causa do interesse, escarnecedores que andam segundo as suas ímpias concupiscências. Judas diz que estes "são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito" (Jd 1:19). Somos ordenados a provar se os espíritos são de Deus: "Irmãos, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora." (1 Jo 4.1)

Como diz o Pastor Augustus Nicodemus Lopes (http://noticias.gospelprime.com.br/nao-toque-nos-ungidos-do-senhor/), homens de Deus, os verdadeiros ungidos por Ele para o trabalho pastoral, não respondem às discordâncias, críticas e questionamentos calando a boca das ovelhas com “não me toque que sou ungido do Senhor” mas com trabalho, argumentos, verdade e sinceridade. “Não toque no ungido do Senhor” é apelação de quem não tem nem argumento e nem exemplo para dar como resposta. Do mesmo modo, afirmo que o mesmo se dá com o mais novo jargão da turba, o "não julgueis", tal como é usado, que só serve para alimentar e fazer proliferar ainda mais as heresias destruidoras e seus hereges transvestidos de ungidos que aí estão.

Concluindo:

"O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos." (Oséias 4:6)

Hoje em dia, proliferam as heresias e hereges no seio evangélico, que fariam um Charles Taze Russell corar de vergonha, com tanta bobagem que se faz e se ensina em nome de Deus e da fé cristã. Essa imensa proliferação deve-se em parte aos propagadores desses ensinos, aos apó$tolo$ modernos e outras hierarquia$, que definitivamente tem transformado a "piedade em fonte de lucro"; parte deve-se aos próprios adeptos, mantenedores e defensores desses sujeitos, tratando-os como se fossem verdadeiros deuses do Olimpo; porque estão, muitos, atrás de uma graça barata, de um eu-vangelho, de uma fé "soft" e instantânea, não suportando a verdade de Deus. Assim, como a Bíblia diz, "Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira" (II Ts 2.11).

Sim, essas ditas igrejas apóstatas não passam das filhas de Babilônia espiritual, lugar de comércio de tudo, inclusive de almas; lugar onde os mercadores da terra se enriquecem com a abundância de suas delícias (Ap 12.3,11-13). Mas há, também, muito povo de Deus perdido nesses lugares. Essas pessoas não estão recebendo o devido ensino bíblico, tão necessário à vida espiritual do crente em Jesus, mas que estão ali, numa busca sincera por Deus; pessoas que saíram do mundo, convertidas, mas infelizmente não entraram ainda na Igreja do Senhor. O Espírito de Deus tem visitado corações no meio de toda essa apostasia, porque Ele deseja salvar esses que estão presos e iludidos na mentira e no engano. Ele está a clamar nos corações, dizendo insistentemente aos frequentadores de Babilônia "sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas." (Ap 12.4)

"Ouvindo esta semana certo programa religioso, ouvimos do seu apresentador, o guia espiritual, a seguinte expressão, referindo-se ao texto de Atos 17:26, que diz que Deus fez a raça humana de um só homem: "o apóstolo Paulo cometeu um erro quando disse que Deus fez a raça humana de um só homem". E disse mais. Disse que os outros apóstolos, que escreveram as suas epístolas, também cometeram erros. E afirmou que a reencarnação é a única doutrina que explica a presença do homem na Terra. Ora, meus leitores, quem é o homem, ou quem é esse líder religioso para dizer uma coisa dessas? Com que autoridade ele diz que Paulo cometeu um erro ao escrever suas epístolas? Este é um caminho perigoso, isto é, dizer que este ou aquele texto bíblico está errado. A bíblia sagrada não é um livro que contenha a palavra de Deus; ela é a palavra de Deus. Não foi ele quem a escreveu, mas o homem o fez, sob a sua inspiração. O livro dos salmos diz: "a tua palavra é a verdade". Paulo diz a Timóteo: "toda escritura é divinamente inspirada". Neste mundo não faltam homens ignorantes e arrogantes para dizer tamanhas asneiras. Eles se apresentam como os donos da verdade. Para eles a Bíblia está errada, ou contém erros e eles é que estão certos. E o pior de tudo não é isso, mas o fato de haver milhares de pessoas que acreditam no que eles dizem. Acreditam e seguem os seus ensinos cegamente [...] O que você, amigo leitor, deve fazer, é tomar muito cuidado para não ser levado pelo engodo de suas heresias, pois a Bíblia não contém erros; ela é a palavra de Deus; palavra fidedigna, infalível. Ela é inerrante. O que contém erros são as doutrinas desses falsos mestres. Não se deixe levar pela arrogância e pelas heresias desses falsos guias espirituais. Siga fielmente os ensinos da Bíblia Sagrada que você irá muito bem. Não aceite essas afirmações absurdas de que o apóstolo Paulo cometeu enganos quando escreveu suas epístolas." (Pr. Timofei Diacov, "ERROS NA BÍBLIA? ESSA NÃO!", disponível em http://www.jornalismogospel.com.br/modules.php?name=News&file=print&sid=4146)

Se você, querido leitor, está com sua vida presa nesses lugares e nesses ensinos, eu te dou um conselho: rompa com essas manipulações emocionais, com essas ameaças, feitiços e maldições lançadas por esses "Simãos Mágicos modernos" e LEIA A SUA BÍBLIA! Não leia ela com os olhos da sua "igreja", mas leia ela com os seus próprios olhos. Peça ao Espírito Santo que ilumine seu coração, ao ler a Palavra de Deus, e Ele abrirá seus olhos para as Verdades Eternas contidas em Sua Palavra. Ele ainda é o melhor intérprete das Escrituras Sagradas, pois Ele foi quem inspirou seus servos a escrevê-la, preservando-os de erros. A fé cristã-bíblica é antes de tudo uma fé estruturada, histórica, pois foi ao longo da história humana que Deus se revelou progressivamente ao homem, bem como foi assim que Ele revelou Seu maravilhoso plano para nós. Nossos irmãos, do tempo apostólico e dos séculos iniciais do cristianismo (I, II, III sécs. da era cristã), buscaram viver suas vidas segundo essa Palavra de Deus, pois esse foi o ensino de Jesus e dos Seus apóstolos. Façamos nós o mesmo, sigamos suas pegadas sem vacilar. A Bíblia deve ser a sua regra de fé e de conduta, não a palavra desses falsos guias espirituais: a Bíblia é inerrante e infalível; já os falsos guias há muito estão errados, verdadeiros náufragos da fé.

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O LUGAR DO AMOR DENOMINACIONAL NA FÉ CRISTÃ EVANGÉLICA


“No essencial, unidade, no não essencial: Liberdade. Em tudo o Amor”.

 “Porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.” (I Co 13.9-10)

Batista, Metodista, Nova Vida, Vida Nova, Assembléia de Deus, Congregacional, Presbiteriana, Quadrangular, Comunidade Evangélica, Nova Aliança em Cristo, etc. São inúmeras as denominações religiosas evangélicas; desde as mais "clássicas", de longa tradição, até as mais recentes. Cada uma com seus próprios costumes e organização interna, nomenclaturas, liturgias e sistemas de governo; até com algumas pequeníssimas variações doutrinárias, oriundas do entendimento diferenciado de seus diversos fundadores. Contudo, todas elas são denominações cristãs evangélicas, porque preservam e perseveram naquilo que é essencial e caro a fé cristã, o que poderia ser escrito numa "declaração de fé harmonizada":

a) só Deus verdadeiro, um em essência, Trino em Pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo (Jo 15.26; Mt 28.19).
b) Sagradas Escrituras, a saber o Antigo e Novo Testamento que são plenamente inspirados pelo Espírito Santo de Deus e constituem nossa única regra de fé e conduta (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21).
c) Jesus Cristo, o Filho, co-eterno com o Pai e o Espírito, que tomou a forma de homem no seio virginal de Maria, concebido do Espírito Santo, sem pecado original viveu livre de pecado, e se entregou à morte de cruz por nossa salvação; ressuscitou, ascendeu, e se sentou à destra do Pai, onde está intercedendo por nós como nosso único (Mt 1.21; Lc 1.35; Ef 1.7; Rm 4.25; Hb 7.25; Tt 2.13; 1 Co 15.25-28).
d) No iminente regresso de Cristo a reinar com Sua Igreja (At 1.11; 1 Ts 4.15-17).
e) No Espírito Santo, que convence o mundo de pecado, e opera o arrependimento e a regeneração nos crentes em Cristo, dando-lhes o poder para viver vitoriosamente (Jo 16.8-11; Rm 8.2).
f) Na personalidade de Satanás, chamado o Diabo, e seu presente controle sobre a humanidade não crente em Cristo, e sua obra maligna contra a Igreja (2 Co 4.4; 1 Pe 5.8).
g) Na salvação da alma, que se obtém unicamente pela fé em Jesus Cristo, não por obras, posto que estas são o resultado da salvação e não a causa dela (Ef 2.4-10).
h) Na Igreja verdadeira, o corpo de Cristo, que está formada por todos aqueles que confiam em Cristo como Salvador e têm sido regenerados pela obra do Espírito Santo (Ef 1.23; 2.22; 1 Co 2.13).
i) Na imortalidade da alma e seu estado consciente depois da morte (Lc 16.19-31).
j) Na ressurreição do corpo glorificado dos crentes em Cristo, para a felicidade eterna com Ele; e na ressurreição corporal dos que nesta vida tem rejeitado a Cristo, para tormento eterno (Ap 20.4-6; Jo 5.27-29).
l) No dever de todo cristão verdadeiro de anunciar aos outros o Evangelho e procurar conduzi-los à experiência da salvação em Cristo Jesus e no desenvolvimento da vida cristã (Mt 28.19,20).
m) Na manutenção da obra de Deus e no sustento de obreiros, por meio de nossos dízimos e ofertas (2 Co caps. 8 e 9; At 4.34,35; 1 Co 16.1-3; Ml 3.6-12).


Obviamente, como dito anteriormente, há pequenas variações caso-a-caso, dependendo da denominação. Por exemplo, a minha denominação inclui na lista acima:

n) No Batismo com Espírito Santo como bênção distinta do novo nascimento e na operação dos Dons Espirituais (At 1.8; 1 Co caps. 12 e 14).
o) O Batismo com Espírito Santo tem as línguas estranhas como sua evidência. A mesma evidência continuaram a acompanhar todos os que recebiam o Batismo com o Espírito Santo: a) Todos falaram em línguas (At 2.4); Todos falaram em línguas na casa de Cornélio (At 10.45,46); Todos falaram em línguas (At 19.6).
p) O falar em línguas não é somente uma evidência, é também uma bênção (1 Co 14.17).
q) No Princípio de Autoridade delegada por Deus, a homens que ele constituiu como Seus representantes na Igreja, e aos quais devemos honrar, respeitar e nos submetermos, de acordo com as Sagradas Escrituras (Rm 13.7; Hb 1.3; Is 14.12-14; Mt 6.13; 26.62-64).
r) No princípio de que Deus nos constituiu para o louvor da Sua Glória e Majestade, no louvor e adoração profética, na espontaneidade e alegria do Espírito Santo, seja com palmas, danças e expressões de louvor (Is 6.2; Sl 28.2; 63.5; 119.48; 134.2; 141.2; 47.1; 150; 95.6; Fp 3.3; Ef 5.18,19; Cl 3.16).
s) No poder de Deus para curar os enfermos conforme a obra de Jesus Cristo no calvário, na libertação dos oprimidos do Diabo, e no poder do nome de Jesus Cristo no que tange a cura e libertação (Mc 16.17.18; Is 53.4,5).
t) Na cooperação entre Deus e o homem na preservação da salvação; no exercício do livre-arbítrio, na preservação de Deus e na perseverança do homem em orar e vigiar, como o meio pelo qual ele terá a manutenção da sua salvação. Portanto, cremos que aquele que permanecer firme nos caminhos do Senhor será salvo (Jo 1.29; 12.32; 14.1-6; Ef 2.1,2; 1.4,5; Jo 3.16; Rm 2.11; 8.29,30; Tg 4.8; 1 Tm 2.4; Tt 2.11; Mc 16.16; Ap 22.17).

São ainda possíveis desdobramentos em cada cláusula, dependendo da denominação e do nível de detalhamento desejado. Por exemplo, é possível desdobrar a cláusula b) acima para incluir "cremos que as Escrituras são isentas de erro e constituem a completa revelação da graça divina para a salvação dos homens, o único fundamento da fé cristã e a suprema autoridade em matéria de conduta cristã" e "cremos que as Escrituras têm primazia sobre as tradições e experiências humanas."

Essas listas, chamadas "declarações de fé", foram, no passado, chamadas credos. Em linhas gerais, podemos definir credo como sendo uma fórmula doutrinária ou profissão de fé; conjunto de princípios, normas, preceitos, crenças por que se pauta uma pessoa, uma comunidade, partido, instituição etc. Há inúmeros credos cristãos, que já foram e, em alguns casos ainda são utilizados por algumas denominações, como o Credo Atanasiano, o Credo Niceno e o Credo Apostólico (conhecidos como "credos ecumênicos", ou seja, universal, geral, do mundo inteiro).  É importante nos lembrarmos de que não é necessária a adesão a um credo para que uma pessoa se torne cristã, mas, uma vez cristã, a pessoa tem que confessar a sua fé. Essa confissão é, em algum grau, um credo. Conforme cita   Heber Carlos de Campos em seu artigo "A Relevância dos Credos e Confissões" (http://www.monergismo.com/textos/credos/relevancia_credos.htm),

"Em tempos de tanta confusão teológica por que passa a igreja cristã neste final do século XX, não é aconselhável professar o cristianismo sem afirmar com clareza aquilo em que se crê. A igreja de Cristo sempre foi uma igreja confessante, porque a genuinidade da nossa fé tem que ser evidenciada naquilo em que cremos e confessamos. [...]  Tantas são as heresias e as tentativas de assalto à fé genuína que tornam-se necessárias a formulação e a confissão daquilo em que cremos, para que a igreja, na sua inteireza, não venha a ficar perdida, lançada de um lado para outro por quaisquer ventos de doutrina."

Com a Reforma, as igrejas logo sentiram a necessidade de formalizar a fé, apresentando sua interpretação sobre diversos assuntos que as distinguiam da Igreja Romana. Com o tempo, surgem outras denominações, que discordavam entre si sobre alguns pontos, o que gerou a necessidade de estabelecer princípios doutrinários próprios em credos e catecismos (do gr. katekhéo = "ensinar", "instruir", "informar"; cf. Lc 1.4; At 18.25; 21.21,24; Rm 2.18; 1Co 14.19; Gl 6.6). Catecismo é o conjunto de instruções sobre os princípios, dogmas e preceitos de doutrina religiosa, especialmente a cristã; também é o livro que contém essas instruções, expostas em perguntas e respostas. O autor Hermisten Maia Pereira da Costa, em seu artigo intitulado "Os credos da Reforma" (http://www.teuministerio.com.br/BRSPIGBSDCMCMC/vsItemDisplay.dsp&lsid=&objectID=C9F2EC3B-292E-4D9E-853183986D1DC489&method=display), postula que as declarações de fé "[...] precisavam ser, até certo ponto, completas e simples, para que o cristão não iniciado nas questões teológicas pudesse entender o que estava sendo dito, confrontar esse ensinamento com as Escrituras e assim compreender biblicamente sua fé."

Todas essas denominações, portanto, sempre convergiram naquilo que é essencial. São variadas sim, mas nem por isso não são cristãs, muito pelo contrário. A pluralidade de denominações é uma manifestação da multiforme graça de Deus, de modo que como há vários tipos de pessoas com seus temperamentos e variações, há também denominações para cada tipo de pessoa. Os crentes filiam-se a uma determinada denominação genuinamente cristã por identificação (quer com o líder, quer com a denominação em si - liturgia, amigos membros daquela denominação), ou mesmo por razões históricas (parentes foram ou ainda são membros daquela denominação, ou fundaram a denominação, etc). Em alguns casos, menos comuns, por razões doutrinárias (por exemplo, aceitação do Batismo no Espírito Santo). É importante dizer que removendo-se as pequenas diferenças, TODAS AS DENOMINAÇÕES são exatamente iguais. Independente desses pequenos detalhes, TODAS AS DENOMINAÇÕES genuinamente cristãs-evangélicas constituem a IGREJA de Cristo, a despeito dos problemas internos que TODAS enfrentam, invariavelmente. Na verdade - e é bom que isso fique bem claro - nós precisamos das diferenças para sobreviver.

Parênteses (1): Existiam (e existem!) escândalos, exageros, manifestações carnais, orgulho e muitas outras coisas no meio das mais diversas denominações. O problema é que as pessoas usam os defeitos de uma pessoa, de um grupo, ou de um culto, para caracterizar todo um movimento. E conseqüentemente rejeitam tudo, e combatem o movimento como um todo, perdendo com isso a contribuição e a comunhão com pessoas que não são imorais, arrogantes, ou fanáticas, que estão no movimento, e que buscam ao Senhor com coração sincero. Fecha parênteses.

Parênteses (2): Muitos pensam que a diversidade de denominações é sinal de desunião entre os crentes. Nada podia estar mais errado. Primeiro porque não é necessário a pluralidade de denominações para haver desunião. Segundo porque a pluralidade de denominações é reflexo, como foi dito, da multiforme graça de Deus; de forma geral, todas as denominações contribuem para a salvação das almas, como agências do Reino de Deus. Não há na Bíblia Sagrada nada que impeça a multiplicidade denominacional, tendo-se em vista que essa Multiplicidade não fere a Unidade necessária. Paulo, escrevendo aos Efésios, no cap. 4, fala acerca dos 07 Pilares da Unidade da fé ("Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós"). Em sua natureza a Igreja é indivisível, assim como Deus é indivisível. Portanto, a organização da Igreja em denominações não é uma divisão em natureza, vida ou essência, mas apenas quanto a governo, organização e administração. O teólogo Hans Kung escreveu que “a coexistência de igrejas diferentes não […] ameaça, por si mesma, a unidade da Igreja. A unidade somente corre perigo pela coexistência que não é cooperação, nem apoio, mas basicamente uma confrontação hostil”. Pode-se argumentar ainda que se houvesse apenas uma única denominação, a colheita de almas ficaria muito aquém daquilo que é realizado pelo conjunto mais amplo e variado, porque as diferenças e variedades humanas impossibilitariam a adesão quando não houvesse concordância com detalhes. Fecha parênteses.    

Analogamente, alguém escolhe um time de futebol para torcer por ele pelas mesmas razões - identificação ou razão histórica. Uma vez escolhido o time, desenvolve-se toda uma paixão, um amor àquele clube esportivo. Amor tal, que transforma simples torcedores em associados do clube, com direito à carteirinha. Amor tal, que leva à pessoa - e a família inteira, até o gato de estimação -  a vestir-se com as cores do clube e, em muitíssimos casos, com as camisas numeradas e com o nome do principal jogador do clube. Conhecem de cor e salteado o hino do clube, que está até como "toque musical" do seu aparelho celular. No dia que o time do coração joga, é dia sagrado. Todos correm para suas casas, para frente de seus televisores, vestem-se com o uniforme do time e passam a torcer, com muito vigor até, para o time, reclamando com (e até xingando o) árbitro da partida quando marca falta - existente ou não; não importa - contra seu time, e isso pela Tv. Quando seu time ganha, há festa; quando perde, parece que morreu um ente querido. RARAMENTE perdem uma partida! E isso até entre torcedores que professam fé!

Ora, do mesmo modo, comporta-se o homem diante de partidos políticos (um pouco menos, hoje em dia); das empresas onde trabalham (é o tal do "vestir a camisa" da empresa); dos sobrenomes familiares quando são tradicionais (família "A", "B", etc.), etc. O homem é, por assim dizer, um ser que ama, que se apaixona, pelo que faz, pelo que crê, pelo que se identifica, pelo que adere. Não há, salvo casos raros, adesão sem paixão, sem amor. Assim também dá-se com a filiação denominacional: quem se filia a uma determinada denominação cristã-evangélica passa a amar aquela denominação. Compra-se e veste-se a camisa da denominação, no subconjunto denominacional do qual é parte (jovens, mulheres, adultos, etc). Busca-se conhecer a história da denominação, como foi fundada e por quem. Se há um hinário, ou um catecismo, busca-se conhecer cada letra e ensino. 

Todos nós, crentes em Cristo, pertencemos a uma denominação. Como age um cristão sincero? Em primeiro lugar, ele se torna membro de alguma denominação religiosa porque sente necessidade disso. Ali é onde ele toma conhecimento de Deus, aprimora, começa a praticar o amor entre os irmãos e começa a demonstrar sua gratidão para com Deus. Então, começa também, a se desenvolver em seu coração o amor por Aquele que Ele nunca viu. Precisamos ser membros de alguma denominação pela qual nutrimos amor por ela e pelos irmãos e confiança em nossos líderes. Não pertencer a uma denominação não é uma alternativa, mesmo porque os sem-denominação se constituem, em última análise, em mais uma denominação (mais uma classificação), com seus erros e acertos e, exatamente como os crentes pertencentes às suas denominações, defenderão sua "denominação sem nome" (?!?), seu modo de ser Igreja e de viver a fé cristã.

Conforme cita o Pr. Alberto Wagner, "o denominacionalismo clássico é o aparelho estabilizador do corpo maior - a Igreja. Tal qual originariamente concebido, ele protege a Igreja da rivalidade e divisão enquanto promove a unidade visível do Corpo de Cristo. Haja vista a colaboração que todas as denominações tem feito ao reino de Deus ao longo de sua história. [...] Penso que ao desprezarmos a importância das denominações estaríamos destruindo uma estrutura que em muito nos beneficia e criando um problema para qual não teríamos uma solução melhor. Tornaríamos a igreja numa torre de babel; faríamos dela uma arena de rivalidades. Traríamos para ela o que os reformadores conseguiram evitar – o divisionismo. Se amamos a unidade então cooperemos num mesmo espírito: - Denominacionalismo não é rivalidade; - Com maturidade entendemos que as diferenças devem ser reconhecidas com humildade, amor e respeito; - As diferenças são socorridas pela liberdade de consciência e nossas limitações nos impõe uma estrutura denominacional; - Podemos cooperar com uma coexistência produtiva e amistosa nos protegendo de atitudes sectaristas e/ou sincretistas reconhecendo que somos limitados para viver a unidade perfeita. Esse entendimento nos humilha, mas também nos amadurece. - Não podemos criar uma união maior pelo caminho da divisão." ("DENOMINAÇÃO E DENOMINACIONALISMO", http://pibgram.webnode.com.br/news/denomina%C3%A7%C3%A3o%20e%20denominacionalismo/)


É importante dizer que cada denominação constitui-se na parte visível da Igreja invisível; amar a denominação, por assim dizer, PODE ser equivalente a amar a Igreja, desde que esse amor não torne-se em radicalismo e exclusivismo. Por outro lado, é impossível amar a Igreja invisível e por ela doar-se, sem amar a Igreja visível, com seus erros e falhas, expressa nas mais diversas denominações. Cada cristão verdadeiro, pertencente a cada denominação, constitui a Igreja invisível, sendo dela pedra viva. Há lugar para o amor denominacional na fé cristã? Sim, há. Podemos trabalhar para desenvolvermos e avançarmos a nossa denominação? Sim, podemos. Esse amor denominacional pode e deve ser cultivado, sempre com equilíbrio, de forma a não inviabilizar a integração e realização de trabalhos e programas em parceria com outras denominações genuinamente cristãs-evangélicas,  incorrendo assim em sectarismos. Todas as denominações têm o seu lugar e propósito no Reino, e todas juntas, cooperando em suas especialidades e vocações, sem divisionismos e intolerâncias, podem fazer grande diferença em termos de avanço do Evangelho. Afinal, todos cremos no que é essencial e podemos muito bem cooperarmos uns com os outros. Quanto ao não essencial, cada um é livre, desde que em tudo exista o amor e seja feito para a glória de Deus.

Um vivas a liberdade cristã!

Pense nisso! Deus está te dando visão de águia!



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

PENSO, LOGO... ESTOU LASCADO!


Cogito, ergo sum significa "penso, logo existo"; ou ainda Dubito, ergo cogito, ergo sum: "Eu duvido, logo penso, logo existo". A citação é uma conclusão do filósofo e matemático francês René Descartes. Sem aprofundar na filosofia, Descartes correlacionou pensamento e existência. Para este filósofo, se ele pensava ele existia. Assim, tenho certeza que eu penso, portanto, tenho certeza que eu existo. Mas o que é pensamento? É a faculdade que tem como objetivo o conhecimento; inteligência; capacidade ou posição intelectual; maneira de pensar, de julgar; opinião, ponto de vista. Pensar é submeter (algo) ao processo de raciocínio lógico; ter atividade psíquica consciente e organizada; exercer a capacidade de julgamento, dedução ou concepção; refletir sobre, ponderar, pesar.

Pensar é consequência de se estar vivo. Ou seja, penso porque estou vivo, por existo. Porém - e infelizmente - a recíproca não é verdadeira. Posso estar vivo e mesmo assim ser incapaz de pensar, na hipótese de considerar o pensamento conforme a definição acima. Essa é, aliás, a triste realidade da sociedade atual, repleta de sandices, sociedade de "big brothers", "fazendas" e outros paupérrimos programas televisivos em termos de formação de pensamento e reflexão. Sandice, para quem não sabe, é o ato, dito ou afirmação que traduz ignorância ou falta de inteligência; disparate, tolice, necedade, parvoíce. O mundo está cheio de sandices: sandices televisivas, sandices políticas, sandices ideológicas, sandices familiares, dentre muitas outras sandices.

O maligno opera eficazmente, causando sandice no mundo, afastando-o de Deus e de Cristo por meio de disparates sem fim. Dia desses, recebi de um pretenso ateu, que se considera pretensamente erudito, a seguinte pérola: "ora, como saber que Jesus ressuscitou? Ele poderia ter usado seus poderes mágicos e descido da cruz". Sandice de primeira! É o tipo de argumento parvo, que causa riso em quem lê ou ouve. Aliás, ri um bocado diante da resposta oferecida pelo pr. Silas Malafaia à provocação feita pelo presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA), no programa "Na Moral". O representante da ATEA perdeu a chance de ficar calado! E a resposta do pr. Silas foi superficial... Imagine se ele aprofunda! Não concordo com algumas posições do pr. Silas, em especial com relação a Teologia da Prosperidade, mas reconheço que ele tem um dom especial para debates!

Do mesmo modo, figuram as pretensas interpretações da Bíblia, fornecidas por adeptos e fundadores de religiões: não passam de heresia! Não conhecem as Escrituras, sua história, sua doutrina, a arqueologia e a geografia, seus tipos e antítipos e se arrogam no direito de não apenas interpretar o texto milenar, mas ainda por cima querer debater isso com aqueles que estudam e levam a sério a Bíblia Sagrada, que passam anos a fio lendo-a e estudando-a. Fala sério! O sujeito nunca foi um estudante sério da Palavra de Deus, nunca recebeu ensino e foi capacitado teologicamente nas Escrituras e, de uma hora para outra, escreve o evangelho segundo a sua visão herética, desconsiderando milhares de anos de ensino e estudo, desconsiderando toda uma série de autores, professores universitários com doutorado e pós-doutorado nas ciências bíblicas! O sujeito simplesmente "reinventa a roda" e divulga a sua nova "roda" como sendo "a descoberta do século"! Aqui, figuram várias e várias seitas heréticas, como mormonismo, TJ, kardecismo, Família de Deus, etc. Sinceramente, fica mais "bonito", mais "espiritual", "inventar" o seu próprio texto sagrado do que criar uma religião baseada na interpretação estapafúrdia do texto de outra.  Pelo menos, é mais original.   

Porém, para tristeza de crentes pensadores, como eu, a sandice se alastrou para as Igrejas. Nem todas, graças a Deus.  A sandice na Igreja é pior que a do mundo. João, o apóstolo, diz que o mundo jaz no maligno (I Jo 5.19) e isso é fato consumado. Porém, o mesmo apóstolo diz também que "muitos se têm feito anticristos", os quais "saíram de nós, mas não eram de nós" (I Jo 2.18,19). Muitos e muitos anticristos - aqueles que estão contra Cristo - vem surgindo atualmente, cada um com a "mais recente descoberta que revolucionará a fé dos crentes"... Caramba, é muita pretensão! Especialmente com a descoberta do título (título, não ofício) de apóstolo, é um tal de propor sandice que não acaba mais! DNA de Deus, unção de bicho, unção da magreza ("unção fitness"), homem que era anjo antes de ser homem, reintegração dos sacrifícios do Velho Pacto no Novo e por aí vai. É comum aos após-tolos modernos pegarem um texto bíblico e criarem todo um ensino com base no silêncio do texto sobre um determinado assunto. Por exemplo, o ensino de que somente os apóstolos bíblicos cuja obra aparece registrada na Bíblia foram importantes (Pedro, Paulo e João, especialmente); o restante (André, Bartolomeu, etc), era "zé ninguém". Que conclusão é essa?!? Simplesmente, desprezou-se a História da Igreja e as regras mais básicas da Hermenêutica, tomando um texto sem contexto, formando um pretexto, que só serve para lançar no cesto! Ora, o mesmo apóstolo João diz que Jesus é o Verbo (Jo 1.1); o Senhor Jesus nos mandou examinar as Escrituras "porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim [Jesus] testificam" (Jo 5.39). Portanto, qualquer adulteração nas Escrituras é adulteração daquilo que Cristo é; portanto, é fabricar anti-cristos e agir como anti-cristo!

Assim também, vejo uma proliferação de crentes que tornaram-se ecumênicos. Sim, ecumênicos. Defendem tanto o catolicismo e metem tanto o malho na Igreja Evangélica, comparando uma com outra, que me pergunto se já há muito não desviaram da fé. Ignoram os milhares de mortos nas fogueiras da "Santa" (sic) Inquisição. Ignoram as terríveis perseguições a que foram submetidos os missionários em solo brasileiro. Ignoram o apoio de diversos clérigos católicos a Hitler, responsável pelo Holocausto. Aqui, cabe a citação: "Devemos nos indagar se a perseguição do nazismo contra os judeus não teria sido facilitada pelos preconceitos antijudaicos existentes em alguns corações e mentes cristãos". - Cardeal Edward Cassidy - Nós lembramos - uma reflexão sobre o Shoah, 1998 (http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/papa_pacelli.htm). A Igreja Católica alemã empregou durante o nazismo cerca de seis mil "trabalhadores forçados", sendo a maioria proveniente da Polônia e das repúblicas da ex-União Soviética ( http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=195190, tirado estrategicamente do site. Mas basta lançar no google e selecionar "em cache" para ler a matéria, elaborada pela Rádio Vaticano) (veja mais em: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2012/01/502008.shtml). Mesmo muitos católicos sofreram nas mãos da "Santa Madre": Pelo Tratado de Latrão, os católicos deveriam se abster da política, especialmente de uma política autônoma que se contrapusesse ao governo fascista. A consequência imediata deste acordo foi o fechamento do Partido Popular (católico) e o exílio de seus principais líderes. Enquanto o Papa e os fascistas comemoravam, dezenas de milhares de italianos, muito deles católicos, padeciam sob torturas nas inóspitas prisões do regime (http://ideiaquilvicenda.blogspot.com.br/2012/12/o-acordo-entre-hitler-e-igreja-catolica.html). Para piorar, muitos desses ecumênicos são obreiros! Quem deveria conhecer, ignora e não faz ou demonstra fazer a mínima questão de aprender; e assim segue o meu povo sendo destruído, como diria o profeta Oséias.

impressiona como as pessoas falam bobagens sobre a Bíblia, sobre o cristianismo e sobre a Igreja e as igrejas sem conhecer nada. Tenho refletido muito sobre tudo isso. Vejo cada vez mais a Igreja afastar-se de Cristo, criando para si expressões de fé, espiritualidade e ensino que nada tem relação com a Bíblia. O foco hoje não está no pensar, no estudo da Palavra, no raciocínio e na lógica baseada nas Escrituras e na Teologia com suas disciplinas correlatas; está, antes, no "show business", na "indústria do entretenimento", envolvendo as artes performáticas, seu lado financeiro (incluindo empresários, produtores e distribuidores), criativo (artistas, compositores e músicos, entre outros), passando também pelo estrutural (cinema, televisão, teatro e música). É a lógica do "pão e circo" que impera. Basta colocar um sujeito performático na plataforma e o "culto" está pronto: risos, choros, manifestações sobnaturais (a grafia é proposital) regada a muita música com som nas alturas, com letras que não dizem nada, compostas por pessoas que nada tem a dizer. O ensino é baseado na hermenêutica "Where´s Wally", ou seja, procure nas entrelinhas o ensino obscuro que será chamado "profético", porém cheio de contradições! E você que não se meta em criticar, ou será logo "bombardeado" com alguns versículos que acabam sendo repetidos como mantras. Para fugir das críticas, o mais invocado é aquele que recomenda “não tocar nos ungidos do Senhor”, numa “teologia” cominatória com base em versículos isolados e mal aplicados. Isso sem falar em adjetivos como "frio", "radical", "carnal", "insensível ao Espírito", "teólogo", etc.

Podemos ser chamados de ”fundamentalistas” por gente que sequer sabe a origem do termo. Mas se chamarmos alguém do outro lado de “devasso” ou "herege" estamos em maus lençóis. Se discordo de alguém, sou preconceituoso. Se alguém discorda de mim, usa de seu direito de expressão. É a pasteurização conceitual. Não sou muito apreciador do gênero, mas cabe citar João Alexandre: "São sempre variações do mesmo tema/Meras repetições/A extravagâncias vem de todos os lados/e faz chover profetas apaixonados/.../é proibido pensar". De fato, se eu penso... estou lascado! Vivo no meio de uma geração de raríssimos pensadores, onde proliferam os copiadores dos modismos e criadores de besteirol doutrinário-litúrgico.

Você, querido leitor, que lê este texto, por favor eu lhe peço: não ceda a tentação de seguir essas coisas que aí estão. Por favor, leia a sua Bíblia, estude-a e procure comparar os ensinos e liturgias existentes com aquilo que a Bíblia ensina. Cuidado com aqueles que gostam de aparecer, que amam serem vistos pelos homens, fascinados por obter irrestrita admiração e reconhecimento por suas manifestações pirotécnicas inovadoras. Cuidado com esse negócio de "ensino com base nas entrelinhas", com a criação de diálogos na Bíblia que distorcem radicalmente o sentido do texto bíblico e assim pervertem seu propósito original e consequentemente sua interpretação. Não seja como os atenienses, que de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade (At 17.21). O ensino bíblico é milenar, o Caminho para Deus é Cristo Jesus! O Senhor Jesus é o Centro das Escrituras, Ele é a chave hermenêutica que permite a correta interpretação da Palavra de Deus. Se você está preso a uma sandice, a uma invencionice humana sem pé nem cabeça, abandone-a e volte-se para o Senhor! Pense, querido leitor: Deus nos deixou a Sua Palavra, a Bíblia, escrita por um período de aprox. 16 séculos, por 40 autores humanos diferentes, inspirados pelo Espírito Santo; preservou esta mesma Bíblia inúmeras vezes da destruição, não raro a preço do martírio dos seus servos; fez com que ela fosse encontrada de forma miraculosa nas Cavernas de Qunram... agora, depois de todo esse trabalho, de inúmeras vidas, Deus inspiraria ensinos e práticas modernas que contrariam radicalmente o que Ele preservou durante milênios?!? Deus não é esquizofrênico!

Pense nisso, você que existe em Cristo! Deus está te dando visão de águia! 

terça-feira, 25 de junho de 2013

AINDA NÃO É O FIM, MAS O FIM VIRÁ


3 E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? 4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; 5 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. 6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. 7 Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. 8 Mas todas estas coisas são o princípio de dores. 9 Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. 10 Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. 11 E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. 12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. 13 Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. 14 E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. (Evangelho de Mateus, cap. 24)

Qual é o sinal que marcará a Tua vinda e fim do mundo, óh Senhor Jesus? Essa foi a pergunta dos discípulos, feita em particular, ao Senhor. Quais os sinais? É totalmente impossível ao homem, por mais espiritual que seja, saber a data do retorno de Cristo e do fim do mundo. Somente a Divina Trindade conhece o dia e a hora. Porém, Deus permitiu ao homem a possibilidade de identificar os sinais (eventos visíveis) que se dariam quando da volta do Senhor. Segundo o dicionário Houaiss, sinal é um "movimento, gesto, manifestação que serve de advertência, ou que possibilita conhecer, reconhecer ou prever alguma coisa". Assim, obviamente, sabendo-se os sinais, é possível determinar se os eventos que os antecedem estão próximos ou não.

É interessante notar que o texto grego dessa passagem do Evangelho de Mateus usa o termo σημεῖον (sēmeion) para "sinal", seguido do termo παρουσίας (parousias) para "tua vinda", ou seja, σημειον της σης παρουσιας, "sinal da tua (própria) vinda". O termo sēmeion, traduzido por sinal, denota algo miraculoso, maravilhoso. Se traduzido ao pé da letra, a pergunta dos discípulos seria "que milagre (ou maravilha) haverá da tua vinda?" Pela pergunta, é possível supor que os discípulos criam, até esse momento, que quando da volta do Senhor haveria um grande milagre, ou maravilha. Muito provavelmente, eles esperavam um milagre muito maior do que aqueles que estavam acostumados a verem o Mestre operar.

Em resposta a pergunta, o Senhor Jesus não diz que haverá um milagre que antecederá a Sua vinda, ou seja, alguma grande manifestação de poder sobrenatural visível da parte de Deus, que venha a produzir e avivar a fé nos corações dos homens, levando-os ao arrependimento e à mudança de vida. Ao contrário, Ele explica que haverá uma grande deterioração na moral, nos costumes e nas relações humanas, uma total ausência de Temor de Deus sem precedentes na história humana, que se manifestará tanto nos círculos sociais, quanto religiosos, quanto geológicos. Grandes abalos (grandes perturbações) estão previstos pelo Senhor! Veja:

1) Abalos na paz e segurança, nacional, regional e internacionalmente: "E ouvireis de guerras e de rumores de guerras [...] Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino". Hoje, fala-se muito em paz e segurança, em relacionamento de amizade e fraternidade entre as nações e povos. Porém, ao contrário do discurso ideológico dos líderes mundiais, o que se vê é um crescente aumento nas tensões econômicas e políticas. Basta olhar para o Oriente Médio, região que desde os primórdios até hoje jamais experimentou uma paz duradoura. Seja por conflitos sobre a Terra, seja por ideologias religiosas, seja por recursos minerais ou por posição estratégica, o Oriente Médio é palco de constantes guerras. Grandes potências mundiais, como os Estados Unidos, Inglaterra, França e Rússia (essa, desde os tempos da ex-União Soviética, e até mais anterior!) deslocam seus contingentes militares, com suas poderosíssimas armas, para esta região. Recentemente, outra região - a das Coréias - foi palco para grandes tensões políticas, com o risco do uso de armas de destruição em massa.

O mundo pode esperar ainda mais guerras e ainda mais rumores de guerras. Não haverá paz duradoura sobre o mundo, em hipótese alguma e isso independe do motivo para a guerra. É isso que foi predito por Nosso Senhor e é exatamente isso que acontecerá, sem mais nem menos. Isso se deve porque a guerra está primeiramente no coração dos homens: "Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias." (Mt 15.19) Guerras são a única alternativa possível para aqueles que rejeitaram o Príncipe da Paz (Is 9.6).

As guerras, como de costume, trarão inevitavelmente consigo fome e pestilências (doenças). Doenças antigas e novas surgirão nessa época, as quais junto com a fome fará com que os homens pareçam verdadeiros zumbis, mortos-vivos sobre a Terra. A carne apodrecerá nos ossos pelos efeitos de vírus, bactérias e protozoários mortais e pela fome, fazendo com que os ossos se esfarelem como pó. Multidões morrerão, quer pelas guerras, quer pela fome, quer pelas pestes. E tudo isso se dará "em vários lugares".  

2) Abalos na Terra: "haverá terremotos em vários lugares", é o que o Senhor diz. Os fundamentos da Terra tremerão e a ela cambaleará como se estivesse bêbada: "[...] e os fundamentos da terra tremem. De todo está quebrantada a terra, de todo está rompida a terra, e de todo é movida a terra. De todo cambaleará a terra como o ébrio, e será movida e removida como a choça de noite [...]" (Is 24.18-20). Sem dúvida, esses terremotos causarão grande destruição e muitas e muitas mortes, como já tem sido visto em várias partes do mundo. Para ilustrar, em 21/04/2013, um terremoto, de magnitude 7 na escala Richter, matou ao menos 179 e deixou mais de 6.700 feridos na China (http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2013/04/20/terremoto-de-forte-intensidade-deixa-mortos-no-sudeste-da-china.htm).
  



















(Gráfico mostrando os maiores terremotos do mundo desde 1900).

 3) Abalos na espiritualidade e religiosidade humanas: "Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos [...] E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos". Todo esse caos social e econômico trará desespero e fará com que o homem busque as soluções na fé, no sobrenatural.  Milhares, quem sabe milhões ou bilhões de pessoas serão enganadas pelos falsos cristos e falsos profetas que surgirão. Desde o dia em que essas palavras foram ditas, a humanidade tem visto diversos falsos ungidos, falsos deuses e falsos messias. Muitíssimos falsos salvadores, prometendo boa vida e salvação fora da Graça de Deus em Jesus - caminhos alternativos - para alcançar a Deus! Diante do engano, há várias formas de reação possíveis: descrédito para com toda e qualquer religião (ateísmo prático), a alternância ("troca") de religião ou mesmo a permanência no engano, por ilusão ou interesse próprio! Será uma época - e já temos visto o seu início - de muita gente falando em nome de Deus, mas pouco ou nada de Deus falando através do homem. O homem procurará desesperadamente Deus, porém não o Deus da Bíblia, Único e Verdadeiro; antes, procurará o "seu deus particular", o "seu cristo imediatista" nas mais diversas religiões e espiritualidades independentes, encontrando, contudo, somente o falso Cristo com seu falso profeta.

4) Abalos nos Direitos de Liberdade de Fé e Culto Unicamente para os Cristãos. "Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome". As liberdades e garantias constitucionais, mesmo em países ditos democráticos, ruirá como madeira podre nesses dias, para um grupo "religioso" particular: os cristãos. Não me refiro aqui aos cristãos acomodados com o mundo, cheios de filosofias e discursos "harmonizadores" e "relativizadores" da Verdade de Deus com as mentiras do mundo, gente que há muito perdeu a fé e não sabe disso. Esses "cristãos nominais" não são dignos do nome que portam, atribuído pela primeira vez na antiga cidade de Antioquia (At 11.26); pessoas que frequentam igreja apenas para sua própria condenação, sem jamais tornarem-se Igreja. Pelo contrário, estou me referindo aqui a gente séria e que leva Deus a sério, que não negociam a Verdade de Deus com ninguém, que não buscam agradar aos homens - nem a si mesmos -, mas a Deus. Que renunciam dia-a-dia o mundo, com seus prazeres pútridos e facilidades infernais, para viverem de forma agradável a Deus, honrando o Seu Santo Nome em meio a uma geração maligna. Tenho certeza que o leitor já se deparou com gente assim e sabe exatamente o que estou dizendo.
Esses cristãos genuínos e verdadeiros, diante dessa calamidade que grassará a humanidade, não se calarão, como hoje não têm se calado, denunciando o pecado e a maldade do homem em seus pensamentos e atitudes em todas as esferas. Eles mostrarão a causa dessa imensa convulsão que a Terra experimentará: a insistente rebeldia do homem para com o Seu Criador. Mostrarão que a única solução para esse problema chama-se Jesus Cristo; não a imagem, não o símbolo, mas a Pessoa Viva, Ressurreta dentre os Mortos!

Porém, a mensagem da cruz de Cristo sempre causou e sempre causará asco no homem mundano, não só ontem, mas hoje e amanhã. O homem sem Deus, em seu estado de pecador inveterado, amante das trevas e filho do diabo sempre buscou "justificativas" para se afastar de Deus e Seu Único Caminho, Verdade e Vida. Assim, acusam a Bíblia de livro ultrapassado, portadora de regras transitórias para um povo muito antigo as quais hoje não mais se aplicam. Livro de mitos,  segundo os críticos da Palavra de Deus. Livro fundamentalista religioso, que deveria ser banido e destruído da humanidade (e como já tentaram fazer isso, que o diga Diocleciano!). Há anos o homem vem tentando de todas as formas desacreditar a Palavra de Deus, por diversos meios. Academicamente, denota sabedoria e erudição tentar destruir a veracidade dos textos bíblicos, como é feito pela alta crítica. Sabe porquê? Porque a mensagem de Deus penetra nas mais profundas entranhas humanas, até a divisão da alma e do espírito: "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hb 4.12) Espada terrível é a Espada do Espírito Santo! Ela revela ao homem sua real natureza; revela todas as suas podridões de alma, todos os seus carnegãos fedidos do espírito, cheios de malignidade e violência. A Bíblia, revelação de Deus e da Sua Vontade para o homem,  mostra-nos que sem Deus, que é Santo, somos malignos e filhos do diabo; mostra que há um céu onde esse Deus Santo habita e que a única forma de se ir para lá é por meio de Jesus Cristo, de forma a ser salvo por Ele (salvação em Cristo que envolve regeneração, santificação, justificação, eleição, predestinação, etc., tudo isso quando o homem se arrepende e aceita a Cristo como Salvador e Senhor de sua vida); caso contrário, o destino eterno reservado ao homem é o inferno, sem alternativas ou facilitações!

Essa mensagem cai como uma bomba no coração dos ouvintes, os quais obviamente se manifestam e hão de se manifestar contrários a mesma! Jesus diz em Mateus 24 que essa mensagem trará a ira dos moradores de todas as nações sobre os cristãos, justamente por causa da mensagem e do comportamento diferenciado. Isso acarretará em muitos e muitos cristãos sendo mortos (hoje, a mídia tem testemunhado vários discursos inflamados contra os cristãos - gente doente, ignorante, desequilibrada, fanática, intolerante e fundamentalista, como dizem alguns contrários às posições cristãs - Bíblicas, na verdade - e que desejam continuar suas vidas de pecado sem Deus sem que ninguém possa sequer ser contrário ou falar contrariamente a isso) e essas mortes, ainda por cima, serão reputadas como "caridade a Deus", como disse Jesus: "[...] vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus" (Jo 16.2). Hoje, em muitos países, não é crime matar cristãos, nem estuprar mulheres cristãs, nem destruir igrejas. Porém, isso chegará também aos países ditos liberais e democráticos, como disse anteriormente. O amanhã está sendo desenhado hoje, debaixo dos narizes dos homens, que não estão se apercebendo disso.

5) Abalos na Fé e Fidelidade Cristã: "Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão". Essa onda de perseguição e assassinato de cristãos trará um grande impacto na fé e fidelidade dos cristãos a Cristo e uns aos outros. Como disse Jesus, muitos se escandalizarão... no próprio Senhor e na Sua cruz! Certa ocasião, disse Jesus: "E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim." (Mt 11.6) Sofrer em prol de Cristo é um chamado divino, porém nem todos mantém firme esse chamado. Foi assim no tempo das perseguições imperiais, é assim hoje e será assim amanhã. Diante das perseguições promovidas por um imperador sádico e pederasta chamado Nero houve cristãos que renunciaram a fé e adoraram a imagem do imperador amaldiçoando a Cristo, assim também aconteceu com alguns diante de outros imperadores e suas ameaças de morte na arena, pelos leões, ou por outras formas ainda mais violentas. Naqueles dias, preditos pelo Senhor em Mateus 24, estes que se escandalizarão irão trair os antigos irmãos - trair a confiança e os laços fraternais de outrora. É provável que os "escandalizados" denunciem a identidade de seus ex-irmãos e de seus locais e horários de culto (que não será em hipótese alguma em templos nessa época; provavelmente serão cultos e reuniões secretas, em locais e horários somente conhecidos pelos irmãos), entregando-os nas mãos dos seus violentos algozes. Eles farão isso por medo e por ódio.

Com essa multiplicação exponencial da iniquidade, afirma o Senhor que o amor de muitos se esfriará. Que amor é esse? É o amor fraternal, de um para com outro, e o amor para com Deus. O amor vai se esfriar, vai arrefecer. Isso é inevitável. Somente será salvo aquele que perseverar até o fim - perseverar na fé cristã, na fidelidade para com a Palavra de Deus e para com a Verdadeira Igreja (não a instituição, mas o organismo vivo). Essa perseverança terá que ser mantida em meio a todo esse turbilhão de problemas, em meio a essa enorme crise e perseguição. A perseverança até o sangue - o sangue próprio, derramado no lugar da apostasia, pela entrega espontânea e de bom grado da vida, do direito de viver, como louvor a Deus. Pela coragem e fé em ser fiel até o fim, custe o que custar, mesmo a própria vida. Vitória contra o diabo e contra a morte, conseguida pelo Sangue de Cristo e pela palavra do seu testemunho, pelo total desapego e desamor à própria vida até a morte: "E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte" (Ap 12.11).

E isso ainda não é o fim... mas o fim virá!

Disse Jesus: "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim". Em grego: και κηρυχθησεται τουτο το ευαγγελιον της βασιλειας εν ολη τη οικουμενη εις μαρτυριον πασιν τοις εθνεσιν και τοτε ηξει το τελος. Esse é um texto de difícil interpretação, porém irei expor o meu modo de entendê-lo. Note o que Jesus disse: E ESTE evangelho do reino. O pronome demonstrativo "este" (gr. τουτο, touto) é aqui empregado referindo-se a algo que já foi dito (nome que o conectivo "e", dando a idéia de continuidade de pensamento). A tradução literal de Young para este texto fornece: "e esta boa notícia do reino será proclamada em todo o mundo, para testemunho a todas as nações, e então chegará o fim".  Que boa notícia é essa que deverá ser proclamada em todo o mundo? Antes de responder, é interessante notar que:

a) O termo "pregado": do grego kēruchthēsetai, derivado de kerusso. Kerusso significa “proclamar como arauto”. Refere-se à proclamação pública. Esta palavra inclui a figura de um arauto que faz uma proclamação e a de um embaixador que representa outra pessoa. Aliado a expressão "evangelho do reino" transmite a idéia de que o evangelho do reino é proclamado como se fosse um decreto real, por parte do arauto do reino. Note que isso é muito diferente de evangelizar. O mesmo termo kerusso aparece em I Pe 3.19 com a mesma idéia de proclamação.  

b) O termo "testemunho": do grego marturion. “Mártir” vem da palavra grega marturion, traduzida aqui como “testemunha”. Um mártir, em termos da fé cristã, é uma pessoa submetida à pena de morte pela recusa de renunciar à fé cristã ou a qualquer de seus princípios.

No texto, é dito que "ESTE evangelho do reino será PROCLAMADO em todo o mundo, PARA TESTEMUNHO a todas as nações". Assim, entendo que o Senhor não está a referir-se a pregação das boas novas ao mundo, como a maioria dos crentes crêem (o evangelho da graça de Deus, o qual promete justificação pela fé em Cristo e um lar com Ele no céu por toda a eternidade). O Senhor, pelo contrário, refere-se a ESTE evangelho do reino. Evangelho da Graça é diferente de Evangelho do Reino. O evangelho do reino - demonstrado por "este" - o qual será proclamado como decreto real, é na verdade, a proclamação das boas novas da vinda do Rei que estabelecerá Seu Reino, em poder, sobre a terra. As boas novas que anunciarão que diante de todo caos e frustração, dos falsos cristos e profetas com suas falsas predições, da grande malignidade e violência, dos estupros e assassinatos, da fome e das pestes, das guerras, das traições... enfim, mesmo diante de todo esse cenário de total de desespero e catástrofe, onde parece que o diabo venceu, isso não pedurará para sempre. O Senhor virá! Ele virá para governar como Soberano e Único Senhor, como Rei dos reis e Senhor dos senhores toda a Terra, estabelecendo Seu Reino Eterno de forma visível e definitiva! A Proclamação do Evangelho do Reino afirma categoricamente: VENCENDO VEM JESUS!

Já refulge a glória eterna de Jesus, o Rei dos reis;
Breve os reinos deste mundo seguirão as suas leis!
Os sinais da sua vinda mais se mostram cada vez.
Vencendo vem Jesus!

Glória, glória! Aleluia!
Glória, glória! Aleluia!
Glória, glória! Aleluia!
Vencendo vem Jesus!

O clarim que chama os crentes, a batalha já soou;
Cristo, à frente do seu povo, multidões já conquistou.
O inimigo, em retirada, seu furor já demonstrou:
Vencendo vem Jesus!

Glória, glória! Aleluia!
Glória, glória! Aleluia!
Glória, glória! Aleluia!
Vencendo vem Jesus!

Eis que em glória refulgente sobre as nuvens descerá,
E as nações e os reis da terra com poder governará.
Sim, em paz e santidade toda terra regerá.
Vencendo vem Jesus!

Glória, glória! Aleluia!
Glória, glória! Aleluia!
Glória, glória! Aleluia!
Vencendo vem Jesus!

E por fim entronizado as nações irá julgar,
Todos, grandes e pequenos, o juiz hão de encarar.
E os remidos triunfantes, lá no céu irão cantar:
Venceu o rei Jesus.

Glória, glória! Aleluia!
Glória, glória! Aleluia!
Glória, glória! Aleluia!
Venceu o rei Jesus!           

Ainda não é o fim, amado leitor. Mas creia-me, o fim virá! E você, está se preparando para este dia? Está firme na fé e em comunhão plena com a Igreja? Está santificando a sua vida? 

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia! 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

OS LIVRAMENTOS DE DEUS

“Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das tuas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer".  (Dn 3.17,18)

Por: Sem. Juliana Marques Barbosa.(*)


A maioria das pessoas quando ora geralmente pede a Deus que as livre de todo mal. Mas, o engraçado é que quando algo ou alguém que nós considerávamos importante sai de nossas vidas nós ficamos tristes, decepcionados e na maioria das vezes questionamos a Deus e levamos um tempo para aceitar ou muitas vezes não aceitamos. Contraditório, não?

Nós oramos pedindo livramentos e quando assim Deus os faz nós o questionamos todo tempo. A impressão que Deus deve ter de nós é que no mínimo ou não sabemos pedir ou não sabemos o que queremos. E ao invés de nos preocuparmos em aprofundar nosso relacionamento com Deus e com o que Ele pensa a nosso respeito, nos preocupamos com os relacionamentos diversos e com o que Deus tirou de nossas vidas, não é verdade?

Querido Irmão, você entende o que significa ser dependente de Deus? Entende o que é colocar a vida nas mãos do Pai e Nele esperar?
Ser dependente de Deus é crer que tudo que Ele fizer por você é para o seu bem, é para sua felicidade e salvação. Nada do que Deus planejou para nossas vidas dará errado, porque Ele sabia o nosso nome mesmo antes dos nossos pais se conhecerem. Então, como duvidar das escolhas de alguém que envia o próprio e único filho para nos salvar?

Livrar-nos de todo mal é muitas vezes a resposta das nossas orações e das orações que outras pessoas fazem por nós, afinal, a oração é o meio em que falamos com Deus, é o meio pelo qual Ele escuta o nosso clamor! 

Em Mateus 21:22 temos: E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis. Oras, isso se aplica também aos livramentos que Deus proporciona a nossa vida. Nós nem sempre perdemos por falta de vigilância ou por falta de orações, não é sempre assim. Nestes momentos de perda, seja ela qual for, devemos entender que Deus pode estar nos dando um livramento. Eu não estou me referindo aos casos de mortes dos nossos entes queridos, irmãos ou amigos próximos. É claro que nós sofremos com esse tipo de perda, mas devemos lembrar que há um tempo determinado para tudo, tempo de nascer e tempo de morrer. Em diversos momentos nós esquecemos de que o que consideramos bom para nós, pode não ser bom para Deus ou escolha Dele para nossas vidas. Acreditar nos propósitos Dele é saber viver pela fé, e pela fé ser salvo.

Se você tem uma vida íntegra com Ele, pode ter certeza que nenhum mal te alcançará e se alcançar Ele te livrará. No momento em que nós entregamos totalmente a nossa vida a Jesus e nos tornamos condicionados a Ele, saberemos discernir se foi perda ou livramento. Deus só tem o melhor para nós, não precisamos nos preocupar com o que perdemos, porque se orarmos com fé e for da vontade de Deus vai se cumprir.

Em Jó encontramos: “Ele ora a Deus e recebe o seu favor; vê o rosto de Deus e dá gritos de alegria, e Deus lhe restitui a condição de justo.” Assim como na vida de Jó, tudo que for pra ser nosso voltará em nossas mãos, e se não voltar, é porque não iria nos trazer felicidade.

Um exemplo muito simples sobre tudo isso, são as pessoas que perdem, por exemplo, um namorado, um amigo ou um emprego. Num primeiro momento achamos ser o fim do mundo, que não vamos suportar a dor, a falta de dinheiro, que vamos morrer e outros tantos exageros. Chegamos muitas vezes ao ponto de nos humilharmos! Isso além de ser um ato de desvalorização de si mesmo, é a prova que nós não entendemos o trabalhar de Deus em nossas vidas. E isso vale para qualquer situação em que Deus esteja trabalhando em nosso favor. Seja na área financeira, emocional e principalmente espiritual. Se um relacionamento, emprego ou compra de um imóvel não deu certo, ore, peça a direção de Deus e espere no Senhor! Correr para outro caminho que não seja Jesus não prova sua fidelidade a Deus, e sim que te falta paciência e fé para esperar e crer que o melhor ainda estar por vir e que Deus trabalha diariamente pela tua prosperidade em todas as áreas de tua vida.

Você tem suas qualidades, seu valor, e junto com Deus você será sempre a maioria, não tenha medo de enfrentar o que vier se colocar em seu caminho, com a direção do Senhor, você não perderá tempo, receberá seus livramentos, para ir ao encontro do melhor, sempre.

Lembre-se a nossa luta não é contra carne ou sangue, mas sim contra principados e potestades. Quantas foram às vezes em que o inimigo quis acabar com os teus sonhos ou destruir a tua vida, mas Deus mostrou o poder Dele através dos livramentos te provando que o que é Dele o inimigo não toca! Podem tentar acabar com você, mas o Deus que nós servimos tem todo poder para nos livrar de todo mal.

Creia nisso!

Deus está te dando visão de águia!


(*) Juliana Marques Barbosa é Seminarista no Curso Livre de Bacharel em Teologia pela Escola Teológica Reviver.