quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

OS RUDIMENTOS DO MUNDO E A GRAÇA DE DEUS

Digo, pois, que todo o tempo que o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo;
Mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pai.
Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo.
Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.
Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses.
Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?
Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.

(Gálatas 4:1-10)


Rudimentos do mundo, os quais são fracos e pobres. Rudimentos aos quais os crentes da Galácia estavam novamente praticando, mesmo após sua conversão a Cristo. O texto grego usa o termo στοιχεῖα (stoicheia) para "rudimentos", uma linha ou série; um pequeno passo; um alfinete ou estaca, qualquer coisa "elementar", como um som, uma carta. Portanto, esse termo significa "elementos básicos", dando a entender que se trata de pequenos elementos que são parte de um todo mais amplo. Paulo usa a expressão ta stoicheia tou kosmou ("os princípios elementares do mundo") em Gl 4.3,9 and Cl 2.8,20. O Ellicott's Commentary for English Readers explica que tratam-se aqui dos "elementos (ou rudimentos) do ensino religioso". Esses são chamados de "os elementos do mundo" porque eram mundanos e materiais; eles não incluiriam um reconhecimento claro das coisas espirituais. Os gentios recém-convertidos e os adeptos da religião judaica estavam muito ligados aos sentidos; o elemento mais importante neles era o ritual.

Os crentes Gálatas desse modo, não podiam entender completamente o significado da lei dada por Moisés. Para eles, a lei era a dispensação da escravidão; eles estavam ligados a muitos ritos e observâncias pesadas, pelos quais eram ensinados e mantidos sujeitos como uma criança sob tutores e governadores. Não é que a Lei fosse algo ruim, ou mundana; de modo algum. Porém, como as coisas do mundo, as ordenanças e ritos contidos na Lei eram transitórias, temporárias e de pouco valor. Eles eram insatisfatórios em sua natureza, e logo iriam passar e dar lugar a um sistema melhor - como as coisas deste mundo estão prestes a dar lugar ao céu. 

Paulo argumenta: "quando éramos crianças, estávamos sujeitos aos rudimentos do mundo". Crianças, aqui, não se refere a idade cronológica, mas sim em maturidade para com a Graça de Deus, em conhecimento de coisas divinas, espirituais e evangélicas. Assim, quando crianças, eles não compreendiam a Lei e nem o seu propósito, de revelar a extrema pecaminosidade humana e assim servir de guia ou aio até Cristo. Estavam presos a toda ritualística estabelecida na Lei, rito pelo rito, regra pela regra. Eles estavam na condição de servidão que a lei naturalmente generalizou, servindo por medo da morte; presos as sanções e penalidades legais. Pelo medo da morte, estavam sob disposição servil e estavam por toda a vida sujeitos à escravidão; eles carregavam um jugo de escravidão em seus pescoços e estavam sob um espírito de escravidão e medo. Presos naquilo que conhecemos como legalismo.

O legalismo sempre foi um problema pendente de solução na igreja cristã. De modo bastante frequente, vemos grupos e denominações impondo sistemas ritualísticos derivados direta ou indiretamente do Antigo Pacto como regra de fé para os cristãos. Nos tempos atuais, vemos por exemplo os crentes judaizantes modernos, que insistem em obrigar a Igreja a guarda de dias específicos (como o sábado, pelos adventistas), de festas/ritos "bíblicos" (festas judaicas, como a festa dos tabernáculos) e do uso de utensílios judaicos em nome da fé (como o Menorá, bandeira de Israel, arca da aliança, shofar, talit, etc.). Há ainda outros ritos praticados pelos crentes neopentecostais como ritos de fé, para obterem "bênçãos de Deus", como "unção de lenços/roupas", nos quais o fiel deve participar para ser abençoado. Há também aqueles que impõem o uso de costumes, como roupas específicas (terno para pregadores/obreiros, vestido longo para mulheres, não usar calça comprida ou bermuda, não andar sem camisa ou de short, não ouvir músicas que não sejam religiosas, subir monte para orar, orar de joelho, etc.); outros, impõem pelo costume regras como "cair na unção", "unção de animais", "unção de mares, oceanos e rios", etc.

Nas palavras de Paulo, nada disso tem valor algum em matéria da fé cristã centrada na Bíblia. Podem ter elementos extraídos da Bíblia, mas não se configuram em uma fé bíblica neo-testamentária, baseada inteiramente na Graça de Cristo e no Evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esses elementos dentro das denominações acabam servindo para manter os crentes frequentadores num estado de infantilidade espiritual, incapacitados para viverem a solidez da vida cristã. Num cenário onde o fiel será demandado a afirmar categoricamente sua fé em Cristo mesmo sob prejuízo pessoal, é pouco provável que tal fé se sustente, uma vez que manter a fé em meio às mais duras provações é via de regra um dos mais sérios e graves desafios que o cristão se depara. O crente que vive sua fé baseado em regrinhas e ritos é, como Paulo diz, uma criança em termos espirituais. E é a partir da maturidade cristã que temos inteira certeza de fé sobre a nossa paternidade espiritual, a nossa filiação junto a Deus. Essa certeza é uma das mais importantes que um cristão deve ter em matéria de sua fé, sendo gerada pelo Espírito Santo no coração do fiel que já conhece tal realidade (o Espírito Santo nos convence daquilo que já sabemos, daquilo que ouvimos e aprendemos).

Quem vive debaixo de legalismos e de ritualismos vive, na verdade, preso. É um escravo desses sistemas, aprisionado sem poder se libertar e condenado a obedecer sempre a essas regras e ritos, sob ameaça de experimentar "a ira de Deus". Nesses sistemas de fé, Deus está sempre pronto a castigar severamente aqueles que não atentarem para as regras que aquela denominação postulou. Por exemplo, se a denominação mandou participar "do Encontro" (como foi no auge do G12) e a pessoa não foi, ela passa a estar assim sujeita a todos os males que Deus mandará sobre ela. Quem não anda segundo suas doutrinas e regras e ritos está "desviado" e "perdido"; é "rebelde", filho da ira, bode. 

O mais novo sistema legalístico que os crentes criaram chama-se "autoridade espiritual inquestionável". Esse sistema é baseado na aplicação irrestrita dos ensinos do livro de pr. Watchman Nee, "Autoridade Espiritual". Segundo "a regra", os crentes devem "abaixar a cabeça", dizendo "amém" para tudo aquilo que seus pastores fizerem, independentemente da sandice que seja; afinal, "eles são autoridade" e "quem lida com autoridade é Deus". Assim, se o pastor é mentiroso e traidor, se aplica mal os recursos financeiros da denominação, se é megalomaníaco, se nunca assume seus erros, se só pensa em grana, etc. não importa, afinal ele é o "ungido do Senhor" e "aí daquele que tocar no ungido do Senhor"! Quem desobedece e questiona é rebelde, é filho de Coré, Datã e Abirão e será lançado vivo ao inferno! Deus trará um sem número de maldições sobre a vida dos desobedientes - aqueles que criticam os erros e lambanças da tal "autoridade". Tem quem ousadamente afirme que "há possibilidade de morte, ao despertar a ira de Deus sobre aquele que toca em um ungido do Senhor". Isso não passa esse sistema de mais um sistema legalista e opressor, sistema que confere prerrogativas de infalibilidade e inquestionabilidade a um homem como outro qualquer e que faz com que outros lhe estejam sujeitos, pelo medo. Isso mesmo: por medo "de Deus", que está "100% fechado com a autoridade lambujeira", os crentes obedecem irrestritamente a um semelhante, quando a Palavra de Deus estabelece que a obediência ao homem aplica-se se, e somente se, quando o ensino for reconhecidamente correto, da parte de Deus. Isso favorece e perpetua a dominação do povo de Deus e a apropriação da herança do Senhor, algo totalmente condenado e proibido na Palavra! Faz gente ser dona de gente! Gente que se torna incapaz de tomar a mínima decisão na vida - com quem casa e quando casa, onde mora, no que trabalha, etc., precisando sempre consultar - e obedecer timtim por timtim o "guru ungido", para tudo e por tudo, como ensinam esses caras que ensinam e aplicam tal sistema apassivador e dominador! Esses líderes chegam a dizer que democracia é coisa do diabo!

Note: Deus JAMAIS ensinou obediência absoluta a homens! E mais: se o sujeito fizer lambança, não tem essa de "ungido": tem que ser confrontado biblicamente e corrigido sim! Insistindo na lambança, tem que ser disciplinado e afastado das funções, até que demonstre por seu comportamento que se arrependeu! E não é Deus quem fará isso: é a Congregação! E em lugares onde o sujeito dominou e escravizou as mentes e corações, onde a maioria concorda com as lambanças do sujeito, o que fazer? Dar o fora, ir para outra denominação. Simples assim. Veja como o apóstolo Judas - que não é Deus - trata os falsos ungidos: "homens ímpios" (v. 4), "dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem" (v.10), "Ai deles" (v. 11), "manchas em vossas festas de amor, apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas" (v. 12), "Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas" (v. 13), "murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes" (v. 16), "sensuais, que não têm o Espírito" (v. 19). Não tem essa conversa fiada de "não toque no ungido" não! Esse protecionismo a favor desses pecadores sem arrependimento que ficam posando de ministros de Deus! Não tem essa de "posso falar nada não contra esse sujeito, que vou ser condenado por Deus e uma maldição do arranca-toco vai vier sobre minha vida"! Denominações que assim se comportam tornam-se terrenos férteis para todo tipo de abuso espiritual, algo muito conhecido e doloroso para quem dele se torna vítima. 

É bom deixar bem claro isso: NÃO PODEMOS ACRESCENTAR LEI À GRAÇA! Muita gente pensa que precisa acrescentar Lei (e pior, legalismo!) à Graça para que esta última não seja "Graça Barata". Quem assim pensa e age não entendeu patavina do que a Bíblia ensina! Segundo Dietrich Bonhoeffer, pastor e teólogo da Igreja Luterana da Alemanha, que hoje descansa no Senhor, "a graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado [...] A fé se torna barata quando é oferecida como um produto de consumo para satisfazer as massas que buscam uma mensagem que se encaixe aos seus desejos pessoais. Quando é oferecida como espetáculo para um público que deseja que se adoce os ouvidos e se prometa estabilidade para seu "status quo". Quando se defende a identidade de ser filho ou filha de Deus como uma garantia para reivindicar as promessas materiais em troca de uma módica soma ou transação monetária a que alguns chamam de “lei da semeadura e da colheita” ou “pacto com Deus" (veja mais em: https://www.ultimato.com.br/conteudo/bonhoeffer-a-graca-barata-e-o-evangelho-da-prosperidade) . Disciplinar não significa oprimir, discipular não significa manipular: a disciplina é o ensino de como viver a nova fé em Cristo, enquanto o discipulado é fazer de cada cristão uma pessoa mais semelhante a Cristo. Para levar os crentes a unidade da fé, a perfeita varonilidade espiritual! Disciplina pode envolver correção e repreensão? Sim. Mas isso é feito SEMPRE À LUZ DO QUE ENSINA O NOVO TESTAMENTO, nunca a partir daquilo que o homem acha que é bom. Aliás, é para isso que Deus confere à Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, os quais são dados pela Graça! Pergunto: o Novo Testamento ensina o legalismo? Ensina o autoritarismo? A infalibilidade pastoral? O "não toque no ungido do Sinhô"? O ritualismo? A guarda de "dias"? A possibilidade de cristãos serem amaldiçoados? A subserviência à denominação? 

É por tudo isso que devemos nos esforçar para reter firmemente a Graça de Deus em nossas vidas! Para por fim nessa praga chamada legalismo só esperando e vivendo inteiramente na graça oferecida na revelação de Jesus Cristo! Escandolosa Graça, incontrolável Graça, Barulhenta Graça, mas acima de tudo Graça! Graça sem nenhum tipo de mérito ou de sistema meritocrático, sem nenhuma sombra de auto-justificação ou de auto-salvação ou de conquista de bênçãos de qualquer tipo! Graça que humilha e mantém humilde, Graça que reduz ao mínimo "o eu" para aumentar ao máximo "o Ele", Graça que diz "você não merece nada do que Eu fiz e faço e farei em ti e por ti, nem nunca merecerá independente do que faça ou venha a fazer, mas mesmo assim Eu fiz, faço e farei sempre; não porque você merece, mas porque Eu quero; não por seus méritos, mas pelo Meu Filho!" Graça que pega o pior pecador e põe na posição de Filho de Deus, Adotado como Filho, somente e exclusivamente pela fé em Cristo - e isso independente da vida pregressa! Graça que chama para perto, que aproxima, que cuida, que sustenta, que fortalece, que anima, que impulsiona, que enche de fé e de amor o coração, que constrange pelo tão grande amor propiciado! Graça que independe de usos e costumes, de regras humanas, de ritos e rituais! Graça que solta e que deixa livre aquele que foi solto por ela! Graça que chama pelo amor, pela bondade, pela tamanha misericórdia que fica impossível dizer não a esse chamado! Graça que nos leva a Deus de forma leve, gostosa, prazerosa, sem dramas e sem encucos, sem medo!  


Pense nisso e viva inteiramente na Graça de Deus!
GRAÇA e paz!

domingo, 17 de fevereiro de 2019

NÃO ESTÁ NADA BEM, ENQUANTO O SENHOR NÃO ESTIVER CONOSCO!

E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.
E Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías, e os levitas ensinavam o povo na lei; e o povo estava no seu lugar.
E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.
E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.
E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
Então todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a fazer grande regozijo; porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber.
E no dia seguinte ajuntaram-se os chefes dos pais de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, a Esdras, o escriba; e isto para atentarem nas palavras da lei.
E acharam escrito na lei que o Senhor ordenara, pelo ministério de Moisés, que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês.
Assim publicaram, e fizeram passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte, e trazei ramos de oliveiras, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito.
Saiu, pois, o povo, e os trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, nos seus pátios, e nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim.
E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas cabanas, porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Jesua, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
E, de dia em dia, Esdras leu no livro da lei de Deus, desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias, e no oitavo dia, houve uma assembléia solene, segundo o rito.

Neemias 8:1-18
E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.
E Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías, e os levitas ensinavam o povo na lei; e o povo estava no seu lugar.
E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.
E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.
E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
Então todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a fazer grande regozijo; porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber.
E no dia seguinte ajuntaram-se os chefes dos pais de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, a Esdras, o escriba; e isto para atentarem nas palavras da lei.
E acharam escrito na lei que o Senhor ordenara, pelo ministério de Moisés, que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês.
Assim publicaram, e fizeram passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte, e trazei ramos de oliveiras, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito.
Saiu, pois, o povo, e os trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, nos seus pátios, e nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim.
E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas cabanas, porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Jesua, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
E, de dia em dia, Esdras leu no livro da lei de Deus, desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias, e no oitavo dia, houve uma assembléia solene, segundo o rito.

Neemias 8:1-18

E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.
E Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías, e os levitas ensinavam o povo na lei; e o povo estava no seu lugar.
E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.
E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.
E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
Então todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a fazer grande regozijo; porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber.
E no dia seguinte ajuntaram-se os chefes dos pais de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, a Esdras, o escriba; e isto para atentarem nas palavras da lei.
E acharam escrito na lei que o Senhor ordenara, pelo ministério de Moisés, que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês.
Assim publicaram, e fizeram passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte, e trazei ramos de oliveiras, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito.
Saiu, pois, o povo, e os trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, nos seus pátios, e nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim.
E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas cabanas, porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Jesua, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
E, de dia em dia, Esdras leu no livro da lei de Deus, desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias, e no oitavo dia, houve uma assembléia solene, segundo o rito.


Neemias 8:1-18

E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.
E Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías, e os levitas ensinavam o povo na lei; e o povo estava no seu lugar.
E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.
E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.
E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
Então todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a fazer grande regozijo; porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber.
E no dia seguinte ajuntaram-se os chefes dos pais de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, a Esdras, o escriba; e isto para atentarem nas palavras da lei.
E acharam escrito na lei que o Senhor ordenara, pelo ministério de Moisés, que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês.
Assim publicaram, e fizeram passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte, e trazei ramos de oliveiras, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito.
Saiu, pois, o povo, e os trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, nos seus pátios, e nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim.
E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas cabanas, porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Jesua, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
E, de dia em dia, Esdras leu no livro da lei de Deus, desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias, e no oitavo dia, houve uma assembléia solene, segundo o rito.

Neemias 8:1-18
E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.
E Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías, e os levitas ensinavam o povo na lei; e o povo estava no seu lugar.
E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.
E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.
E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
Então todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a fazer grande regozijo; porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber.
E no dia seguinte ajuntaram-se os chefes dos pais de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, a Esdras, o escriba; e isto para atentarem nas palavras da lei.
E acharam escrito na lei que o Senhor ordenara, pelo ministério de Moisés, que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês.
Assim publicaram, e fizeram passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte, e trazei ramos de oliveiras, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito.
Saiu, pois, o povo, e os trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, nos seus pátios, e nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim.
E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas cabanas, porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Jesua, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
E, de dia em dia, Esdras leu no livro da lei de Deus, desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias, e no oitavo dia, houve uma assembléia solene, segundo o rito.

Neemias 8:1-18
E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.
E Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías, e os levitas ensinavam o povo na lei; e o povo estava no seu lugar.
E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.
E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.
E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
Então todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a fazer grande regozijo; porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber.
E no dia seguinte ajuntaram-se os chefes dos pais de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, a Esdras, o escriba; e isto para atentarem nas palavras da lei.
E acharam escrito na lei que o Senhor ordenara, pelo ministério de Moisés, que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês.
Assim publicaram, e fizeram passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte, e trazei ramos de oliveiras, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito.
Saiu, pois, o povo, e os trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, nos seus pátios, e nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim.
E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas cabanas, porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Jesua, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
E, de dia em dia, Esdras leu no livro da lei de Deus, desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias, e no oitavo dia, houve uma assembléia solene, segundo o rito.

Neemias 8:1-18
 
INTRODUÇÃO:


Vivemos dias onde o caos está se instalando. Dias tenebrosos. Dias sinistros. Todas as bases da sociedade estão frouxas: aliança, família, fraternidade. Está tudo invertido, bagunçado e tende a piorar. Esses dias deveriam produzir multidões de pessoas angustiadas ao extremo, em estado de alerta. Mas não vemos esse tipo de pessoas. 

I. O CONCEITO MASSIFICADO DE ALEGRIA: ESTÁ TUDO BEM, VAI DAR TUDO CERTO!

O conceito de alegria moderno, que possuímos dentro de muitas Igrejas evangélicas, é um conceito hedonista, com foco no homem e na satisfação de suas próprias necessidades. Trata-se de uma ALEGRIA puramente SENTIMENTAL, baseada nos sentidos físicos e nas emoções. A alegria atual, buscada ansiosamente por muitas pessoas, é o sentimento derivado da solução dos problemas imediatos, do alcance das realizações pessoais, da satisfação dos prazeres e, se possível, da ausência de problemas. E há toda uma atividade sendo executada para nos conceder exatamente o que buscamos! Temos fácil acesso a vários tipos de programas religiosos que enfatizam o nosso bem-estar físico e emocional! Cultos-shows, mensagens de auto-ajuda cheias de "bons conselhos" e de "dicas para o sucesso", de ditos líderes que estão preocupados em satisfazer a vontade daqueles que os ouvem e pagam por isso (por meio de ofertas e dízimos). 

Certa vez, ouvi do vice-presidente da denominação onde congregava que o povo estava reclamando das minhas mensagens. Esse irmão passava semana após semana me "alertando" acerca da insatisfação dos "irmãos". Ele dizia que estavam reclamando porque minhas mensagens, segundo eles, só focavam em exortações. Em necessidade de arrependimento e mudança de vida. Em tom de ameaça, ele dizia: "Olha pastor! As pessoas estão reclamando de suas mensagens! Estão insatisfeitas! O presidente está sabendo de tudo! Ele sabe de tudo que acontece aqui! Ele vai remover o irmão do ministério! Você vai perder o ministério! E blá, blá, blá...!" O queixume se repetia semana após semana! E não parou por aí: o queixume que esse dito líder se colocou como "transmissor fidedigno" variava: ora eram as mensagens, ora era o louvor ("estão reclamando que o pastor perturba o louvor; fica escolhendo o que vão cantar e sua voz atrapalha o culto"), ora eram as orações ("estão reclamando que o pastor ora muito e atrapalha o início do louvor") e por aí vai. Obviamente, esse dito líder, vice-presidente de denominação, estava "preparando o terreno" para assumir a liderança em meu lugar, "roubando o coração do povo" como Absalão fez com Davi (II Sm 15.1-6). Costurou alianças para este mister. Ao final, logrou êxito, como não poderia deixar de ser. Vida que segue. Note, contudo, o que aconteceu: esse "Absalão" do séc. XXI logrou êxito porque ele deu ao povo o que o povo queria, não o que Deus desejava: foi empossado líder, e eu abandonado ao ostracismo! Fazer as vontades das pessoas, independentemente de quais sejam, é o caminho mais rápido e garantido para a liderança, seja ela em denominação religiosa, seja ela no mundo. É o jeito fácil de ser aclamado líder, de ser empossado em cargos e posições, de ser carregado nos ombros, de ter "carta branca" para fazer o que bem entender. Mensagens como "5 passos para sua felicidade total", "7 conselhos bíblicos de como obter sua cura", "semeando no reino hoje para colher agora", dentre outras, fazem muito mais sucesso do que aquelas que falam de um Deus santo e justo. 

O fato é que há toda uma atuação da mídia, mesmo das pessoas nas Igrejas, cantando para todo o mundo uma melodia mentirosa, nos anestesiando nestes dias: "Está tudo desabando, mas está tudo bem". O mundo vive em rumores de guerras, mas está tudo bem! Mulheres são estupradas a todo instante (uma a cada 11min no Brasil), mas está tudo bem! As tragédias se acumulam (Brumadinho, queda de aeronaves, incêndios, as Torres gêmeas, inundações, milhares de mortos e desabrigados, crise na Venezuela e noutros países, êxodo de pessoas, etc.), mas está tudo bem! A mensagem é "ESTÁ TUDO BEM!". Com isso, a maioria de nós investe toda a vida, toda energia, toda alma nas coisas desta terra. Há uma explosão de futilidades, tanto na mídia como na Igreja, de forma a acalmar as pessoas diante da situação caótica em que vivem. Há uma CANÇÃO ANESTÉSICA sendo cantada a verso e prosa, com o objetivo de amortercer a nossa percepção espiritual da situação do mundo, do discernimento espiritual do tempo em que nos encontramos (II Pe 3.3,4).

Por isto estamos como ZUMBIS, andando alienados da verdade de Deus e da verdade da Sua Palavra que é Ele em pessoa. O mundo olha para a Igreja e a vê alienada, então diz: “Está tudo bem”. Vivemos numa contradição, pregamos sobre o mundo que não presta, que as pessoas precisam vir para Jesus porque esse mundo vai ter um fim, mas na prática agimos como se isso não fosse urgente ou mesmo se não fosse acontecer. O mundo ri da nossa contradição: “Eles não crêem no que falam, não crêem no que Lêem, olhem para suas vidas: eles se casam e se dão em casamento; eles compram e vendem, ajuntam tesouros, seus cultos focam no aqui e agora, enfatizam ter grana e dar grana. Dizem que amam, mas é tudo mentira: cada vez se odeiam mais e mais por tudo, por política, pela Bíblia, por denominação. Traem uns aos outros, mentem uns para os outros. São falsos uns para com os outros. Eles agem exatamente como nós!”. Por isso, a mensagem da igreja é sem poder, sem autoridade: porque não passa de discurso vazio, sem Bíblia, sem Deus, sem vida! É só letra! Pregação bíblica não é pregação da letra, mas pregação do Espírito! E Espirito obrigatoriamente gera vida, primeiro no pregador e depois nos ouvintes a quem Deus toca os corações!  

Uma vez tive a oportunidade de ver isso, o agir do poder de Deus por meio da mensagem! Sei que Deus sempre age, mas dessa vez Ele me mostrou isso. Estava pregando a Palavra de Deus nunca certa ocasião, sobre a necessidade de arrependimento versus o destino eterno. A grei pouco reagiu a mensagem, graças a Deus! rs. Mas ao final do culto, duas moças entraram em meu gabinete, chorando, vindas da rua. Estavam se drogando. Elas disseram que ouviram na rua a minha mensagem e que esta havia sido dita para elas! Elas não queriam se perder eternamente, queriam ser livres da vida que levavam, das drogas e da imoralidade, queriam Jesus! Foi o apelo mais fácil que já fiz! Com esse episódio, Deus me mostrou a décima parte do bilhão do poder de Sua Palavra, quando o Espírito é pregado e não a letra! 

O mundo jaz no maligno! As pessoas estão morrendo, perdidas, sem salvação. A violência aumenta. A apostasia aumenta. O amor dos crentes se esfria. O mundo está cada vez mais materialista. Enquanto isso, a Igreja está alienada. A Igreja alienada só reforça o estado de zumbi do mundo. A Igreja fala de alcançar alvos; como ALCANÇAR ALVOS NUM MUNDO QUE ESTÁ DESABANDO?! A Igreja precisa sintonizar o mundo, saber o momento em que vive! Mas não está cumprindo o seu papel! (Is 21.11,12)

II. A PALAVRA DO SENHOR: NÃO ESTÁ NADA BEM COM A IGREJA, NEM COM O MUNDO!

Esdras fez a leitura do livro da Lei do Senhor perante toda a congregação de Israel, de homens como de mulheres, e de todos os entendidos para ouvirem (v.2). A Bíblia diz que os ouvidos de todo povo estavam atentos ao livro da lei (v.3). Há dois fatos importantes aqui: primeiro, a leitura do Livro da Lei de Deus. Segundo, os ouvidos atentos para ouvirem essa leitura. 

Hoje, falta – e muito – a leitura do Livro da Lei perante o povo de Deus, na Casa de Deus. Há muito mais preocupação com músicas, com números especiais, com oportunidades, com grana, com manifestações ditas espirituais, que só servem para tirar o foco principal do culto ao Senhor. Há denominações que na hora do ofertório fazem pregação sobre o tema (em geral, mensagens que enfocam as maldições de não dar grana versus as bênçãos que vem exclusivamente de dar grana). Os dirigentes de culto não estão mais interessados em pregarem a Lei de Deus. Não estão mais interessados em fazer a leitura reverente da Palavra. Estão preocupados em “agitar os ouvintes”, cativando-os com a melodia “está tudo bem”. 

Por outro lado, os crentes não tem buscado ouvir com ouvidos espirituais, com atenção e interesse em obedecer, a Palavra de Deus. Igreja onde a ênfase é a Palavra está cada vez mais raro em nossos dias; mesmo aquelas que pretensamente pregam a Bíblia não vivem o que pregam. Somos um povo apóstata, um povo desviado da Lei do Senhor e, consequentemente, do Senhor da Lei.

Em Neemias, o livro da Lei foi então lido e explicado o sentido do texto, de forma que os levitas que ensinavam faziam com que o povo lendo o livro, o entendesse (v.8,9). Levitas (sacerdotes) peritos na Palavra! Pessoas vocacionadas com capacitação sobrenatural para fazerem entender a Palavra de Deus, tornando-a simples aos ouvidos de quem ouve! Possibilitando a aplicação pessoal da Lei! Sendo instrumentos de Deus para transformação de vidas pela Palavra! Sendo conhecedores e praticantes da Palavra! Não é psicologia! Não é auto-ajuda! É A PALAVRA DE DEUS! Ela é a única, se crida e praticada, que pode transformar verdadeiramente o indivíduo e a igreja!

O povo realmente entendeu a leitura, porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei (v.9). Meu irmão, entenda de uma vez por todas: não está nada bem! Você, que vive sua vidinha sem se importar com aquilo que Deus se importa, está na verdade distante de Deus! Você é um crente idólatra! Você é religioso, mas sem vida, cheio de orgulho de si mesmo (Rm 2.17-24)! Muitos hoje não se convertem por causa de nós, por causa da Igreja! Por causa dos escândalos, do mar de lama podre, mais fedorenta do que a do mundo, onde os crentes sem Deus vivem! Pense nisso: AS PESSOAS ESTÃO PERECENDO ETERNAMENTE, enquanto nós estamos vivendo como se tudo estivesse às mil maravilhas! Fechados em nossos cultinhos sem vida e sem graça, em nossa vidinha mais ou menos, em nossa religião dominical de toma lá da cá! Brigando por cargos e títulos, disputando quem canta, quem prega, quem dirige, quem aparece mais, que é "promovido" ou "rebaixado" na hierarquia religiosa! Está tudo bem? Não! Não está nada bem, está é muito mal! 


III. A VERDADEIRA ALEGRIA SOMENTE SERÁ POSSÍVEL NUMA ÚNICA CONDIÇÃO!

O povo em Neemias entendeu a Palavra do Senhor, por isso chorou. A Lei, esquecida e quebrada, estava agora sendo reestabelecida novamente como a regra de fé e prática da comunidade pós-exílica e essa Lei trouxe à luz muitos pecados no passado histórico do povo. As lágrimas se misturavam com a gratidão de ser mais uma vez uma nação, tendo um culto divino e uma lei divina em seu meio. Arrependimento! Ah, como falta isso! Arrependimento não é doutrina, é ALGO PARA SER VIVIDO - E TODO O DIA! Arrependimento para com Deus e também para com o irmão! Não é varrer para baixo do tapete e fingir que está tudo bem, porque não está! É reconhecer as muitas faltas e desvios, clamar a Deus e aos irmãos por misericórdia!

Os levitas acalmaram então o povo, porque aquele dia era dia santo. Era a Festa das Trombetas, que precedia a Festa dos Tabernáculos. A Festa das Trombetas aponta para o arrebatamento da Igreja (I Ts 4.16). Aponta para o casamento da Igreja com Cristo, as Bodas do Cordeiro. A noiva deveria estar focada, se preparando para este grande dia! Porém, há muitas coisas relacionadas com esta vida ocupando a mente da Noiva. O mundo está desabando, as pessoas estão alienadas e a Igreja junto com elas! (Ap 19.7-9) Portanto, óh noiva, escutai a trombeta do Senhor: ACORDE! "Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará" (Ef 5.14).

A Festa dos Tabernáculos aponta para Jesus tabernaculando entre nós, é o Senhor no meio do Seu povo (Jo 1.14). O Senhor Jesus morará com Seu povo na Terra; morará para sempre na cidade santa. Porém, ficarão de fora “os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.” (Ap 22.15)

A paz só é possível, portanto, para quem entende, pela Lei de Deus, que o alvo do cristão não é se dar bem nesse mundo. Não é investir tempo, dinheiro, atenção, recursos, emoções, vida em coisas desse mundo, em juntar tesouros nesse mundo, mas sim no preparo para o casamento com Cristo. O arrebatamento está chegando, Jesus está voltando. Há outro mundo, outra pátria! Há uma nova cidade para aqueles que forem fiéis! Hoje, contudo, é tempo de lamentar, de andarmos tristes porque o Senhor nos foi tirado. É tempo de jejuar, como filhos das bodas, pelo Esposo (Mt 9.15). 


Para isso, Deus tem uma solução: Colocar Atalaias sobre o muro que estarão vendo o que está acontecendo no mundo e na igreja! "Ó Jerusalém, sobre os teus muros pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não haja descanso em vós, Nem deis a ele descanso, até que confirme, e até que ponha a Jerusalém por louvor na terra." (Isaías 62:6,7) Como explica o pr. Jim Reimer (https://simissions.org/day-133-watchmen-on-the-wall/) em seu sermão "Watchmen on the Walls", Isaías usa o termo, atalaias, para descrever metaforicamente o ministério do intercessor. No capítulo 52, esses guardas deviam anunciar a vinda do Senhor para Sião. Eles deviam continuar a procurar todos os sinais proféticos para a Sua vinda e declarar esta Boa Nova com cânticos e alegria. Neste sentido, um atalaia devia procurar diligentemente na Palavra de Deus e discernir os tempos e as estações que foram profeticamente descritos nas Escrituras.

Os sinais do fim desta era e a vinda do Senhor vão encontrar muita gente desprevenida, pois a Bíblia diz que o Senhor virá como um ladrão na noite. Quando se está "no escuro", podemos ser apanhados de surpresa, por esta razão, foi-nos dado o Espírito Santo, para nos fazer compreender a Palavra de Deus, a fim de estarmos preparados para a Sua vinda. Paulo disse à igreja de Tessalónica para estar desperta e sóbria, para não ser apanhada de surpresa. 

É preciso ouvir o que o Espírito diz às Igrejas!

Pense nisso!
Graça e paz!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

JERUSALÉM, CAPITAL DE ISRAEL: PROFECIA BÍBLICA SE CUMPRINDO OU POLITICAGEM BARATA?



"Nos últimos dias, líderes de igrejas que durante a campanha apoiaram explicitamente o candidato do PSL e representantes do segmento no Congresso expuseram a insatisfação com o vice, principalmente após ele se manifestar contra a transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém." (fonte: https://odia.ig.com.br/brasil/2019/02/5618881-desenvoltura-de-mourao-desperta-a-ira-de-lideres-de-igrejas-evangelicas.html. Acesso: 11/02/19)

"Estudiosa da relação entre política e religião, a professora da Universidade do Norte do Texas Elizabeth Oldmixon explica que o apoio de lideranças evangélicas a Israel decorre de sua crença de que "a promessa bíblica de Deus da Terra Santa ao povo judeu é literal e eterna".[...] Para esses cristãos, adeptos do "dispensacionalismo", o retorno dos Judeus à Terra Santa - ou seja, o estabelecimento de Israel - é necessário para a volta de Cristo [...] Lideranças evangélicas ouvidas pela BBC News Brasil defendem a transferência da embaixada brasileira até abril, mês em que se iniciam as celebrações pela independência de Israel. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), pastor na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse que a mudança é agenda prioritária. Se não se concretizar até abril, ele promete pressão política e mobilização popular."  (fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46790185. Acesso: 11/02/19)

Jerusalém, Jerusalém! De fato, és o cálice de tontear para as nações (Zc 12.2)! Uma poção inebriante e estuporante! As nações sempre se posicionaram com relação a Jerusalém; não há como haver "posição neutra" em relação a esta cidade e a nação de Israel. Desde os tempos bíblicos, essa cidade é disputada! Há várias promessas de Deus para ela: seus dispersos entre as nações seriam novamente à ela congregados e a cidade seria edificada (Sl 147.2; Is 27.13). Deus a porá por louvor na Terra (Is 62.7). O Senhor dos Exércitos reinará "monte Sião e em Jerusalém" (Is 24.3). De Jerusalém sairá a Palavra do Senhor (Is 2.3; Mq 4.2); a cidade será chamada "o trono do Senhor, e todas as nações se ajuntarão a ela, em nome do Senhor, em Jerusalém" (Jr 3.17) e a casa de Deus será edificada nela (Zc 1.16; 8.3) - o centro de culto a Deus no período de mil anos quando Cristo estiver governando a Terra "a partir de Jerusalém" (Zc 14.16,17). Tudo isso se dará somente após a conversão ao Messias (Jesus Cristo) do remanescente de Israel, na segunda metade da grande tribulação e depois da vitória do Senhor sobre o Anticristo e o falso profeta, a prisão de Satanás e a a inauguração do milênio (1.000 anos do governo de Cristo sobre a Terra).

Jerusalém é a cidade mais controversa do mundo! Israel declarou em 1950 que Jerusalém era a sua capital. No entanto, apenas em 2017 os EUA reconheceram a cidade como tal, a partir da decisão de transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém. Agora, no Brasil, a polêmica no governo sobre o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel começa a aparecer, a partir de discursos desconexos entre o presidente da República e seu vice como registrado na mídia jornalística. Compromisso de campanha com evangélicos, que fortemente apoiaram a eleição de Bolsonaro como presidente do Brasil, mas que seu vice, Gen. Mourão, tratou de forma contrária enquanto presidente em exercício.  Evangélicos pressionando o governo pelo cumprimento da promessa de campanha de Bolsonaro quanto a mudança da embaixada brasileira em Israel. Eles fazem isso teoricamente porque crêem que este fato está ligado com a vinda de Jesus, ainda que seja possível haver outros interesses envolvidos. Estão "fazendo a obra de Deus", diria alguns; "acelerando a vinda de Jesus, ao prepararem o terreno sócio-político religioso mundial para esse mister". 

Para nós cristãos, a Bíblia não é apenas um guia para a piedade. Ela é também a revelação do plano de Deus para a história. Por meio dela, aprendemos como Deus trabalhou no passado e o que Deus fará no futuro. A questão em aberto não é "se" Deus cumprirá o que prometeu; Ele SEMPRE cumpre Suas promessas. A questão é aberto é "como" Deus fará cumprir Suas promessas, isto é, que meios Ele usará para que Sua vontade seja cumprida. Como a história acontecerá, que eventos estão e estarão relacionados com o cumprimento das profecias bíblicas. E Jerusalém é, de fato, tema central dentro do programa profético de Deus. Esta cidade será o palco de grandes acontecimentos; nós, cristãos, cremos que Cristo retornará a Jerusalém para governar como seu rei. Lembro-me ainda das publicações de Wim Malgo, da década de 80/90, falando sobre Israel, Jerusalém e o Apocalipse: "Não é Possível Contornar Jerusalém", "A Crise Mundial à Luz da Bíblia", "O Acelerado Avanço da Rússia para Israel", etc. A cada página lida, mais claro ficava a relação bíblico-profética entre Israel, Jerusalém e o retorno de Cristo. 

É bom deixar claro, contudo, que não há uma profecia bíblica direta sobre o estabelecimento de Jerusalém como capital de Israel; afirmar isso só é possível de forma indireta, interpretativa. Jerusalém é a cidade que "Deus escolheu para colocar o Seu nome" (I Rs 11.36); interpretar isso como um mandato divino para Jerusalém ser capital de Israel é outro assunto. Ainda assim, mesmo que consideremos Jerusalém como a capital histórica do Israel bíblico, o mundo antigo não via “capitais” como fazemos hoje. Sociedades tribais como Israel tinham uma cidade importante que geralmente abrigava um palácio e um templo. A vida orbitou em torno desta cidade e sua derrota foi a derrota da própria nação. Hoje as coisas são consideravelmente diferentes. Interpretar as profecias que falam de Jerusalém como centro do governo milenial de Cristo sobre a Terra como referindo-se a ela como capital atual de Israel parece-me forçar a Bíblia a dizer o que ela não diz. Tal prática é muito comum, observada noutras ocasiões, especialmente quando houve interesses políticos (alinhamento entre Igreja e Estado, partilhando interesses mútuos pouco ou nada cristãos, como no período de Constantino) e econômicos (turismo religioso, práticas judaizantes, domínio da Igreja, etc.) por detrás.

O retorno do povo judeu à sua pátria ancestral (1948) e o restabelecimento da soberania judaica em Jerusalém é visto por um grupo de cristãos como um estágio que antecede a era messiânica. Os cristãos, até então vistos pelos judeus como inimigos históricos (conversões forçadas, roubos, estupros e assassinatos promovidos nas Cruzadas, Inquisição, Holocausto, etc. cooperaram e muito para isso, juntamente com a a herética "teologia da substituição"), começam a serem vistos como amigos, por apoiarem Jerusalém como capital de Israel. Essa aproximação entre Igreja e Israel pode vir a ser algo muito positivo, tendo em vista que ambos os grupos compõem o que a Bíblia chama de "povo de Deus na Terra", se os interesses forem corretos da perspectiva de Deus. Eu creio que as profecias sobre Israel serão cumpridas por Deus e que Israel (judeus) e Igreja (gentios) estão de algum modo envolvidos nessas profecias.   

Assim, é preciso perguntar: estaria Deus agindo na história humana, com a iniciativa de reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos EUA, seguido por outras nações? Essa seria a forma de Deus cumprir a profecia bíblica sobre o fim dos tempos? Se sim, de que modo? Duas alternativas são possíveis: ou a capital em Jerusalém gerará paz ou acirrará ainda mais os conflitos, tanto na região, quanto no planeta. Pela Bíblia, sabemos que Israel só experimentará um período de paz (três anos e 6 meses - Dn 9.27) quando por ocasião da aliança com o grande líder mundial, de soluções inteligentes e de discurso eloquente, conhecido profeticamente como Anticristo. Portanto, é muito provável que a iniciativa aumente os conflitos armados e os atentados terroristas no Oriente Médio e no Ocidente. Estados Unidos, Brasil e outros países que se alinharem a Israel estarão no radar de grupos extremistas. Isso trará efeitos sobre a Igreja nesses países, que sofrerá as consequências de suas escolhas políticas; portanto, é muito bom que a Igreja ocidental esteja preparada para responder com graça abundante diante da violência extremada que sofrerá. Vale recordar que Igreja, no Novo Testamento, é composta por judeus e gentios, o que inclui os árabes; trazê-los para o contexto da Nova Aliança debaixo de Yeshua (Jesus) é um desafio ainda pouco abordado e consequentemente pouco respondido, diante do qual a Igreja moderna vem se deparando. Por outro lado, esse conflito pode, em tese, culminar com o surgimento do Anticristo, que virá com suas soluções pacificistas para um mundo imerso em violência e caos. Quando o Anticristo emergir, será reconhecido e aceito por causa de sua habilidade como pacificador. Como líder da confederação multinacional, ele imporá paz a Israel e ao Oriente Médio, iniciando e formulando um tratado de paz para Israel. Em última análise, no entanto, não haverá paz duradoura no mundo enquanto ele não for governado por Jesus Cristo, o Príncipe da Paz.

É bom deixar claro que Jesus não retornará à Terra antes que o tempo esteja cumprido. Ninguém pode acelerar ou retardar o cumprimento das profecias bíblicas, conceito muito difundido no meio evangélico pentecostal. Podemos realmente qualificar os atos de Deus como "atrasados"? Se Ele é eterno e fora do tempo, como Ele pode "atrasar"? Como Aquele que conhece o fim desde o princípio pode "adiar" Seus planos? Em Sua onisciência, Deus sabe o tempo do segundo advento, e Seus desígnios não conhecem adiantamento nem retardo. Em outras palavras, Deus como um ser pontual, eterno e onisciente, não pode estar sujeito às limitações do nosso tempo ou de nossas influências para cumprir seus planos. O tempo de Deus não é o nosso tempo. O momento certo da volta de Cristo não esta atrelado ao entusiasmo ou iniciativa humanas. Imagine se nós vamos impedir o agir de Deus?? Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá? (Isaías 43:13) Não será o meio evangélico, com suas articulações político-econômicas, com sua teologia do "reino agora" (dominionismo evangélico), que mudará um milésimo de segundo o cronograma profético de Deus! Não será o presidente Donald Trump, nem Jair Bolsonaro, nem nenhum outro que poderá "ajudar Deus", "dando uma mãozinha" na realização dos propósitos divinos! Querendo ou não o homem, agindo ou não, Jesus é o Senhor Absoluto de Todas as Coisas e nada, absolutamente, escapa do Seu controle! Ele não precisa da ajuda de ninguém para coisa alguma! No Egito, uma superpotência em sua época, o soberbo Faraó por um lado endureceu seu coração diante de Deus; por outro lado, teve seu coração endurecido por Deus, de forma que o Senhor demonstrou o Seu Grande Poder e Glória na terra do Egito, libertando Seu povo "com mão forte e braço estendido, com grande espanto, e com sinais, e com milagres" (Dt 26.8)!  Ele levantou Ciro, rei da Pérsia, para abençoar Seu povo! Você acha mesmo que Deus precisa de algum favor humano?!? Quando a hora chegar, não tem conversa fiada: Deus vai agir independente de vontade ou condição humanas, e restará ao homem pasmar diante do Poder Soberano de Deus! 

Por fim, lembre-se das palavras de Jesus:

Ó Jerusalém, Jerusalém, que assassinas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha acolhe os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vós não o aceitastes! Eis que a vossa casa ficará abandonada! Pois eu vos declaro que, a partir de agora, de modo algum me vereis, até que venhais a dizer: Bendito é o que vem em o Nome do Senhor! (Mateus 23:37-39)

Pense nisso!
Graça e paz!