segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

"MELHOR ERA A MINHA VIDA ANTES DO SENHOR": O CÚMULO DO ABSURDO


¹ A palavra que veio a Jeremias, acerca de todos os judeus, habitantes da terra do Egito, que habitavam em Migdol, e em Tafnes, e em Nofe, e na terra de Patros, dizendo:
² Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Vós vistes todo o mal que fiz vir sobre Jerusalém, e sobre todas as cidades de Judá; e eis que elas são hoje uma desolação, e ninguém habita nelas;
³ Por causa da maldade que fizeram, para me irarem, indo queimar incenso, e servir a deuses estranhos, que nunca conheceram, nem eles, nem vós, nem vossos pais.
⁴ E eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio.
⁵ Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos, para se converterem da sua maldade, para não queimarem incenso a outros deuses.
⁶ Derramou-se, pois, a minha indignação e a minha ira, e acendeu-se nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, e elas tornaram-se em deserto e em desolação, como hoje se vê.
⁷ Agora, pois, assim diz o Senhor, Deus dos Exércitos, Deus de Israel: Por que fazeis vós tão grande mal contra as vossas almas, para vos desarraigardes, ao homem e à mulher, à criança e ao que mama, do meio de Judá, a fim de não deixardes remanescente algum;
⁸ Irando-me com as obras de vossas mãos, queimando incenso a deuses estranhos na terra do Egito, aonde vós entrastes para lá habitar; para que a vós mesmos vos desarraigueis, e para que sirvais de maldição, e de opróbrio entre todas as nações da terra?
⁹ Esquecestes já as maldades de vossos pais, e as maldades dos reis de Judá, e as maldades de suas mulheres, e as vossas maldades, e as maldades de vossas mulheres, que cometeram na terra de Judá, e nas ruas de Jerusalém?
¹⁰ Não se humilharam até ao dia de hoje, nem temeram, nem andaram na minha lei, nem nos meus estatutos, que pus diante de vós e diante de vossos pais.
¹¹ Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para mal, e para desarraigar a todo o Judá.
¹² E tomarei os que restam de Judá, os quais puseram os seus rostos para entrarem na terra do Egito, para lá habitar e todos eles serão consumidos na terra do Egito; cairão à espada, e de fome morrerão; consumir-se-ão, desde o menor até ao maior; à espada e de fome morrerão; e servirão de execração, e de espanto, e de maldição, e de opróbrio.
¹³ Porque castigarei os que habitam na terra do Egito, como castiguei Jerusalém, com a espada, com a fome e com a peste.
¹⁴ De maneira que da parte remanescente de Judá, que entrou na terra do Egito, para lá habitar, não haverá quem escape e fique para tornar à terra de Judá, à qual eles suspiram voltar para nela morar; porém não tornarão senão uns fugitivos.
¹⁵ Então responderam a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a deuses estranhos, e todas as mulheres que estavam presentes em grande multidão, como também todo o povo que habitava na terra do Egito, em Patros, dizendo:
¹⁶ Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor, não obedeceremos a ti;
¹⁷ Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, queimando incenso à rainha dos céus, e oferecendo-lhe libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres, e não víamos mal algum.
¹⁸ Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha dos céus, e de lhe oferecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome.
¹⁹ E quando nós queimávamos incenso à rainha dos céus, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos, para a adorar, e oferecemos-lhe libações sem nossos maridos?


Jeremias 44:1-19

----------------------------------------------------------

Ao lermos esse episódio que está registrado no Livro de Jeremias ficamos estupefatos, perplexos, pasmados com o grau de obstinação, de apostasia, de rebelião contra Deus que pode chegar a humanidade! Realmente, ficamos sem adjetivos para qualificar tamanha malignidade que pode haver no coração humano em relação a Deus.

Veja o que estava acontecendo: o povo de Israel cometia iniquidade de forma abundante, se afastando do seu Deus vivo, como se Deus não existisse. Eles cometiam toda a sorte de maldade, a ponto de queimarem seus próprios filhos em sacrifício a Moloque que jamais foi um deus - na prática, um demônio travestido de deus, um falso deus. Eles se prostituíam  de todas as formas, em todos os montes, em seus cultos sexuais em adoração a Baal e a Asera, igualmente demônios travestidos de deuses, além de adorarem a falsa deusa Astarte ou Astarote, autoproclamada "rainha do céu": 

²⁹ E os caldeus, que pelejam contra esta cidade, entrarão nela, e pôr-lhe-ão fogo, e queimarão, as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a Baal e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem à ira.
³⁴ Antes puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem.
³⁵ E edificaram os altos de Baal, que estão no Vale do Filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem veio ao meu coração, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá.
(Jeremias 32:29,34,35)

Eles, que haviam sido escolhidos pelo único e verdadeiro Deus, que lhes havia feito o bem, livrando-os da escravidão no Egito e fazendo deles, grupo de ex-escravos, uma nação, manifestando o Seu Poder de forma sobrenatural e maravilhosa para os conduzir a uma terra boa ("terra que mana leite e mel", como cita a Bíblia em inúmeras passagens), abandonaram a esse Deus trocando-o por ídolos feitos de pau e pedra: "³³ E viraram-me as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, madrugando e ensinando-os, contudo eles não deram ouvidos, para receberem o ensino" (Jeremias 32:33). Perceba o que Deus estava dizendo: "Eles se comportaram contra mim com desprezo, como homens que, quando são falados, admoestados ou instruídos, em vez de olharem para aqueles que os instruem ou admoestam, viram-lhes as costas. No entanto, seu pecado não teria sido tão grande e hediondo, se eu, por meio de meus profetas, não os tivesse instruído diligentemente, e eles teimosamente se recusaram a ser ensinados ou corrigidos por suas instruções".  

Deus havia sido desprezado pelos seus escolhidos! Havia sido rejeitado, ao ponto daquelas pessoas sequer considerarem a Palavra de correção da parte de Deus por meio dos seus profetas, chamando-os a se arrependerem. Isso mesmo: Deus, apesar de rejeitado - o soberano Deus, que não precisa de homem algum ou de coisa alguma, que é Excelso e Supremo (Deus que "fez o mundo e tudo o que nele há, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas"  - Atos 17:24,25) - estava se importando com eles ao ponto de chamá-los ao arrependimento! Uma paciência imensa e um amor incompreensível (eu e você por certo teríamos desistido dessas pessoas no primeiro episódio), levava Deus a levantar e enviar Seus mensageiros para chamá-los ao arrependimento; para instruí-los em seu dever e alertá-los dos perigos a que se expunham. No entanto, em vez de voltarem o rosto para ele, como discípulos para seus mestres e como súditos para seu rei, ouvindo o que lhes fora dito, viraram as costas, expressando todo o seu desprezo e mostrando grande grosseria e irreverência para com Deus. Eles não tinham respeito pelo Senhor seu Deus. Eram pessoas de coração rebelde e persistente em fazer o mal (Jeremias 5:23,24).

O resultado de toda essa rebelião contra Deus culminou na destruição do Templo de Israel que havia sido edificado por Salomão, a destruição da nação e no desterro, como cativos, dos moradores de Judá, para a Babilônia. Deus usara essa nação - império mundial em sua época - para exercer juízo divino sobre Seu povo. Essa nação era instrumento de Deus para juízo, para correção, para disciplina: "²⁸ Portanto assim diz o SENHOR: Eis que eu entrego esta cidade na mão dos caldeus, e na mão de Nabucodonosor, rei de babilônia, e ele a tomará" (Jeremias 32:28). Serem cativos em Babilônia era o processo de Deus na vida daquelas pessoas, para ensiná-las a obediência, a fidelidade e a gratidão ao bondoso Deus que havia escolhido-os para serem Seu povo de propriedade particular. Era um processo disciplinador de um Pai zeloso, que disciplina seus filhos por amá-los e não querer, em hipótese alguma, que eles destruam a si mesmos com suas ações malignas. O Senhor "disciplina a quem ama, e educa todo aquele a quem recebe como filho" (Hebreus 12:6), logo não devemos desprezar a disciplina do Senhor, nem desanimar quando por Ele somos repreendidos (Hebreus 12:5). 

Um povo que se desviou do Seu Dono, do Seu Deus. Assim era com aquelas pessoas. Mesmo diante das exortações para que se arrependessem, sabendo eles que o Senhor seu Deus é o único Senhor e Deus, endureceram seus corações, taparam seus ouvidos ao que Deus constantemente lhes dizia. Diante do exército de Babilônia, juízo de Deus, ousaram ainda a consultar ao Senhor por meio do profeta Jeremias, para que o Senhor os livrasse do inimigo: "² Pergunta agora por nós ao SENHOR, por que Nabucodonosor, rei de babilônia, guerreia contra nós; bem pode ser que o SENHOR trate conosco segundo todas as suas maravilhas, e o faça retirar-se de nós" (Jeremias 21:2). Note que não estavam arrependidos, só queriam o livramento de Deus para continuarem a praticar seus malignos pecados como até então havia sido. Logicamente, a resposta de Deus foi categórica: "⁴ Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Eis que virarei contra vós as armas de guerra, que estão nas vossas mãos, com que vós pelejais contra o rei de babilônia, e contra os caldeus, que vos têm cercado de fora dos muros, e ajuntá-los-ei no meio desta cidade. ⁵ E eu pelejarei contra vós com mão estendida e com braço forte, e com ira, e com indignação e com grande furor. ⁶ E ferirei os habitantes desta cidade, assim os homens como os animais; de grande pestilência morrerão. ⁷ E depois disto, diz o SENHOR, entregarei Zedequias, rei de Judá, e seus servos, e o povo, e os que desta cidade restarem da pestilência, e da espada, e da fome, na mão de Nabucodonosor, rei de babilônia, e na mão de seus inimigos, e na mão dos que buscam a sua vida; e feri-los-á ao fio da espada; não os poupará, nem se compadecerá, nem terá misericórdia" (Jeremias 21:4-7). A eles foi proposto por Deus dois caminhos, de vida e de morte: morte para quem tentasse resistir a Nabucodonosor rei de Babilônia - servo do Senhor, segundo as próprias palavras de Deus (Jeremias 25:9), e vida para quem a ele se rendesse. Quem se rendesse, aceitando a disciplina de Deus, conservaria sua vida; mesmo estando em Babilônia eles seriam objeto do cuidado especial de Deus, que os restauraria no tempo oportuno à sua terra, conhecendo eles ao Senhor (Jeremias 24:6,7). 

Parênteses: Vale a pena notar que Deus, mesmo havendo determinado executar juízo contra Seu povo, dava a eles opção de se arrependerem (Jeremias 26:2,3). Deus é assim: Antes de executar juízo Ele havia várias e várias vezes, chamando-nos ao arrependimento de nossos maus caminhos e ao retorno para Ele. Ele espera que nós possamos reconhecer o mal que insistimos amar, a maldade e corrupção em nossos corações que nos leva de forma persistente a nos desviarmos daquele que do céu nos chama para Si. Assim é hoje também: Deus fala e repete uma, duas, três, dez vezes... dá tempo e mais tempo... envia pessoas a nos falarem a Sua Palavra e o que fazemos? Damos de ombros, tapamos os ouvidos e tratamos Deus com desprezo. De que podemos nos queixar quando, sob permissão de Deus, o mal que tanto amamos traz sobre nós as suas consequências, a não ser dos nossos próprios pecados? Vivemos no mundo como se Deus não existisse, seguindo a dureza do nosso coração impenitente e cruel; uma hora as consequências virão - consequências inevitáveis para as quais não temos como evitar nem nos livrar. Quer evitar o mal maior em sua vida? Arrependa-se hoje mesmo e volte-se para Deus, que é rico em perdoar! Pare hoje mesmo com todo o vício de jogo, de sexo, de drogas e outros; com todo contato espiritual contrário à vontade de Deus como o ocultismo em suas mais variadas formas (veja, por exemplo: A PERIGOSA "BRINCADEIRA" DO COPO E DO COMPASSO ), com o adultério e toda a promiscuidade, com toda a forma de violência e maldade!

O fato é que aquelas pessoas fizeram todo o possível para se livrarem a si mesmas do seu destino, que havia sido determinado por Deus. Só não fizeram a única coisa que teria trazido livramento para eles, que era se arrependerem. O exército de Babilônia cercava a cidade de Jerusalém, estando o profeta Jeremias preso por conta da Palavra de Deus que ele havia anunciado (Jeremias 32:2).  Diante disso, o rei Zedequias havia aberto negociações com o  Faraó-Hofra, do Egito, com o objetivo de resistir ao poder de Nabucodonosor (Ezequiel 17:15) e, como resultado, o exército egípcio havia sido enviado em socorro, fazendo com que os Babilônios recuassem (Jeremias 32:5). A solução, contudo, foi temporária; os exércitos do Egito voltaram à sua terra, de modo que o cerco babilônico foi retomado por Nabucodonosor. Após um ano de cerco, o exército de Babilônia entrou na cidade de Jerusalém (Jeremias 39:1-3), causando morte e destruição por todo o lado (Jeremias 39:4-8). Jeremias, contudo, foi preservado por Nabuconosor, sendo libertado do seu cativeiro, indo morar com um homem chamado Gedalias, que havia se submetido ao governo de Babilônia como sendo ordenança de Deus e que, por isso, foi nomeado por Nabucodonosor para governar o povo de Judá.

Posteriormente, com o desenrolar da história, vemos um grupo de judeus, que haviam ficado em Jerusalém, ir consultar a Jeremias, pedindo a direção de Deus sobre o que deveriam fazer: "³ Para que o Senhor teu Deus nos ensine o caminho por onde havemos de andar e aquilo que havemos de fazer" (Jeremias 42:3). Eles falaram com Jeremias que tudo que o Senhor mandasse que eles fizessem, assim seria feito, independentemente do que fosse mandado: "⁵ Então eles disseram a Jeremias: Seja o Senhor entre nós testemunha verdadeira e fiel, se não fizermos conforme toda a palavra com que te enviar a nós o Senhor teu Deus. ⁶ Seja ela boa, ou seja má, à voz do Senhor nosso Deus, a quem te enviamos, obedeceremos, para que nos suceda bem, obedecendo à voz do Senhor nosso Deus" (Jeremias 42:5,6). A resposta de Deus, que jamais se contradiz, foi a mesma que há anos havia sido dada: se submetam ao rei de Babilônia (Jeremias 42:10-12), ou sejam, Me obedeçam e se submetam à Minha disciplina, porque se assim fizerem eu os abençoarei. No entanto, Deus havia igualmente os avisado sobre as consequências que adviriam se não se submetessem (Jeremias 42:13-22). O que aconteceu? Aquelas pessoas se recusaram a obedecer e fizeram justamente aquilo que Deus lhes havia dito para não fazerem (Jeremias 43:1-7)! 

Parênteses: Aqueles homens não queriam, de fato, saber a direção de Deus para a vida deles. Eles queriam que Deus confirmasse a direção que eles já haviam proposto seguir! Como Deus não disse aquilo que eles queriam ouvir, eles sumariamente ignoraram a Deus e fizeram conforme suas próprias vontades! Hoje é exatamente igual: Consultamos a Deus não com a intenção de obedecer de coração àquilo que Deus nos mandar fazer; antes, já propomos em nossos próprios corações seguir a nossa própria vontade! Buscamos conselho não para seguir o conselho dado; se esse conselho nos desagradar, se ele for contrário às nossas verdadeiras intenções, desprezamos tanto o conselho e quanto ao conselheiro. Não adianta orar, ler a Bíblia, escutar sermões, pedir conselho, etc. se não há verdadeiro interesse em obedecer! Isso chama-se hipocrisia! É o método constante dos hipócritas fingir uma submissão absoluta à vontade de Deus até que essa vontade seja contrária às suas inclinações ou interesses.

É nesse ponto da história registrada em Jeremias que vemos o cúmulo do absurdo, o ponto em que pode chegar a obstinação humana: eles não obedeceram a Deus e fizeram o que já haviam proposto fazer antes de pedir o conselho; com isso, foram severamente repreendidos por Deus (Jeremias 44:1-14). Diante da repreensão, o que fizeram? Veja a resposta que eles deram: "¹⁶ Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor, não obedeceremos a ti; ¹⁷ Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, queimando incenso à rainha dos céus, e oferecendo-lhe libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres, e não víamos mal algum. ¹⁸ Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha dos céus, e de lhe oferecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome. ¹⁹ E quando nós queimávamos incenso à rainha dos céus, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos, para a adorar, e oferecemos-lhe libações sem nossos maridos?" (Jeremias 44:16-19). Percebeu o que eles disseram: "Nós não vamos obedecer a Deus não, sabe por quê? Porque quando a gente adorava a falsa deusa a gente era feliz e vivia em paz, e não tínhamos falta de nada! Era só alegria, prosperidade e felicidade! Com Deus a gente só se lascou até agora!"

Quantas pessoas pensam e agem exatamente igual a esse homens e mulheres que falaram essa sandice, registrada na Bíblia Sagrada? Pessoas que um dia conheceram a grandeza de Deus, que provaram o amor de Deus por elas e que viram com seus próprios olhos as maravilhas de Deus e que simplesmente renunciaram a fé que um dia abraçaram, por entenderem que a vida sem Deus era melhor do que com Ele?!? Pessoas que renunciaram a Cristo de ampla consciência, retornando aos demônios do inferno, a quem buscavam e serviam, de quem foram libertos um dia tendo os olhos abertos para sua verdadeira natureza! Renunciaram a Cristo porque, dizem para si mesmos, "a vida antiga era mais próspera e feliz, quando servíamos a esses 'deuses'; tínhamos mais prazeres e liberdades e tudo ia às mil maravilhas"? A vida era melhor sem Deus?! Como é possível afirmar uma coisa dessas?! 

Vou perguntar de forma ainda mais clara e incisiva: seu antigo 'deus', seja ele qual for, era realmente bondoso contigo? Quantas vezes esse 'deus' quase matou você, ou a quem você ama? Seu 'ex-deus' que permitia e incentivava o sexo livre e toda a forma de imoralidade sexual, quando você transava livremente com quem queria, sem respeitar seu próprio corpo, em adoração a ele - queria ele realmente seu bem? Isso era realmente bom para você? E quando ele, seu 'ex-deus', incentivava você a consumir todo tipo de droga, que faziam você ficar fora de si, para ter um "êxtase espiritual", consumindo e destruindo sua vida? E quando, à noite, ao dormir, você tinha visões malignas, terror noturno? Quando via vultos por todo lado, quando sentia algo muito mal vir sobre sua vida? E quando esse falso deus, seu 'ex-deus', possuía seu corpo, aprisionando sua vontade e fazendo com que você se ferisse ou ferisse a outros? Isso era realmente bom para você? Você era mais feliz nessa época? Era mais próspero? Era livre, de fato?  

Como é possível, querido(a) leitor(a), quem teve os olhos abertos pelo Senhor, por Cristo, quem morreu por você na cruz, que te dá a vida e tudo aquilo que você precisa para viver, ser agora abandonado por você? Como você pode renunciar Àquele que valoriza sua vida ao ponto de cuidar de você em suas mínimas necessidades, que chama você de Seu filho e que chama a Si mesmo de Seu Pai? Como pode você abandonar conscientemente ao Senhor, após ter conhecido a Ele e descoberto que Ele é, e ainda por cima usar como argumento que a sua situação anterior era melhor do que com Cristo?

"Ah pastor, mas eu me decepcionei com a igreja". Querido(a), decepcionar com igreja todo cristão que se preza já se decepcionou ou se decepcionará um dia. Igreja é feita por gente, gente como a gente, que enguiça de vez em quando. Gente carente da misericórdia de Deus - e isso todas as manhãs. Gente que peca, gente que erra, que fala e faz o que não devia. Tem até, às vezes, em alguns casos, gente que usa até o nome do Senhor para fazer mal aos outros, para se locupletar se fazendo passar por algo que não é - afinal, há joio crescendo junto com o trigo. Assim, tem gente que erra tentando acertar, que leva a sério sua fé e Seu Deus, e gente que vive errado porque nunca conheceu ao Senhor de verdade. É possível se decepcionar com ambos. Mas daí renunciar ao Senhor, de sã consciência, dizendo que os ex-deuses, que o mundo, o pecado e o diabo eram melhores do que Jesus, isso é a mais alta apostasia!!! E, depois de inumeráveis exortações e conselhos de Deus para se arrepender, ainda insistir no caminho de tremenda maldade? Aonde você acha que isso o levará? Eu vou dizer: isso te levará ao inferno eterno, um lugar de "choro e ranger de dentes" (Mateus 13:42)!  "Ah, então eu vou para o inferno por isso? E as outras pessoas?" Querido(a) leitor(a), se elas não se arrependerem irão também para o mesmo lugar de sofrimento (Lucas 13:3)! Mas não se trata delas aqui, se trata de você! Não existe essa justificativa, de "o outro". Tua relação é direta com Deus, sem justificativas ou intermediários; é com Ele que você terá de acertar as contas! 

"Ah pastor, eu fui seduzido por um pecado que tenazmente me assediou, daí eu resolvi chutar o balde mesmo". Querido(a) leitor(a), não importa em qual pecado você tenha caído!! Não importa se você fez salto ornamental no abismo, deu pirueta tripla e mergulhou de cabeça no lamaçal do pecado! Se você reconhece que pecou, preste atenção no que vou dizer: ARREPENDA-SE! Arrependa-se agora, já! Deus é Deus misericordioso, não te desampara nunca! Ele nunca se desviará de um(a) filho(a) Seu/Sua, que reconhece seus pecados e arrependido(a) retorna a Ele! Não há ninguém, que quebrantado(a), debaixo de culpa mas que quer estar ao lado do Seu Pai, Seu Deus e Senhor que seja ignorado(a) por esse Deus! Ao invés de chutar o balde; chute o pecado! Mete o pezão nele, com vontade! Dá uma bicuda nele e no diabo, daquelas bicudas bem dadas! Faça isso agora e volte!!! Volte para Deus!! Deus te chama a vir até Ele, querido(a) leitor(a): "¹⁸ Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã" (Isaías 1:18)!

Independente de qual seja a sua situação, estou exortando-o hoje a se arrepender-se e retornar ao Senhor seu Deus, querido(a) leitor(a)! Se você está sob a disciplina do Altíssimo, saiba que isso é sinal de que para Ele, o Excelso Deus, você é filho(a) Dele! Ele disciplina a quem ama, a quem Ele recebeu como filho, é o que diz o autor aos Hebreus. Você é amado(a) por Deus! Você é querido(a)! Você é precioso(a) para Deus! Não fique mais distante do Senhor, não volte para aqueles seres espirituais da maldade, que não amam você e que só querem a sua destruição; diga não ao mundo, ao pecado e ao diabo! Se lembra de onde você caiu da presença de Deus e se arrependa; receba então o perdão de Deus e seja por Ele recebido(a), de braços abertos!

Ouça essa bela canção e que Deus ministre ao seu coração!


 
Pense nisso!

Graça, misericórdia e paz te sejam multiplicadas!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

QUEBRADOS, MAS NÃO EXCLUÍDOS!


⁹ Tem misericórdia de mim, ó Senhor, porque estou angustiado. Consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu ventre.
¹⁰ Porque a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força descai por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem.
¹¹ Fui opróbrio entre todos os meus inimigos, até entre os meus vizinhos, e horror para os meus conhecidos; os que me viam na rua fugiam de mim.
¹² Estou esquecido no coração deles, como um morto; sou como um vaso quebrado. 

²² Pois eu dizia na minha pressa: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste a voz das minhas súplicas, quando eu a ti clamei.
²³ Amai ao Senhor, vós todos que sois seus santos; porque o Senhor guarda os fiéis e retribui com abundância ao que usa de soberba.
²⁴ Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.


Salmos 31:9-12, 22-24

-------------------------------------------------------


-------------------------------------

O Salmo 31, composto por Davi, é um salmo de lamento. Muito provavelmente o contexto é a entrada de seu filho Absalão em Jerusalém com o intento de matar o próprio pai, movido de ódio por este não ter tomado qualquer ação quando a irmã de Absalão, Tamar, foi estuprada pelo irmão desta, Amnon (II Samuel 13). Conforme lemos nesse salmo, Davi se sentia inútil e desprezado por todos em razão dessa situação.

Você, querido(a) leitor(a), já sentiu inútil também em algum momento de sua vida? Já se sentiu desprezado e excluído, especialmente por aqueles que você ama ou amou em algum momento? Pode haver momentos na nossa história de vida em que o nosso próprio coração nos acusa de não sermos importantes, de não termos  relevância para ninguém, de ocuparmos apenas espaço. Quando isso acontece, nos sentimos como se a nossa existência não significasse nada: se deixarmos de existir ninguém sentirá a nossa falta.

Quando nos sentimos assim, a primeira coisa que fazemos é uma análise da nossa vida, buscando respostas para a profunda dor que estamos sentindo. Tentamos buscar razões em nossos dias passados, em nossa família, escola, trabalho, comunidade, religião, igreja... mas a resposta que surge é, via de regra, na forma de auto-condenação: "você é um zé-ninguém, ninguém liga para você, o que você faz e o que você é não tem importância alguma; aliás, sua vida é um total desperdício". A nossa alma está muito doente e, a partir desse ponto, corremos um sério risco de entrarmos num caminho de auto-destruição. Nesse estágio é onde muitas vezes cogitamos acabar com a nossa própria vida, cometendo suicídio. Infelizmente, não raro, há aqueles que cometem tal violência contra si mesmos. 

Quando a nossa alma adoece, nossa vida corre risco. Nossa fé corre risco. Davi, olhando para dentro de si, reconhece que a situação que ele estava vivenciando era fruto de suas escolhas erradas (iniquidades, vers. 10). Ele então faz uma coisa que a gente deveria fazer nessas horas: Davi suplica (pede de maneira intensa) que Deus se compadeça do seu estado. Note que Davi estava com as emoções em pedaços, sentindo-se completamente arrasado, destruído, perdido e fracassado por conta da situação em que se encontrava. Davi dizia "estou angustiado", "todo o meu ser está consumido de tristeza", "minha vida está gasta em tristeza", "eu passo a vida suspirando", "estou sem forças", "as pessoas me evitam", etc. Ele se sentia atribulado, sem paz, cheio de inquietações e desassossego, como alguém que carrega um peso infinitamente maior do que a sua capacidade de suportá-lo. Ele sentia profunda tristeza, desânimo, melancolia, sem nada que pudesse confortá-lo. Suas tristezas não eram falsas, nem leves; antes eram verdadeiras e penetrantes, sua mente estava oprimida e cheia de pesares.

E, para piorar, ele se sentia fraco espiritualmente: aquele que era o guerreiro do Senhor, que cheio de fé e ousadia havia matado o gigante filisteu Golias com a sua funda, se sentia incapaz e impotente, sem condições de lutar. Para Davi, o Senhor estava longe de sua vida. Os problemas de Davi tornaram ele em uma pessoa cheia de dores e sofrimentos, um homem de dores.

Os problemas que Davi enfrentava haviam afetado sua vida emocional e espiritual, adoecendo sua alma de forma muito profunda. A situação de Davi tornou-o tão deplorável, tão execrável, tão detestável, que até aqueles que dantes o conhecia, que viram seu estado antes e que estavam vendo-o agora, sentiam rejeição por ele. Eles não queriam estar na presença de Davi (vv.11), injuriando-o e difamando-o. Ninguém tinha mais respeito ou consideração por aquele que um dia fora tido como campeão de Deus. Ele havia se tornado "opróbrio entre todos os seus inimigos, até entre os seus vizinhos, e horror para os seus conhecidos". Opróbrio é sinônimo de vergonha, vexame. Davi havia se tornado um vexame público, alguém desonrado, humilhado, alguém sem valor. As pessoas que o viam diziam: "Caramba! Esse é Davi? Esse é aquele homem de Deus que venceu Golias e que se tornou rei de Israel? Olhe, Deus o amaldiçoou!" E assim as pessoas fugiam da presença de Davi, de forma a evitar, na concepção deles, que miséria que ele experimentava não caísse sobre eles também. Era como se ele estivesse contaminado com alguma peste mortal e contagiosa. Noutras palavras, estar com Davi era algo injurioso, uma verdadeira desgraça. Desse modo, Davi era tido como uma pessoa aflita, ferida de Deus e oprimida; alguém de quem os homens escondiam o rosto, desprezado, de quem não se fazia caso algum

Quando os problemas se multiplicam sobre nós, o inimigo usa nossos adversários (infelizmente eles existem!) para levantar ainda mais afronta e calúnia para arrasar conosco, visando destruir-nos emocionalmente e espiritualmente. Ao fazerem assim, esses adversários são usados pelo inimigo que se aproveita do nosso estado de fraqueza interior para semear em nossos corações suas mentiras destruidoras. E a pancada vem pesada, especialmente porque o inimigo usa aqueles que nos são mais próximos, mais queridos por nós, a quem dedicamos estima e consideração, para nos ferir ainda mais. A afronta vinda daqueles que são objeto do nosso apreço são muito profundas e extremamente dolorosas, como picadas de escorpiões e de cobras peçonhentas. Veja o que Davi falou sobre isso: "¹² Com efeito, não é inimigo que me afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu me esconderia; ¹³ mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo." (Salmos 55:12,13)  Foi exatamente o que aconteceu com o Senhor Jesus: se as feridas em Seu corpo eram extremamente dolorosas, mas ainda foram as feridas em Sua alma, ao ser negado por Pedro, traído por Judas e abandonado por seus discípulos, que eram seus amigos íntimos!

O fato é que quando estamos na mesma situação de Davi, também nos sentimos arrasados, deprimidos, atribulados e fracos, emocional e espiritualmente. Não conseguimos estar em paz com a nossa deplorável condição. Aqueles que são convertidos ao Senhor Jesus, que nasceram de novo, não conseguem ficar acomodados diante de seu estado espiritual e emocional. Não conseguem conciliar isso com a fé em Cristo. Eles pensam: "como posso ser filho(a) de Deus e estar assim, falido(a) espiritualmente, destroçado emocionalmente, pensando um monte de coisas ruins e malignas sobre mim e sobre os outros? Como posso dizer que conheço Jesus se a minha vida está desse jeito tão ruim, até pior do que aqueles que não O conhecem"? "Não tenho nenhuma condição de falar sobre o Meu Senhor com alguém, tenho vergonha de falar sobre Ele do jeito que eu me encontro!" "Eu oro, suplico o perdão do Senhor, reconhecendo o meu pecado; mas parece que há uma imensa barreira entre eu e Deus, que insiste em ficar de pé mesmo depois da confissão e das lágrimas sinceras de minha alma! O céu parece de bronze, a oração não passa dele; o chão parece de ferro e, para piorar, aquecido com sol quente; não dá sequer para pisar nele!" 

E assim choramos e lamentamos o nosso estado. E é nesse ponto que, a exemplo de Davi, nos consideramos como mortos, esquecido no coração dos adversários, dos vizinhos, dos amigos, dos conhecidos, da família, da esposa, do marido, dos filhos, dos irmãos, da igreja... Passamos a nos ver como vasos quebrados, sem valor, descartados e prontos para sermos lançados no lixo da existência. É nesse ponto que sucumbimos, que entregamos os pontos. É nesse ponto que desistimos de lutar, desistimos de tentar desistimos de buscar e de pedir. Desistimos de ser cristãos, desistimos da nossa fé... desistimos de Deus, achando que Deus desistiu de nós. Aos nossos olhos, somos caso perdido

Esse veredito que você se auto atribuiu é um veredito muito apressado, querido leitor! Davi reconheceu que foi precipitado pensar assim de si mesmo: "pois eu dizia na minha pressa: Estou cortado de diante dos teus olhos" (vv. 22a). Você diz na nossa pressa que Deus te excluiu para sempre, que "agora não tem mais jeito, que você está para sempre condenado(a); que não tem mais nenhuma chance de você ser perdoado(a); que afastou da sua vida para sempre o Espírito de Deus, que agora só te resta o inferno, etc." dentre outras coisas que você pensa e diz, consigo mesmo(a) ou com outra pessoa, sobre si. Eu pergunto: por que você tem tanta pressa em declarar a tua condenação? Por que tanta pressa em prejulgar o teu Deus? "Estou excluído(a) da Tua Presença Senhor!" - isso não poderia estar mais errado, um grande erro de sua parte pensar assim! Deus, querido(a), não exclui ninguém de Sua presença! Ele jamais rejeitará um(a) filho(a) Seu, que está sofrendo em aflição em sua alma por causa de sua condição espiritual, que confessa sua condição e que busca Seu Pai! Deus não rejeitou Davi, que havia pecado e que estava com a vida em farrapos, mas ouviu o Seu clamor por socorro! Deus o socorreu, sabe por que? Porque o Senhor amava Davi, apesar de tudo que Davi tivesse feito ou que estivesse sentindo! Veja mais uma vez: "²² Pois eu dizia na minha pressa: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste a voz das minhas súplicas, quando eu a ti clamei" (Salmo 31:22). 

Sim, querido(a) leitor(a): mesmo que seus adversários, que seus vizinhos, que seus amigos e até seus irmãos e igreja te excluíram do seu convívio, Deus não te excluiu da Presença Dele! Ao contrário, quando você se volta para Ele, com o coração quebrado e com o espírito contrito, em arrependimento e súplica, Ele estende a Sua mão para você, cheio de misericórdia e graça, cheio de amor e de bondade! Deus não foge de você; você pode até tentar fugir da presença de Deus, mas aonde você for Ele aí está: "Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás. Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá. Mesmo que eu diga que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia" (Salmo 139:7-12). Deus te ama, assim como amou Davi apesar de todas as suas falhas! Se você, querido(a) leitor(a), que se chama pelo nome do Senhor - Cristo (ou seja, se chama cristã(o)) se humilhar, e orar, e buscar a face do Senhor, e se desviar do seu mau caminho, o Senhor promete ouvir do céu, perdoar os seus pecados e sarar a sua terra (II Crônicas 7:14)! Ele, o Senhor, é tardio em irar-se, e grande em misericórdia; perdoa a iniquidade e a transgressão (Números 14:18a). Deus, querido(a) leitor(a), é longânimo e misericordioso!

Davi profeticamente experimentou aquilo que o Senhor Jesus viria experimentar muitos séculos depois, ao levar sobre Si as nossas transgressões e por nós interceder por perdão e misericórdia (Isaías 53). Jesus sofreu, Ele sabe o que é sofrimento! Logo, Ele pode se compadecer de nós quando estamos em sofrimento e angústia, Ele é o nosso sumo-sacerdote fiel: "¹⁴ Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. ¹⁵ Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. ¹⁶ Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno." (Hebreus 4:14-16) Nosso Senhor não tem apenas o poder para nos socorrer, mas tem também a vontade de socorrer-nos! Deus tem prazer em Ser o nosso socorro bem presente na hora da angústia (Salmo 46:1). É se achegando ao trono da graça que recebemos misericórdia e graça, a fim de sermos socorridos quando é oportuno! Achegue-se você também! Venha para diante do trono! O Rei que governa soberanamente o Universo, que é Senhor absoluto sobre toda a Terra e céu, se importa contigo também!

Tu és soberano sobre a Terra
Sobre os céus, Tu és Senhor
Absoluto
Tudo que existe e acontece
Tu o sabes muito bem
Tu és tremendo
E apesar dessa glória que Tens
Tu te importas comigo também
E esse amor tão grande
Eleva-me, amarra-me a Ti

(Música Tu és soberano)  

Concluindo, querido(a) leitor(a), saiba que o perdão dos pecados, a renovação espiritual, a bondosa consideração divina, a ajuda com nossas tentações e fraquezas e ansiedades e temores, tudo está envolvido e abrangido na acessível misericórdia de Deus! O sangue que Jesus derramou na cruz tem todo o poder e eficácia não só para perdoar pecados cometidos antes da conversão a Cristo, mas também depois dela! É o sangue da aliança! E é com base no fato inconteste de que Jesus está vivo que podemos ter a certeza de que Seu amor por nós jamais se acaba! Fomos adotados como filhos e filhas de Deus e nessa condição não precisamos viver atemorizados de não sermos rejeitados pelo Senhor quando O buscamos em sinceridade, mas sim podemos clamar ABA PAI: "¹⁵ Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. ¹⁶ O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." (Romanos 8:15,16) PAIZINHO QUERIDO!

Deixo para seu enlevo espiritual a música abaixo. Clique, ouça e permita que Deus ministre em seu coração a cura, o perdão, o amor e a restauração da sua fé! Graça, misericórdia e paz lhe sejam multiplicadas!

 

De todas as provas que eu já passei
É bem difícil, Senhor
A gente ter que ouvir acusações do vil tentador
Lembranças do passado vêm, e querem me fazer parar
Ou mesmo palavras de alguém
Que não quer na gente acreditar

E quase parando, sem forças e vigor, a gente lê a palavra
E encontra bastante poder pra vencer
E continuar a jornada
E ver que o passado ficou pra trás
Pois Cristo na cruz tudo já venceu
E saber que Dele não lembra mais
Eu canto pra glória de Deus

Nenhuma condenação há para quem está em Ti, Jesus
Cuja vida coberta está pelo sangue que desceu na cruz
É certo que provas virão, investidas de um vil tentador
Mas nenhuma condenação há
Para quem está em Ti, querido Senhor

 

domingo, 12 de novembro de 2023

RESULTADO DO NOVO NASCIMENTO PELO ESPIRITO SANTO: AS DUAS NATUREZAS E A GUERRA INTERIOR


¹⁶ Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
¹⁷ Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.
¹⁹ Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,
²⁰ Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
²¹ Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
²² Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. 

(Gálatas 5:16,17,19-22)

---------------------------------------------------------------------

Como vimos no artigo anterior (se quiser rever, clique aqui: A OBRA REDENTORA DE CRISTO NA ALMA HUMANA: O NOVO NASCIMENTO ), Jesus explicou a Nicodemos que a imperiosa necessidade do homem em relação a Deus é nascer de novo. O novo nascimento, com a implantação da natureza divina pelo Espírito Santo no interior humano quando este se identifica com Cristo e o reconhece como Seu único Salvador e Senhor. É preciso nascer de novo, uma vez que estamos mortos em nossos delitos pecados, como ensina o apóstolo Paulo (Efésios 2:1), sendo o novo nascimento então a nova geração da vida espiritual genuína (ou seja, aquela que volta-se exclusivamente para Deus) no espírito humano.

Parênteses: No que se refere à criação do homem por Deus, todo homem (e mulher) é composto por três partes: corpo, alma e espírito: "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Tessalonicenses 5:23)  O corpo, parte física de quem somos, é a “tenda terrestre”, a conexão com este mundo, pelo qual experimentamos o reino natural. A alma é o centro das decisões. Na alma vive sua mente, vontade, emoções e personalidade e é a nossa parte espiritual, sendo criada por Deus quando Ele, em Gênesis, soprou nas narinas do corpo feito do pó da terra (parte física) o fôlego da vida: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente." (Gênesis 2:7). O espírito é a parte espiritual do homem que permite a conexão com Deus. É a parte mais íntima do seu ser, o seu centro, a fonte da sua identidade. O espírito é a parte mais profunda do nosso ser, que tem a função de possibilitar a comunhão perfeita com Deus. O espírito e a alma estão intimamente ligados; só Deus conhece a "linha divisória" entre eles, onde acaba um e começa o outro.

Nenhuma outra criatura foi criada por Deus com esta terceira parte, o espírito, apenas o homem. Sem o novo nascimento a comunhão com Deus, que é Espírito, é impossível. Com o novo nascimento, nosso espírito renasce, possibilitando com isso possamos ter comunhão com Deus. A alma, centro das decisões, pode assim escolher manter comunhão com Deus, usando para isso o espírito renascido. No entanto, perceba que o novo nascimento refere-se tão somente ao espírito humano. A alma é a mesma, e o corpo é o mesmo. Logo, como disse antes, há sempre uma escolha a ser feita pela alma: mantenho comunhão contínua com Deus ou não? 

Observe: independentemente do novo nascimento ou, indo mais além, de identificar-se com Cristo e reconhecê-Lo como Seu único Salvador e Senhor, o homem ainda é capaz de pecar. Sim, o novo nascimento não elimina de nós essa possibilidade; continuamos tendo a capacidade de fazer o mal, de errar. A alma pode escolher o errado, independentemente de poder, agora, escolher o certo; pode escolher desobedecer a Deus, independentemente de poder escolher obedecê-Lo. A conclusão é que com o novo nascimento, nós, que tínhamos uma única natureza - pecadores, passamos a ter duas naturezas. A Bíblia vai chamar essas duas naturezas de carne (ou seja, a velha natureza pecaminosa) e espírito (a natureza espiritual, gerada pelo novo nascimento). 

Cada uma dessas duas naturezas tem suas particularidades. A antiga natureza - carnal recusa-se a servir a Deus, inclinando-nos sempre para o terreno (o que a Bíblia vai chamar de mundo, sendo essa inclinação conhecida como mundanismo). Vai nos inclinar para a busca do atendimento das nossas concupiscências (nossos ardentes desejos pelos prazeres que satisfazem nosso ser, independente da natureza moral desses prazeres sob a ótica de Deus). 

Parênteses: Quando falamos em natureza moral dos atos e pensamentos humanos, estamos nos referindo sempre como Deus enxerga esses atos e pensamentos, nunca como a sociedade os vê. A moral da sociedade é, via de regra, contrária a moral de Deus, ensinando como certo aquilo que Deus vê como errado, ensinando como santo aquilo que para Deus é imoral, injusto e ímpio. É bom que fique claro que o padrão moral nunca, em hipótese alguma, será o padrão humano, mas sempre o divino, e que cada um de nós uma dia seremos julgados por Deus pelos nossos atos, analisados com base no padrão de Deus.  

A antiga natureza carnal produz, assim, as obras da carne, como Paulo fala às igrejas que estavam na região da Galácia - Derbe, Listra, Icônio e Antioquia, na Pesídia (leia mais sobre as obras da carne, clicando em: UMA PALAVRA SOBRE AS OBRAS DA CARNE EM TEMPOS DO FIM ). A lista paulina de obras que a carne naturalmente realiza não é exaustiva, mas é muito abrangente: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices e glutonarias - e "coisas semelhantes a estas", acrescenta o apóstolo, exortando-os mais uma vez dizendo que aqueles que cometem tais coisas "não herdarão o reino de Deus". Essas obras da carne são o produto natural da nossa natureza decaída, da nossa corrupção espiritual. Observe que Paulo diz que essas obras da carne "são manifestas", isto é, são bem conhecidas; o mundo está cheio de ilustrações do que a natureza humana corrupta produz, incompatíveis com a influência do Espírito de Deus. Quanto à existência e natureza dessas obras da carne, ninguém pode ignorar, pois estão diariamente diante de nós. São obras das trevas, nunca de Deus; quem as pratica, pratica as obras das trevas e, por implicação direta, do próprio príncipe das trevas, o diabo. 

Em oposição às obras da carne, Paulo fala sobre o fruto do Espírito. Aquelas no plural, pois são variadas; este no singular, pois é único. Esse fruto constitui-se dos aspectos do caráter de Jesus que o Espírito Santo forma no homem quando este é regenerado. Os aspectos individuais desse fruto não são graças isoladas, mas sim interligadas, brotando de uma única raiz e constituindo um todo orgânico, funcionando de modo conjunto na vida de quem nasceu de novo. As obras da carne não têm tal unidade e não são dignas de serem chamadas de fruto. Elas não são o que um homem deveria produzir, e quando o grande Lavrador chegar, não encontrará nenhum fruto ali, por mais cheia de atividade que tenha sido a vida da pessoa.

Agora, observe: o apóstolo Paulo vai dizer que o Espírito (Espírito Santo) e a carne (a natureza carnal) estão constantemente em oposição, um contra o outro. Enquanto o Espírito busca moldar em nós a vida de Cristo, a carne busca nos aprofundar em nossa natureza maligna. A questão aqui, portanto, é a quem serviremos: a carne ou ao Espírito? A quem permitiremos que tome conta da nossa vida? Antes, havia só a carne; agora há também a natureza espiritual, que pode estar ou não sob a influência de Deus. É cada alma que deve tomar essa decisão todos os dias da sua vida sobre a terra. 

Parênteses: É por causa das inclinações (decisões) da alma em direção à carne que vemos os mais escandalosos absurdos no meio cristão. Dar lugar à carne é muito mais fácil que dar lugar ao Espírito, porque dar lugar à carne é parte da nossa antiga natureza. Adultérios, prostituição, incesto, swing (troca de parceiros sexuais), poligamia, orgia, pornografia e todo os demais tipos de imoralidade sexual - práticas incluídas no termo fornicação, do grego porneia - tem sido práticas infelizmente vistas entre aqueles que se dizem cristãos (exemplo: https://revistamarieclaire.globo.com/Comportamento/noticia/2014/09/religioso-casal-cria-site-de-swing-para-troca-de-parceiros-cristaos-e-versiculos-da-biblia.html). Se forem realmente convertidas à Deus, essas pessoas precisam com urgência máxima reverem o que a Bíblia ensina sobre o pecado, se arrependerem e abandonarem essas práticas. O mesmo se aplica às demais obras da carne. O texto paulino é muito claro: o que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus, independente de membresia ou frequência à igreja. "Ficar fora do reino de Deus" é auto-explicativo, mas para não deixar dúvidas, significa ser condenado à perdição eterna! No entanto, quantas pessoas, que se autodenominam cristãs, vivem nelas e dizem que esperam pelo céu! No entanto, o apóstolo é bem claro quanto a isso, não apenas aqui em Gálatas mas em todas as suas epístolas: "Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis." (Romanos 8:13)    

Concluindo: No interior de cada crente em Cristo há uma grande batalha sendo travada: a batalha entre a carne e o Espírito. Eles estão em oposição contra um ao outro (Gálatas 5:17). O Espírito e a carne humana são conflitantes entre si de forma irreconciliável. O crente se vê dividido entre essas duas tendências, visto que possui em si mesmo, as duas naturezas que correspondem a essa luta, ou seja, o "velho homem" e o "novo homem".  Assim enquanto a carne nos “empurra” em uma direção, o Espírito de Deus nos puxa para outra: o Espírito Santo nos conduz a vivermos vidas santas; já a carne nos leva a vivermos no sentido contrário. É importante compreendermos que é impossível o cristão estar sobre influência do Espírito e da Carne ao mesmo tempo – ou um, ou outro dominam a nossa vida, cf. Gálatas 5:17. 

O fator decisivo no conflito, e que nos proporciona a vitória, é portanto a presença do Espírito. Sem isso, a fé cristã não seria melhor do que qualquer filosofia ou religião, e certamente não seria superior à lei. Mas é preciso permitir que o Espírito de Deus assuma o controle da nossa vida e isso todos os dias do nosso viver! Somos conclamados a odiar o pecado (a prática pecaminosa) com todas as nossas forças! Se somos realmente cristãos, ou seja, se realmente nascemos de novo, precisamos lutar contra a natureza pecaminosa que há em nós! Isso chama-se mortificação: "Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena" (Colossenses 3:5). Somos eu e você, querido(a) leitor(a), que devemos fazer morrer a natureza carnal. Ela não morre sozinha, é preciso matá-la todo o dia! Essas paixões carnais que nós temos não podem ser alimentadas, senão nós não conseguiremos vencê-las jamais e estaremos perdidos. É preciso lutar! Quanto mais lutarmos, mais fortes espiritualmente falando nos tornaremos (o que não significa imunidade ao pecado) e quanto mais fortes, mais devemos lutar!

Note: de acordo com o que estamos falando até agora, concluímos que nenhum cristão na face dessa terra, enquanto aqui estiver, nesse corpo, é impecável. Nenhum! Eu não sou, você também não é. Mas isso não significa que vamos viver na prática do pecado como se o pecado fosse correto, nós que da escravidão do pecado fomos libertos por Cristo! Eventualmente podemos errar e pecar, mas não devemos insistir no pecado, uma vez que sabemos muito bem como Deus vê o pecado. Pecou? Arrependa-se, peça perdão ao Senhor e busque não mais praticá-lo! Deus é fiel e justo; se confessarmos nossos pecados Ele irá nos perdoar: "⁸ Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. ⁹ Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. ¹⁰ Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós." (1 João 1:8-10) Assim, querido(a) leitor(a), se você, nascido de novo, pecou contra o Senhor, vá até Ele! Ele perdoa e purifica todo aquele que vai a Ele com sinceridade e verdade! Arrependa-se e confesse a Ele seu pecado, e então receba o perdão de Deus em sua vida!

Mas pastor, nunca haverá vitória definitiva sobre a natureza pecaminosa? Sim, querido(a) leitor(a), uma dia haverá a extinção completa dessa maldita natureza que nós possuímos, quando então seremos incorruptíveis eternamente diante do nosso Deus. Quando será isso? Quanto nos formos ressuscitados dentre os mortos por Deus (leia I Coríntios cap. 15). Todo aquele que nasceu de novo tem sobre si a promessa de ser corporalmente ressuscitado por Cristo, independentemente do tempo em que tenha morrido! Nossos irmãos e irmãs em Cristo, que faleceram no passado, por mais distante que sejam, um dia serão ressuscitados dos mortos! Todo aquele que creu em Jesus e O recebeu será ressuscitado! A morte física, para estes, não é um adeus, mas sim um até breve! Afirmo: nós tornaremos a ver aqueles que partiram para a eternidade antes de nós! Se filhos(as) de Deus, os veremos ressuscitados, com seus corpos glorificados! 

Para finalizar, o apóstolo Paulo apresenta um mistério: está prometida uma transformação desse corpo para o corpo glorificado do qual estamos falando, antes da morte! A isso chamamos de arrebatamento: "⁵¹ Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, ⁵² num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." (1 Coríntios 15:51,52). Escrevendo aos Tessalonicenses, ele explica: "¹⁴ Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. ¹⁵ Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. ¹⁶ Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. ¹⁷ Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (1 Tessalonicenses 4:14-17)

Para sua reflexão, ouça a música "O Rei Está Voltando", clicando no vídeo abaixo.

Sim, querido(a) leitor(a): Jesus está voltando! Ele virá mais uma vez a esta Terra, não como o Servo sofredor que Isaías descreve, mas sim como o Rei da Glória! A cada dia que passa mais próximo está o dia do retorno do Senhor; logo, menos tempo nos resta para tomarmos as decisões que implicarão em nosso destino eterno. Vamos falar sobre isso nas próximas postagens! Até lá!

Graça, misericórdia e paz sejam contigo!

domingo, 5 de novembro de 2023

A OBRA REDENTORA DE CRISTO NA ALMA HUMANA: O NOVO NASCIMENTO


¹ Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
² Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
³ A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
⁴ Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?
⁵ Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.
⁶ O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.
⁷ Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.
⁸ O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.
⁹ Então, lhe perguntou Nicodemos: Como pode suceder isto? Acudiu Jesus:
¹⁰ Tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas? 

João 3:1-10

----------------------------------------------------- 

Nos dias de Jesus, há mais de 2.000 anos, havia em Israel várias seitas religiosas, com suas ideias e doutrinas diferentes. Uma dessas seitas era a seita dos fariseus, cujo nome muito provavelmente significa "separado", denotando assim o comportamento dos membros desse grupo. De quem os fariseus se separaram? Daqueles, especialmente sacerdotes, que interpretaram a Lei de forma diferente deles? Das pessoas comuns da terra? Dos gentios ou judeus que abraçaram a cultura helenística? De certos grupos políticos? Todos estes grupos de pessoas os fariseus buscavam evitar, por conta de sua resolução de se separarem de qualquer tipo de impureza proscrita pela lei levítica — ou, mais especificamente, pela sua interpretação estrita dela. Por exemplo, eles entendiam que comer sem previamente se lavarem (abluções - Marcos 7:3-4) os tornavam impuros em relação a Deus. Mateus 23 chama a atenção para as suas (1) posições de autoridade religiosa na comunidade, (2) preocupação com reconhecimento exterior e honra, (3) intenso proselitismo e (4) ênfase na observação das minúcias legalistas da lei, interpretadas segundo seu próprio entendimento. Em certa ocasião, Jesus os condenou, não pelo que faziam, mas por negligenciarem “os assuntos mais importantes da lei, justiça, misericórdia e fidelidade”.

A Bíblia, no Evangelho de João, cita nominalmente um desses fariseus: Nicodemos. Ele era um renomado mestre da Lei e também um membro do Sinédrio, conselho judaico que funcionava basicamente como um tribunal legislativo e judicial, composto de sacerdotes, anciãos e escribas, com atribuição de julgar questões religiosas, políticas e judiciais. Na época, havia um Sinédrio maior, chamado de Grande Sinédrio (composto por 70 homens mais o sumo-sacerdote), que era o órgão religioso supremo na Terra de Israel, e pequenos sinédrios locais (composto por 23 homens) nas cidades de Israel.  

As causas mais importantes eram apresentadas pelos judeus ao Sinédrio, na medida em que os governantes romanos da Judéia lhe haviam deixado o poder de julgar tais casos, e também de pronunciar a sentença de morte, com a limitação de que uma sentença capital pronunciada pelo Sinédrio não era válida, a menos que tivesse sido confirmada pelo procurador romano (cf. João 18:31; Josefo, Antiguidades 20, 9, 1). Conforme explica o website Jewish Virtual Library, o Sinédrio julgava os infratores acusados, mas não podia iniciar as prisões. Era necessário um mínimo de duas testemunhas para condenar um suspeito. Não havia advogados. Em vez disso, a testemunha acusadora declarava o crime na presença do arguido e o arguido poderia convocar testemunhas em seu próprio nome.

Por conta dos ensinos de Jesus, que combatiam a hipocrisia dos fariseus (mandavam que outros cumprissem seus ensinos, mas eles mesmos não cumpriam), os membros desse grupo odiavam o Senhor e procuravam matá-lo. O ódio religioso é muito antigo; Jesus, sendo 100% Deus e 100% homem, foi alvo desse sentimento maligno. Aliás, segundo os Evangelhos, o Sinédrio conspirou para matar Jesus pagando a um de seus discípulos, Judas Iscariotes, trinta moedas de prata em troca da entrega de Jesus em suas mãos. No entanto, quando o Sinédrio não conseguiu fornecer provas de que Jesus tinha cometido um crime capital, os Evangelhos afirmam que falsas testemunhas se apresentaram e acusaram o Nazareno de blasfémia – um crime capital sob a lei mosaica. 

Retornando a Nicodemos, este foi encontrar-se com Jesus, à noite. A intenção de Nicodemos era que esse encontro fosse oculto a todos, por vergonha e medo dos demais membros do Sinédrio, que como dito odiavam ao Senhor. As multidões observavam os líderes judeus. Eles queriam saber o que os líderes acreditavam sobre Jesus (João 7:26, 48). Logo, se esse encontro fosse durante o dia, o Sinédrio poderia vir a saber e Nicodemos perderia tudo. Ele não continuaria a ser um homem importante. As pessoas não o respeitariam e ele seria excluído do convívio com seus pares. Toda a sua vida mudaria. Além disso, ele seria acusado de alta traição, estando sujeito a julgamento e condenação.

Parênteses: Muitos não vem a Jesus à luz dos olhos de testemunhas, por medo e vergonha do que dirão a seu respeito. Mas vem a Jesus de modo secreto, oculto, mantendo o anonimato. Tem medo de perder amigos, família, posições, poder e influência. Outros o fazem por medo da morte; há países, ainda hoje, onde ser reconhecido como cristão é equivalente a estar continuamente sob ameaça de prisão e de morte. Não tenho o propósito de julgar as ações dessas pessoas. No entanto, uma verdade é que quem vai a Jesus e que tem ouvidos para ouvir o que Ele diz, acabará inevitavelmente assumindo publicamente o relacionamento com o Mestre.

Muito embora Nicodemos tenha vindo à noite falar com Jesus, posteriormente ele reconheceu Cristo publicamente.  Nicodemos tornou-se um dos discípulos de Cristo, tendo sido atraído pelo amor do Senhor, notoriamente manifesto pelos bondosos sinais sobrenaturais que Jesus frequentemente realizava. Ele decidiu ir até Jesus porque estava faminto por um conhecimento mais profundo do Senhor. E o Senhor não recusou recebê-lo, nem ouvi-lo. É interessante notar que Nicodemos, ao falar com Jesus, usa o termo plural ("sabemos", 1a. pessoa do plural - "nós"), o que poderia implicar que outros fariseus tinham o mesmo pensamento a respeito de Jesus - "és Mestre, vindo de Deus". De qualquer modo, a fala desse homem a respeito de Jesus era extremamente formalista, quase como uma "concessão" (e não um reconhecimento sincero) por aquele que, muito provavelmente, estava cheio de vaidade por causa de sua posição e conhecimento.   

Parênteses: Nicodemos é o tipo de grande número de homens hoje em dia. Todas as pessoas que têm uma espécie de ligação frouxa e superficial com o Cristianismo ecoam substancialmente as suas palavras. Eles elogiam Jesus Cristo por Sua divindade e por Sua obra redentora, e parecem pensar que estão conferindo uma honra ao Cristianismo quando condescendem em dizer: "Nós, os eruditos especialistas em literatura; nós, os árbitros do gosto; nós, os guias de opinião; nós, os redatores de jornais, revistas e periódicos; nós, os líderes dos movimentos sociais e filantrópicos, reconhecemos que Tu és um Mestre." 

Apesar da fala superficial de Nicodemos, Jesus o conhecia. Jesus conhecia não apenas as suas palavras, mas os seus sentimentos, seu interesse em saber mais sobre Ele; conhecia, principalmente, qual era a real necessidade daquele homem. Deus conhece além das nossas palavras que dizemos: Ele conhece o nosso real interior! Ele sabe o que realmente estamos querendo quando nos aproximamos Dele, quando oramos e o que dizemos em oração! As palavras bonitas não impressionam a Jesus, mas a realidade do coração sim; mesmo as palavras ditas sem qualquer eloquência ou retórica, se ditas do fundo da alma, em contrição e fé, são palavras que o Senhor ouve e atende! 

Qual era a real necessidade de Nicodemos? Jesus disse a ele: é nascer de novo: "A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus". O novo nascimento era e continua sendo a necessidade mais básica e a mais importante que ele, eu e você possuímos! É mais importante que qualquer outra necessidade que tenhamos ou que venhamos a ter. Esse novo nascimento é que nos possibilita sermos súditos do Rei dos reis e servos do Senhor dos senhores, súditos e servos de Jesus! O novo nascimento, ou regeneração, é uma grande transformação espiritual realizada em todos aqueles que crêem e recebem a Jesus como Senhor e Salvador, operada no interior humano pelo Espírito Santo. Logo, o novo nascimento é inseparável do arrependimento e da fé. 

A pessoa nascida de novo vive na certeza de que, a justiça de Deus lhe foi imputada, e agora, lhe foi proposta uma nova orientação moral, baseada numa nova criação na semelhança de Cristo (2 Coríntios 5:17: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."). A regeneração não leva o homem a perfeição sem pecado, mas leva a renúncia, dia após dia, da irreligiosidade e das paixões mundanas, para que “vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tito 2:12).  É a transformação do coração do homem, onde a vida divina é transmitida a alma humana (João 3:5; I João 5:11,12), como concessão de uma nova natureza (II Pedro 1:4: "Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo."). 

Deus já havia dito, no Antigo Testamento, por meio dos seus profetas, que operaria uma transformação no interior humano. Assim, por meio do profeta Jeremias, Deus disse: "⁷ E dar-lhes-ei coração para que me conheçam, porque eu sou o Senhor; e ser-me-ão por povo, e eu lhes serei por Deus; porque se converterão a mim de todo o seu coração." (Jeremias 24:7). Usando o profeta Ezequiel, por duas vezes Deus prometeu dar ao Seu povo... um novo coração! Esse novo coração os possibilitariam a obedecer a Deus: "¹⁹ E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne; ²⁰ Para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os cumpram; e eles me serão por povo, e eu lhes serei por Deus." (Ezequiel 11:19,20; Ezequiel 36:26,27). Note que, como dissemos, é esse novo coração - coração de carne e não de pedra, ou seja, um coração sensível à voz de Deus - que torna o homem capaz de andar e guardar a Palavra de Deus. Isso era algo que Nicodemos devia saber por ser mestre em Israel, mas que no entanto ignorava completamente, como disse Jesus (João 3:10). 

Esse novo nascimento é feito em nós pelo Espírito Santo. Observe que não é, em hipótese alguma, voltar a nascer como nascem todos os homens. Não é voltar ao ventre materno e ter novo corpo, como erroneamente ensina o espiritismo kardecista. Não é, portanto, reencarnação, ensino contrário a tudo o que a Bíblia ensina. Permita-me enfatizar: o novo nascimento é operado pelo Espírito Santo de Deus, que é Deus, na alma de um homem ou mulher já nascido(a), que se arrepende dos seus pecados e que aceita a Cristo como Salvador e Senhor, levando-o(a) a viver segundo a Vontade de Deus. É somente por essa transformação que podemos ser, então, filhos(as) de Deus: "¹² Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; ¹³ Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1:12,13). Há poder sobrenatural, poder de Deus, para que sejamos transformados em filhos(as) de Deus, poder este que é operado por Deus em nossa alma! Para sermos membros da família de Deus, Deus precisa nos comunicar Sua vida e natureza! É um ato de Deus e não do homem, onde a natureza do Deus vivo é implantada no homem quando este homem crê e recebe a Cristo em Sua vida como Senhor e Salvador e aceitá-Lo implica, obrigatoriamente, em identificar-se com Cristo em todos os aspectos! (veja mais: RESGATANDO O CONCEITO BÍBLICO SOBRE A SALVAÇÃO EM JESUS CRISTO (PARTE 7): A EXPIAÇÃO ).

Parênteses: Observe com atenção: o novo nascimento não é o mesmo que frequentar igreja, ainda que isso tenha o seu lugar. Leia mais sobre em ENTRAR PARA A IGREJA NÃO É O MESMO QUE CONVERSÃO

Por que precisamos nascer de novo? A conclusão mais óbvia possível é porque estamos mortos! Isso mesmo: estamos mortos em nossos delitos e pecados, desde que Adão pecou. Paulo nos ensina isso de forma muito clara: "¹ E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados" (Efésios 2:1). Mortos para com Deus, por conta da nossa natureza corrompida que possuímos, que nos leva contínua e crescentemente para longe de Deus. Chamamos isso "morte espiritual", como já explicamos em outra postagem (ver: CRISTIANISMO BÍBLICO FOR DUMMIES - I ). O novo nascimento é portanto a revivificação: o homem sai do seu estado de morte espiritual e desunião, e entra numa vida espiritual de união e comunhão com Deus.

A base mais profunda da necessidade do novo nascimento reside, desse modo, no fato do pecado. Querido(a) leitor(a), a afirmação enfática e urgente de nosso Senhor é facilmente testificada a partir de um simples e honesto exame das profundezas de nossos próprios corações à luz de Deus. Pense no que significa quando dizemos: 'Ele é Luz, e Nele não há escuridão alguma.' Pense naquela pureza absoluta, que, para nós, é uma terrível aversão a tudo o que é mau, a tudo o que é pecaminoso. Pense em que tipo de homens devem ser aqueles que podem ver o Senhor. E então olhe para si mesmo. Estamos preparados para ultrapassar esse limite? Estamos preparados para contemplar esse rosto? É possível que tenhamos comunhão com Ele? Se meditarmos corretamente sobre dois fatos, a santidade de Deus e nosso próprio caráter, sentiremos a real necessidade daquilo que Jesus Cristo realmente declarou o caso quando disse: “Deveis nascer de novo”. Sem essa profunda transformação, não há Céu para nós; não há comunhão com Deus para nós. Devemos estar diante Dele e sentir que um grande abismo está estabelecido entre nós e Ele, de forma a irmos à Jesus e então sermos pelo Espírito Santo regenerados!

Agora, pergunto: você já foi até Jesus, aceitando-O como Seu único e suficiente Senhor e Salvador? Sem isso, querido(a) leitor(a), as portas do Reino de Deus permanecerão cerradas diante de você. Você está e continuará de fora do Reino! E, naquele grande dia quando Cristo voltar à Terra, você ficará eternamente do Senhor. Deus respeita e respeitará sempre a sua escolha; no entanto, hoje Ele lhe concede a oportunidade de mudar o seu futuro em relação a Ele. O que Ele falou com Nicodemos fala com você também: você precisa nascer de novo! Essa é a sua mais importante necessidade! E essa necessidade é totalmente independente de quem você seja, de quaisquer grandes privilégios que você possa herdar por seu nascimento natural ou educação, ou religião, ou a posição que ocupa na sociedade civil ou religiosa. Todos os homens, sem exceção, precisam nascer de novo se querem entrar no Reino de Deus, se querem ser filhos de Deus!

Para sua meditação, ouça o hino abaixo:

 Graça, misericórdia e paz lhe sejam multiplicadas!

domingo, 29 de outubro de 2023

JESUS, FILHO DE DAVI, E O REINO DE DEUS


⁷ Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.
(Salmos 2:7)

³² E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus;
³³ Como também está escrito no salmo segundo: Meu filho és tu, hoje te gerei.
(Atos 13:32,33)

----------------------------------------------------------- 

O salmo segundo foi composto por Davi, rei de Israel. A história de vida de Davi, registrada na Bíblia, tem inspirado milhões de pessoas ao redor do mundo; suas vitórias, movidas por sua fé em Deus, e suas derrotas, causadas por sua natureza pecaminosa, servem como exemplo para todo aquele que estuda sua biografia. Acima de tudo, a vida de Davi revela um Deus que não despreza as pequenas coisas, nem ignora o menor dos homens. Enquanto a humanidade enxerga apenas os grandes, os fortes, os poderosos e os vitoriosos, Deus vê os humildes, os fracos, os pequenos e os desprezados nessa Terra. Deus valoriza e escolhe aquilo que o mundo despreza e considera inútil. Paulo, apóstolo de Cristo, vai nos dizer qual é o propósito de Deus: "²⁷ Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; ²⁸ E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; ²⁹ Para que nenhuma carne se glorie perante ele." (1 Coríntios 1:27-29). Toda a glória será, portanto, sempre do Senhor, por todos os feitos e maravilhas operados por seus filhos e servos; suas obras serão sempre feitas por meio da Sua "mão forte" e do Seu "braço estendido" (Deuteronômio 26:8).

Quem intentará
Contra o braço forte do Senhor?
Quem impedirá o seu agir?
 

(Louvor: Te Exaltamos

Davi era um jovem rapaz, o mais novo dos quatro filhos de um homem chamado Jessé. Ele pastoreava as ovelhas de seu pai, quando foi chamado para comparecer perante Samuel, profeta do Senhor (I Samuel 16:1-13), que havia sido enviado por Deus à casa de Jessé para ungir com azeite (esse era o costume) um novo rei para Israel. Chegando ali, Samuel viu o mais velho dos filhos de Jessé, chamado Eliabe, e ficou impressionado com ele e concluiu que este era quem Deus havia escolhido para ser o novo rei; afinal, era uma pessoa de aparência que chamava atenção. Deus, contudo, entendia de forma diferente: "⁷ Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração" (1 Samuel 16:7). Davi foi então ungido como rei.  

Parênteses: Deus olha para o coração. As aparências enganam aos homens, não a Deus. Os homens se impressionam com aquilo que veem, sem se quer cogitarem em buscar conhecer a verdadeira realidade interior. É bom deixar claro que discernir os propósitos humanos é tarefa impossível a nós, no entanto deveríamos pelo menos buscar ao Senhor para que Ele, que vê os corações, nos orientasse em nossas escolhas. Veja como isso é relevante: escolhemos líderes pela aparência exterior; escolhemos maridos e esposas usando como critério seus corpos esculturais; escolhemos "livros pela capa". Ficamos empolgados com o que vemos, mas não buscamos conhecer quem realmente são os nossos "eleitos". Os desastrosos resultados de nossas escolhas precipitadas são notórios. 

O reinado de Davi foi marcado por grandes vitórias, mas também por grandes problemas. Ele é conhecido por ser aquele que matou o guerreiro experimentado e equipado  filisteu Golias com uma pedra, que desafiara a Israel (I Samuel 17) (a altura de Golias era de 6 côvados e um palmo, equivalente entre 2,92 metros e 3,96 metros, dependendo da equivalência usada para converter a antiga unidade de medida côvado, que pode ser de 45 a 66 centímetros – já o palmo seria metade de 1 côvado). Muitas outras vitórias Davi alcançou, o que provocou um forte sentimento de inveja no então rei de Israel, Saul, que passou a procurar matar a Davi (I Samuel 18) (a quem Deus havia rejeitado como rei, mas que ainda estava no trono da nação). O conflito com Saul irá perdurar até a morte do rei. Somente após a morte de Saul é que Davi foi entronizado como rei (II Samuel 2:1-7). 

Parênteses: Conhecemos Davi como aquele homem que, diferentemente de Saul que fora rejeitado, foi segundo o coração de Deus: "¹³ Então disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou; porque agora o Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre; ¹⁴ Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o Senhor, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou" (1 Samuel 13:13,14). Isto significa que Davi seria o homem que iria satisfazer todos os desejos do coração de Deus, e não iria se opor a eles como fez o rebelde e obstinado Saul. Ser segundo o coração de Deus não significa, portanto, aprovação tácita e irrestrita de todos os atos pessoais de Davi. É bom que isso fique muito claro: Deus pode escolher pessoas para cumprirem os Seus propósitos eternos na Terra, mas isso não significa que Deus irá aprovar tudo o que essas pessoas fizerem em âmbito pessoal.  

Um dos pontos de destaque no relacionamento de Deus com Davi é a aliança que o Senhor fez com ele: "¹² Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. ¹³ Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre" (2 Samuel 7:12,13). Estas promessas referem-se de forma imediata a Salomão, o sucessor imediato de Davi. No entanto, o que Davi não sabia (e nem tinha como saber) é que essas promessas faziam referência também a Cristo, que é frequentemente chamado de filho de Davi (Mateus 1:1, 9:27, 15:22, 20:30,31, 21:9). Esta é uma aliança incondicional feita entre Deus e Davi por meio da qual Deus promete a Davi e Israel que o Messias (Jesus Cristo) viria da linhagem de Davi e da tribo de Judá e estabeleceria um reino que duraria para sempre. A Aliança Davídica é incondicional porque Deus não impõe quaisquer condições de obediência ao seu cumprimento. A garantia das promessas feitas repousa unicamente na fidelidade de Deus e não depende de forma alguma da obediência de Davi ou de Israel.

No salmo segundo, vemos que com base na aliança que Deus havia feito com ele, Davi entendia que seu reino seria perpétuo, ou seja, que o trono de Israel seria sempre ocupado por um descendente seu, visto que seu reino era protegido por Deus. Para Davi, seu reino seria estendido até aos confins da Terra. Como dissemos, Deus não havia revelado a Davi sobre a vinda de Jesus Cristo, que iria acontecer séculos depois. Davi via, portanto, a si mesmo como o ungido de Deus, ou seja, como o messias (o vocábulo messias, "mashiach" [מָשִׁיחַ] em hebraico, significa ungido - lembre-se que ele foi ungido por Samuel, como já mostramos anteriormente).  Ao entender-se a si mesmo como messias, Davi declara que reinava tão somente pela autoridade e mandato de Deus. E, assim, ele proclama o seu decreto real: que assumiu o trono não por ter usurpado esse trono, mas sim por exclusiva Vontade Soberana de Deus. Conforme depreendemos da leitura desse salmo, Deus havia falado com Davi antes de colocá-lo como rei em Israel, reconhecendo-o como sendo Seu filho eleito.

Agora, observe: Esta passagem, como dissemos, aponta em especial para um cumprimento futuro, referindo-se profeticamente ao Senhor Jesus Cristo. Isso não significa que Cristo veio a existir apenas após o seu nascimento, mas sim que Ele, que sempre fora Espírito por toda a eternidade, por meio do nascimento de Maria, tornou-se também homem como eu e você. O apóstolo João em seu evangelho diz que Ele, o Verbo eterno, se fez carne (João 1:1-3,14): 

¹ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
² Ele estava no princípio com Deus.
³ Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
¹⁴ E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

Paulo, escrevendo aos crentes que estavam na cidade de Colossos, diz sobre Jesus que Ele é o criador e o mantenedor de todas as coisas que foram criadas por Deus - ou seja, por Ele: "¹⁶ Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. ¹⁷ E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Colossenses 1:16,17; comparar com Gênesis 1:1-3 e subsequentes).

Assim, Jesus, que sempre foi 100% Deus, ao tornar-se carne passou a ser também 100% homem, tendo a união sobrenatural de duas naturezas, a divina e a humana. 

Como Deus, Jesus tinha (e tem) toda autoridade no céu e na Terra (Mateus 28:18). Ele é chamado no Novo Testamento de Deus (Hebreus 1:8; João 20:28; Romanos 9:5). Ele também é chamado de "alfa e ômega", ou seja, como o princípio e o fim de todas as coisas (Apocalipse 1:17; Isaías 44:6). Jesus Cristo aceitou adoração sem hesitar (João 13:13; Mateus 14:33). O próprio Deus Pai  expressa o Seu desejo em que Cristo seja adorado (Hebreus 1:6; Filipenses 2:10,11). 

Como homem, Ele nasceu de uma mulher, Maria (Gálatas 4:4; Mateus 1:18; João 2:1), tendo sido gerado no útero dela de forma sobrenatural, pela ação do Espírito Santo, sem qualquer envolvimento de José (Maria era virgem, ou seja, não havia copulado com ninguém até então): "³⁴ E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? ³⁵ E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. ³⁶ E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; ³⁷ Porque para Deus nada é impossível" (Lucas 1:34-37). Ele era descendente de Davi (Lucas 1:26,27) porque José, seu pai terreno, era descendente de Davi. 

Parênteses: Pai não é apenas aquele que gera, mas principalmente aquele que assume a responsabilidade pelo cuidado, proteção e orientação do filho. Muitos homens que geram filhos não podem, a rigor, serem chamados de pai; por outro lado, muitos que nunca geraram filhos com sua semente são verdadeiramente pais. Vale dizer aqui que ao contrário do que ensina a sociedade, Deus leva a paternidade muito a sério. Podemos até dizer que a qualidade de pai, de um bom pai, é a qualidade mais semelhante a Deus que um homem pode adquirir. É a realização mais elevada do homem (leia mais em: Paternidade).

Como homem, Jesus tinha uma aparência física com qualquer homem (João 4:9; João 21:4,5): tinha rosto com suas feições humanas, tinha braços e pernas; tinha um corpo humano (note que Deus nunca revelou Sua aparência a ninguém, mas resolveu revelar ao mundo Si mesmo em Jesus). Ele teve Seu desenvolvimento natural como qualquer ser humano normal (Lucas 2:40,46,52). Vemos na Bíblia que Jesus estava sujeito a: a) fadiga (João 4:6; Isaías 40:28); b) sono (Mateus 8:24; Salmo 121:4,5); c) fome (Mateus 21:18; Salmo 50:10-12); d) sede (João 19:28); e) sofrimento e dor física (Lucas 22:44); f) e morte (I Coríntios 15:3). Como vimos no artigo anterior, Ele sofreu e morreu, como homem, por nossos pecados (veja em: "QUEM CREU NA NOSSA PREGAÇÃO": A DESCRIÇÃO PROFÉTICA DOS SOFRIMENTOS DE CRISTO ). Ele foi ressuscitado pelo poder do Espírito Santo, voltando o Seu corpo humano à vida após 3 dias de ter sido morto, aleluia! 

Este Jesus é quem a Igreja deve adorar e pregar. É Ele que é o Salvador de todo aquele que a Ele se achega, com fé, reconhecendo- se pecador e arrependendo-se dos seus pecados. Ele é o único mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5): Ele é aquele que aquele que intervém entre nós e Deus, fazendo paz entre nós, ratificando a (nova) aliança que Ele celebrou na cruz. 

Jesus foi rejeitado pelos homens e foi crucificado, mas Deus o fez Senhor e Cristo (Atos 2:36), o Messias, O prometido. No final dos tempos, está predito que 10 líderes mundiais que se aliarão ao Anticristo, submetendo-se à sua liderança e agenda e que, por isso mesmo, se unirão para lutar contra Jesus, o Cordeiro, e contra o Seu povo. Mas eles travarão uma guerra perdida. Ninguém jamais venceu uma batalha contra Deus e ninguém jamais vencerá uma batalha contra o Senhor Jesus (Apocalipse 17:14). Jesus é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores e carregará este título em Suas vestes e coxas quando derrotar Seus inimigos (Apocalipse 19:16). É importante ressaltar que Apocalipse 17:14 identifica aqueles que acompanham Jesus em Sua batalha vitoriosa contra Seus inimigos como “chamados, escolhidos e fiéis”. Jesus os chamou para Si, os escolheu do mundo e os capacitou a serem fiéis. 

O Reino de Deus, esfera de domínio de Deus, disse Jesus, é chegado a nós. E esse Reino pode também estar em nós. Para isso, é preciso que nos arrependamos e creiamos no Evangelho: "¹⁴ E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus, ¹⁵ E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho" (Marcos 1:14,15). Esse Reino começa pequeno e insignificante aos olhos humanos, mas quando percebemos que ele está implantado por vermos seus frutos, é a hora da ceifa e mais nada podemos fazer, nenhuma decisão podemos tomar (Marcos 4:26-29): 

²⁶ E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra.
²⁷ E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como.
²⁸ Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga.
²⁹ E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa. 

No devido tempo Jesus retornará à Terra, enviando seus anjos para fazer a colheita, separando justos (chamados por Jesus de "trigo") e injustos (chamados por Jesus de "joios" e de "palha") (Mateus 13:24-30,36-43): 

²⁴ Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo;
²⁵ Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
²⁶ E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.
²⁷ E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio?
²⁸ E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo?
²⁹ Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele.
³⁰ Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.
³⁶ Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
³⁷ E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem;
³⁸ O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno;
³⁹ O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.
⁴⁰ Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo.
⁴¹ Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniqüidade.
⁴² E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.
⁴³ Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. 

Agora, querido(a) leitor(a), chegamos a um impasse: somos nós, eu e você, parte integrante do Reino de Deus, quer sejamos trigo quer sejamos joio. A diferença básica é que no caso do trigo o reino de Deus não é só externo, mas essencialmente interno, no nosso homem interior. Isso faz toda a diferença, isto é, se entregamos a Deus o governo da nossa vida ou não, se Ele é o nosso Senhor e Rei ou não. Jesus é Rei; mas e nós, somos os seus fiéis súditos? O Reino de Deus é de natureza eterna, querido(a). Jesus disse que esse Reino já veio, mas olhando para esse mundo ainda vemos presente o mal, que não faz parte do Reino de Deus. Esse Reino está primeiramente no coração de cada um que recebe a Cristo como Senhor e Salvador e, então, estará um dia também manifesto de forma visível no mundo, sem o mal e suas consequências. O inimigo das nossas almas, o diabo, foi vencido na cruz; no entanto, ainda está por aí, aprontando suas diabruras. Mas ele será finalmente lançado em um lugar de tormento eterno, junto com todos aqueles que insistiram em segui-lo: "¹⁰ E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. ¹³ E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. ¹⁴ E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. ¹⁵ E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo." (Apocalipse 20:10,13-15).   

Como fazer para que este Reino esteja em nosso interior? Como disse Jesus, só tem um jeito: se arrepender e crer no Evangelho. Arrependimento é um assunto muito importante na Bíblia, assim como crer no Evangelho também o é. Arrependimento, no Novo Testamento, é metanoia, uma “mudança de mente”, implicando deste modo em mudar de ideia em relação ao comportamento passado. O verdadeiro arrependimento leva a pessoa a dizer: “Eu pequei” e provar isso com uma mudança de direção de 180 graus. O arrependimento requer verdadeiro quebrantamento. Arrependimento NÃO é pedir perdão ao Senhor com a intenção de pecar novamente, mas é um reconhecimento honesto e arrependido do pecado com compromisso de mudança. Ele nos leva a cultivar a piedade enquanto lutamos intensamente para erradicar os nossos maus hábitos que levam ao pecado. 

A Bíblia ensina que o arrependimento é uma mudança de coração e de vida em relação ao pecado. É uma mudança de nossos caminhos pecaminosos para Deus. Nós nos arrependemos porque pecamos contra Deus e queremos ser perdoados. Quando nos arrependemos, reconhecemos a nossa necessidade do perdão e da graça de Deus. Estamos confessando que pecamos e queremos nos afastar do nosso antigo modo de vida. Não queremos mais viver em desobediência a Deus. Em vez disso, queremos conhecê-Lo e seguir Seus ensinamentos. Queremos adorar a Deus com todo o nosso coração, alma, mente e força.

Por outro lado, é preciso que aquele que com sinceridade se arrepende creia no Evangelho. É o Evangelho, "boias novas", que mostram Jesus como Salvador de todo aquele que, arrependido de seus pecados, Nele crê; que mostra-nos o grande amor de Deus por nós, sendo nós ainda pecadores, dando a nós Seu Filho Unigênito Jesus, para que todo aquele que Nele crê não pereça eternamente, mas tenha a vida eterna. 

Agora, eu preciso perguntar: o que você vai fazer em relação ao Rei Jesus, filho de Davi? Irá, arrependido, passar a reconhecê-Lo como Rei da sua vida, entregando a Ele seu coração? Ou irá insistir em ser seu próprio senhor e rei? O Reino de Deus sob o governo de Jesus é eterno, mas você não é eterno. Mesmo sua vida nessa Terra não durará para sempre. A questão então não é "se", mas "quando" e em que condições iremos, eu e você, comparecer perante ao Excelso e Sublime Rei Jesus. Ele foi rejeitado e crucificado há mais de 2.000 anos e, com nossa incredulidade, ao rejeitá-Lo estamos crucificando-O outra vez.

O tempo, querido(a) leitor(a), está cumprido. Arrependa-se e creia no Evangelho. Qual será a sua decisão? Para sua meditação, escute esse belo hino:


 Pense nisso. Graça, misericórdia e paz lhes sejam multiplicadas.