quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FIDE ET RATIO: A UNÇÃO ESPIRITUAL


INTRODUÇÃO

Modernamente, tem havido uma crescente ênfase, por parte das Igrejas pentecostais, na Unção Espiritual (spiritalis unctio, em latim). Esta unção, conforme entendimento comum, seria o revestimento de poder para atuação sobrenatural, no âmbito dos propósitos divinos, por parte dos crentes.

Assim, os crentes aguardariam a recepção da Unção para pregar, para curar, para libertar, para evangelizar, etc. Neste mister, a Unção poderia ser compreendida como o Batismo com Espírito Santo; no entanto, os crentes pentecostais, que já receberam este Batismo, aguardam a vinda desta Unção, tratando ambas experiências como distintas.

Devido a grande variabilidade de ênfases dadas ao tema, bem como a importância do mesmo para a fé cristã, torna-se relevante proceder a análise do mesmo, visando a edificação do Corpo de Cristo.

O SUBSTANTIVO "UNÇÃO" (E DERIVADOS) NA BÍBLIA.

O substantivo "unção" (hb. translit. mashchah, gr. translit. chrisma) aparece cerca de 23 vezes no Antigo Testamento. O verbo "ungir" (com suas flexões) e o adjetivo "ungido" (gr. translit. aleipho, hb. translit. mashiyach) aparecem, respectivamente, 32 e 51 vezes. No Novo Testamento, há 2 ocorrências do substantivo "unção"; 15 para o verbo "ungir" (e flexões) e 1 para o adjetivo "ungido". Na Bíblia, a unção pode ser compreendida tanto de modo espiritual quanto literal, com a aplicação do azeite ou óleo sobre alguém ou sobre algum objeto.

De acordo com o Dicionário Evangélico Baker de Teologia Bíblica (Baker's Evangelical Dictionary of Biblical Theology) e o Dicionário Bíblico de Easton (Easton's Bible Dictionary), o termo hebraico para "ungir" (masah) têm conotações seculares, como ungir o escudo (Is 21.5), pintar uma casa (Jr 22.14), ou ungir o corpo com óleo (Am 6.6). Encontramos vários significados bíblicos e teológicos para unção:

1) Um indivíduo ou objeto colocado à parte, para uso divino. Salomão foi ungido sobre Israel (I Cr 29.22); esta unção o tornou tanto responsável pelo povo quanto responsável para o povo. Alguns reis ungidos falharam em seus deveres, e foram lembrados de suas responsabilidades (I Sm 15.17; II Sm 12.7). O sumo sacerdote era ungido com azeite da santa unção (Êx 29.29; Lv 4.3), bem como a tenda da congregação e seus utensílios (Êx 30.26-28). Tanto o sumo-sacerdote quanto o rei eram chamados de "ungidos" (Lv 4.3,5,16; 6.20; Salmos 132:10).

2) Quando pessoas foram ungidas, Deus concedeu-lhes poder para cumprir Sua vontade (I Sm 10.6; 16.13).

3) A ninguém era permitido causar dano numa pessoa ungida por Deus (I Sm 24.10; 26.9).

4) Um ato de hospitalidade consistia na unção do visitante (Lc 7.38,46). Era costume dos judeus ungirem os visitantes com óleo, para refrescar ou revigorar seus corpos (Dt 28.40; Rt 3.3; II Sm 14.2; Sl 104.15, etc).

5) O óleo era usado com propósitos medicinais (Sl 109.18; Is 1.6; Mc 6.13). As propriedades medicinais do óleo foram louvadas por Filo (Somn. M. i. 666 ), Plínio (N.H. xxiii. 34-50) e Galeno (Med. Temp. bk. Ii.). Os judeus, como também outros povos antigos usavam o óleo como remédio em aplicações terapêuticas (Bezerril, 2007).

6) Os corpos dos mortos foram algumas vezes ungidos (Mc 14.8; Lc 23.56).

7) O termo hebraico mashiyach derivado de masah, refere-se ao Messias de Israel que viria da casa de Davi (Sl 84.9; 89.38,51). No Novo Testamento, Cristo é apresentado como o Messias. Jesus é o cumprimento da promessa Messiânica (Jo 1.41; 4.25), ungido com o Espírito Santo e com poder (At 10.38).

O VIÉS ESPIRITUAL DA IGREJA: A UNÇÃO ESPIRITUAL.

A compreensão acerca da Igreja de Cristo transcende o viés físico, humano e secular, estendendo-se principalmente ao viés espiritual (Ef 1.3; 2.6; 6.12; etc). A Igreja de Cristo é mais do que uma Organização, ela é também um Organismo Vivo, onde a vida do Corpo é transmitida a cada membro do mesmo pelo Sangue de Cristo, à medida em que estes membros estão ligados ao Corpo, de modo espiritual, por meio da perseverança na comunhão, na doutrina dos apóstolos, no partir do pão e nas orações (Atos 2:42; Sl 133; I Co 12).

Quando há compreensão da Igreja enquanto ente espiritual, torna-se factível entender o que venha a ser "unção espiritual". A unção espiritual está ligada à capacitação sobrenatural para realização de diversas ações no mundo físico, de cunho espiritual, por parte dos crentes. Deste modo, esta seria distinta da unção física, onde o óleo é derramado fisicamente sobre uma pessoa: aqui, o óleo derramado é espiritual, é o "óleo" do Espírito Santo (Is 61.1; II Co 1.21; I Jo 2.27).

O enchimento com o “óleo do Espírito” estaria, assim, intimamente ligada ao enchimento com o próprio Espírito. De fato, Paulo ordena que os crentes encham-se com o Espírito continuamente - "enchei-vos [continuamente] do Espírito" (Ef 5.18). Na ocasião do batismo com Espírito Santo, somos pela primeira vez cheios do Espírito. Porém o mandamento de Paulo neste texto era para aqueles que já haviam sido batizados no Espírito, o que indica a necessidade de enchimento constante. Deste modo, a unção espiritual seria o resultado do enchimento com o Espírito – quanto mais cheio do Espírito, mais cheio de unção espiritual!

Como visto em 1), a unção nos tempos bíblicos estava ligada ao fato de alguém assumir responsabilidades diante do povo (rei, sacerdote e/ou profeta). Trazendo este conceito para a atualidade, quando os cristãos aceitam uma nova responsabilidade devem ser ungidos pelo Espírito Santo antes de desempenharem as mesmas.

Por isso, quando os cristãos são consagrados a ofícios na Igreja (como diáconos, presbíteros, evangelistas, ministros de louvor, professores de Escola Bíblica, líderes de ministérios, etc) ou ordenados (como pastores), os mesmos deveriam ser ungidos com óleo (físico), que além de representar "separação para Deus e Sua Obra" tipifica a unção espiritual. É claro que a responsabilidade de cada um destes irmãos é continuamente serem cheios da unção, cheios do Espírito.

A pergunta óbvia a ser feita é: porque é necessário enchimento constante do Espírito? A resposta é simples. É necessário buscar ser sempre cheio do Espírito (e consequentemente da unção espiritual) porque é possível ao crente se esvaziar do Espírito. O esvaziamento dá-se à medida que o crente permite que sua alma seja cheia do mundo - sua rebelião e independência de Deus (Obras da Carne, Gl 5.19-21). A analogia mais básica seria de um jarro cheio de óleo, onde alguém verte continuamente nele água. Fatalmente, haverá trasbordamento de óleo, até o ponto em que não haja sequer uma única molécula do mesmo no jarro. Segundo a Bíblia, neste estágio, o Espírito estaria extinto na vida de tal pessoa. (I Ts 5.19) 

A MANIFESTAÇÃO DA UNÇÃO ESPIRITUAL NA IGREJA.

À medida que o cronograma de Deus avança (Walker, 2000), a Igreja tem experimentado diversas ênfases da unção espiritual, que geraram ou a restauração de padrões bíblicos ou o desenvolvimento de ministérios específicos (conhecidos como "ondas do Espírito" ou "intervenções kairos[1] no kronos[2]", vide gráfico 1). Assim, houve na História da Igreja a Reforma Protestante (séc. XVI), a restauração do batismo com Espírito Santo e dos dons espirituais (1906), a restauração da ênfase bíblica sobre batalha espiritual, da cura interior (ou cura das emoções), da libertação da religião, da Igreja nas casas, etc., visando não apenas restaurar a Igreja ao seu padrão neo-testamentário como também capacitá-la para enfrentar os desafios atuais.

Gráfico 1: O gráfico ilustra as ondas do Espírito Santo, atuando num determinado tempo (kairós) da história da Igreja (kronos). O propósito das ondas do Espírito é restaurar a Igreja ao padrão bíblico. Observe a redução contínua da distância entre o padrão de Igreja atual e o padrão bíblico para a Igreja.

No entanto, devido a imaturidade emocional, bíblica e espiritual de alguns membros ou grupos dentro do Corpo de Cristo, as atuações sobrenaturais geradas pelo Espírito foram e são distorcidas, manipuladas, refeitas, copiadas e desfiguradas. Deste modo, é possível encontrar regressões psicológicas no lugar de cura interior, bíblica; super-valorização do inimigo em lugar da batalha espiritual; dentre outras. Isto não significa que devamos rejeitar a unção espiritual, mas devemos buscar discernimento do Espírito e conhecimento da Palavra para compreendermos qual espírito está em atuação, em dado momento ou lugar (I Co 2.14,15 ).

É bem sabido que as manifestações espirituais podem ter 3 fontes distintas: o Espírito Santo; o espírito do erro e a alma humana. Saber discernir quem é o responsável pela manifestação (inédita ou conhecida) é de vital importância, a fim de evitarem-se erros de julgamento a todo custo, que fatalmente ocasionarão danos espirituais às nossas vidas e às vidas de nossos preciosos irmãos (Mt 18.6; I Co 8.11).

O conhecimento humano do mundo espiritual será sempre parcial, enquanto o mesmo estiver sob a forma física presente (I Co 13.9). A Bíblia é a Verdade Absoluta de Deus revelada aos homens e isenta de contradições doutrinárias, mas há desígnios de Deus (coisas encobertas) que ou serão revelados por Deus a seu tempo ou que simplesmente não serão revelados (Ef 3; Dt 29.29). Nós ainda dependemos, em grande parte, da promessa de que Deus não fará coisa alguma sem revelar seu segredo aos seus amigos, os profetas (Am 3.7). Ele também prometeu a Isaías que jamais retiraria da linhagem profética, no meio do seu povo, a unção de falar as suas palavras, para sempre. Até que se cumpra a promessa de fazer todo o seu povo andar cheio do Espírito e conhecer os tesouros do mundo invisível (I Co 2.9-16), Deus prometeu que sempre encontrará alguém a quem possa revelar o seu conselho secreto. (Walker, 2003)

Como a Bíblia não é livro de regras, mas de princípios, para discernimento é útil comparamos coisas espirituais com coisas espirituais (I Co 2.13). A todos os fenômenos espirituais, é sempre possível aplicar os princípios de I Co 6.12 e I Co 10.23: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma" e "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam." Noutras palavras, coisas que dominam o homem (ou incentivam sua dominação), escravizando-o, ou que não servem para edificação (própria ou do coletivo) não serviriam, a priori, para serem praticadas.

Outro princípio muito importante é de que por maior que seja a unção espiritual na vida de alguém, por parte de Deus, a consciência humana está sempre presente (I Co 14.32). O agir descontroladamente, como se a pessoa estivesse em transe, não é atividade do Espírito Santo, mas de outras fontes (ou o espírito do erro ou a alma humana). 


Outrossim, deve ser enfatizado que é necessário todo cuidado ao julgar as questões espirituais. Quando o batismo com Espírito Santo tornou-se uma realidade novamente no seio da Igreja, após anos de trevas, muitos irmãos o classificaram erroneamente quanto à origem; (e o fazem até hoje) e os irmãos que haviam tido esta maravilhosa experiência foram perseguidos em suas Igrejas. Novamente, quando surgem o "batalha espiritual" e a cura interior, muitos os classificaram de origem maligna e irmãos foram perseguidos e marginalizados em suas greis.

A Unção dos Quatro Seres Viventes.

A unção dos quatro seres viventes, teoricamente baseada no texto de Ap 4.6-8, tem se tornado comum no meio evangélico, a ponto de vários estudiosos abordá-la em seus artigos (Neto, 2007; Vargens, 2007; Ribas, 2007; Filho, 2007). O Ministério Casa de Davi compôs uma música sobre esta unção[3], a qual incentiva o adorador a adorar a Deus como os animais em questão. Conforme entendimento comum, esta unção levaria o crente, no momento da adoração, a rugir como leão, a outro a bater os braços como se fosse uma águia, a outro imitar um novilho, e o que supostamente teria a "unção do homem" começaria a chorar[4].

Há consenso, entre todos os pesquisadores e estudiosos das Escrituras Sagradas, de que não há embasamento bíblico para esta unção. De fato, não há sequer uma única passagem que evidencie este tipo de unção; sequer há evidências bíblicas, teológicas ou proféticas de que os Quatro Seres Viventes teriam esta unção. Poderíamos interpretar esta passagem de Apocalipse do seguinte modo: tratam-se de querubins, representando o louvor e a adoração que toda a criação tributa ao Criador, os quais são usados para executar seu governo e sua vontade divina.

Como a unção em questão não possui base bíblica, é importante analisar se há base anti-bíblica para o mesmo (ou seja, se fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades ensinadas na Palavra de Deus – produzida por homens ou por demônios). Caso contrário, seria possível enquadrar a mesma em algo extra-bíblico (não se choca com a Bíblia). Assim, é possível aplicar o seguinte "checklist":

1) Há base bíblica? Não, nem sequer um versículo. Logo, ou trata-se de ensino anti-bíblico ou extra-bíblico.

2) Induz a Transe? Transe é um estado de alteração acentuada da consciência, da percepção ou de outras faculdades mentais, geralmente acompanhado de mudança de comportamento, sinais de inconsciência ou semi-inconsciência, perda ou modificação das sensações físicas, etc., e que pode ser causado ou induzido por diversos meios ou fatores, como drogas, estímulos psicológicos ou sensoriais, etc. ou que o indivíduo supostamente entra em contato com forças ou entidades espirituais a ele exteriores. Respondendo à pergunta, sim; pode induzir ao transe. 

Observe que em todas as ocasiões em que Deus derramou sua unção sobre o homem, na Bíblia, este teve preservada a sua consciência (Is 6.1-8; Ez 1-2.1,2; etc) – O espírito dos profetas está, invariavelmente, sempre sujeito aos próprios profetas! (I Co 14.32)

3) É dominadora? Há possibilidades de que sim. É factível que seja gerada uma nova forma de comportamento, onde o comportamento do indivíduo é dominado pelo comportamento do grupo onde está inserido, ditando padrões para o mover do Espírito, condicionamento e “arrimos para o culto cristão”.

4) Serve para Edificação (pessoal ou coletiva)? Questionável. É provável que trate-se de fundamento extra-Cristo (I Co 3.10,11; I Pe 2.7), logo não contribuindo para edificação. Além disso, prejudica o culto racional, onde fé (sobrenatural) e razão atuam mutuamente para a edificação do crente.

5) Serve para Adoração? Não, uma vez que o foco da adoração é desviado de Deus para a prática em si (rugir, urrar, bater asas, etc). A adoração genuína, renovada, revelada, poderosa é "em Espírito e em Verdade" (Jo 4.23); é uma adoração alegre e espontânea, mas nunca uma "adoração em transe", ou um "culto à personalidade". Adoração, do grego proskyneo e do hb. shachach, é uma atitude de coração, de prostrar-se ou curvar-se em reverência diante daquele a quem adoramos. Em alguns casos pode haver até uma expressão corporal desta atitude.

A tentativa de classificar esta adoração num contexto de louvor profético é falho, porque a querubinização, ou seja, a adoração ao Senhor como os querubins que estão diante do trono de Deus, envolveria princípios de adoração[5]. Por exemplo, adorar como o querubim com rosto de leão seria uma situação onde o adorador está consciente de sua posição como rei e sacerdote. Adorar como o querubim com rosto de águia apontaria para a visão do adorador acerca da obra de Deus, deve conhecer o Deus que adora, não pode ter uma visão limitada, estática, tem que conhecer as grandezas de Deus. "Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor..." (Os 6.3). O adorador não deve parar no conhecimento do Senhor, mas deve querer mais e mais de Deus.

6) Fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades ensinadas na Palavra de Deus? Sim, se choca com a doutrina dos Dons Espirituais (dados para edificação da Igreja), com a doutrina dos anjos (espíritos ministradores – servos dos servos, não doadores de unção, anjos são seres pessoais, independente da aparência, não são animais) e com a doutrina do Espírito Santo (personalidade do Espírito – ser pessoal, que se manifesta pessoalmente). Logo, poderíamos classificar esta “unção” de anti-bíblica.

Qual é a fonte da unção? A partir dos resultados acima, é possível concluir que a fonte para a "unção dos quatro seres" é a alma humana. Esta conclusão é a mesma de outros estudiosos (Fábio, 2007). Seria a manifestação produzida pelo poder latente da alma, de acordo com o Pr. Watchman Nee. É importante ressaltar que, em geral, manifestações almáticas podem dar lugar a manifestações demoníacas. Assim, é necessário vigilância por parte dos pastores evangélicos pentecostais, no sentido de equilibrar as manifestações visíveis da unção espiritual (independente do tipo) com a Palavra de Deus, evitando a excessiva mistificação e, com isso, o culto à personalidade, a fraude da alma e a influência de demônios.

CONCLUSÃO.

A medida que cada vez mais nos aproximamos do tempo do fim, mais o Espírito atuará sobre a Igreja, restaurando-a e capacitando-a a cumprir seu propósito na face da Terra (At 3.21). Assim, é preciso cuidado para não prejulgarmos as unções espirituais, porém é necessário que tenhamos condições de analisarmos seriamente todas as manifestações destas unções, já que temos talvez a maior unção que um homem pode ter - a Unção do Santo (I Jo 2.20,27), que nos ensina todas as coisas.  

REFERÊNCIAS.

Bezerril, Rev. Moisés C. A UNÇÃO COM ÓLEO DE TIAGO 5:14 É PARA A IGREJA DOS NOSSOS DIAS? Seminário Teológico do Nordeste. Arquivo consultado em ago/2007.

Fábio, Rev. Caio. O LEÃO, A PASTORA E O GUARDA-ROUPA. Disponível em http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoPagina=0332900004. Arquivo consultado em ago/2007.

Filho, Pr. João A. de Souza. Uns São e Unção. Disponível em http://www.asaphborba.com.br/noticia.asp?codigo=281&COD_MENU=117. Arquivo consultado em ago/2007. 

Nee, Pr. Watchman. O Poder Latente da Alma. Editora dos Clássicos.

Neto, Francisco Belvedere. UNÇÃO DOS QUATRO SERES A LUZ DA BÍBLIA. Centro Apologético Cristão de Pesquisas. Arquivo consultado em ago/2007.

Ribas, Apóstolo Carlos. A UNÇÃO DOS QUATRO SERES - BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO? Disponível em http://www.carloribas.com.br/print2.php?codigo=1506.  Arquivo consultado em ago/2007.

Vargens, Renato. Unção dos quatro seres Viventes? Que Unção é Essa? Disponível em http://renatovargens.blogspot.com/2007/06/uno-dos-quatro-seres-viventes-cada-dia.html. Arquivo consultado em ago/2007.

Walker, Harold. ONDE ESTAMOS NO CRONOGRAMA DE DEUS? Revista Impacto. Nov/Dez 2000.

Walker, Christopher. O QUE SIGNIFICA SER "PROFÉTICO"? Revista Impacto. Maio/Junho 2003.





[1] Kairós significa "o momento certo ou oportuno".
[2] Kronos é o tempo mensurado, com dias, meses e anos. É finito, metódico, controlado, igual para todos. É o tempo linear. É o tempo do calendário, o tempo do relógio.
[4] Se o texto bíblico de Ap 4.6-8 for interpretado à luz do texto de Ez 1.5-14, tal qual orientam os princípios de exegese bíblica, a teórica “unção dos quatro seres” estaria sendo manifesta de forma incorreta, uma vez que cada um dos quatro querubins possui, ao mesmo tempo, quatro faces diferentes. Logo, um único adorador, ao receber esta unção, deveria manifestá-la de quatro formas diferentes, ao mesmo tempo: bater asas, andar de quatro e rugir, imitar novilho e chorar, tudo ao mesmo tempo.
[5] Não é possível, sequer, afirmar que os querubins que ministram a adoração diante do trono de Deus o fazem como se fossem animais irracionais, como sugeriria a unção dos quatro seres. Não há nenhuma descrição, no livro de Apocalipse, de que o querubim com rosto de águia adore ao Senhor batendo asas, que o querubim com rosto de leão adore rugindo (ou mesmo andando de quatro), etc. Sendo seres dotados de inteligência superior à do homem, é de se esperar que a adoração dos Quatro Seres seja, no mínimo, inteligente e inteligível, que aliás é descrita no texto bíblico (Ap 4.8,9).





segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O DIA DO JUÍZO!

Amados e queridos leitores: reproduzo abaixo a pregação do Pr. David Wilkerson, intitulada "O Dia do Juízo", por considerá-la de grande utilidade para sua fé e edificação pessoal.

Aconselho que você faça a leitura meditativa da mesma, refletindo sobre cada palavra, comparando-a com as Escrituras Sagradas.

Se desejar ler mais mensagens do Pr. David, acesse: http://www.tscpulpitseries.org/portuguese.html

Graça e Paz!

Pr. Ricardo Kropf.

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Dia do Juízo!
(Judgement Day!)

Por David Wilkerson
25 de maio 1992

O apóstolo Paulo foi um dos mais fiéis servos de Deus. E acredito que havia três importantes motivações por trás da fé de Paulo: esperança, amor e temor. Paulo possuía abençoada esperança na vida eterna que o motivava à fidelidade. Tinha também um grande amor por Cristo. Em 2 Coríntios 5:14 ele diz, "Pois o amor de Cristo nos constrange" - significando que isto o constrangia a permanecer fiel a Deus. Mas a fidelidade de Paulo também era motivada por algo mais: o reverente temor da hora em que estaria diante do Juiz do mundo no dia do Juízo!

Hoje, a grande maioria dos cristãos possui apenas as duas primeiras motivações. Virtualmente todo crente diz ter a esperança da vida eterna. Muitos com toda a sinceridade dizem, "Sei que amo Jesus de todo meu coração". No entanto é especificamente a realidade da proximidade do dia do Juízo que produz crentes sérios e piedosos. As pessoas que não pensam nisto são geralmente frias, desinteressadas e indulgentes. Mas permanece o fato de que, em um dia muito próximo, todos aqueles que já viveram serão reunidos no lugar do Juízo - para serem julgados por Jesus Cristo: "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo" (2 Coríntios 5:10). "Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Romanos 14:12).

Neste exato momento, legiões de anjos estão a postos sob o comando de Jesus para dos quatro cantos do mundo arrebanhar tanto os bons como os maus: "Mandará o Filho do homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade" (Mateus 13:41). Todos - os ricos, famosos e poderosos de todas as épocas serão levados a se apresentarem perante Ele: "Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos.... se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes; e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro: porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" (Apocalipse 6:15-17).

Uma famosa atriz americana vive falando sempre sobre reencarnação. Diz que já viveu muitas vidas anteriores, e que quando morrer voltará à terra em outro corpo. Que horror espera a ela e a seus seguidores. Um anjo do Senhor será mandado aos seus túmulos, unindo corpo e alma - e subitamente irão descobrir que não há uma outra vida! Ao invés, serão convocados pelo Juiz para se apresentarem ao último tribunal - tribunal sem apelação. E a única vida após a morte será a condenação eterna para todos que O rejeitaram.

Na realidade os anjos arrebanharão juntos todo "o joio" - os pecadores e os ímpios - e o arrastará "em feixes para ser queimado" (Mateus 13:40,30). Estes não virão de boa vontade, mas com choro, gemidos e ranger de dentes.

1. Desde Adão Deus Tem Tomado Nota de Tudo Sobre Todo Ser Vivente!

Deus tem tomado nota de toda paixão e de todo motivo de cada pessoa - todo pensamento, palavra e obra. Os motivos dos cristãos estão anotados num "livro de recordações, um memorial" que é o Livro da Vida. No dia do juízo, Cristo irá se lembrar de todos que estão neste livro: "Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros; o SENHOR ...ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao SENHOR ... Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos; poupa-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve" (Malaquias 3:16- 17).

Se você ama a Jesus de todo seu coração e está lavado por Seu sangue, então o seu nome está escrito em Seu livro de recordações. Tais pessoas não precisam temer esta mensagem; na realidade deveria trazer grande alegria ao seu coração ver tudo o que Deus tem planejado para aqueles que O amam! Mas existe o Livro - e existem livros. A Bíblia diz que cada vida tem seu próprio livro, o registro de uma vida inteira na terra: "Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu... Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros ... E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras" (Apocalipse 20:11-13).

Os maus e os ímpios serão julgados por todas as coisas escritas naqueles livros - um a um, perante o Juiz de todos! A escritura diz que naquele tempo todas as pessoas terão um corpo de ressurreição. Os pecadores terão corpos "preparados para a perdição" (Romanos 9:22). Mas aos santos será dado um novo corpo, semelhante ao do Senhor! E quando o julgamento tiver terminado, o Cordeiro se levantará do trono e guiará Seu rebanho para o paraíso eterno.

No entanto, antes que o Juiz faça isto, Ele nos chamará para junto de Si enquanto julga os maus: "Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono" (Apocalipse 3:21). Jesus irá dizer-nos, "Vem - sente-se à Minha direita enquanto continuam os julgamentos!".

2. Tente Imaginar a Cena Que Se Desenrola Quando Começa o Julgamento!

Em agonia Hitler se encolhe quando o Juiz diz a Seus anjos que leiam a lista de nomes de cada judeu que ele assassinou. Seis milhões de nomes - os nomes de todo homem, mulher e criança que ele matou! Todo gemido será novamente ouvido, todo grito vindo dos fornos, reapresentado. Os seus capangas todos partilharão seu terror.

Em seguida vem o exército de médicos e enfermeiras que praticaram abortos - estas pessoas estarão amontoadas juntas perante o Juiz. Ouvem e estremecem enquanto são lidos os nomes de milhões de bebês. Deus tem um nome para cada bebê - porque de acordo com as escrituras receberam nomes desde a eternidade (ver Jeremias 1:5)! Todo grito vindo do ventre, do útero, será novamente ouvido - e os médicos que fizeram estes atos assassinos terão que agüentar e suportar cada grito. A cada mãe que permitiu que seu bebê fosse assassinado será mostrada a vida que Deus havia planejado para sua criança - e como tal vida foi roubada daquele bebê. O Juiz exporá tudo isso!

Então há aqueles que "negligenciaram sua salvação" (ver Hebreus 2:3). Permanecem em grande choque, não acreditando estarem contados com os transgressores. Ouça seus gritos: "Íamos à igreja, éramos dizimistas. Nos chamavam pelo Seu nome. Não éramos ímpios!". Mas o Juiz dirá: "Todas as suas justiças, são como trapo da imundícia" (Isaias 64:6). Outros dirão, "Nós expulsamos demônios, curamos enfermos. Em Teu nome realizamos grandes obras!". Mas o Juiz responderá, "Nem vos conheço. Afastem-se de mim, praticantes da iniqüidade" (ver Lucas 13:27).

Um anjo ficará entre eles, repetindo-lhes as escrituras que ouviram durante suas vidas: "Não vos apegastes com mais firmeza às verdades ouvidas" (ver Hebreus 2:1). "Como escapareis, sendo que negligenciastes tão grande salvação a qual foi tão claramente revelada e confirmada a vocês?" (ver Hebreus 2:3).

Também perante o trono estão muitos outros rostos dos quais me lembro. Não sei os seus nomes; lembro-me apenas do ódio que vi em seus rostos - e das horríveis blasfêmias que saiam de seus lábios. Há o rosto de três lésbicas me encarando frente a um prédio de escritórios em Manhattan. A Operação Resgate estava fazendo uma demonstração frente a uma câmara de aborto. E aquelas três moças ficaram ali maldizendo e gritando, "Tire o lixo do seu Cristo das ruas. Pegue seu Jesus e volte pra dentro dos buracos!" Há o rosto do médico de abortos - o homem que fez fortuna matando os não nascidos. Brandia o punho contra os manifestantes, as veias do pescoço salientes, olhos cheios de ódio. Estava gritando, "Eu te pego - vou te processar! Você me paga".

Tem os rostos da luxúria homossexual exibicionista desfilando pela Praça Columbus em  Nova York durante a parada do "Orgulho Gay" dois anos atrás. Vi uns 250.000 homossexuais ativistas desfilando. E a simples visão de alguém carregando uma Bíblia levantou um coro de deboches: "Jesus era gay! Deus é gay! Estamos aqui, somos homo, e estamos atrás de seus filhos!"

Não foram os blasfemos sinais da incrível arrogância que mexeram comigo. Foi o ódio por Cristo - o olhar dizendo que se Jesus estivesse lá naquele dia, prazerosamente eles O teriam pregado na arvore mais próxima!

No entanto todos estão aqui perante o trono do juízo, amontoados num grupo - paralisados em agonia e medo! É o dia da ira e da vingança de Deus. E agora, enquanto cada livro é aberto e toda vil ação é proclamada em alta voz, o que foi feito de suas ameaças vazias! Onde estão agora as audaciosas blasfêmias, a zombaria das coisas sagradas? Onde estão os gritos?

Há não muito tempo falei na Universidade de Yale, e um grupo de ativistas gay entrou carregando cartazes tentando interromper a reunião. Meu sermão era sobre o inferno - enquanto falava, um silêncio do Espírito Santo caiu sobre aquele lugar. O silêncio foi tão ensurdecedor que um repórter disse, "Parecia que meu lápis fazia barulho".

Aqueles manifestantes não conseguiam se mover - estavam paralisados! E naquele momento, tive a idéia de como vai ser para eles o estar perante Jesus no dia do Juízo. As escrituras declaram, "os perversos não prevalecerão no juízo" (Salmo 1:5). Olhe agora para outras pessoas tremendo perante o trono do juízo. São juizes que permitiram que bebês não nascidos fossem assassinados; professores universitários ateus que encheram toda uma geração de apostasia e de ódio por Cristo; políticos mentirosos que tiraram Deus e a oração de nossa sociedade; presidentes sem Deus, ditadores, criminosos. Atores e diretores de cinema que blasfemaram Cristo. Artistas que retrataram Sua cruz num tonel de urina. Banqueiros, homens de negócio, os ricos, os orgulhosos e poderosos que não tinham tempo para Ele. E agora, o que farão? Lá estão, ouvindo e esperando sua vez. E do meio deles o anjo do Senhor grita, "sabei que o vosso pecado vos há de achar" (Números 32:23).

3. O Juiz Chamará Testemunhas à Frente!

O Juiz, Jesus Cristo, é fiel - e Ele chamará à frente Suas testemunhas. Elas irão testemunhar ou a seu favor ou contra você:

1. A primeira testemunha é a própria palavra de Deus: "Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue;a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia" (João 12:48). Será preciso prestar contas de todo sermão e hino evangélico que alguma vez tenha sido ouvido, de todo versículo bíblico ou folheto que tenha sido lido. Jesus diz, "Toda palavra que lhes houver falado, naquele dia o julgará. Minha palavra será a testemunha!".

2. Testemunhas se levantarão tais como os habitantes de Nínive, de Sodoma e a rainha de Sabá. Jesus diz, "Ninivitas se levantarão, no Juízo, com esta geração e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas. A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com esta geração e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12:41-42).

Quando você estiver perante o Juiz e seu livro for aberto, a grande multidão dos ninivitas se apresentará. Virão à frente aqueles que morreram no holocausto de Sodoma e Gomorra, bem como aqueles de Tiro e Sidom. Estes ímpios se reunirão à volta, incrédulos enquanto ouvem a lista de todas as oportunidades que você teve de receber a palavra de Deus: Bíblia, rádio, mestres na TV, testemunhas, amigos, família. Gritarão, "O julgamento deste homem tem que ser pior que o nosso! Como é que ele pôde rejeitar tantas oportunidades e negar uma luz tão poderosa? Não tínhamos Bíblia; ninguém ficava lembrando a gente o tempo todo, não tivemos segunda chance. Mas ele teve tudo isto!".

Jesus diz que Sodoma teria se arrependido se tivesse ouvido o que você ouviu: "Porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje" (Mateus 11:23). Os homens de Sodoma teriam se coberto de panos de saco e cinzas caso tivessem ouvido apenas uma fração da pregação do evangelho que você ouviu!".

3. Pregadores e pastores serão chamados à frente como testemunhas. "E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações" (Mateus 24:14). Nós pastores teremos que nos levantar e testemunhar que você freqüentava a casa de Deus. Você ouviu o testemunho do evangelho sendo pregado. E perante o Juiz de todos os povos precisaremos declarar cada verdade que você ouviu - ou a seu favor ou contra você.

4. É Possível Que as Almas Mais Trágicas Na Frente do Juiz Sejam Aquelas Que a Bíblia Chama de "Servos Inúteis"!

Estes eram os servos - querendo dizer que eles se chamavam pelo nome do Senhor. Enquanto preparava esta mensagem, este era o grupo que mais pesava em minha alma. Veja, o "servo inútil" é aquele que "escondeu" seu talento. Ele era muito preguiçoso para investir sua vida e seu tempo nos interesses de Deus, e tornou-se "desleixado" com as coisas de Deus. Este era o homem ou mulher ocupados que vinham à casa de Deus uma vez por semana para manter a aparência de religiosidade. No entanto aqui está o que o Senhor irá dizer do serviço negligente e sem entusiasmo prestado a Ele: "Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei...Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu... o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes" (Mateus 25:26,27,30).

Como grande será o choro e o lamento quando o livro do servo inútil for aberto! O Juiz mostrará ao mundo quanto tempo e esforço ele gastou em fazer dinheiro, procurando segurança pessoal, acumulando contas bancárias, preocupando-se, ignorando a família, esquecendo-se de Deus e abandonando a assembléia dos crentes. Naquele dia Deus trará à tona o registro de todas as reuniões de igreja que foram desprezadas, de toda atividade ali feita de maneira preguiçosa e egoísta. Então, bem à frente dos olhos deste servo aparecerá tudo aquilo em que gastou a vida acumulando: casas, carros, mobiliário, barcos, roupas, jóias, ações e títulos.

Subitamente uma faísca salta dos olhos do Juiz - a faísca do Amado que foi desprezado - e a tudo ela incendeia como uma bomba de hidrogênio! De pé perante o Juiz está um anjo, e nas mãos do anjo um monte de pó. O Senhor olhará para o servo inútil e dirá, "É isto que vale toda sua vida de negócios! Eu precisava de você e te chamei, mas você Me abandonou. Deu-Me tão pouco de seu tempo, até que finalmente Me pôs completamente para fora de sua vida. Desperdiçou a vida por um punhado de pó - mas você foi avisado de que tudo seria queimado como a erva no forno!".

Oh que arrependimento haverá naquele dia para o homem que agora não tem tempo para Deus! Com sua mulher e filhos, ele freqüenta o obrigatório culto das manhãs de domingo porque "a rotina é essa". Mas o coração dele não está com Deus! Nunca é visto numa reunião de oração ou desfrutando da verdadeira comunhão dos santos, encorajando e sendo encorajado no Senhor, como manda a palavra.

No entanto no dia do Juízo, o Juiz dirá, "Tome este servo inútil e coloque-o para fora da Minha presença! Seu coração não está comigo; nunca esteve. Ele abandonou seu primeiro amor há muito tempo. Não fez de Mim o Amado de sua alma. Caso contrário a cada hora de seu dia, Eu estaria em sua mente - em seu trabalho, em sua família, em tudo que fizesse. Em tudo, ele teria colocado Meus interesses em primeiro lugar!". Oh, quem não estará com medo naquele grande dia do juízo?

5. Qual o Significado do Dia do Juízo para os Vitoriosos Filhos de Deus?

A primeira coisa na programação do Juiz será separar Suas ovelhas dos cabritos. Não permitirá que Seus justos sejam contados com os malfeitores. Antes, ordenará a Seus anjos que reúnam Seu rebanho à Sua destra: "E todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" (Mateus 25:32-34).

É muito claro na Bíblia que aqueles que permaneceram em Cristo e esperaram por Sua manifestação terão ousadia e confiança naquele dia: "Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda" (I João 2:28). "Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo" (I João 4:17).

Como se pode ter tanta ousadia no dia do Juízo - tanta alegria e confiança? Isto só acontece conhecendo-se o Juiz - como seu amigo, irmão, redentor, Senhor, sumo sacerdote, propiciador, advogado, intercessor, como o amor do seu coração - sua própria vida!

Existe um teste que mostrará se você está ou não preparado para ir a julgamento como ovelha - com alegria, confiança e ousadia. A Bíblia diz, "porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados" (I Coríntios 11:31). Você está disposto a fazer o teste - e a julgar a si mesmo? Se estiver disposto, faça a si mesmo estas três perguntas:

1. Você anseia e deseja ardentemente a volta do Senhor? "Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tito 2:13). "Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quanto amam a sua vinda" (2 Timóteo 4:8). Este mundo não é o nosso lar. Mas lhe pergunto: você está aprofundando raízes nele? Ou está arrancando-as, orando: "Jesus - mantenha o meu coração desperto!"?

"Esperando e apressando a vinda do Dia de Deus... Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis" (2 Pedro 3:12,14).

Jesus disse, "Negociai até que eu volte" (Lucas 19:13). Todos precisamos continuar com nossas vidas, nossos trabalhos. Mas em todas as horas que estamos acordados, nossos corações devem gritar, "Vem, Senhor Jesus!" (Apocalipse 22:20).

2. Se você vai estar perante o mundo a julgar os inimigos de Deus no dia do Juízo, você tem que, hoje, fazer deles seus inimigos. Davi disse, "Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem? E não abomino os que contra ti se levantam? aborreço-os com ódio consumado; para mim são inimigos de fato" (Salmo 139: 21-22). Sim, Jesus disse que devemos amar nossos inimigos. Mas e os inimigos dEle - aqueles que O odeiam, recusam Sua graça e misericórdia, que difamam Seu nome e o arrastam na lama? Não devemos odiar os homens - mas devemos odiar o pecado que está em seus corações e os poderes demoníacos que os governam. Devemos odiar o mal que está no mundo.

No entanto você diz em seu coração, "Este mundo sempre foi mau, e só vai piorar. Mas o que isto tem a ver comigo? O que vou fazer é apenas manter minha vestimenta limpa perante Deus". Não - você não pode fazer isso! Estamos todos em guerra, em batalha! Nestes últimos dias os portões do inferno estão investindo como nunca antes o fizeram contra a igreja de Jesus Cristo - e você não pode permanecer neutro! Deus emitiu um chamado: "Quem se levantará a meu favor, contra os perversos?" (Salmo 94:16). E quando o dia do Juízo chegar, quero dizer como Paulo, "Combati o bom combate!". Quero morrer lutando - de joelhos, cheio de ódio santo contra o pecado em minha vida e no mundo.

3. Você não formou o costume de abandonar a casa de Deus? "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima." (Hebreus 10:25). Não é por acaso que o próximo versículo nesta passagem refere-se a "pecar deliberadamente" depois que a verdade foi revelada. Na verdade, é fato histórico comprovado: as pessoas tornam-se mais negligentes e menos cuidadosas um pouco antes do julgamento e da calamidade!

Sempre antes que uma sociedade perdesse o controle, as pessoas voltavam-se para a segurança, para ganhar dinheiro, para os prazeres - para tudo, menos para Deus. E no ultimo momento, as coisas ficavam piores: os crentes começavam a negligenciar a casa de Deus. Paulo nos avisa: "Agora que o dia está chegando mais perto, fiquem firmes para que não se esqueçam de se reunirem, como muitos já o fizeram! Este não é o tempo de se afastar nem de ficar longe da casa de Deus. É hora de se congregar com os verdadeiros vencedores!".

Se a sua igreja aos domingos não é mais do que um programa de TV, então amado, você não está se congregando com crentes. Não está nem recebendo, nem dando encorajamento - o que é ordenança de Deus! O que é o Juízo senão a última reunião de Seu rebanho? Você vai estar lá - fiel, na expectativa, disposto e feliz? O Senhor conhece aqueles que O amam tanto que não suportam o estar longe de Seu corpo. Digo-lhe o seguinte: naquele dia os livros serão abertos - e o Juiz está neste exato momento, fazendo anotações!

Qual o Significado do Dia do Juízo para os Vitoriosos Filhos de Deus ?

Se você sabe em seu coração que não está pronto para estar na presença de Jesus - e este momento vai chegar muito em breve - então terá que responder pelo que escrevi aqui. Esta mensagem por si é suficiente para a sua condenação eterna no inferno se você a rejeitar. Ela servirá como testemunha no dia do Juízo!

Os seus interesses - o seu trabalho, suas posses ou mesmo o seu ministério - se tornaram mais importantes para você do que os interesses do Senhor? Você tem negligenciado sua família? Você está satisfeito porque vai à igreja no domingo e diz, "Fiz minha parte para Deus"? A palavra de Deus para você é clara: isto não é suficiente!

Se você julgou a si mesmo e ficou aquém, então de coração faça esta oração: "Jesus, eu preciso de Ti. Preciso ser perdoado e amado por Ti. Confesso todos os meus pecados e a minha teimosia. Eu O tenho negligenciado Senhor -não O tenho colocado em primeiro lugar. E a partir de hoje, faço de Ti a minha vida - o meu tudo. Consuma-me, Jesus. Amém".

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PORQUE VOCÊ É CRENTE?

Essa não é uma pergunta retórica. Num mundo cada vez mais perdido, sem direção; cada vez mais sem referências e sem referenciais, é preciso buscar o propósito daquilo que fazemos, com aquilo com que nos envolvemos, quer fisicamente, quer ideologicamente, quer espiritualmente. Ser por ser ou fazer por fazer nos faz meros autômatos, não pessoas capazes de reflexão e entendimento. "Ser" e "estar" são verbos de ligação e, portanto, não indicam ação. Eles apenas fazem a ligação entre o sujeito e suas características (o predicativo do sujeito).

Qual é o seu predicativo? O que se diz de você, sujeito da frase da vida? Você é crente? Porque, o que você viu na igreja evangélica, ou na fé dos crentes, que tenha despertado o seu interesse? O que lhe prometeram? Há muitas promessas, hoje em dia, para que alguém se torne crente. Há promessas de todo tipo, feitas por homens em nome de Deus: "se você se tornar crente, eu lhe prometo que você desfrutará o melhor dessa terra!" "Se você aceitar a Gizuz, eu como profeta lhe prometo que você terá automaticamente a solução de todos os seus problemas!" Aqui, a fé torna-se o caminho mais curto para a realização dos sonhos.

Essas e muitas outras promessas são muito interessantes, de fato são tentadoras. Afinal, que não quer desfrutar o melhor dessa terra - comer de tudo, do bom e do melhor; ter a melhor casa, o melhor carro, a mais recheada conta bancária...? Quem não quer a solução imediata, sem esforços, de todos os seus problemas? Só alguém completamente louco não aceitaria essa oferta! Mesmo alguém abastado há de querer a garantia de que sua abastança irá perdurar para sempre, protegida da inflação, das crises econômicas e das políticas de governo! E como essa garantia vem de deus, avalizada pelo todo-poderoso sob termos eternos - como dizem os seus profetas, melhor ainda!

Esta "irresistível mensagem" é potencializada por uma série de práticas, de "trabalhos espirituais" na própria igreja, onde os cultos tornam-se sessões espirituais com apetrechos consagrados, santificados e energizados positivamente pelo profeta de Gizuz. Ora, isso também é muito interessante, pois não é preciso aprender nada novo, apenas ressignificar os conhecimentos antigos. Trabalhos espirituais, outrora feitos antes de Gizuz, "mudam de roupagem", de "destinatário". Antes, água benta; hoje, "água orada" e "óleo ungido tabajara" (resolve tudo). Antes, oferendas, hoje, ofertas. Antes, sessões; hoje, cultos-sessões. Antes, sacerdote especialista na manipulação do sobrenatural a favor do adepto. Hoje a mesmíssima coisa! E a lista de semelhanças contnua a crescer a cada dia...

Deste modo, há muitas razões interessantes para se tornar evangélico. Como as exigências para adesão são mínimas - frequência às reuniões e contribuições financeiras sistemáticas - "sementes", que voltam sempre corrigidas, pelo menos em tese, cada vez mais e mais pessoas adsorvem na igreja. O problema é que a adsorção é um fenômeno que acontece apenas na superfície, na interface. Com o aumento da "temperatura", a quantidade de pessoas adsorvidas na superfície da igreja decresce, uma vez que todos os processos de adsorção são exotérmicos.

Diante do exposto, faz-se necessário resgatar o propósito, as razões que levam alguém a tornar-se crente. Porque ser crente? Outra pergunta muito importante é o que há de especial em ser crente. Há, ainda, uma terceira pergunta que merece resposta: como ser crente? Não pretendo esgotar o assunto nesta matéria, tendo em vista que ele é muito extenso. As igrejas cristãs sérias, fiéis à Bíblia, investem anos a fio de ensino e discipulado, mostrando à luz da Palavra de Deus as respostas para estas perguntas. Minha intenção é abordar o necessário, de forma a mostrar o caminho para que o dileto leitor possa aprofundar o assunto posteriormente.

Porque ser crente? É preciso responder primeiramente o que é um crente, segundo o padrão bíblico. Segundo a Bíblia, é possível afirmar que um crente é uma pessoa que "reconheceu-se pecador e que tal condição o separa de Deus, arrependeu-se verdadeiramente pelos pecados cometidos e recebeu a Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador pessoal". Assim, a resposta dos "porquês" passa pela resposta do "como". Observe que a forma (o "como") de uma pessoa tornar-se crente é totalmente diferente do que é dito hoje em dia! Veja:

1. Reconhecer-se pecador: Ainda que todas as pessoas possam agir deste modo, nem todas o fazem. Para este reconhecimento, é necessário compreender o que é pecado do ponto de vista de Deus. Pecado, do ponto de vista de Deus, é toda a "ação, palavras, pensamento ou omissão de ação que contraria aquilo que Deus estabeleceu como santo e justo para nossas vidas, para o nosso relacionamento com Ele e para o relacionamento com o próximo".  Assim, o pecado é algo que contraria o que Deus, por sua livre vontade, estabeleceu. Aos olhos de Deus, não há nenhuma pessoa, na face da Terra, que seja boa, que não tenha pecado, por melhor que seja, por mais obras de caridade que faça: "Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:10-18,23).

Obviamente, ninguém deixa de ser pecador sozinho, por sua força de vontade, visto que "todo aquele que comete pecado é escravo do pecado" (João 8:34). Ora, se alguém é escravo, o é de um senhor - o pecado é senhor do pecador. Este senhor escraviza o homem, obrigando-o a agir sempre e invariavelmente de acordo com sua vontade, mesmo que a vontade do senhor contrarie a vontade do escravo. Essa relação de escravidão afasta o homem de Deus, de tal forma que no mundo espiritual o pecador está morto em seus pecados, diante de Deus. Persisitindo tal situação até o falecimento desta pessoa, ela ficará para sempre morta diante de Deus. É preciso então que um Senhor mais forte e poderoso livre-o, resgate-o do antigo senhor. Quem reconhece-se pecador, reconhece a necessidade de possuir um Senhor diferente, que venha Salvá-lo do antigo!

2. Arrepender-se pelos pecados: Para arrepender-se, é necessário que o pecado seja primeiro entendido como algo pessoal. Para isso, é preciso reconhecer que há uma moral e ética absoluta - a ética e a moral de Deus. A moral e ética de Deus são absolutas, independente de avanços científicos ou literários, independente das diferenças inter e intrasociais, independente dos códigos morais e de conduta das sociedades. Para Deus, pecado é pecado no Brasil ou no Japão, nas Américas ou na África. Daí, por exemplo, a pederastia será sempre pecado, algo inaceitável aos olhos de Deus; pois Deus, por livre e espontânea vontade condenou, em Sua Palavra, tal prática.
Segundo, é necessário reconhecer que o pecado é algo ruim, prejudicial ao próprio homem, por mais prazer imediato que o pecado possa acrescentar. Mesmo ações que produzam um sentimento de felicidade imediata podem ser pecaminosos. Os sentimentos produzidos não podem, por si só, servirem como base para o julgamento moral de uma ação; o coração humano é enganoso, gerando ações e reações que a própria razão desconhece, segundo Blaise Pascal.    

3. Receber a Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador pessoal:  Diante de tudo o que foi descrito anteriormente, torna-se evidente o que significa esse ato e a necessidade dele. Jesus é o Senhor mais forte e poderoso do que todos e quaiquer ditos senhores. Só ele pode, deste modo, libertar e salvar o homem de seus pecados (Mateus 1:21). Isso só ocorre, contudo, se o homem assim quiser e pedir, se reconhecer e desejar; caso contrário, o homem seguirá a sua vida como está, até a sua morte. 
Observe que foi usada a palavra "receber" no lugar de "aceitar". Receber é mais do que aceitar, é possível alguém aceitar a Cristo e não recebê-lo em sua vida. 

É óbvio que absolutamente nada do que foi supramencionado tem paralelo ou semelhança com a propostas e promessas das igrejas modernas. Não há, em hipótese alguma, qualquer tipo de semelhança entre Jesus, o Senhor e Salvador e Gizuz! Um, é o caminho, a verdade e a vida; o outro é o atalho, a mentira e a morte. Não os confundamos, pois!

Assim, porque alguém é crente? Porque:

Reconhece que é pecador, por mais bonzinho que seja; que o pecado é algo mortal para sua vida, algo que milita ferozmente contra sua existência ("o salário do pecado é a morte" - Rm 6.23) e que precisa, portanto, ser livre dele; porém, sozinho, não conseguirá alcançar êxito. Reconhecer que o pecado ofende a Deus e separa o homem de Deus; que Deus odeia o pecado; que Deus um dia haverá de julgar cada homem que já tenha existido sobre esta Terra. Que a única forma de se livrar do pecado é através da confissão e do arrependimento sincero, e da mudança de senhorio. Que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça. Que nós precisamos recebê-lo voluntariamente e pessoalmente em nossas vidas como único e suficiente Senhor e Salvador. Que agora, após esta decisão e atitude, podemos descansar, pois temos paz com Deus.

Tendo respondido o como e o porque, resta-nos responder "o que há de especial em ser crente". Há muitas coisas maravilhosas que advém do fato de ser crente em Cristo. A prosperidade é uma delas; sim. Mas a prosperidade bíblica, que é favor imerecido, mas que é dada por Deus apenas por sua bondade. Em lugar algum da Bíblia é ensinado que o crente deva ser miserável, mendigo ou esmolador. Não! Mas acima de tudo a prosperidade não é barganhada ou comprada por dinheiro algum; ela é dom (presente) de Deus (Mateus 6:33; 7:7-11; Filipenses 4:6; etc).  Mas as promessas de Deus vão muito mais além do que coisas materiais. O próprio apóstolo Paulo diz: "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (I Co 15.19).

A vida de um crente em Cristo não se constitui nas coisas que ele alcança nesta terra, materialmente falando. Estas coisas são meros utensílios, que servem ao propósito para a qual foram designadas. A vida de um crente em Cristo continua para sempre! Nem mesmo a morte pode interromper a vida de um servo fiel do Senhor! Jesus nos promete muito mais do que um dia pensamos ou sonhamos (I Co 2.9), muito mais do que esta terra poderia nos dar.

Há toda uma eternidade a ser vivida, com Deus. Sim, essa é a primeira grande promessa: a vida eterna. Disse Jesus: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). Tal promessa é destinada a todo aquele que Nele crer, isto é em Jesus. Vida eterna, vida sem fim. Vida inesgotável, interminável, inextinguível. Vida que não pode ser interrompida por nada e nem por ninguém; vida que venceu a morte. Jesus prometeu aos seus que ainda que estivessem mortos, fisicamente falando, Ele os ressuscitaria um dia, quando viesse à esta terra pela segunda vez (João 6:39,40,44,54; I Coríntios 6:14; 15:20,42-44,52; II Coríntios 4:14; I Tessalonicenses 4:14-16; Apocalipse 20:5,6). Ressuscitar com um corpo semelhante ao de Jesus - carne e ossos, sem sangue; um corpo com propriedades especiais! Se vivo, ser transformado pelo poder do Senhor, de forma a receber este mesmo corpo! Ser, então, arrebatado e me encontrar com o Senhor nos ares! Há coisa semelhante a esta, em grandeza, em glória e em poder?!?

Governar com Cristo, durante o seu governo milenial, julgando com Ele os mortos e vivos - até os anjos pecadores (I Coríntios 6:2,3). A Bíblia diz que no céu os santos governarão com o Senhor como "reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra" (Apocalipse 5:10). Agiremos como Seus servos lá - os santos "o servirão" (22:3). Receberemos estimulantes e abençoadas missões nesse novo mundo que virá.

1. Não existirão mais mares. "Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe" (Ap. 21:1). Ele está declarando que não haverão mais ameaças vindas dos grandes blocos de água: não haverá mais ciclones, furacões ou tsunamis assassinos. Na verdade, a única água que é mencionada quanto à essa nova terra será um rio de júbilo que corre através das ruas da Nova Jerusalém. João fala o seguinte dele: "Me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro" (22:1).

2. Não haverá lenços no céu. Não teremos nenhuma necessidade dessas coisas, pois os textos das escrituras implicam em que nem precisaremos de glândulas lacrimais. "(Deus) lhes enxugará dos olhos toda lágrima" (21:4). Segundo João, as lágrimas simplesmente não existirão no céu.
Igualmente, não haverá mais funerárias, caixões de defuntos ou cemitérios. Por que? Porque "A morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto" (21:4). Pense nisso: não ficaremos mais ao lado dos caixões, chorando a perda dos queridos. Não haverá mais choro ou luto, porque no céu nunca iremos morrer. Uma vez tendo sido ressuscitados do sepulcro terreno pelo poder da ressurreição de Cristo, nunca poderemos morrer outra vez.

3. Não haverá mais farmácias, hospitais, médicos, enfermeiras, ambulâncias, analgésicos ou receitas. João diz, "Já não haverá...dor" (21:4).

4. Não haverá mais medo, não haverá mais incredulidade, não haverá mais coisas abomináveis, assassinatos, mentiras ou feitiçaria. A Bíblia diz que todos os que praticam tais coisas serão lançados no lago de fogo: "Quanto...aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras, e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre" (Ap. 21:8).

5. Não haverá mais motivos para se mudar no céu. A minha mulher e eu já nos mudamos de uma casa para outra inúmeras vezes em nossa vida adulta. Sou grato porque quando chegarmos ao céu, nunca mais teremos de nos mudar. Como eu sei disso? Jesus diz: “Não se turbe o vosso coração...Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar” (João 14:1-2).

6. Não há inválidos no céu, nem cegos, surdos, ou corpos em declínio. A Bíblia diz que teremos novos corpos no céu. Claro, essa é uma doutrina bem conhecida dos cristãos, e Paulo tinha muito a falar sobre ela. Ele escreve, “Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm?” (I Cor. 15:35). Em outras palavras, as pessoas podem se perguntar, “Que tipo de corpo ressuscitará dos mortos?” O nosso corpo físico é “semeado na corrupção” mas “ressuscitado na incorrupção”. Simplificando, quando o nosso corpo é “semeado” – ou, enterrado, ele é um corpo natural, terrestre. Mas quando formos ressuscitados, será como um corpo celestial, do céu. O corpo que teremos então será “glorificado” pelo poder de ressurreição de Cristo.

7. Não haverá relógios no céu, pois o tempo não existirá mais. João escreve que um anjo apareceu diante dele de pé sobre o mar e a terra. O anjo então levanta a mão para o céu e, segundo João, “Jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles existe: Já não haverá demora” (Apocalipse 10:6).

Por fim, mas tão ou importante que os anteriores, está o fato de que moraremos para sempre com o Senhor. Nunca mais teremos que lidar com a separação. Na Nova Jerusalém, a cidade que descerá do céu, será o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. Uma cidade sem templo e que não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro - Jesus é a sua lâmpada. E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.


Concluo esta argumentação, fazendo uso novamente das Palavras de Jesus: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro. Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas. Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã. E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida". (Apocalipse 22:11-17)
 
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

JESUS, PÃO DA VIDA



Jesus suportou o castigo da cruz por você. Ele apanhou com extrema violência, levou chicotadas com um chicote que possuía nas pontas ossos e metal; cada chicotada abria um sulco em suas costas. Cuspiram em seu rosto, blasfemaram Dele. Teve uma coroa de espinhos na cabeça. Teve que carregar uma cruz pesada - o instrumento da Sua morte - após ter sofrido horrores, sem nenhuma condição física. Foi crucificado com pregos em seus artelhos e pulsos, entre dois ladrões. Ele morreu por você.

Veja o que foi profetizado a respeito de Jesus, pelo profeta Isaías:

Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.
Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.
Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido.
E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.

Ele morreu, por causa dos meus e dos seus pecados. Nós merecíamos a cruz, nós somos os culpados pelos nossos próprios pecados; mas Ele nada fez. Nós escolhemos o nosso próprio caminho, de rebelião e de uma vida de pecados. Sua morte mostra aquilo que tanto buscamos ignorar - que todos nós, independentemente de religião, de filosofia, de código moral, de bom mocismo, de boas obras de avanços científicos e intelectuais, somos pecadores. E como tal, precisamos de alguém que nos salve de nossos pecados.

Ele morreu, não porque o diabo ou Pôncio Pilatos o tenha matado. Ele poderia, se quisesse, chamar mais de dez mil dos anjos para livrá-lo do sofrer. Não, Ele não foi morto por alguém. Ele morreu porque quis morrer, porque sabia que esta era a única forma de nós podermos, hoje, ter acesso ao perdão de nossos pecados e a vida eterna. Ele morreu e ressuscitou, sim, Ele está vivo! A poderosa morte mostrou-se mera serva Daquele que é Senhor de Tudo e de Todos - até da morte Ele Senhor; até a morte tem que se curvar diante do Senhor da Vida! 

Hoje, Ele está a destra do Pai, intercedendo por nós, como o Amém, o Sumo Sacerdote da nossa confissão. Ele, que disse um dia "está consumado", aguarda o momento em que o Pai dirá "é chegada a hora, Meu Filho Amado", para então descer do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, que recebemos a Jesus como Senhor e Salvador, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

E você, querido leitor? Qual é a sua relação com Cristo? Você precisa entregar a Sua vida à Ele enquanto é possível. Não confie em religiões, filosofias e coisas do tipo. Veja a Bíblia, ela é a Palavra de Deus, ela nos mostra o que fazer:

Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. (Romanos 10:8-10)

O próprio Senhor disse:

Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (João 14:6)

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. (João 3:16, 18)

Receba o Senhor hoje mesmo em seu coração. Confesse os seus pecados, aí onde está. Quero propor-lhe a seguinte oração:

Senhor Jesus, reconheço que sou pecador, reconheço que não há nenhuma justiça em minha vida. Reconheço que estou longe de Ti. Eu venho confessar os meus pecados [diga quais são, daqueles que você se lembrar], por favor perdoe-me por ele. Eu estou arrependido. Sei que o Senhor morreu por meus pecados. Eu te recebo, hoje, como meu único e suficiente Salvador e Senhor. Peço-lhe que o Senhor entre na vida, no meu coração. Eu me entrego ccompletamente ao Senhor. Em nome de Jesus, amém!

Se você fez esta oração, crendo verdadeiramente em cada palavra, você está salvo. Agora, lhe aconselho a procurar uma igreja evangélica perto da sua casa, onde existam pessoas que amem a Deus e que estudem a Bíblia com seriedade, para que eles possam ensinar-lhe como viver para Cristo. Se precisar, me escreva.

Deus lhe abençoe, em nome de Jesus!

QUAL É O TEU TESOURO E ONDE ELE ESTÁ?


Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. (Mateus 6:19-21)

A busca por tesouros é parte integrante do imaginário popular. Quem não gostaria de encontrar um baú repleto de magníficos e valiosos tesouros, cheios de jóias de todo o tipo e de moedas de ouro? Quem nunca assistiu um filme que retratava esse sonho? Vários filmes com esta temática já foram exibidos, dentre eles "Allan Quatermain e as Minas do Rei Salomão", "Goonies", "Pécos - O Tesouro de Montezuma ", "O Tesouro",..., só para mencionar alguns. Alegria intensa, realização pessoal e grande e maravilhosa riqueza são alguns dos benefícios advindos da posse de um tesouro. 

Mas, o que é um tesouro? Dentre as muitas definições possíveis, segundo o Aurélio trata-se de "uma coleção de objetos úteis, belos ou preciosos, ou de coisas de grande estimação". Um tesouro é uma coleção de coisas, de objetos, aos quais se atribuem grande valor - monetário ou sentimental. Quem coleciona estes objetos úteis, belos ou preciosos o faz porque estima e deseja preservar estes objetos, mantendo-os juntos sob sua guarda e em lugar seguro, para sempre se assim for possível. Afinal, tesouros são muito cobiçados; é sempre possível que eles se deteriorem, pela ação do tempo, extraviem ou até mesmo que sejam subtraídos por outra pessoa.

Os tesouros são, deste modo, algo precioso - para o seu feliz proprietário e para aqueles que desejam obtê-lo, legal ou ilegamente. De onde vem os tesouros? Podem vir de uma herança ou de conquista pessoal. Pode vir de compra e venda ou de trocas. Não importa a fonte: o fato é que os pensamentos daquele que tem um tesouro voltam-se insistentemente para o objeto de sua estima. Será que está bem guardado, protegido? Como fazer para aumentá-lo? Será que precisa de limpeza, de polimento? Ah, como gosto do meu tesouro! Estas são alguns pensamentos ilustrativos de quem possui algo de que gosta muito.

Jesus nos exorta a ajuntarmos tesouros. Tesouros não devem, em hipótese alguma, estarem espalhados por todos os lados, de forma descuidada! Eles precisam ser aumentados, colecionados. Porém, o melhor lugar para ajuntar este magnífico tesouro é no céu, segundo o Mestre, porque lá não atuam os efeitos corrosivos deteriorantes nem há ladrões que possam roubá-lo. O céu é o lugar onde o nosso tesouro estará plenamente seguro de quaisquer efeitos que possam prejudicá-lo.

Que tipo de tesouro pode ser ajuntado no céu? Não são tesouros físicos, por certo. Não são objetos de ouro e prata, não é dinheiro, títulos de propriedade ou riquezas humanas. Os Faraós do Egito Antigo pensavam o contrário. Eles faziam questão de serem sepultados com seus bens e riquezas, para usufruir delas no outro mundo. Para eles, juntar tesouros na terra era o mesmo que juntar tesouros no céu; os tesouros seriam "espiritualizados" após a morte de seus donos. Ou seja, o tesouro adquirido era entendido como eterno.  Porém, a realidade é outra: os tesouros sepultados nunca foram "rematerializados espiritualmente" no além, mas acabaram ou em museus ou nas mãos de saqueadores de túmulos, muitos milênios após a morte dos seus donos. Nem as lendárias e míticas "maldições da múmia" serviram para afastá-los. Nem mesmo seus corpos mumificados foram poupados!

O fato é que para onde aqueles Faraós foram - e estão até hoje - suas riquezas não puderam acompanhá-los. Por outro lado, onde estão atualmente, os Faraós não mais podem ajuntar tesouros, nem nesta terra física, nem na terra espiritual onde estão. Lá, eles apenas "desfrutam" dos tesouros espirituais que ajuntaram em vida. É muito interessante notar que onde os tesouros são ajuntados é exatamente onde eles serão desfrutrados.

Assim, que tipo de tesouro é esse a que Jesus se refere? Será que a Bíblia tem alguma resposta para isso? Sim, ela que é a firme Palavra de Deus, que não muda e jamais envelhece, tem a resposta! Para a Bíblia, os tesouros a serem ajuntados no céu são:

a) Conhecimento de Deus (Pv 2.1-6).
b) O Temor do Senhor (Is 33.6) e a Humildade (Pv 22.4).
c)  Redenção pelo Sangue de Cristo e Remissão dos Pecados, Regeneração (novo nascimento), Eleição (colocado na posição de filho de Deus), Predestinação e Preservação - Riquezas da Graça de Jesus (Ef 1.7 e ss).
d) Riquezas da Glória de Cristo: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (domínio próprio), dentre muitas outras.
e) Boas Obras, feitas com a motivação correta e na posição espiritual correta (obs.: valem apenas as realizadas após a conversão).

Estes tesouros são, sem sombra de dúvida, eternos. Se ajuntados no céu, enquanto em vida, estarão lá após a morte, esperando para serem usufruidos, num estoque que durará a eternidade a fora. Não há a menor chance de que eles sejam enferrujados ou de que eles sejam roubados, porque lá onde estão o ladrão não tem acesso; nem há a possibilidade de corrosão. Porque eu sei em quem tenho crido - em meu Senhor e Salvador Jesus Cristo - e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia!

E quanto aos possíveis tesouros nesta terra, o que fazer? É simples: não considere-os como tesouros, mas como meros utensílios. A diferença está em como você considera-os em seu coração. Se você gasta a sua vida na busca e no aumento das coisas materiais, se passa cada momento desta vida somente pensando em como aumentar o seu depósito terreno, em como ser "mais próspero", então o seu tesouro é terreno.

Há muitos pregadores e muitas igrejas hoje em dia ensinando como aumentar tesouros em vida, meramente materiais. Baseiam quase a totalidade de suas pregações e mensagens em como conseguir mais coisas nesta terra: carrões, mega casas, contas bancários abarrotadas, jatinhos... e estão a dizer que foi isso que o Senhor os orientou a fazer! Será que é da vontade de Deus que seus servos sejam avarentos, que façam da piedade cristã mera fonte de lucro? Será que Deus quer que as forças motrizes da nossa alma estejam voltadas para o nosso enriquecimento terreno - corroboraria Deus com essa prática, de qualquer forma, se isto afasta o homem, por quem Jesus morreu, do céu? Veja você mesmo:

Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava [...] outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera. (Mateus 13:1-8) 

Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!  Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. (Lucas 18:24,25)

EIA, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. (Tiago 5:1-3)

As riquezas da terra servem apenas para esta terra. Ora, se não somos deste mundo, mas sim peregrinos aqui, então como bom peregrino devo utilizar-me das coisas que estão à minha disposição, sem no entanto envolver-me emocionalmente com elas, sem fazer do meu objetivo a busca de uma vida nababesca.  Precisamos de dinheiro? Claro que sim; é preciso comprar comida, pagar as contas, comprar roupas, comprar eletrodomésticos, etc. Até a igreja precisa de dinheiro, afinal é preciso para as contas de luz e água, o aluguel do galpão e periodicamente fazer alguma benfeitoria; dependendo do caso, é preciso pagar a prebenda pastoral daqueles que vivem do ministério, de forma integral, além do sustento de missionários no campo. Isso é bíblico, justo e correto.

Porém, há um limite claramente definido entre o que é justo e o que é injusto, entre o que é bíblico e entre o que é antibíblico. Mais uma vez, consultemos a Bíblia: "Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei." (Hebreus 13:5) Outra versão do mesmo texto diz: "Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês tem, porque Deus mesmo disse: Nunca o deixarei, nunca o abandonarei".

Qual é o teu tesouro, meu dileto irmão e leitor? Onde ele está? Que tipo de provisão você tem feito para o lugar onde morará? Qual é a sua prioridade? Onde está o seu tesouro, está também o seu coração; e onde estiver o seu coração é onde você ama.

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!