segunda-feira, 29 de outubro de 2018

ELEIÇÕES, CONFUSÕES E DISSENSÕES ENTRE IRMÃOS, AMIGOS E FAMÍLIA


As eleições para Presidente da República, no Brasil, em 2018, polarizaram o país. Claramente, é fácil constatar que se formaram dois pólos, dois extremos, com relação aos candidatos: um pólo, defensor do candidato de direita com suas idéias; este, apresentado como "solução" para o "mal que grassa a nação", por si mesmo e por seus apoiadores, mal este identificado com o governo de 16 anos (4 mandatos, portanto) do Partido dos Trabalhadores (PT). Por sua vez, o outro candidato adversário político, ligado ao PT e portanto às suas idéias de esquerda, posicionado noutro pólo, como suposta alternativa contra o candidato de direita e, tal qual o chamam, sua "ideologia facista".

Essa polarização atingiu segmentos de toda a sociedade. Intolerância e extremismos estão por todos os lados! Há, por exemplo, famílias divididas por seus membros adotarem pólos diferentes como se fossem verdades absolutas. E, de forma inédita, até Igrejas estão sendo divididas! Acabou a paz no seio de muitas congregações por conta de polarizações nessas eleições! Irmãos sendo ofendidos e magoados, chamados de "falsos irmãos" por apoiarem um candidato diferente de seu pastor! Muitas pessoas decepcionadas com o Evangelho!

Veja algumas expressões de tristeza e inconformismo com relação ao comportamento da igreja, de irmãos e de pastores nas eleições, extraídas de rede sociais: 
  • "esse é o reflexo do Cristo que vocês pregam ? Amor? Respeito?"!  
  • sou mulher e evangélica [...] estou muito triste com os "líderes evangélicos " e com os "cristãos".
  •  O que mais, eu achei triste foi a religião se meter em política, defendendo, torturador. Eu não sou evangélica, mais sei o que está escrito na Bíblia. Sabe como eu vou definir alguns crentes agora? Me prove em quem você votou, eu te direi quem tu és. Respeito os evangélicos, porque nem todos são assim. Mais perderem um pouco a credibilidade. Muito triste, tinham que dar o exemplo.
  • Fui atacada por um que foi meu líder e professor de EBD na adolescência e hj é pastor. Nunca veio no meu inbox me dar uma palavra amiga ou saber se eu e minha família estávamos bem. Mas teve capacidade de mandar áudio de quase 5min em apoio a este candidato. Respondi com educação e exortação cristã meus motivos para não votar nele. E fui acusada de ter uma vida contrária a palavra de Deus e estar perdida. Estou vendo pessoas que cresceram comigo na igreja exaltando este homem. Meu marido acha que sou radical e estou errada de ser contra o candidato, ele tbm é cristão e já tivemos duras brigas por ele escolher a religiosidade ao zelo por nossa relação.
  • A igreja sairá menor e pior dessas eleições por conta de opções pessoais. Poucos foram os pastores que orientaram sobre política, e não falaram e indicaram políticos. Recebi uma ovelha de outra comunidade no culto de ontem à noite, pois na sua igreja só se falava em políticos...  
  • Como me faz mal não me sentir bem para ir ao culto ou mesmo as orações das quartas, parece que tiraram uma parte de mim!!!!!! 
  • eu cheguei a pensar em ir embora do Brasil pois está difícil acreditar no acontece hoje com os líderes, pensei que só eu estava na contra mão do que está acontecendo nas igrejas brasileiras nesse ano de eleição, ontem chorei angustiada pelo resultado.
  • eu me decepcionei demais com a Igreja Católica hoje ao ver um padre defendendo um candidato que prega tortura, quando o nosso Cristo foi torturado numa cruz. É incoerência demais. Cheguei ao ponto de duvidar do cristianismo.
  • Enfrentei questionamentos de colegas de escola, não-crentes, me perguntando: os evangélicos concordam com isso? Estão se referindo às falas de ódio e as mentiras de Fakenews. Estou respondendo que são "neo-evangélicos", com uma nova ética, totalmente estranha à bíblia.
  • Sou neta de pastor, tenho 4 tios pastores, meu lugar preferido sempre foi a igreja, mas já a algum tempo fui descobrindo o cabresto, a mistura nefasta da religião com o desejo pelo poder político, a ganância e a reprodução e manutenção acrítica do capitalismo. Fui reformulando minha religiosidade. Está quase impossível frequentar uma igreja. Os discursos são bizarros. Agora, nós estamos vendo a bomba explodir, mas a igreja não representa o discurso de Cristo faz tempo.
  • eu saí da igreja por não encontrar mais lugar pra mim nela. [...] Era pra sermos um povo diferente, referência, mas não somos. Não mais.
  • Tenho me sentido uma alienígena dentro da minha comunidade de fé que em massa apoia discurso de ódio [...]. Tristeza me define. Mas não consigo ver Jesus encarnado em nenhuma palavra sequer proferida por esse candidato. Por conta desse posicionamento da igreja, perdemos muitas vidas que realmente precisavam ser alcançadas. Peço à Deus que me guie.
  • como evangélica, estou me sentindo um peixe fora d'água no meio deles, pois dizem que é inadmissível, uma cristã votar no [...], não tenho nem vontade de ir na igreja mais.
  • Estou apavorada com o que estou vendo. Foi decretada a banalização do evangelho com essa postura da liderança evangélica.
Assim como esses, há muitos outros relatos semelhantes. Nem os fiéis pertencentes à Igreja Católica escaparam! Só Deus sabe o que acontecerá com cada uma dessas centenas, quiçá milhares de pessoas que se viram repentinamente num caos interior, provocado pelo choque de realidades que elas constataram. Isso afora os não-convertidos que presenciaram esse comportamento da igreja. Será que depois disso, estão eles mais perto da salvação do que antes? Será que o esforço evangelístico para alcançá-los tornou-se mais eficiente do que antes? O fato é que essas vidas, pelas quais Cristo morreu, poderão jamais serem salvas! E os crentes que se desviaram, poderão jamais retornar! 

A bem da verdade, essas eleições revelaram a apostasia de muitas denominações evangélicas. Sim, querido(a) leitor(a): salvo por algumas exceções, muitas denominações apostataram da fé - e isso há muito tempo! Apostataram quando trocaram Cristo e Seu Reino pelo reino desse mundo, com seus líderes e benefícios. Apostataram quando a Bíblia Sagrada passou a ser considerada, na prática, um livro secundário para as questões de fé e de vida, superada pela palavra dos "ungidos" - profeteiros, apóstolos, pastores, presidentes, bispos, etc. Apostataram quando incorporaram o mundo, seus princípios e técnicas e metodologias como princípios, regras e ações internas e externas. Fizeram G12, MDA, etc. não para ganharem almas para Cristo, mas para aumentarem o número de pessoas e dízimos em suas denominações, para expandirem seu poderio religioso e político! E por falar em poder político, venderam a Cristo novamente, abrindo púlpitos para políticos fazerem campanha! Como foi proibido pelo TRE, pastores (e crentes em geral) se tornaram verdadeiros "cabos eleitorais" de candidatos, deixando de pregar a Cristo e o Evangelho para fazer campanha para político A ou B! 

Infelizmente, é possível constatar que muitas denominações não dão a mínima para o Evangelho! Não dão a mínima se as pessoas estão indo para o inferno - ou se a própria denominação está indo, porque do jeito que a coisa vai, tá difícil! Não dão a mínima para os perdidos, que não entregaram suas vidas ao Senhor; nem dão a mínima para os desviados, para os irmãos afastados por causa das lambanças que a própria igreja comete! Sim! Muita gente hoje está desviada é por responsabilidade da própria denominação, a qual não vive o que prega! Que tem discurso bonito, mas vida zero - isso quando tem discurso, porque hoje a tônica é "dá teu dinheiro e ganhe o mundo em troca" - pastores se tornaram especialistas em pedir grana! Quem não dá é classificado como maldito, ladrão, roubador de Deus... nunca é abençoado, nunca é amado, nunca é acolhido! Para esses caras, a bênção de Deus é conseguida se pagar um preço em grana - na cabeça deles, "Deus só abençoa quem dá"! Mas eles não estão sozinhos nisso: quem se sujeita a esse tipo de coisa, quem fomenta e sustenta essa prática, está tão errado e perdido quanto seus líderes! Dinheiro para luxúria!

Somos a terceira maior igreja do mundo e precisamos de 100.000 crentes para sustentar um missionário dentro da Janela 10-40. Investimos, em média, somente R$ 1,30 por pessoa por ano para missões transculturais (fonte: http://www.jocum.org.br/a-grande-omissao). Se cada crente brasileiro investisse em média R$ 10,00 mensais em missões transculturais, que seria 100 vezes mais que o investimento atual, poderia multiplicar a força missionária em 100! Mas estão interessados nisso? NÃO! Não investem nem para ganharem os perdidos da esquina da igreja! A atividade mais "largada de mão" de uma igreja é a atividade de evangelismo (e missões)! NINGUÉM quer saber! O pessoal gosta de reuniaozinha de fofoquinha! Gostam de "reunião informal" de jovens! Gostam de "cultinho", onde via de regra alguém vai pedir grana, uma pessoa e/ou grupo vai "aparecer" cantando na frente para os outros assistirem e um sujeito vai falar abobrinha no púlpito!  

Bíblia? Esquece! "Isso é muito difícil de viver, pastô!" é a "desculpa esfarrapada" de quem não quer viver o Evangelho! Note como essas denominações apoiaram um candidato em detrimento de outro nessa eleição, sob a justificativa de uma aparente defesa da ideologia cristã! Ora, se a justificativa é a ideologia, então não deveria ser votado NENHUM NEM OUTRO! Ambos apoiam ideologias não-cristãs! O aborto não é prática cristã, por exemplo, mas o armamento pessoal também não é! Ou vamos puxar o gatilho, vamos "sentar o dedo" em nome de Deus, agora??! Na verdade, esse ideologismo dito "cristão" da igreja (e dos candidatos) é DESCULPA ESFARRAPADA! Primeiro, porque muitos não vivem o que pregam - pregam contra o adultério e o divórcio, mas pessoalmente "manda ver"! Pregam contra a cobiça, mas são os primeiros a incentivá-la! Segundo, porque não há na Bíblia uma hierarquia de valores: para Deus, fornicação é tão pecado quanto a fofoca e a mentira! Se o aborto é um problema para a igreja, a liberalização de armas de fogo também deveria o ser, porque em ambos os casos há mortes não-naturais envolvidas!

A bem da verdade, essas eleições foram usadas por Deus para mostrar a todos os homens o verdadeiro estado que se encontra a igreja. Deus não tem problema com isso: na Bíblia Ele mostra abertamente, para quem quiser ler, os pecados do Seu povo e de seus servos. O fato é que depois dessas eleições não dará mais para negar a triste realidade de que a igreja é um corpo dividido. Isso ficou bem claro: a igreja rapidamente dividiu-se por conta de suas paixões políticas. Isso significa que cada um escolheu um candidato diferente? Não, antes fosse isso. Isso significa que as opções políticas diferentes fizeram com que irmão se levantasse contra irmão, com ira, ódio e animosidade. Ofensas foram trocadas - irmãos ofendidos em suas denominações e fora delas, por outros irmãos e até por pastores. Não satisfeitos em vivermos entre "inimizades, porfias, [...] discórdias, dissensões, facções" (Gl 5.20), tratamos os irmãos em Cristo de quem discordamos com um nível de agressividade, arrogância, desrespeito e falta de amor realmente espantosos para seguidores de Jesus, o Príncipe da Paz. 

Recomendo forte e urgentemente que as denominações que apostataram da fé nessas eleições - ou que pelo menos manifestaram sua apostasia nesse pleito eleitoral - se reconciliem com Deus. Se arrependam e voltem ao primeiro amor.  Vocês, que portam o nome de Cristo, parem de envergonhar o Evangelho! Lembrem-se do porquê vocês estão nesse mundo: para a Glória de Deus! Daí, vivam como verdadeiros cristãos fazendo tudo para a glória de Deus: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus. Não vos torneis causa de tropeço nem a judeus, nem a gregos, nem a igreja de Deus; assim como também eu em tudo procuro agradar a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que sejam salvos." (I Co 10.31-33)

Adicionalmente, é preciso considerar que mesmo famílias não escaparam desse espírito divisionista que atacou a sociedade brasileira: famílias de cristãos e não-cristãos foram igualmente rachadas por essa paixonite política. Pais contra filhos, filhos contra pais, maridos contra esposas, irmãos contra irmãos, amigos contra amigos... um caos! Filhos que "botaram o dedo" na cara de seus pais, agindo de forma totalmente desrespeitosa! Muita gente desfez amizades antigas por conta de brigas políticas, que começaram nas redes sociais na internet; brigas que se estenderam até o ambiente familiar. Veja alguns exemplos:

(1) "Amigos de infância brigando, ofendendo-se, excluindo um ao outro do convívio pela internet e, nos casos mais graves, até da relação pessoal. O motivo? Discussões sobre política nas redes sociais, especialmente a respeito das eleições. E nem familiares escapam das brigas, que acabam por interferir na relação real das pessoas." (fonte: https://www.correiodoestado.com.br/politica/amigos-e-familiares-entram-em-confronto-na-internet-por-causa-das-elei/230024/. Acesso: 29/10/2018)

(2) "A guerra nas famílias durante as eleições: Clima de intolerância marca também as brigas entre parentes, e expõe a violência e o desrespeito nos conflitos geracionais."  (fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-guerra-nas-familias-durante-as-eleicoes. Acesso: 29/10/2018)

(3)  "Acirramento eleitoral em 2018 já causa até expulsão de casa por divergência política. Como consequência direta do acirramento político, esses ambientes de diálogo viraram palco de rupturas em relações familiares e de amigos. Por conta das discussões, há casos até de pessoa expulsa de casa por divergências eleitorais, enquanto outra foi proibida de visitar parentes." (fonte: http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/eleicoes-2018/acirramento-eleitoral-em-2018-ja-causa-ate-expulsao-de-casa-por-divergencia-politica/. Acesso: 29/10/2018)


O que faremos? Eu recomendo fortemente que aqueles que se envolveram em todo tipo de agressão e de ofensas, quer nas redes sociais, quer fisicamente, procure os ofendidos e se reconcilie com eles. E, em tratando-se de cristãos, recomendo fazer isso depressa, pois a vida espiritual, com Deus, ficará estagnada - podendo deteriorar - caso o perdão e a reconciliação não ocorram: "Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo." (Mateus 5:23-26) 

A verdade é que a ofensa àqueles que amamos pode gerar o ódio. Pelo fato de terem dado sua afeição, lealdade, serviço e confiança, a ofensa penetra com mais força em suas almas e exige mais reparos do que se tivesse sido feito por um conhecido ou por um estranho. Pequenas ofensas podem inflamar feudos familiares ou conjugais, apesar de que coisas tão insignificantes teriam sido facilmente ignoradas em outros relacionamentos. É um fato lamentável da perversidade do homem que ele geralmente mostra menos misericórdia com a família e os amigos do que com estranhos. Portanto, reconciliar envolve, da parte do ofensor, a sinceridade e a humildade de reconhecer seu erro, além do amor pela pessoa que ofendeu. Não há possibilidade de reconciliação se esses elementos não estiverem presentes. O irmão ofendido, diz Provérbios, é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte e as contendas são como ferrolhos de um palácio
(Pv 18.19). A versão King James Atualizada é bem clara a esse respeito: "
É muito mais difícil reaver a amizade de um irmão ofendido que conquistar uma cidade fortificada; e as discussões são como as grandes portas trancadas de um castelo."

A sabedoria aqui é a de evitar ofensas com irmãos, especialmente com os da igreja (Ef 4:3,16; Rm 14:16-19; Tg 3:18). Considerando que uma relação íntima é difícil de ser restabelecida pelas ofensas feitas, o melhor é evitá-los. Use de grande cautela ao lidar com amigos, de forma a evitar que se cruze a linha que destrói ou fira o relacionamento, especialmente na igreja.

O foco da fé cristã está invariavelmente posto no amor, primeiramente em Deus e então no próximo, como se lê:  "Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo." (Lc 10.27) Não dá para ser cristão e não considerar o próximo como tão importante como a si mesmo, valorizando-o e respeitando-o em sua individualidade e particularidade. Não dá para ser cristão amando a Deus, a quem não vemos, e não amando o próximo, a quem vemos.  

Pense nisso. 
Graça e paz!

domingo, 7 de outubro de 2018

ONDE ESTÁ O MEU AMADO JESUS?

"Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho. Suave é o aroma dos teus ungüentos; como o ungüento derramado é o teu nome; por isso as virgens te amam. Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas câmaras; em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho; os retos te amam. Eu sou morena, porém formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão. Não olheis para o eu ser morena, porque o sol resplandeceu sobre mim; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, puseram-me por guarda das vinhas; a minha vinha, porém, não guardei. Dize-me, ó tu, a quem ama a minha alma: Onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes descansar ao meio-dia; pois por que razão seria eu como a que anda errante junto aos rebanhos de teus companheiros? Se tu não o sabes, ó mais formosa entre as mulheres, sai-te pelas pisadas do rebanho, e apascenta as tuas cabras junto às moradas dos pastores. Às éguas dos carros de Faraó te comparo, ó meu amor. Formosas são as tuas faces entre os teus enfeites, o teu pescoço com os colares. Enfeites de ouro te faremos, com incrustações de prata. Enquanto o rei está assentado à sua mesa, o meu nardo exala o seu perfume. O meu amado é para mim como um ramalhete de mirra, posto entre os meus seios. Como um ramalhete de hena nas vinhas de En-Gedi, é para mim o meu amado. Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas. Eis que és formoso, ó amado meu, e também amável; o nosso leito é verde. As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas de cipreste." (Cânticos 1:2-17)

O amor bíblico não é frio, calculista. É intenso, é quente, é apaixonado. Amor apaixonado é o amor cuja chama da atração mútua arde intensamente, cujo desejo é de estar sempre junto e nunca ser separado de quem ama, de jamais ir embora. Palavras como “desprezo”, “vergonha”, “abandono”, “traição”, “egoísmo” não existem nesse relacionamento de amor. Assim é o amor planejado por Deus dentro do casamento. E assim é o amor que cada um de nós deve expressar por Cristo! 

A esposa demonstra com muita intensidade o amor que ela tinha pelo esposo por meio de várias expressões ao longo do capítulo. Para ela, o amor do seu esposo era infinitamente maior e mais desejável do que qualquer coisa. Esse é o padrão bíblico do amor que deveríamos ter pelo Senhor. Ela diz que o Amor do Esposo é Melhor do que o Vinho: Melhor, aqui, é do hebraico “towb” (tobe). Significa “bom, agradável, amável, alegre”, algo que dá prazer e satisfação. Agradável aos sentidos e agradável por ser superior a outra coisa. Para a esposa, o amor do seu esposo é mais agradável, dá muito mais prazer, completa ela de forma muito maior do que os prazeres que o vinho geram. Por isso, ela prefere o amor Dele do que o vinho! Esse é o amor por Jesus que o Espírito Santo quer gerar em nossos corações. Amor que anseia estar com o Senhor!

Outra expressão que ela usa é ao referir-se ao seu esposo está no versículo 3: "como o ungüento derramado é o teu nome". O amor da esposa pelo esposo é tal que só a menção do nome dele é, para ela, como um unguento derramado. Ela tem tanto amor por Ele que até o nome do esposo faz encher o peito dela! Usando uma linguagem muito intensa, é como se o amor de seu esposo por ela fosse como um delicioso perfume que é derramado, enchendo todo o lugar com a doce fragrância! 

Ela, ainda, deseja expressar intimidade com o seu esposo (vv.13,14). O leito conjugal deles é um lugar de delícias (v.16), lugar que é só deles e de mais ninguém. Usando a mesma linguagem de Cânticos, poderíamos comparar esse leito conjugal entre estes dois amantes com o nosso coração. É no nosso coração, o mais íntimo do nosso ser, onde a nossa alma pode gozar de comunhão exclusiva com o Senhor. É nesse lugar onde o Senhor faz morada, onde Ele reside em nós. É o nosso "jardim secreto", o lugar do encontro secreto com o Senhor. 

Olhando para esse lindo relacionamento entre esposa e esposo como tipo do nosso com o Senhor, precisamos analisar o nosso relacionamento com Cristo. Quando olhamos para a Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento o Senhor queixa-se da intensidade do amor do Seu povo por Ele. Vejamos:

1. “porque o vosso amor é como a nuvem da manhã, e como o orvalho que cedo passa” (Oséias 6:4). Veja a queixa do Senhor: Seu povo o amava de forma inconstante, desapaixonada, sem profundidade e sem permanência. Durante o Antigo Testamento, vemos com uma fequência indesejável, mas verdadeira, o amor de Israel pelo Senhor sendo deixado de lado em prol do amor pelos baalins e outros falsos deuses, ao ponto de Oséias ser o registro da dor profunda de Deus, como marido traído, contra Seu povo, como esposa infiel. Deus acusa Seu povo de prostituição! O amor deles pelo Senhor era um amor passageiro, que secava depressa. 

2. “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.” (Apocalipse 2:4). A Igreja de Éfeso tinha tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. Eles tinham obras, trabalho, perseverança - mesmo diante das provações; porém, tinham perdido o primeiro amor.  que é o “primeiro amor” a que o Senhor Jesus Se refere nesta mensagem? É um fogo de grande intensidade em nosso íntimo, que coloca Jesus acima de todas as demais coisas! O primeiro amor é o nosso primeiro momento de relacionamento com Cristo em que nos devotamos de todo o nosso ser a Ele. Abrimos mão de tudo por causa de Jesus!

E HOJE? Nosso coração é dividido; prova disso é a forma como vivemos a fé cristã. Não suspiramos pelo Senhor, não somos tomados de paixão por Ele. Não queremos muita proximidade, muito envolvimento com o Senhor. Precisamos admitir: Entre Ele e os prazeres que temos à nossa disposição, preferimos os segundos. Falamos de “fazer a obra” num contexto meritocrático. Criamos subterfúgios para aumentar a nossa própria frequência na Igreja, porque facilmente damos desculpas para não estarmos presentes. Nossa fé no Senhor não nos enche de alegria e satisfação, vivemos insatisfeitos para tudo e para todos. Prova disso: somos murmuradores, reclamões. Buscamos o Senhor - quando o fazemos - apenas para termos uma vida mais confortável, sem problemas, sem dificuldades. Nosso amor, se muito, é dominical. Acabou o domingo, passou o amor. Fazemos o que fazemos por hábito, por rotina, por medo, pela religião, pela aparência, para não sermos criticados, pelo galardão, por quaisquer outros motivos. Sejamos sinceros, pelos menos conosco mesmo e com o Senhor. Ele conhece a sua vida. Nosso amor pelo Senhor está muito doente.

A pergunta que surge, então é como termos o nosso amor pelo Senhor novamente incandescido. Para responder isso, vamos voltar ao texto: "Dize-me, ó tu, a quem ama a minha alma: Onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes descansar ao meio-dia; pois por que razão seria eu como a que anda errante junto aos rebanhos de teus companheiros?" O que a esposa faz? A esposa quer encontrar-se com o seu esposo e por isso pergunta onde ele está. Ela sabe que ele é pastor de ovelhas; e que se quiser achá-lo precisará saber onde Ele apascenta o rebanho dele. Ela está buscando o seu amado!

ONDE JESUS ESTÁ? Essa é a pergunta central da nossa fé. Não é uma pergunta acadêmica, intelectual, fria. É uma pergunta com sentimento. Perdemos o Senhor de vista e devemos desesperadamente procurá-Lo até encontrá-Lo (Lucas 2:41-52).  Veja como é o nosso raciocínio: se eu estou junto com os meus irmãos, indo para os mesmos lugares com eles, frequentando as mesmas coisas, cantando as mesmas canções, celebrando as mesmas festas, fazendo a mesma viagem, Jesus está conosco, por inferência – ele tem que estar. Julga-se, com isso, que Jesus é uma presença implícita. A gente assume que assim seja. Mas não é assim. Jesus está onde Ele é o centro!

PRECISAMOS OUVIR DE JESUS ONDE ENCONTRÁ-LO. Onde, Senhor, tu estás? Onde eu te encontro, Senhor? Ele deseja ter lugar e hora certa para estar conosco. Ali, paramos tudo para dar atenção somente a Ele. Note: DAR ATENÇÃO AO SENHOR. Encontrar o Senhor e não dar a Ele a devida atenção não resolve. Você, querido(a) leitor(a), por certo não gostaria de estar num lugar onde ninguém lhe desse atenção. Assim também é com o Senhor. Jesus quer a nossa total atenção; atenção ao que Ele fala, ao que Ele diz, às Suas expressões faciais, aos Seus movimentos... quer que conversemos com Ele, quer que olhemos para Ele! Ele nos ama e, com toda certeza, deve ficar triste quando não correspondemos esse amor!  Sim, Deus fica triste! Infelizmente, querido(a), precisamos com sinceridade admitir que hoje em dia Jesus não está em muitos lugares onde dizemos que Ele está. Ele pode não estar até mesmo em lugares onde deveríamos poder encontrá-Lo. Ele pode não estar numa Igreja, mas pode estar do lado de fora dela querendo entrar (Ap 3.20). Pense nisso num momento: todos ali cantando, orando, falando em línguas, chorando, pregando,..., mas Jesus não está! Ao contrário, todos podem estar em silêncio, mas Ele pode estar ali, entre eles! O que isso significa? Significa que Jesus não condiciona a presença Dele às emoções religiosas! Ele pode estar numa simples brisa (I Rs 19.11-13). 

Gostaria de aprofundar isso contigo, nesse ponto. Será que o Senhor Jesus está presente nas reuniões da maioria das Igrejas evangélicas? Veja a confusão que grassa muitas congregações/denominações: ninguém se entende! Um briga com o outro, um trai o outro. Pessoas entram por uma porta e saem por outra. Sogra briga com genro, marido com esposa, esposa com marido, líder com liderado, liderados contra seus líderes, líderes contra outros líderes... tem fofoca, tem divisão, tem partidarismo, tem soberba que vai do púlpito ao último banco... tem acobertamento de pecado, tem briga por púlpito... tem cobiça, tem ênfase em grana, ninguém se preocupa com os perdidos... Conheci gente, dita de Deus, que dá rasteira em pastor para assumir o lugar dele na congregação! Conheci gente que fechou uma congregação e avançou sobre outra para tomar o lugar do pastor, semeando discórdia e agindo unilateralmente de forma a desqualificar o pastor! Será mesmo que Jesus está num local assim? De modo nenhum! Ora, se Jesus não está na Igreja, como a Igreja vai ganhar o mundo para Cristo??? Será que não temos vergonha pelo que fizemos à Igreja? Será que o Espírito Santo não consegue quebrar a dureza do nosso coração impenitente de forma a nos compungir ao arrependimento? Como podemos dizer que somos cristãos, se somos tão indiferentes para com Cristo e com Sua Vontade? 

QUANDO O BUSCARMOS E ENCONTRAMOS O SENHOR, ELE INEVITAVELMENTE NOS CHAMARÁ AO ARREPENDIMENTO: É preciso que sintamos dor por termos perdido o nosso primeiro amor! Precisamos lamentar, chorar, e clamar pelo perdão de Deus! É imperativo reconhecer que a perda do primeiro amor é mais do que um desânimo, ou qualquer outra crise emocional! É um pecado de falta de amor, de desinteresse para com Deus! 

Ao final, o noivo refere-se à sua noiva dizendo: "Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa..." O noivo olha para a formosura da noiva! Ele a vê sem mancha, sem mácula, sem ruga ou defeito algum. Esse é o padrão de Deus para nós, Sua Igreja. Devemos perseguir esse padrão! Para isso, precisamos de ajuda; e a boa notícia é que Jesus deixou aqui na Terra uma pessoa para nos ajudar nesse afã: O Espírito Santo! Ele, o amigo do Noivo, é quem cuida e aparelha a Noiva para o dia do casamento! Peçamos a Ele: Senhor, sonda-me e conhece-me; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno! (Sl 139.24). Ao mesmo tempo, nos examinemos a nós mesmos, se ainda estamos na fé em Cristo, sob a lente do Espírito! Somente assim, poderemos estar diante do Senhor em formosura, no grande casamento que há de acontecer entre Cristo e Sua Igreja!

Para seu enlevo espiritual, escute o seguinte louvor: 



Pense nisso!
Graça e paz!

(Mensagem pregada em 04/06/2017)

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

JESUS, MACIEIRA ENTRE AS ÁRVORES DO BOSQUE

Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os filhos; desejo muito a sua sombra, e debaixo dela me assento; e o seu fruto é doce ao meu paladar. Levou-me à casa do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor. Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace. (Cânticos 2:3-6)

NOTE COMO A NOIVA, EM CANTARES, ENXERGA SEU NOIVO:  A noiva vê seu amado Noivo como uma macieira entre as árvores do bosque. Para ela, Seu Amado é o único que se destaca na multidão; ela só tem olhos para ele! Ela olha e só vê ele! Sabe por que? Porque para ela, seu noivo era especial! Seu coração pulsava forte por ele, sua respiração ofegava quando na presença dele! Esse amor que a Noiva tem pelo Seu Noivo, que faz vê-lo como Único, como Especial, é um amor protetor, um amor que protege a noiva e o relacionamento dos dois. Se ela visse ele como igual aos demais, alguém comum, como um qualquer, isso seria sinal que o amor já haveria esfriado e ela correria risco de se apaixonar por outro. Por outro lado, se ela visse ele como inferior aos demais, o amor já não existiria mais entre eles. Não haveria mais razão para estarem juntos. Mas, ao contrário, ela o vê acima de tudo e de todos! 

O que mantém o relacionamento é o amor e é o relacionamento que mantém o amor. Há um círculo virtuoso: quem ama quer se relacionar com o objeto do amor (não é possível manter relacionamento verdadeiro e sadio com que não se ama) e quem se relaciona com quem ama preserva a chama do amor sempre acesa.  Amor e relacionamento são, desse modo, inseparáveis! O Noivo era tão importante para ela, tão singular, que ela ansiava muito estar junto dele, de forma muito próxima e íntima: “desejo muito a sua sombra”. Uma vez assentada debaixo dela, a Noiva seria sustentada pelo seu Amado com um delicioso fruto: “o seu fruto é doce ao meu paladar”. Ali, na sombra do Seu amado, a noiva pede para ser sustentada por ele. Ela então é afagada pelo Noivo (vv.5,6).

Quero perguntar a você, querido(a) leitor(a), nesse momento: como você vê Jesus? Como você O percebe? Para você, Ele é como esse Noivo, desejado ardentemente? Você anseia estar com Ele, você o procura até achá-Lo? Para você, Ele é o único destaque diante dos seus olhos? Ou há algo que chama mais sua atenção do que o Senhor? 

COMO VOCÊ VÊ JESUS, O NOIVO? A forma como você vê o Senhor Jesus vai ditar o Seu relacionamento com Ele. Ele é único para você, ou é só "mais um"? Nós só podemos ter um senhor, amando e servindo ao senhor que escolhemos. Ninguém pode servir a dois senhores: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro” (Mt 6.24). Se forem dois senhores, um será amado e o outro rejeitado. Se o Senhor Jesus não for o primeiro, então Ele já não é mais nada para você. Não passa de ilusão, de fantasia religiosa e de imaginação piedosa. Talvez você já tenha rejeitado o Senhor, de forma prática. Quando preferimos o mundo, quando escolhemos viver de forma independente, automaticamente não escolhemos Jesus. 

Querido(a), você sabia que Nosso Senhor é exclusivista no que diz respeito ao nosso relacionamento com Ele? Ou nos entregamos totalmente a Ele, ou Ele não nos quererá: "Porque não te inclinarás diante de outro deus; pois o nome do Senhor é Zeloso; é um Deus zeloso" (Êxodo 34:14). ZELOSO (CIUMENTO) É O SEU NOME! Deus Não Tem um Ciúme Egoísta e Controlador. Deus tem um ciúme puro, santo, que faz parte da essência do amor. Ele sente por nós amor intenso (paixão) genuíno, de forma que quando não correspondido passa a ter fortes reações de explosão e ira (Êx 32.10). ELE NÃO É FRIO, SEM EMOÇÕES, CALCULISTA.  O amor de Deus não é um amor brando, indiferente, que tolera qualquer atitude, sem reação, que se sempre se manifesta afável e gracioso. É um amor forte, duradouro, capaz de superar enormes obstáculos e contratempos, mas também um amor apaixonado, que se importa com a infidelidade, que arde em ciúmes por nós por nos amar de verdade. (Tg 4.4,5) O SEU ESTANDARTE SOBRE NÓS É O AMOR.

É exatamente como um casamento: cada cônjuge requer exclusividade do outro para si, dentro do relacionamento. Não pode haver outro homem, ou outra mulher, senão o casamento acaba. Não se admite infidelidade. Não é possível manter com Deus uma relação descompromissada e passageira, que vise apenas um benefício próprio imediato. Não pode haver flerte, não pode haver traição! Deus nunca nos trairá, mas nós infelizmente podemos traí-Lo com o mundo e com aquilo que no mundo há. Amado(a) de Deus, é o seu amor pelo Senhor mantém o seu relacionamento com Ele, da mesma forma que o Seu relacionamento com Ele mantém o vivo o Seu amor por Ele!

Esse relacionamento com o Senhor é um relacionamento presencial: “debaixo da sua sombra” (Sl 91.1). O melhor lugar para estarmos nessa vida é “debaixo da sombra das asas do Senhor” (Sl 63.7). É vontade do Senhor que aí estejamos (Mt 23.37). Esse é um lugar especial, um lugar de ternura, de carinho do Senhor conosco! É um lugar onde sentimos o Seu calor por nós, onde ouvimos o Seu coração bater, onde Ele nos afaga e nos consola! É nesse lugar que a magnitude dos nossos problemas e aflições se dissipam como a nuvem, onde a certeza de fé é inteira, onde a esperança é renovada! A noiva diz: desejo muito me assentar debaixo da tua sombra! Esse também deve ser o nosso anelo!

Esse relacionamento é, também, um relacionamento de dependência (v.5): Dependência para ser fortalecido física e espiritualmente, dependência para ser guiado no e pelo caminho, dependência para quando e como agir. Dependência para tudo. O Senhor disse: "Sem mim, vocês nada podem fazer" (Jo 15.5). Oh querido(a), como precisamos do Senhor em tudo e para tudo! Precisamos Dele para vivermos cada dia, precisamos do Seu sustento, da Sua força e direção! Precisamos do Seu cuidado e proteção! Precisamos do Seu amor e compaixão! Precisamos da Sua misericórdia e perdão! Precisamos da Sua graça e bondade! Precisamos Dele para servi-Lo e adorá-Lo, precisamos Dele para vivermos a fé e Nele permanecermos! Precisamos Dele para darmos frutos, para sermos limpos e darmos mais frutos ainda! Precisamos Dele para amarmos e perdoarmos, enfim para tudo! Até para as coisas cotidianas (como trabalhar, namorar, casar, ter e criar filhos, etc.). Sem Ele, sem Jesus, nada podemos fazer! Se fizermos sem Ele, inevitavelmente dará tudo errado mais dia menos dia! 

Por fim, esse relacionamento é um relacionamento de proteção e conforto (v.6): “Senhor, eu sei que jamais estou sozinho, mas o Senhor está comigo aonde quer que o Senhor me levar na jornada da vida. Independente do que venha a enfrentar, independente de circunstâncias ou tentações, sei que Jesus é meu!”. Sua mão esquerda debaixo de nossas cabeças, sustentando-a confortavelmente, enquanto com a direita Ele nos abraça! Qual é o inimigo, por mais abusado que seja, que vai tentar contra você nos braços do Senhor?? 

Cristo está cheio dos frutos e bênçãos da graça, que devem ser alcançados pelas mãos da fé e desfrutados; e como Ele é cheio de graça e verdade, Ele se revela muito bonito e glorioso aos olhos da fé! A macieira é um emblema apropriado de Cristo, na grandeza de sua pessoa, na plenitude, em sua graça, na virtude de seu sangue, e em justiça e graça, que são um antídoto soberano contra o veneno do pecado; e cuja presença e comunhão com Ele curam almas ofegantes, sem fôlego, quando vão buscá-lo e em Sua presença encontram morada; e cuja mediação perfuma sua respiração, suas orações, por meio das quais se tornam gratas a Deus, que de outro modo seriam estranhas e desagradáveis.

Querido(a) leitor, Jesus o(a) convida para estar junto Dele e para Dele você se alimentar! "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim." (João 6:54-57) Religião nenhuma - nem mesmo a dita "religião cristã" - te alimentará; na religião você está desabrigado e passa fome! Nada que há em qualquer religião pode satisfazer a sua necessidade de Deus. Nenhuma religião tem a resposta para sua fome espiritual, que assola seu interior! Nenhum cargo religioso, nenhum rito, nenhuma doutrina... nada pode satisfazer! Por outro lado, prazeres, sonhos e fantasias que podemos viver nessa terra, por mais intensos que sejam, ao final sempre se revelarão inúteis para preencher o vazio da nossa alma! Amar o mundo e o que no mundo há se revelará uma experiência infrutífera e dolorosa: quem a ele recorre, sempre precisará de uma dose maior, pois sempre vazio se verá, além de nunca ser amado de volta. Mas quem vai até o Senhor em sinceridade de coração, não importando em que situação esteja, se religioso ou sem religião, encontrará Nele a plena satisfação para seu ser. 

Pense nisso!
Graça e paz!

(Sermão ministrado em 18/06/2017)