quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

AH, SEU EU PUDESSE VOLTAR NO TEMPO...

Talvez, às portas do final de mais um ano, este seja o desejo do seu coração. Afinal, quem não gostaria de poder voltar ao passado, para reviver os bons e agradáveis momentos que passaram, ou mesmo para evitar os erros cometidos. Como seria bom poder reencontrar aquelas pessoas que amamos, mas que infelizmente perdemos; como seria agradável voltar e poder dizer a elas o quanto as amamos, o quanto são importantes para nós, o quanto fazem falta!

Quantos que ou se separaram ou foram separados de alguém que um dia muito amou não gostaria de viajar no tempo, de voltar atrás e aproveitar cada momento, de eternizar cada gesto de carinho, de viver novamente, juntinho, com aquela pessoa que se foi...



Como seria maravilhoso também poder voltar e desfazer os antigos mal-entendidos. Poder olhar novamente nos olhos daqueles com quem brigamos e dizer-lhes que tudo não passou de um mero mal-entendido. Que foi o nosso jeito "sem-jeito mandou lembrança" que causou todo transtorno. "Me perdoe!", frase que ficou engasgada pela raiva e pelo orgulho e que hoje, depois de todo tempo, tornou-se fonte de mágoa e amargura. De poder voltar atrás em nossas decisões erradas e recomeçar tudo de novo!

Quantos que, mesmo depois de tanto tempo, ainda não sentem a dor da amargura! Deixaram passar o tempo, achando que o tempo seria o melhor remédio, mas o remédio se mostrou ineficaz para combater os males do coração, do ódio, do orgulho e da incompreensão!

"Ah, se eu pudesse voltar no tempo...! Ah, se fosse possível...!"

Infelizmente, a despeito da ficção científica, não é possível viajar no tempo. O que foi feito, está feito; o que foi decidido, está decidido; o que foi perdido, perdido foi. Essa é a nossa limitação, estamos confinados em nossa existência num horizonte de espaço-tempo irreversível. Não há como voltar ao passado, nem ir ao futuro; apenas viver o presente.

Não é possível voltar ao passado e impedir que o amor seja perdido, porém talvez possa ser reconstruído. Do mesmo modo, não é possível desfazer os erros, mas é possível aprender com eles e não mais cometê-los. Enquanto há vida, há esperança! E enquanto crentes em Cristo, há inúmeras possibilidades à nossa frente; inúmeras combinações e arranjos que, se entregues nas mãos do Senhor, redundarão em novos bons momentos e em novas oportunidades de amar e de viver. Por mais que o diabo tenha matado, roubado ou destruído o que lhe foi (ou é) precioso, o Senhor Jesus veio nos dar vida e esta em abundância! E onde há vida, a morte já não mais existe!

Não lamente-se pelo ano que passou, querido leitor! Levante a cabeça, creia em Deus, creia em Jesus! Ele te ama e jamais te desamparará! Ainda há um pasto verdejante com águas tranqüilas para você, pois o Senhor é o teu Pastor! Nada te faltará! Mesmo que você esteja atravessando um momento terrível em sua vida, Ele está contigo! Permita-se ser consolado pelo cajado pastoral do Senhor! O Espírito Santo está em você, dê lugar a Ele, e então a sua ferida d´alma sarará; deixe-O interceder em você e por você, nesta hora, com gemidos inexprimíveis e então você sentirá o carinho e amor do Paizinho querido por você!

Eu profetizo sobre a tua vida, querido(a) leitor(a), um ano repleto das bênçãos do Senhor em todas as áreas da sua vida - sentimental, financeira, profissional, familiar, espiritual, ministerial - enfim, todas! Que o SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; que o SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz!

Feliz Ano Novo, na presença do Senhor!   

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!

A todos os meus queridos irmãos, irmãs e amigos que seguem este blog, desejo um feliz Natal! Que o maior presente venha do Alto, do Pai das Luzes, o maior presenteador do Universo! 

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

COMO ENTENDER AS FESTAS BÍBLICAS NO CONTEXTO DA IGREJA

Tenho a impressão de que nunca se falou tanto nas festas bíblicas como em nossos dias. Muitas denominações evangélicas - até mesmo históricas - passaram a redescobrir esta parte da Bíblia, voltando-se para as celebrações específicas, de acordo com a época do ano. Também conhecidas como festas judaicas, foram determinadas por Deus a Israel como momentos de alegria, de gratidão pelas bênçãos alcançadas, para louvor ao Senhor; para perdão e reflexão, rememorando episódios importantes na vida do povo do Senhor.

Muito se tem discutido acerca da celebração destas festas. Deveria a igreja celebrá-las, ou isso ficou no passado distante do Velho Testamento? A igreja cairia no erro dos judaizantes, conforme a epístola de Paulo aos Gálatas, por celebrar as festas? Será que a igreja perde sua essência neo testamentária ao celebrar a festa dos tabernáculos, por exemplo? Há muito debate, pouco consenso e muita confusão... permitindo-me a citação, Hiney Ma Tov umanaim Shevet achim gam yachad!

Ora, se vamos discutir se a igreja vai celebrar as festas judaicas/bíblicas, vamos ampliar a discussão, de modo a não debatermos superficialmente. Vamos começar com a seguinte pergunta: a igreja deve celebrar festas? As festas fazem - ou podem fazer - parte da liturgia da igreja? Ou a alegria - inerente às festas - atrapalha a adoração a Deus e a meditação nas Escrituras? A alegria favorece a carnalidade, a sensualidade, o pecado?

Muitos pastores e líderes denominacionais acreditam que sim. "A igreja do Senhor não é lugar para risos, para alegria!". Nem o simples ato de bater palmas é permitido! Se alguém manifesta-se durante o culto, quebrando o silêncio sepulcral entre as falas do pregador com um "aleluia!", "glória a Deus!" é logo visto como "perturbador da ordem do cultoe, no mínimo, será repreendido - ou exortado, se preferir, pelo próprio pregador, ou por um diácono, ou pelo irmão do lado. O "consensus" dominante é o expresso pelo Venerável Jorge ("O Nome da Rosa"): "O riso mata o temor. E sem temor, não pode haver fé. Porque se não se teme ao demônio não há mais necessidade de Deus."

O que está por detrás disso? Me desculpem os praticantes, mas o que há é uma religiosidade falida, hipócrita. São incapazes de manifestar qualquer emoção num culto, mas são prontos a se emocionarem num jogo de futebol, num casamento, ou mesmo com as piadas que circulam na sociedade. São capazes de sorrir diante das pegadinhas, diante dos próprios erros. "Mas no culto, não! Deus é santo, e santidade é contrária a alegria!" Infelizmente, existe muita gente doente que acredita nisso. Doentes de alma, isso é o que são! Veja, por exemplo, a celebração da Ceia (isso é outro "motivo de guerra", já no nome. Usar o adjetivo "Santa" para qualificar a "Ceia do Senhor" está terminantemente proibido. Pergunto: o Senhor é santo? Se sim, a Ceia dele não o é? O Santo Senhor tem uma Ceia não-santa? Por favor...). A Santa Ceia foi transformada em culto fúnebre! Cada um come seu pão e bebe seu cálice apressadamente e sai da igreja com cara de santo, de circunspecção...É, infelizmente a igreja tem muitos como "venerável Jorge": eliminam a alegria (e com ela a espontaneidade) em tudo o que se refere à fé...

"Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo." (Romanos 14:17) Qualquer outra definição do que venha a ser o Reino de Deus e que não envolver estes elementos é espúria, produto de uma mente humana sem a revelação de Deus. As atividades que fazemos no Reino de Deus precisam, necessariamente, envolver justiça, paz e alegria no Espírito Santo; sejam elas àquelas ligadas ao serviço cristão ou à adoração. Sem alegria, até o pastoreio é inútil aos crentes (Hb 13.17). Se até João Batista saltou de alegria, ainda no ventre de sua mãe Isabel, na presença do Salvador que ainda estava no ventre de Maria, porque nós não podemos fazer o mesmo? (Lc 1.44) Se ao voltarem da missão, os 70 o fizeream com alegria (Lc 10.17), porque nós nos voltaremos para a tristeza? A ALEGRIA É CARACTERÍSTICA INERENTE DO SALVO EM CRISTO, TEMA CONSTANTE EM TODO O NOVO TESTAMENTO!

Agora que esclarecemos que a alegria é característica inseparável do crente em Cristo, voltemos ao início: a igreja pode celebrar festas. O próprio culto cristão deve ser sempre encarado como festa. Há muitas festas que as igrejas celebram. Por exemplo, o dia do pastor; os aniversariantes do mês; o batismo (a exemplo da Santa Ceia, outra ordenança celebrada sem o elemento festivo e alegre...); o aniversário da igreja; os congressos; o casamento; o natal; festa das nações; etc. Há algumas igrejas que, de forma inovativa, passaram a celebrar outras festas, como "festa jesuina", "halloween gospel", etc. (não vamos neste post argumentar acerca do mérito destas festas, apenas apresentá-las como prática) Observe que a própria celebração do Natal, conforme estabelecido pela tradição, tem sua origem no paganismo babilônico e nem por isso muitos cristãos deixam de decorar suas casas e igrejas...um "vivas!" a liberdade cristã!

Bem, se podemos celebrar várias festas sem prejudicar a nossa espiritualidade - mesmo aquelas que têm origem não-bíblica - porque não podemos celebrar as festas bíblicas? Porque não podemos celebrar o Shavuot (também conhecida como Festa das Colheitas ou Festa das Prímicias)? Ou Tabernáculos? Penso que o problema está no entendimento das festas no contexto da igreja. Há, infelizmente, muitos que entendem (e querem impor este entendimento) que as festas são ordenanças do Senhor para a igreja. Trata-se do mesmo grupo que quer impor o sábado como dia da guarda, o uso obrigatório de shofar, o uso de talit para ministração do culto cristão, imposição do nome de Jesus em hebraico, e coisas do gênero. Tais elementos não são obrigatórios ao culto cristão, em hipótese alguma! Algumas são ordenanças para Israel, no período do Velho Testamento; outras são produto da cultura e tradição judaica. Judaizar a igreja é algo combatido veementemente pelo apóstolo Paulo. Igreja não é sinagoga, nem é derivado dela; mas é algo completamente novo no contexto do Novo Testamento!

Outra coisa: Deus não é propriedade de ninguém. DEle são todos os homens, de todas as culturas, de todos os povos, tribos, línguas e nações. DEle é a terra e toda a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24.1). Deus não é aculturado nem busca aculturar ninguém, Ele respeita cada cultura que há nesta terra. Deus não escolheu uma cultura, escolheu um povo e o comissionou para ir ao mundo como missionários transculturais.

Seu isolamento fez com que o Senhor se voltasse para os gentios. Aqui, há outro grande erro, só que desta vez por parte da igreja, que se acha substituta de Israel. Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum! Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. (Rm 11.1,2) Deus não substituiu ninguém, apenas permitiu que nós, que não somos parte do Israel natural, pudéssemos ser parte do Israel espiritual (gentios e judeus, convertidos à Jesus Cristo). Deus reservou um remanescente em Israel segundo a graça. Agora, perceba o argumento paulino: "Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra." Israel foi eleito - assim como nós - não por suas obras, por sua tradição, por sua cultura, por suas festas ou coisas do gênero. Foi eleito pela GRAÇA, pelo favor imerecido de Deus!

Assim, a igreja não deve celebrar as festas enquanto obrigação de Deus para ela. Mas ela pode fazê-lo enquanto ensino. As festas possuem toda uma tipologia voltada para o Novo Testamento (assim como o cada utensílio do tabernáculo, por exemplo). Ensinar as verdades do Novo Testamento de uma forma lúdica, alegre, é muito gratificante, além de possibilitar a assimilação destas verdades com mais facilidade. Por exemplo, ao celebrar a festa dos tabernáculos (Sucot), a igreja pode ensinar sobre a vinda e sobre a volta de Cristo. A festa das Trombetas (Yom Teruah) pode servir, dentre outros, para ensinar acerca do arrebatamento da Igreja. Shavuot pode servir para ensinar acerca do Pentecostes (aliás, estudando Shavuot é fácil perceber porque há tanta carnalidade no meio pentecostal). Além disso, o aspecto visual fica muito bonito.


Agora, é óbvio que o nó górdio consiste na imperiosa necessidade de se preparar doutrinariamente a igreja antes de celebrar as festas. Celebrar as festas bíblicas sem o correspondente ensino bíblico é uma temeridade, podendo acarretar, dentre outros, invencionices, falsos misticismos e idolatria, além de judaizar a igreja. Ao contrário, os benefícios são evidentes. Lembre-se: Jesus é o tema central da Bíblia, Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim, a razão e o cumprimento de todas as profecias, símbolos e festas bíblicas!

Para finalizar, pergunto: como devem ser o tratamento entre os que celebram e os que não celebram as festas? Os que não celebram devem ser julgados pelos que o fazem, ou vice-versa? De modo nenhum. "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo." (Cl 2.16,17 = grifo adicionado). Novamente, Hiney Ma Tov umanaim Shevet achim gam yachad!


Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

VIVENDO COM ESPERANÇA AS OSCILAÇÕES PERTURBADORAS DA VIDA

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.


Esta é a primeira estrofe da Canção do Tamoio, obra do grande escritor Gonçalves Dias. Minha querida mãe sempre recitava esta estrofe para mim, todas as vezes que eu me deparava com uma situação indesejável em minha vida, quando me queixava acerca dos problemas que estava enfrentando. Ainda não conheci uma pessoa tão sábia como ela...

A verdade é que a nossa vida nesta terra parece muito como um típico caso da física, de um pêndulo. (Fiz muitos exercícios do tipo no Halliday, Resnick e Walker, em Física 2, na época da graduação). Um pêndulo é um corpo pesado, suspenso por intermédio de uma haste ou fio em um ponto situado acima do seu centro de gravidade, de tal modo que lhe seja possível oscilar livremente.

Assim, há momentos em que estamos experimentando boas situações, com alegria, onde tudo dá certo. Onde tudo está sob a mais perfeita ordem, quer na família, quer na vida pessoal, quer profissionalmente, quer ministerialmente. Nestes momentos nos sentimos fortes e poderosos, cheios de virtude e de força. Transportar montes, nestes dias, parece ser uma tarefa simples: se ele não sair pela fé, sairá por nossa própria força!

Há pessoas que insistem em querer eternizar esses momentos. Insistem em querer viver sempre assim, num eterno triunfalismo utópico. Vivem achando que a vida gravita em torno de si próprio. Que nada, em hipótese alguma, dará errado jamais! Afinal, "ele é o cara, é o tal, o bambambam". Sua vida foi planejada para ser o modelo da perfeição e ele mesmo é o anel desta perfeição. Daí, quando a vida lhes surpreende, quando o mal surge - sim, porque isso é próprio da vida - elas entram em parafuso: questionam Deus, questionam a fé, questionam a Igreja... mas não questionam a si mesmas.

Há, também, situações nas quais tudo parece dar errado, parece que todas as forças do Cosmos conspiram contra nós. Em momentos assim, nos sentimos como um átomo de poeira cósmica vagando pela imensidão do universo: ninguém sabe da nossa existência, não influenciamos nada e ninguém e, se não existirmos mais, isso é irrelevante para a humanidade... Como diria Charlie Brown (também conhecido como "Amendoim", do desenho "Snoopy"), o grande profeta do desânimo, "que poxa"... Dá vontade de colocar um saco na cabeça com dois furinhos para os olhos...

A exemplo do caso anterior, há também pessoas que eternizam esses momentos. Há pessoas que insistem em viver justamente assim, num derrotismo infundado, só porque em algum momento a sua vida não foi como planejado ou almejado. Vivem num mar de desânimo, de derrota, de fracasso. Não conseguem mais deixar para trás, superar aquele momento e continuar a viver. Não conseguem mais levantar o semblante, não conseguem mais ter fé. Se ficam na Igreja, o fazem por mera questão de comodidade ou por costume, porque nada mais ali parece fazer sentido algum. Não há nada que as console, mas as lágrimas rapidamente fluem como ribeiros quando conversam com alguém sobre o que passou com elas, e nada do que seja lhes dito faz qualquer efeito. Pessoas que projetam sobre suas vidas o destino ruim de outras, só porque aparentemente viveram o mesmo infortúnio. Apesar de Deus as abençoar, elas só conseguem olhar para suas próprias feridas...

A vida, querido(a) leitor(a), tem suas surpresas, isso é verdade. Mas não podemos continuar a viver nos extremos do pêndulo como se fossem eternos. Primeiro porque estes momentos são eternos na presente vida: nem o mal é eterno, nem os bons momentos duram para sempre; é mister que eles se alternem.

Não há mal que dure para sempre, enquanto nesta vida. A Bíblia diz que o que dura para sempre é a benignidade do Senhor (Sl 118.1) e a Sua misericórdia (Sl 106.1). O mal - adversidade - na vida do crente é transitóriõ e finito, com começo e fim determinados pelo Senhor. Á toda uma Igreja sofredora, o Senhor Jesus, a partir do Seu anjo, escreve a João dizendo: "Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida." Sim, Esmirna padeceria, sofreria com a ação do diabo contra ela. Porém, o sofrimento não seria eterno, nem causaria a destruição daquela que era como perfume diante do Grande Rei. A duração do sofrimento estava determinada de forma irrevogável: 10 dias. 

Do mesmo modo, não há bem que nunca se acabe, enquanto aqui vivermos. O próprio Salvador nos disse: "No mundo, tereis aflições" (Jo 16.33). Haverá sempre um momento em que as coisas hão de perturbarem-se. Haverá momentos nos quais, como diz o antigo hino, expressaremos a nossa dor e tristeza como as seguintes palavras: "Mestre o mar se revolta, as ondas nos dão pavor. O céu se reveste de trevas, não temos um Salvador. Não te incomodas conosco? podes assim dormir? Se a cada momento estamos bem perto de submergir". "Mestre na minha tristeza estou quase a sucumbir. A dor que perturba minha alma, eu peço-te, vem banir. De ondas do mal que encobrem, quem me fará sair? Pereço sem ti, ó meu Mestre, vem logo, vem me acudir."

Ora, se bem e mal se alternarão enquanto aqui vivermos, o que nos resta a fazer? A única coisa que o homem pode fazer: confiar em Deus. Essa é, talvez, a coisa mais difícil que alguém possa fazer, mas é a mais necessária dentre qualquer outra. Confiar em Deus é se entregar a Ele, é depositar as ansiedades e frustrações, as alegrias e vitórias, nas Mãos do Senhor Rei do céu e mar! É ter total confiança de que, embora as circunstâncias possam mudar, Ele jamais mudará! Aleluia! É ter a total convicção de que ainda que eu ande até pelo vale da sombra da morte, não estarei sozinho; o Meu Senhor está comigo, com seu cajado e com sua vara a me consolar!

Nas horas de lutas e tristezas, fazemos a pior coisa que alguém poderia fazer: procuramos justificativas. Geralmente estas justificativas acabarão apontando dedos para alguém - ou para Deus, ou para nós, ou para outros. E aí fazemos o "inventário de culpados". Isso só gera mais feridas, mais tristezas, mais dor.

Quando as lutas me vem assolar, quando tudo parece esfarelar-se diante de mim, eu procuro fazer a única coisa que posso: ter a total convicção, no mais profundo do meu coração, de que nem as tribulações, nem as lutas, nem os fracassos, nem os problemas, ..., nem a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada, nada, ABSOLUTAMENTE NADA, me pode separar do amor de Cristo, Meu Senhor e Salvador. Se Seu amor por mim é firme, é invariável, então eu sei que estou guardado nesse amor; sei que Ele, que me ama com amor eterno, jamais agirá contra esse amor!

Segundo porque se a nossa vida é como um pêndulo, devemos esperar que haja deslocamento, ou seja, mudança de posição. Com o passar o tempo, por dissipação de energia, a amplitude (o A na figura acima) reduzirá com o tempo e, assim, o pêndulo acabará em posição de repouso, sem oscilar mais. Haverá um momento, em nossa existência, quando o movimento pendular cessará; quando o próprio movimento interno, em nossos corpos, deixará de existir. Sim, a "energia da vida bios" se dissipa a cada manhã. Porém, quando os dias se findarem e na morte adormecermos; quando o Rei disser ao nosso espírito "livre sê", nunca mais angustiados! Nunca mais sofreremos! Nunca mais viveremos em oscilações perturbadoras! A vida será de constante e eterna paz, de eterno gozo. Lá, tudo o que hoje é parcial será aniquilado em prol da inteireza, da completude! Tudo que é transitório passará a ser eterno!

Força, meu dileto leitor! Coragem, minha amada leitora! Sê forte, tende coragem! O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã! Faça como Abraão: levante a cabeça e olhe para cima, olhe para céu; de lá vem o teu socorro! De lá vem a tua salvação! O Teu Redentor não está morto; Ele vive e por fim se levantará sobre a terra! Ele não é um deus distante, longe; não, Ele é chamado Emanuel, Deus conosco! Aquele que te ama com amor eterno, que com bondade te atraiu, não deixará que você pereça, mas com a Sua destra te sustentará! Por pior que seja o mal que você está enfrentando, a destra do Senhor fará proezas por ti, querido(a)!

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O PAPEL DA IGREJA E A VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO

Desde domingo passado, ao meio-dia, o Rio de Janeiro vive uma guerra urbana sem precedentes. Bandidos de toda cepa (virulenta, diga-se de passagem) vem aterrorizando a população carioca: fecham ruas e fazem arrastão; param carros, ônibus e vans, mandam os passageiros descerem (em alguns casos) e com gasolina queimam completamente o veículo e, atirando para todos os lados, ferem pessoas de bem, que lotam as emergências dos hospitais cariocas. Foram 26 ataques a veículos e postos da polícia em 15 bairros do Rio e de mais sete municípios. Universidades e escolas sem aulas.

Hoje, pela manhã, policiais do Bope, da Core e fuzileiros navais com rosto pintado, além de blindados da Marinha fecharam boa parte de um bairro carioca - a Vila da Penha. As autoridades dizem que a razão dos ataques é uma reação da bandidagem às UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais, em especial o de Catanduvas/SC. Essa é a justificativa oficial.

Porém, há outra justificativa que especialmente nós, crentes em Cristo, já conhecemos (ou deveríamos conhecer) há muito tempo: a causa da violência é o pecado. Violência e pecado são diretamente proporcionais: aumente um, e o o outro aumentará proporcionalmente.

A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência (Gn 6.11). Esse é o relato de Gênesis, escrito por Moisés. Aquela terra estava corrompida (do hb. shachath), ela estava depravada, estragada, em decomposição. Terra pervertida, devassa, má. E isso fez com a terra se enchesse de violência. Violência! Em hebraico, a palavra violência significa: "atos maldosos, maltratos, imaginações danosas, crueldade." Todo o derramamento de sangue, todos os crimes, estupros, etc, que ocorreram naqueles dias, foram frutos de uma raiz de violência existente nos corações e nas mentes das pessoas! A sociedade inteira - cada homem, cada mulher, cada pessoa - estava nas garras de formas mentais de violência!

Este mesmo princípio de violência atua em nossos dias, produzindo as mais diversas manifestações. Por exemplo, a falta de perdão (e consequentemente o rancor - uma aversão profunda ou ressentimento amargo contra alguém). Quantos de nós - mesmo crentes - não guardamos rancor contra alguém? Quantos de nós não perdoamos jamais aquela pessoa que nos causou um grande mal? Quantos de nós não estamos presos em nossos próprios rancores?

Veja também a "guerra" entre pastores e Igrejas. Pastores contra pastores, na mídia, e isso por sórdida ganância, por disputas de poder, por orgulho religioso. Obreiros que odeiam pastores e pastores que não perdoam obreiros. Igrejas que incentivam o ódio, com campanhas de "oração imprecatória no monte""Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si" (I Jo. 3:15). Você pode freqüentar a igreja domingo a domingo, dar dízimos e ofertas milionárias e ser uma boa pessoa. Você pode não usar drogas e álcool. Você pode evitar a pornografia e a promiscuidade sexual. Será que alguém praticou um terrível mal contra você - alguém a quem você nunca perdoou? Se você guarda odioso rancor contra alguém, então você é um assassino aos olhos de Deus!

Permita-me ir mais além: se pecado é transgredir (desobedecer; deixar de cumprir; infringir; violar, postergar) a Palavra de Deus, então estamos aumentando o pecado a cada dia em nosso meio. Sim, porque hoje o que mais há é transgressão; sim, porque em geral os crentes deixaram de combater a transgressão e, em alguns casos, até a incentivam. Por exemplo, quando substituímos Deus por Mamom, "santificando" a cobiça, a usura, a ganância, com a famigerada teologia da prosperidade, estamos contribuindo para que a transgressão fixe moradia e gere família nos corações dos homens. Quando, ao invés de combatermos a transgressão com a Palavra, a usamos para justificá-la. Os seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanaram o santuário, e fizeram violência à lei (Sf 3.4), é o clamor do Espírito da Palavra!

Abre parênteses: Hoje, as igrejas não combatem mais o pecado. Combater pecado não agrada os ouvintes, massageando-lhes o ego e, assim, não produz novos membros-dizimistas (as raríssimas igrejas que combatem o pecado estão cheias - de anjos - sentados nos bancos...). A pregação tornou-se auto-ajuda barata, revestida com roupagem gospel. Faça a si mesmo esta pergunta: Há quanto tempo não ouço uma pregação que me deixe chateado comigo mesmo? Há quanto tempo não me sinto culpado diante de Deus? Há quanto tempo entro e saio de igrejas com meu pecado secreto, e ele continua lá, sossegado e em segredo, exatamente como estava antes de ir em tal igreja? Fecha parênteses. 

Segundo o registro no livro de Ezequiel (28:16), o querubim da guarda tornou-se Satanás por causa de sua multiplicação do comércio, que encheu o seu interior de violência! a King James Version traduziu o termo "comércio" por merchandise, uma ferramenta de marketing. O termo em hebraico é rkullah, que também pode ser traduzido por tráfico. Obviamente, o querubim não foi um "mercador celestial". O verbo rakal, do qual se deriva o substantivo, literalmente significa "intrometer-se sobre, de um para outro" (para comércio ou fofoca). O substantivo derivado rakil - encontrado 6 vezes no Velho Testamento, um em Ezequiel 22:9 - significa "caluniador, difamador" ou "mexeriqueiro, boateiro, fofoqueiro". "Multiplicar o comércio" faz que o interior se encha com violência! Com certeza você conhece gente assim, não é mesmo?

Abre colchetes: Nós, crentes em Cristo, erramos muito quando deixamos de combater a fofoca, tanto em nossas vidas, como no seio da igreja. Todas as vezes que permitimos que a fofoca se instale na igreja, permitimos que a mesma se encha de violência, acarretando sua profanação (desconsagração e desonra), lançamento da presença de Deus e, por fim, em morte espiritual (Ez 28.16). Nada pior do que uma igreja profanada e morta, cheia de crentes violentos e fofoqueiros, sem vida com Deus. Fecha colchetes.

Qual é o nosso papel, como igreja de Cristo, então? É ser luzeiro do mundo, é ser sal da terra. O sal tem se tornada insípido - daí os ímpios volta-e-meia pisarem a igreja e os crentes, sem dó nem piedade, tanto na mídia, como através de projetos de lei e até mesmo fisicamente. Ser sal salgado, cheio de sabor, cheio de NaCl ("Nós andamos com Cristo na luz") 100% puro. Luz brilhante, que atrai centenas e até milhares de cupins em tempo de calor! Pregando a Verdade, pregando o Reino de Deus e a Sua Justiça! Anunciando ao mundo o retorno do Nosso Rei, Jesus! Anunciando que há uma alternativa ao pecado, à violênciam, ao inferno: Jesus! Vivendo em honestidade e santidade, cheios de boas obras, diante de Deus e dos homens! Esse é o nosso papel enquanto igreja: ser uma comunidade profética, falando de Deus aos homens!

Mas há também outro papel para a igreja: é o papel sacerdotal. A Bíblia diz que somos nação santa, sacerdócio real (I Pe 2.9). E o que faz um sacerdote, senão falar dos homens a Deus? Como sacerdotes, precisamos interceder diante de Deus pelos homens, pelos perdidos, pelos miseráveis pecadores que estão caminhando a passos largos para o inferno! Clamar ao Senhor por Sua misericórdia, por Sua Graça, para que as almas possam ser salvas! Clamar ao Senhor, para que restaure a nossa nação!

Vou repetir: CLAMAR. Marcha disso, grito daquilo, ato profético, tremelique daquilo outro não serve espiritualmente para nada! Eleger esse ou aquele político é vazio contra as hostes espirituais da maldade! O que a Bíblia nos manda, e com bastante veemência, é clamar a Deus! Chega de cultos repletos de orações egoístas, "Senhor me dá isso, me dá aquilo", "Senhor, meu isso, minha aquilo", chega de olhamos apenas para os nossos próprios problemas, para o nosso próprio umbigo. Chega! Chega de cânticos-mantras! Chega de adulação ao falso, do culto à personalidade, de estrelismos gospel; chega de mentiras na Casa de Deus! CHEGA! BASTA!

Ou nós, igreja, paramos agora com a meninice, nos arrependemos e nos voltamos para Deus, ou as consequências só piorarão! A violência só aumentará, livremente, sem oposição e com ajuda nossa, até que comece a nos tragar! "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (II Cr 7.14)

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O PAPEL DO HOMEM E DE DEUS NO ISOLAMENTO DOS CRENTES

BUSCA satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; ele se insurge contra toda sabedoria. (Pv 18.1)

Isolar é separar fisicamente de algo ou alguém. Geralmente, o isolamento dá-se por razões de saúde pública. Assim, do ponto de vista médico, isolamento é o "edifício ou pavilhão destinado aos doentes acometidos de moléstias infecto-contagiosas, ou àqueles que se acham em observação por suspeita desse tipo de doença". Porém, o isolamento também acontece por razões político-ideológicas. Atualmente, o individualismo e a solidão vem sendo uma tendência marcante das sociedades contemporâneas.

A história nos mostra que o isolamento foi a única opção de sobrevivência de vários grupos - chamadas "minorias", perseguidos por sua ideologia política, religiosa, cultural ou mesmo racial. Por exemplo, figura a criação do Gueto de Varsóvia, pelos alemães durante a 2a. Guerra Mundial, isolando os judeus moradores daquela cidade do convívio com as demais pessoas. Assim, a palavra "gueto" passou a designar todo estilo de vida ou tipo de existência resultante de tratamento discriminatório. Registre-se que os judeus foram o povo que mais esteve em guetos (gueto de Veneza, gueto Romano, de Praga, etc).

O conceito foi modificado depois da II Guerra, sob a pressão do movimento dos direitos civis e passou a referir-se aos enclaves compactos e saturados a que os afro-americanos eram relegados quando migravam para os centros industriais do Norte dos EUA. (Wacquant, 2004)
 
Para Wacquant, gueto denota uma área urbana restrita, uma rede de instituições ligadas a grupos específicos e uma constelação cultural e cognitiva (valores, formas de pensar ou mentalidades) que implica tanto o isolamento sócio-moral de uma categoria estigmatizada quanto o truncamento sistemático do espaço e das oportunidades de vida de seus integrantes. (Wacquant, 2004)

Assim, nem todo aquele que está isolado se encontra nesta condição por vontade própria. Alguns até agem deste modo, visando proteger valores culturais (ou ideologias) considerados fundamentais. Assim, deste modo, observa-se a reação de um grupo de evangélicos que decidiram isolarem-se dos grupos evangélicos dominantes e institucionalizados - "Os Novos Evangélicos e a Nova Reforma Protestante", como retratado pela Revista Época há alguns meses. O objetivo é o retorno aos antigos valores bíblicos, os quais àqueles irmãos entendem haverem se perdido no meio institucionalizado.

Porém, em algumas ocasiões, o isolamento pode ser fruto de coerção ou perseguição ideológica, onde um grupo, detentor de poder sobre um segundo grupo, atua no sentido de confinar este segundo grupo em fronteiras bem definidas. Infelizmente, muitas Igrejas agem exatamente deste modo, especialmente naquelas que o sistema de governo confere um status quase messiânico ao líder principal da instituição.

Nestas instituições, onde o líder máximo é visto como uma espécie de subdeus - infalível, perfeitíssimo em todos os atos, sempre certo, senhor de todos os homens - a "guetização" é inevitável. Ou o grupo inteiro se isolará do "restante do mundo" por considerarem-se a si mesmos como a máxima e perfeita expressão da vontade divina (e consequentemente todos os demais, meros "mortais, desgraçados, sempre errados, párias do inferno" são indignos de sequer "um tostão de sua voz") ou uma parte do grupo, que contém o "Pontifex Maximus" isolará a outra parte a qual, por qualquer razão, discorda de sua "posição soberana".

Qual é a melhor forma de isolar um grupo? É criar uma imagem negativa dele para o restante da coletividade, atribuindo-lhe adjetivos que o estigmatizem: "rebeldes", "sem amor", "legalistas", "problemáticos", etc. são os adjetivos mais comumente usados. Tais adjetivos geralmente visam minar a auto-estima e a posição do grupo a ser isolado, minimizando a sua posição diante dos demais. Com a minimização da posição, eleva-se a posição do grupo isolador e, consequentemente, do seu líder.

A pergunta que não quer calar é se este tipo de coisa cabe para aqueles que se dizem discípulos de Cristo. É a igreja local de articulações e politicagens? Será que a única forma de conviver harmonicamente num grupo é não ter opiniões, ou pelo menos não manifestá-las? Será que a Bíblia exige concordância absoluta com a opinião de uma pessoa, quando se trata de assunto de foro íntimo e particular, em questões não-essenciais? São os líderes evangélicos "inerrantes" em todos e quaisquer assuntos? São eles auto-suficientes, ou seja, eles se bastam em qualquer assunto que envolva a igreja ou a fé cristã?

Será que a igreja transformou-se numa espécie de coletividade Borg, da série de SciFi "Star Trek: Nova Geração", onde a individualidade é aniquilada em prol da coletividade? "Nós somos os Borgs. Resistir é inútil. Sua cultura irá se adaptar para servir a nossa. Nós acrescentaremos suas qualidades biológicas e tecnológicas a nossa." Será que não estamos permitindo uma massificação e uma coletivização do indivíduo, tornando-o um ser sem vontade ou idéias?



O texto de Provérbios, citado no início desta argumentação, diz que aquele que se isola busca satisfazer seu próprio desejo. Isso é verdade. Considerando que aquele que isola outrem na verdade isola-se também (questão do referencial do observador, um princípio da física), o texto é pertinente e aplicável. A expressão "satisfazer o próprio desejo" remete às concupiscências da carne, fruto de uma natureza pecaminosa e egocêntrica. "Meu interesse", "minha posição", "minha honra", meu isso, meu aquilo; na verdade, a ânsia de que a vontade do eu seja feita na terra e no céu.

A palavra "insurge" é a tradução do hebraico gala´, que significa "ser obstinado". O texto, deste modo, diz que aquele que se isola (hb. parad, "separa") está obstinado contra toda a sabedoria. Teimoso! Turrão! Cabeça-dura! Ele não atenta para a sabedoria, não pondera seus caminhos e intenções de coração. Não vê que ao isolar outros, isola-se a si mesmo e nisso não há sequer um átomo de sabedoria! Acha-se sábio, mas na verdade o é apenas aos seus próprios olhos!

O que há de tão ruim em considerar as opiniões e conselhos de outrem? O que há de mal em parar para ouvir (não apenas com o ouvido) o que outros têm a dizer? É impossível que não haja nada que sirva nas palavras daqueles que estão juntos, caminhando sob o mesmo propósito, sofrendo com as mesmas lutas e comemorando as mesmas vitórias! É I-M-P-O-S-S-Í-V-E-L!!!! O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios conselhos (Pv 1.5). Quem é entendido procura adquirir sábios conselhos. Ele sabe que "não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança" (Pv 11.14). Infelizmente, o orgulho acaba agindo como "rolha de cerume" nos ouvidos de muitos líderes evangélicos, causando-lhes surdez aguda.

O que fazer? Com relação ao surdo, só resta orar para que Deus abra-lhe os ouvidos, antes que a surdez derive a cegueira e esta leve o agravado a cair no abismo - ele e quem com ele estiver. Já com relação ao isolamento, meu conselho é aproveitar para refletir na Palavra e com a Palavra. Deixar ser ministrado por Deus; deixar ser tratado pelo Senhor. O deserto - o maior lugar de isolamento que já existiu - é definitivamente a grandiosa Escola Ministerial e Profética do Altíssimo, onde o Senhor treina em oculto àqueles aos quais Ele desejar revelar publicamente. Sim, é verdade. Em algumas ocasiões, o próprio Senhor conduz Seu ungido e/ou Seu povo ao deserto, para serem provados e para serem ministrados por Deus, de forma a estarem aptos para aquilo que o Senhor têm reservado para suas vidas.   

Foi assim com Moisés e Israel. Foi assim com João Batista e com Jesus. Foi assim com Paulo. E pode ser assim com você também!

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!


REFERÊNCIAS

Wacquant, Loïc. QUE É GUETO? CONSTRUINDO UM CONCEITO SOCIOLÓGICO. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, 23, p. 155-164, nov. 2004.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

VOCÊ JÁ PENSOU EM "CHUTAR O BALDE"?

Não se assuste com o tema desta postagem. Na verdade, todas as pessoas, independentemente de denominação religiosa, de credo, de cor, de posição social, enfim, de qualquer coisa, já pensou em algum dia "jogar a toalha" e desisitir de tudo. Principalmente aqueles que são sinceros consigo mesmo e/ou com Deus.

Com os crentes em Cristo, evangélicos, santificados, bíblicos, batizados na água e no Espírito, fiéis na Casa de Deus, blablablabla... também acontece a mesmíssima coisa. Afinal, "pau que dá em Chico, dá em Francisco". Não existe nada, absolutamente nada neste mundo que possa nos livrar de um dia na vida experimentar esse sentimento. Nem mesmo a fé cristã, ortodoxa, é capaz de nos livrar do desânimo diante de um mundo cheio de contradições, cheio de maluquices e incoerências - até mesmo na igreja.

Quando olhamos o comportamento que esta, que deveria ser a "grande e santa madre" dos crentes, vem tomando diante do mundo, confesso que o sentimento insurgente na alma não é dos melhores. Quando olhamos o comportamento daqueles que se dizem "ministros de Deus" ou mesmo daqueles que se autodenominam "filhos de Deus" a coisa fica feia. Porque? Porque é justamente nestes casos, justamente nestas pessoas que se espera coerência. Porém, em muitos casos não se encontra nenhuma! A igreja, no lugar de casa de Deus, torna-se a "chácara do Chico Bolacha", descrita por Cecília Meireles ("o que se procura, nunca se acha"): procura-se irmãos e não se encontra; procura-se santidade, e nada; procura-se Deus e depara-se com Mamom e por aí vaí...Como diria Sergio Pimenta, "olha que a coisa é séria, maninho...".

Diante disso, alguns se isolam dentro do seu próprio mundo; outros simplesmente acusam àqueles de isolamento. Daí vem o pejo de radicais, extremistas, fundamentalistas, bitolados, carolas, beatos, etc. Mas a verdade é que às vezes isso tudo que aí está "enche as medidas" de qualquer bom cristão, por mais santificado que seja. Nestas horas, não adianta fingir que nada está acontecendo, ou tentar fazer a si mesmo acreditar que isso é coisa do diabo, que não é coisa de crente, etc. A hipocrisia - religosa ou laica - só piora as coisas. O desejo de "chutar o balde" para o mais longe possível não é imaginação, é real. Dá vontade de desistir de tudo, de abandonar tudo; de "virar a página" e seguir a vida.

Na Bíblia, há vários exemplos de pessoas tementes a Deus que em algum momento de sua jornada pensaram em desistir. Assim, figuram neste rol pessoas como Jó, “...homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1), que em certa ocasião exclamou  "quem dera que se cumprisse o meu pedido, e que Deus me concedesse o que anelo! Que fosse do agrado de Deus esmagar-me, que soltasse a sua mão e acabasse comigo!” (Jó 6:4, 8-9). Observe o pedido de Jó: morrer! Ele dizia: "Chega, Deus. Elimine-me!"

Há também pessoas como Jeremias, homem de Deus. Este santo andava com Deus e era destemido diante dos homens. Tinha ouvidos sintonizados com o céu - conexão direta com o trono de Deus - e falava à sua geração como voz do Senhor. Ninguém podia enfrentar o seu poder e a sua autoridade. Ele abalava profundamente os seus ouvintes! Mas veja o que ele diz: “Maldito o dia em que nasci!...Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu-te um filho!, alegrando-o com isso grandemente. Seja esse homem como as cidades que o Senhor, sem ter compaixão, destruiu...Por que não me matou Deus no ventre materno? Por que minha mãe não foi minha sepultura? Ou não permaneceu grávida perpetuamente? Por que saí do ventre materno tão somente para ver trabalho e tristeza e para que se consumam de vergonha os meus dias?” (Jeremias 20: 14-18).

Mesmo no Novo Testamento encontramos pessoas com o mesmo desejo de desistir. Por exemplo, veja o apóstolo Paulo, homem teve uma revelação de Cristo como nenhuma outra pessoa na terra. Mas veja o que ele diz: “Porque, chegando nós à Macedônia, nenhum alívio tivemos; pelo contrário, em tudo fomos atribulados: lutas por fora, temores por dentro” (II Coríntios 7:5). O próprio Senhor Jesus pediu no Getsêmani que Deus afasta-se dele o cálice a Ele destinado (Marcos 14:36). Jesus estava na prensa, palavra que serve de raíz às palavras “pressão” e “stress”.

Todos nós encontramos tremendas pressões na vida que vêm sobre nós para nos desesperar, fazer desistir ou mesmo matar. Quem nunca teve vontade de "chutar o balde" que atire o primeiro balde! A questão é, então, o que fazer nestas horas. Será que há algum escape para os crentes em Cristo nestas horas de desesperança? Será que Deus nos despreza justamente quando o nosso coração está em frangalhos, justamente quando o nosso espírito está abatido? Será que Ele nos trata como "carta fora do baralho"? Não, em hipótese alguma! DEUS NÃO DESPREZARÁ JAMAIS UM FILHO SEU, POR PIOR QUE SEJA O MOMENTO DE SUA VIDA!


Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito – Sl 34.18.

Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos – Is 57.15.

Deus, que habita num alto e santo lugar, num trono que saem relâmpagos, e trovões, e vozes, trono semelhante a esmeralda; que nem o céu ou mesmo o céu dos céus pode contê-Lo é o Deus que se limita para habitar num coração apertado, contrito, para dar-lhe vida! Isso se chama GRAÇA; graça que nos é suficiente, a mim e a você, de forma que o poder desse Deus tão grande e maravilhoso se aperfeiçoa nas nossas fraquezas! Graça, que leva o Espírito de Deus, que nos sonda e nos conhece, a interceder por nós com gemidos inexprimivéis, que nos leva a clamar, dizendo "paizinho querido", abba Pai! Só o Espírito de Deus, o Consolador Amado, pode nos consolar nos piores momentos de nossas vidas!

Que a Graça do Senhor Jesus Cristo
e o Amor de Deus
e a Comunhão do Espírito Santo
Seja com todos Nós!
Amém!



Não se culpe, nem se condene pelo sentimento; mas entregue-se na mãos do Espírito Santo e receba hoje a consolação necessária para a sua vida, em nome de Jesus! A misericórdia de Deus é nova a cada manhã, ela se renova sobre a sua vida, precioso(a) do Pai! Ao invés de culpá-lo, Deus está a dizer: "Sê forte e corajoso! Não temas, óh vermezinho de Jacó; Eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel! Eu Sou o Yaweh Jireh, o Senhor que te sara as feridas da alma! Levanta-te e torna ao caminho novamente!"

Pense nisso! Deus está te renovando as forças e te dando visão de águia!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PASTOR EVANGÉLICO EM TRIBUNAL POR TRÁFICO DE URÂNIO

O pastor evangélico Leonel Ferreira, fundador da Igreja Kharisma e da Samaritanos, uma instituição privada de solidariedade social, está a ser julgado no Tribunal de Gaia por peculato e por detenção de substância proibida devido ao seu alegado envolvimento no tráfico de urânio 235. A investigação do pastor iniciou-se há nove anos, na sequência da detenção, em Paris, França, de três indivíduos (um francês e dois naturais dos Camarões) na posse de uma amostra de 467,69 miligramas daquela substância radioactiva adquirida na Roménia e proveniente da Rússia, susceptível de ser usada no fabrico das chamadas "bombas sujas".


Fonte: http://jornal.publico.pt/noticia/10-11-2010/pastor-evangelico-julgado-em-gaia-por-trafico-de-uranio-20589057.htm. Acesso 10/11/2010, às 11h07min.

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COMENTÁRIOS:

O urânio é o mais importante combustível nuclear, usado em reatores para produção de energia elétrica e outros fins. Também em bombas nucleares. Um quilograma de urânio completamente fissionável pode fornecer energia equivalente a cerca de 3300 toneladas de carvão. O isótopo U238 pode ser convertido em plutônio fissionável pela reação:

U238(nêutrons, gama) → U239(beta) → Np239(beta) → Pu239

Essa transformação pode ser obtida em reatores.

O isótopo U235 é altamente fissionável, mas representa somente 0,71% do urânio natural. Técnicas de enriquecimento permitem aumentar a concentração, preparando o combustível nuclear usado na maioria dos reatores que produzem energia elétrica.

Em se comprovando a acusação, não falta mais nada... pastor traficando urânio! Daqui a pouco teremos pastores-bombas, explodindo carros, edifícios e ônibus com infiéis em ataques terroristas!

O fato é que inegavelmente a apostasia da fé cristã está tomando proporções inimagináveis. Posso arriscar, sem medo de errar, que ainda veremos coisas mais tremendas do que estas. O final dos tempos está cada vez mais próximo. A volta de Cristo está cada vez mais próxima. Está chegando o dia que foi predito pelos profetas, o dia terrível para milhões de pessoas. É só olhar para os sinais da Sua vinda.

Aquele que está em pé, cuide para que não caia. Sê fiel até a morte!

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!  
 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A VIOLÊNCIA FAMILIAR E SEUS REFLEXOS

Pesquisa realizada com população brasileira identificou relações entre a exposição à violência na infância e o abuso de substâncias ilícitas na vida adulta. O estudo foi coordenado pela pesquisadora do Instituto Nacional de Políticas sobre o Álcool e Drogas Carice Madruga, e está para ser publicado na revista científica Addictive Behaviors.

Concluem os pesquisadores que eventos adversos no início da vida podem afetar a susceptibilidade individual ao abuso de substâncias, que pode ser parcialmente mediada pela depressão, especialmente no caso do abuso e dependência ao álcool. A prevalência de abuso de substâncias na idade adulta pode ser, em parte, atribuída à predominância da experiência de adversidades na infância.

Referências: MADRUGA, C. S. Early life exposure to violence and substance misuse in adulthood - The first Brazilian national survey. Addictive Behaviors, no prelo, 2010.

Autor: SIS.Saúde (http://www.sissaude.com.br/sis/quem.php)
Fonte: Vide referência

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COMENTÁRIOS:

Deus concedeu à criação biológica a capacidade de se reproduzir. Todos os seres vivos possuem esta capacidade, que pode se manifestar pelas mais diferentes formas, tanto a nível microscópico quanto macroscópico.

Ao homem, coroa da criação de Deus, foi concedido ainda mais. Foi concedido a inteligência, a pessoalidade, e outras capacidades fantásticas que o distingue do restante da criação, fazendo-o único e especial. Dentre as muitas capacidades do homem, está aquela que o possibilita amar os seus filhos e educá-los dentro de um padrão ético, dentro do seio familiar. O sentimento de "família", com toda a sua plenitude de intrincados e complexos sentimentos e relacionamentos só pode ser exercido pelo homem.

Porque Deus criou a família? Esta pergunta pode ser respondida de diversas formas, deste a sociológica e antropológica, até a teológica. Abordar as mais diversas formas de responder seria um exercício interessante, mas extremamente extenso, acabando por fugir ao propósito desta postagem. Basta para a nossa edificação bíblica e espiritual entender que Deus criou a família com Amor, de forma que este amor de Deus deve ser a base de todas as relações familiares. Porque Deus é amor, Ele criou relacionamentos de amor para o homem, desde o "berço ao túmulo", "cradle to grave"

Nesta relação de amor não há lugar para violência. Os pais não devem, em hipótese alguma, serem violentos no tratamento com seus filhos. Corrigir os filhos é bom e saudável (a santa palmada, que alguns ditos "especialistas" que não entendem patavina condenam...sic). A Bíblia nos ensina: 
  • O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga. (Pv 13.24)
  • A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela. (Pv 22.15)
  • Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno. (Pv 23.13,14)
  • A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe. (Pv 29.15)
Infelizmente, muitos pais cristãos desprezam o conselho bíblico, preferindo ouvir a políticos inescrupulosos e especialistas não-cristãos, e assim pensam estar fazendo bem aos seus filhos em não corrigi-los. Acham que estão expressando amor por não dar aos filhos umas palmadas quando necessário. Com isso, estão na verdade condenando-os a viver completamente alienados, com o caráter deformado. Estão condenando-os em última análise ao inferno, tanto em vida quanto após a morte.

Porém, infelizmente há também outro extremo. É o extremo da violência, de fazer do filho "saco de pancada". O pior é que a violência no lar não manifesta-se somente por agressões físicas. Xingar a criança é também violência. Brigar com o cônjuge (palavras, gestos e atos) é também violência contra a criança. Não dar amor e carinho, mas tratar a criança como "porco", ou seja, dando apenas comida e coisas materiais, é também violência. Permitir que a criança tenha contato com o mundo adulto antes de que ela atinja esta fase é também violência (filmes de terror, de violência - tropa de elite, de sexo explícito, etc).

E, com profundo pesar, o divórcio dos pais pode ser também uma forma de violência contra a criança. Sem entrar no mérito da questão, há casos onde os pais se divorciam e acabam constituindo novas famílias, e os filhos do casal não conseguirão jamais aceitar a situação. Alguns pais, para piorarem as coisas, ainda "fazem a cabeça" dos filhos contra a outra parte. Sabe o que isso resulta? Timidez excessiva, problemas com contenção urinária ("xixi na cama" depois da fase), medo de ficar sozinho, sentimento excessivo de possessão, baixa auto estima, abuso do álcool, consumo de substâncias entorpecentes, uso de armas de fogo,..., até problemas de identificação sexual, assassinato, estupro. Noutras palavras, violência! Violência que gera violentos, abuso que gera abusadores; ambos acabarão perpetuando a violência, que seguirá a criança até a fase adulta. "Alma presa do inferno", como já mencionado.

O que fazer? É preciso que a família seja restaurada ao seu formato e propósito inicial. Deus criou o homem e dele tirou a mulher; homem e mulher se casam e geram filhos e filhas, que são cuidados por seus pais com amor e carinho até a fase adulta até que o ciclo esteja em condição (física, biológica, emocional, financeira, etc) de se repetir - esse tem sido, até hoje, o padrão bíblico de família. Pais cuidando dos seus filhos como sendo o exemplo deles, ensinando-os no caminho em que devem seguir. Pais olhando firmemente para Deus - o maior exemplo de Paternidade do Universo - para exercerem a paternidade segundo a Vontade do Pai.

Está escrito: "Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição". Deus prometeu que as famílias seriam restauradas a partir da conversão dos corações dos pais aos filhos e dos filhos a seus pais, a partir do profeta Elias. Jesus é o Elias que haveria de vir. Só Ele pode operar este milagre.

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia! 


  


 

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FIDE ET RATIO: A UNÇÃO ESPIRITUAL


INTRODUÇÃO

Modernamente, tem havido uma crescente ênfase, por parte das Igrejas pentecostais, na Unção Espiritual (spiritalis unctio, em latim). Esta unção, conforme entendimento comum, seria o revestimento de poder para atuação sobrenatural, no âmbito dos propósitos divinos, por parte dos crentes.

Assim, os crentes aguardariam a recepção da Unção para pregar, para curar, para libertar, para evangelizar, etc. Neste mister, a Unção poderia ser compreendida como o Batismo com Espírito Santo; no entanto, os crentes pentecostais, que já receberam este Batismo, aguardam a vinda desta Unção, tratando ambas experiências como distintas.

Devido a grande variabilidade de ênfases dadas ao tema, bem como a importância do mesmo para a fé cristã, torna-se relevante proceder a análise do mesmo, visando a edificação do Corpo de Cristo.

O SUBSTANTIVO "UNÇÃO" (E DERIVADOS) NA BÍBLIA.

O substantivo "unção" (hb. translit. mashchah, gr. translit. chrisma) aparece cerca de 23 vezes no Antigo Testamento. O verbo "ungir" (com suas flexões) e o adjetivo "ungido" (gr. translit. aleipho, hb. translit. mashiyach) aparecem, respectivamente, 32 e 51 vezes. No Novo Testamento, há 2 ocorrências do substantivo "unção"; 15 para o verbo "ungir" (e flexões) e 1 para o adjetivo "ungido". Na Bíblia, a unção pode ser compreendida tanto de modo espiritual quanto literal, com a aplicação do azeite ou óleo sobre alguém ou sobre algum objeto.

De acordo com o Dicionário Evangélico Baker de Teologia Bíblica (Baker's Evangelical Dictionary of Biblical Theology) e o Dicionário Bíblico de Easton (Easton's Bible Dictionary), o termo hebraico para "ungir" (masah) têm conotações seculares, como ungir o escudo (Is 21.5), pintar uma casa (Jr 22.14), ou ungir o corpo com óleo (Am 6.6). Encontramos vários significados bíblicos e teológicos para unção:

1) Um indivíduo ou objeto colocado à parte, para uso divino. Salomão foi ungido sobre Israel (I Cr 29.22); esta unção o tornou tanto responsável pelo povo quanto responsável para o povo. Alguns reis ungidos falharam em seus deveres, e foram lembrados de suas responsabilidades (I Sm 15.17; II Sm 12.7). O sumo sacerdote era ungido com azeite da santa unção (Êx 29.29; Lv 4.3), bem como a tenda da congregação e seus utensílios (Êx 30.26-28). Tanto o sumo-sacerdote quanto o rei eram chamados de "ungidos" (Lv 4.3,5,16; 6.20; Salmos 132:10).

2) Quando pessoas foram ungidas, Deus concedeu-lhes poder para cumprir Sua vontade (I Sm 10.6; 16.13).

3) A ninguém era permitido causar dano numa pessoa ungida por Deus (I Sm 24.10; 26.9).

4) Um ato de hospitalidade consistia na unção do visitante (Lc 7.38,46). Era costume dos judeus ungirem os visitantes com óleo, para refrescar ou revigorar seus corpos (Dt 28.40; Rt 3.3; II Sm 14.2; Sl 104.15, etc).

5) O óleo era usado com propósitos medicinais (Sl 109.18; Is 1.6; Mc 6.13). As propriedades medicinais do óleo foram louvadas por Filo (Somn. M. i. 666 ), Plínio (N.H. xxiii. 34-50) e Galeno (Med. Temp. bk. Ii.). Os judeus, como também outros povos antigos usavam o óleo como remédio em aplicações terapêuticas (Bezerril, 2007).

6) Os corpos dos mortos foram algumas vezes ungidos (Mc 14.8; Lc 23.56).

7) O termo hebraico mashiyach derivado de masah, refere-se ao Messias de Israel que viria da casa de Davi (Sl 84.9; 89.38,51). No Novo Testamento, Cristo é apresentado como o Messias. Jesus é o cumprimento da promessa Messiânica (Jo 1.41; 4.25), ungido com o Espírito Santo e com poder (At 10.38).

O VIÉS ESPIRITUAL DA IGREJA: A UNÇÃO ESPIRITUAL.

A compreensão acerca da Igreja de Cristo transcende o viés físico, humano e secular, estendendo-se principalmente ao viés espiritual (Ef 1.3; 2.6; 6.12; etc). A Igreja de Cristo é mais do que uma Organização, ela é também um Organismo Vivo, onde a vida do Corpo é transmitida a cada membro do mesmo pelo Sangue de Cristo, à medida em que estes membros estão ligados ao Corpo, de modo espiritual, por meio da perseverança na comunhão, na doutrina dos apóstolos, no partir do pão e nas orações (Atos 2:42; Sl 133; I Co 12).

Quando há compreensão da Igreja enquanto ente espiritual, torna-se factível entender o que venha a ser "unção espiritual". A unção espiritual está ligada à capacitação sobrenatural para realização de diversas ações no mundo físico, de cunho espiritual, por parte dos crentes. Deste modo, esta seria distinta da unção física, onde o óleo é derramado fisicamente sobre uma pessoa: aqui, o óleo derramado é espiritual, é o "óleo" do Espírito Santo (Is 61.1; II Co 1.21; I Jo 2.27).

O enchimento com o “óleo do Espírito” estaria, assim, intimamente ligada ao enchimento com o próprio Espírito. De fato, Paulo ordena que os crentes encham-se com o Espírito continuamente - "enchei-vos [continuamente] do Espírito" (Ef 5.18). Na ocasião do batismo com Espírito Santo, somos pela primeira vez cheios do Espírito. Porém o mandamento de Paulo neste texto era para aqueles que já haviam sido batizados no Espírito, o que indica a necessidade de enchimento constante. Deste modo, a unção espiritual seria o resultado do enchimento com o Espírito – quanto mais cheio do Espírito, mais cheio de unção espiritual!

Como visto em 1), a unção nos tempos bíblicos estava ligada ao fato de alguém assumir responsabilidades diante do povo (rei, sacerdote e/ou profeta). Trazendo este conceito para a atualidade, quando os cristãos aceitam uma nova responsabilidade devem ser ungidos pelo Espírito Santo antes de desempenharem as mesmas.

Por isso, quando os cristãos são consagrados a ofícios na Igreja (como diáconos, presbíteros, evangelistas, ministros de louvor, professores de Escola Bíblica, líderes de ministérios, etc) ou ordenados (como pastores), os mesmos deveriam ser ungidos com óleo (físico), que além de representar "separação para Deus e Sua Obra" tipifica a unção espiritual. É claro que a responsabilidade de cada um destes irmãos é continuamente serem cheios da unção, cheios do Espírito.

A pergunta óbvia a ser feita é: porque é necessário enchimento constante do Espírito? A resposta é simples. É necessário buscar ser sempre cheio do Espírito (e consequentemente da unção espiritual) porque é possível ao crente se esvaziar do Espírito. O esvaziamento dá-se à medida que o crente permite que sua alma seja cheia do mundo - sua rebelião e independência de Deus (Obras da Carne, Gl 5.19-21). A analogia mais básica seria de um jarro cheio de óleo, onde alguém verte continuamente nele água. Fatalmente, haverá trasbordamento de óleo, até o ponto em que não haja sequer uma única molécula do mesmo no jarro. Segundo a Bíblia, neste estágio, o Espírito estaria extinto na vida de tal pessoa. (I Ts 5.19) 

A MANIFESTAÇÃO DA UNÇÃO ESPIRITUAL NA IGREJA.

À medida que o cronograma de Deus avança (Walker, 2000), a Igreja tem experimentado diversas ênfases da unção espiritual, que geraram ou a restauração de padrões bíblicos ou o desenvolvimento de ministérios específicos (conhecidos como "ondas do Espírito" ou "intervenções kairos[1] no kronos[2]", vide gráfico 1). Assim, houve na História da Igreja a Reforma Protestante (séc. XVI), a restauração do batismo com Espírito Santo e dos dons espirituais (1906), a restauração da ênfase bíblica sobre batalha espiritual, da cura interior (ou cura das emoções), da libertação da religião, da Igreja nas casas, etc., visando não apenas restaurar a Igreja ao seu padrão neo-testamentário como também capacitá-la para enfrentar os desafios atuais.

Gráfico 1: O gráfico ilustra as ondas do Espírito Santo, atuando num determinado tempo (kairós) da história da Igreja (kronos). O propósito das ondas do Espírito é restaurar a Igreja ao padrão bíblico. Observe a redução contínua da distância entre o padrão de Igreja atual e o padrão bíblico para a Igreja.

No entanto, devido a imaturidade emocional, bíblica e espiritual de alguns membros ou grupos dentro do Corpo de Cristo, as atuações sobrenaturais geradas pelo Espírito foram e são distorcidas, manipuladas, refeitas, copiadas e desfiguradas. Deste modo, é possível encontrar regressões psicológicas no lugar de cura interior, bíblica; super-valorização do inimigo em lugar da batalha espiritual; dentre outras. Isto não significa que devamos rejeitar a unção espiritual, mas devemos buscar discernimento do Espírito e conhecimento da Palavra para compreendermos qual espírito está em atuação, em dado momento ou lugar (I Co 2.14,15 ).

É bem sabido que as manifestações espirituais podem ter 3 fontes distintas: o Espírito Santo; o espírito do erro e a alma humana. Saber discernir quem é o responsável pela manifestação (inédita ou conhecida) é de vital importância, a fim de evitarem-se erros de julgamento a todo custo, que fatalmente ocasionarão danos espirituais às nossas vidas e às vidas de nossos preciosos irmãos (Mt 18.6; I Co 8.11).

O conhecimento humano do mundo espiritual será sempre parcial, enquanto o mesmo estiver sob a forma física presente (I Co 13.9). A Bíblia é a Verdade Absoluta de Deus revelada aos homens e isenta de contradições doutrinárias, mas há desígnios de Deus (coisas encobertas) que ou serão revelados por Deus a seu tempo ou que simplesmente não serão revelados (Ef 3; Dt 29.29). Nós ainda dependemos, em grande parte, da promessa de que Deus não fará coisa alguma sem revelar seu segredo aos seus amigos, os profetas (Am 3.7). Ele também prometeu a Isaías que jamais retiraria da linhagem profética, no meio do seu povo, a unção de falar as suas palavras, para sempre. Até que se cumpra a promessa de fazer todo o seu povo andar cheio do Espírito e conhecer os tesouros do mundo invisível (I Co 2.9-16), Deus prometeu que sempre encontrará alguém a quem possa revelar o seu conselho secreto. (Walker, 2003)

Como a Bíblia não é livro de regras, mas de princípios, para discernimento é útil comparamos coisas espirituais com coisas espirituais (I Co 2.13). A todos os fenômenos espirituais, é sempre possível aplicar os princípios de I Co 6.12 e I Co 10.23: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma" e "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam." Noutras palavras, coisas que dominam o homem (ou incentivam sua dominação), escravizando-o, ou que não servem para edificação (própria ou do coletivo) não serviriam, a priori, para serem praticadas.

Outro princípio muito importante é de que por maior que seja a unção espiritual na vida de alguém, por parte de Deus, a consciência humana está sempre presente (I Co 14.32). O agir descontroladamente, como se a pessoa estivesse em transe, não é atividade do Espírito Santo, mas de outras fontes (ou o espírito do erro ou a alma humana). 


Outrossim, deve ser enfatizado que é necessário todo cuidado ao julgar as questões espirituais. Quando o batismo com Espírito Santo tornou-se uma realidade novamente no seio da Igreja, após anos de trevas, muitos irmãos o classificaram erroneamente quanto à origem; (e o fazem até hoje) e os irmãos que haviam tido esta maravilhosa experiência foram perseguidos em suas Igrejas. Novamente, quando surgem o "batalha espiritual" e a cura interior, muitos os classificaram de origem maligna e irmãos foram perseguidos e marginalizados em suas greis.

A Unção dos Quatro Seres Viventes.

A unção dos quatro seres viventes, teoricamente baseada no texto de Ap 4.6-8, tem se tornado comum no meio evangélico, a ponto de vários estudiosos abordá-la em seus artigos (Neto, 2007; Vargens, 2007; Ribas, 2007; Filho, 2007). O Ministério Casa de Davi compôs uma música sobre esta unção[3], a qual incentiva o adorador a adorar a Deus como os animais em questão. Conforme entendimento comum, esta unção levaria o crente, no momento da adoração, a rugir como leão, a outro a bater os braços como se fosse uma águia, a outro imitar um novilho, e o que supostamente teria a "unção do homem" começaria a chorar[4].

Há consenso, entre todos os pesquisadores e estudiosos das Escrituras Sagradas, de que não há embasamento bíblico para esta unção. De fato, não há sequer uma única passagem que evidencie este tipo de unção; sequer há evidências bíblicas, teológicas ou proféticas de que os Quatro Seres Viventes teriam esta unção. Poderíamos interpretar esta passagem de Apocalipse do seguinte modo: tratam-se de querubins, representando o louvor e a adoração que toda a criação tributa ao Criador, os quais são usados para executar seu governo e sua vontade divina.

Como a unção em questão não possui base bíblica, é importante analisar se há base anti-bíblica para o mesmo (ou seja, se fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades ensinadas na Palavra de Deus – produzida por homens ou por demônios). Caso contrário, seria possível enquadrar a mesma em algo extra-bíblico (não se choca com a Bíblia). Assim, é possível aplicar o seguinte "checklist":

1) Há base bíblica? Não, nem sequer um versículo. Logo, ou trata-se de ensino anti-bíblico ou extra-bíblico.

2) Induz a Transe? Transe é um estado de alteração acentuada da consciência, da percepção ou de outras faculdades mentais, geralmente acompanhado de mudança de comportamento, sinais de inconsciência ou semi-inconsciência, perda ou modificação das sensações físicas, etc., e que pode ser causado ou induzido por diversos meios ou fatores, como drogas, estímulos psicológicos ou sensoriais, etc. ou que o indivíduo supostamente entra em contato com forças ou entidades espirituais a ele exteriores. Respondendo à pergunta, sim; pode induzir ao transe. 

Observe que em todas as ocasiões em que Deus derramou sua unção sobre o homem, na Bíblia, este teve preservada a sua consciência (Is 6.1-8; Ez 1-2.1,2; etc) – O espírito dos profetas está, invariavelmente, sempre sujeito aos próprios profetas! (I Co 14.32)

3) É dominadora? Há possibilidades de que sim. É factível que seja gerada uma nova forma de comportamento, onde o comportamento do indivíduo é dominado pelo comportamento do grupo onde está inserido, ditando padrões para o mover do Espírito, condicionamento e “arrimos para o culto cristão”.

4) Serve para Edificação (pessoal ou coletiva)? Questionável. É provável que trate-se de fundamento extra-Cristo (I Co 3.10,11; I Pe 2.7), logo não contribuindo para edificação. Além disso, prejudica o culto racional, onde fé (sobrenatural) e razão atuam mutuamente para a edificação do crente.

5) Serve para Adoração? Não, uma vez que o foco da adoração é desviado de Deus para a prática em si (rugir, urrar, bater asas, etc). A adoração genuína, renovada, revelada, poderosa é "em Espírito e em Verdade" (Jo 4.23); é uma adoração alegre e espontânea, mas nunca uma "adoração em transe", ou um "culto à personalidade". Adoração, do grego proskyneo e do hb. shachach, é uma atitude de coração, de prostrar-se ou curvar-se em reverência diante daquele a quem adoramos. Em alguns casos pode haver até uma expressão corporal desta atitude.

A tentativa de classificar esta adoração num contexto de louvor profético é falho, porque a querubinização, ou seja, a adoração ao Senhor como os querubins que estão diante do trono de Deus, envolveria princípios de adoração[5]. Por exemplo, adorar como o querubim com rosto de leão seria uma situação onde o adorador está consciente de sua posição como rei e sacerdote. Adorar como o querubim com rosto de águia apontaria para a visão do adorador acerca da obra de Deus, deve conhecer o Deus que adora, não pode ter uma visão limitada, estática, tem que conhecer as grandezas de Deus. "Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor..." (Os 6.3). O adorador não deve parar no conhecimento do Senhor, mas deve querer mais e mais de Deus.

6) Fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades ensinadas na Palavra de Deus? Sim, se choca com a doutrina dos Dons Espirituais (dados para edificação da Igreja), com a doutrina dos anjos (espíritos ministradores – servos dos servos, não doadores de unção, anjos são seres pessoais, independente da aparência, não são animais) e com a doutrina do Espírito Santo (personalidade do Espírito – ser pessoal, que se manifesta pessoalmente). Logo, poderíamos classificar esta “unção” de anti-bíblica.

Qual é a fonte da unção? A partir dos resultados acima, é possível concluir que a fonte para a "unção dos quatro seres" é a alma humana. Esta conclusão é a mesma de outros estudiosos (Fábio, 2007). Seria a manifestação produzida pelo poder latente da alma, de acordo com o Pr. Watchman Nee. É importante ressaltar que, em geral, manifestações almáticas podem dar lugar a manifestações demoníacas. Assim, é necessário vigilância por parte dos pastores evangélicos pentecostais, no sentido de equilibrar as manifestações visíveis da unção espiritual (independente do tipo) com a Palavra de Deus, evitando a excessiva mistificação e, com isso, o culto à personalidade, a fraude da alma e a influência de demônios.

CONCLUSÃO.

A medida que cada vez mais nos aproximamos do tempo do fim, mais o Espírito atuará sobre a Igreja, restaurando-a e capacitando-a a cumprir seu propósito na face da Terra (At 3.21). Assim, é preciso cuidado para não prejulgarmos as unções espirituais, porém é necessário que tenhamos condições de analisarmos seriamente todas as manifestações destas unções, já que temos talvez a maior unção que um homem pode ter - a Unção do Santo (I Jo 2.20,27), que nos ensina todas as coisas.  

REFERÊNCIAS.

Bezerril, Rev. Moisés C. A UNÇÃO COM ÓLEO DE TIAGO 5:14 É PARA A IGREJA DOS NOSSOS DIAS? Seminário Teológico do Nordeste. Arquivo consultado em ago/2007.

Fábio, Rev. Caio. O LEÃO, A PASTORA E O GUARDA-ROUPA. Disponível em http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoPagina=0332900004. Arquivo consultado em ago/2007.

Filho, Pr. João A. de Souza. Uns São e Unção. Disponível em http://www.asaphborba.com.br/noticia.asp?codigo=281&COD_MENU=117. Arquivo consultado em ago/2007. 

Nee, Pr. Watchman. O Poder Latente da Alma. Editora dos Clássicos.

Neto, Francisco Belvedere. UNÇÃO DOS QUATRO SERES A LUZ DA BÍBLIA. Centro Apologético Cristão de Pesquisas. Arquivo consultado em ago/2007.

Ribas, Apóstolo Carlos. A UNÇÃO DOS QUATRO SERES - BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO? Disponível em http://www.carloribas.com.br/print2.php?codigo=1506.  Arquivo consultado em ago/2007.

Vargens, Renato. Unção dos quatro seres Viventes? Que Unção é Essa? Disponível em http://renatovargens.blogspot.com/2007/06/uno-dos-quatro-seres-viventes-cada-dia.html. Arquivo consultado em ago/2007.

Walker, Harold. ONDE ESTAMOS NO CRONOGRAMA DE DEUS? Revista Impacto. Nov/Dez 2000.

Walker, Christopher. O QUE SIGNIFICA SER "PROFÉTICO"? Revista Impacto. Maio/Junho 2003.





[1] Kairós significa "o momento certo ou oportuno".
[2] Kronos é o tempo mensurado, com dias, meses e anos. É finito, metódico, controlado, igual para todos. É o tempo linear. É o tempo do calendário, o tempo do relógio.
[4] Se o texto bíblico de Ap 4.6-8 for interpretado à luz do texto de Ez 1.5-14, tal qual orientam os princípios de exegese bíblica, a teórica “unção dos quatro seres” estaria sendo manifesta de forma incorreta, uma vez que cada um dos quatro querubins possui, ao mesmo tempo, quatro faces diferentes. Logo, um único adorador, ao receber esta unção, deveria manifestá-la de quatro formas diferentes, ao mesmo tempo: bater asas, andar de quatro e rugir, imitar novilho e chorar, tudo ao mesmo tempo.
[5] Não é possível, sequer, afirmar que os querubins que ministram a adoração diante do trono de Deus o fazem como se fossem animais irracionais, como sugeriria a unção dos quatro seres. Não há nenhuma descrição, no livro de Apocalipse, de que o querubim com rosto de águia adore ao Senhor batendo asas, que o querubim com rosto de leão adore rugindo (ou mesmo andando de quatro), etc. Sendo seres dotados de inteligência superior à do homem, é de se esperar que a adoração dos Quatro Seres seja, no mínimo, inteligente e inteligível, que aliás é descrita no texto bíblico (Ap 4.8,9).