domingo, 5 de novembro de 2023

A OBRA REDENTORA DE CRISTO NA ALMA HUMANA: O NOVO NASCIMENTO


¹ Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
² Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
³ A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
⁴ Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?
⁵ Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.
⁶ O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.
⁷ Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.
⁸ O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.
⁹ Então, lhe perguntou Nicodemos: Como pode suceder isto? Acudiu Jesus:
¹⁰ Tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas? 

João 3:1-10

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Nos dias de Jesus, há mais de 2.000 anos, havia em Israel várias seitas religiosas, com suas ideias e doutrinas diferentes. Uma dessas seitas era a seita dos fariseus, cujo nome muito provavelmente significa "separado", denotando assim o comportamento dos membros desse grupo. De quem os fariseus se separaram? Daqueles, especialmente sacerdotes, que interpretaram a Lei de forma diferente deles? Das pessoas comuns da terra? Dos gentios ou judeus que abraçaram a cultura helenística? De certos grupos políticos? Todos estes grupos de pessoas os fariseus buscavam evitar, por conta de sua resolução de se separarem de qualquer tipo de impureza proscrita pela lei levítica — ou, mais especificamente, pela sua interpretação estrita dela. Por exemplo, eles entendiam que comer sem previamente se lavarem (abluções - Marcos 7:3-4) os tornavam impuros em relação a Deus. Mateus 23 chama a atenção para as suas (1) posições de autoridade religiosa na comunidade, (2) preocupação com reconhecimento exterior e honra, (3) intenso proselitismo e (4) ênfase na observação das minúcias legalistas da lei, interpretadas segundo seu próprio entendimento. Em certa ocasião, Jesus os condenou, não pelo que faziam, mas por negligenciarem “os assuntos mais importantes da lei, justiça, misericórdia e fidelidade”.

A Bíblia, no Evangelho de João, cita nominalmente um desses fariseus: Nicodemos. Ele era um renomado mestre da Lei e também um membro do Sinédrio, conselho judaico que funcionava basicamente como um tribunal legislativo e judicial, composto de sacerdotes, anciãos e escribas, com atribuição de julgar questões religiosas, políticas e judiciais. Na época, havia um Sinédrio maior, chamado de Grande Sinédrio (composto por 70 homens mais o sumo-sacerdote), que era o órgão religioso supremo na Terra de Israel, e pequenos sinédrios locais (composto por 23 homens) nas cidades de Israel.  

As causas mais importantes eram apresentadas pelos judeus ao Sinédrio, na medida em que os governantes romanos da Judéia lhe haviam deixado o poder de julgar tais casos, e também de pronunciar a sentença de morte, com a limitação de que uma sentença capital pronunciada pelo Sinédrio não era válida, a menos que tivesse sido confirmada pelo procurador romano (cf. João 18:31; Josefo, Antiguidades 20, 9, 1). Conforme explica o website Jewish Virtual Library, o Sinédrio julgava os infratores acusados, mas não podia iniciar as prisões. Era necessário um mínimo de duas testemunhas para condenar um suspeito. Não havia advogados. Em vez disso, a testemunha acusadora declarava o crime na presença do arguido e o arguido poderia convocar testemunhas em seu próprio nome.

Por conta dos ensinos de Jesus, que combatiam a hipocrisia dos fariseus (mandavam que outros cumprissem seus ensinos, mas eles mesmos não cumpriam), os membros desse grupo odiavam o Senhor e procuravam matá-lo. O ódio religioso é muito antigo; Jesus, sendo 100% Deus e 100% homem, foi alvo desse sentimento maligno. Aliás, segundo os Evangelhos, o Sinédrio conspirou para matar Jesus pagando a um de seus discípulos, Judas Iscariotes, trinta moedas de prata em troca da entrega de Jesus em suas mãos. No entanto, quando o Sinédrio não conseguiu fornecer provas de que Jesus tinha cometido um crime capital, os Evangelhos afirmam que falsas testemunhas se apresentaram e acusaram o Nazareno de blasfémia – um crime capital sob a lei mosaica. 

Retornando a Nicodemos, este foi encontrar-se com Jesus, à noite. A intenção de Nicodemos era que esse encontro fosse oculto a todos, por vergonha e medo dos demais membros do Sinédrio, que como dito odiavam ao Senhor. As multidões observavam os líderes judeus. Eles queriam saber o que os líderes acreditavam sobre Jesus (João 7:26, 48). Logo, se esse encontro fosse durante o dia, o Sinédrio poderia vir a saber e Nicodemos perderia tudo. Ele não continuaria a ser um homem importante. As pessoas não o respeitariam e ele seria excluído do convívio com seus pares. Toda a sua vida mudaria. Além disso, ele seria acusado de alta traição, estando sujeito a julgamento e condenação.

Parênteses: Muitos não vem a Jesus à luz dos olhos de testemunhas, por medo e vergonha do que dirão a seu respeito. Mas vem a Jesus de modo secreto, oculto, mantendo o anonimato. Tem medo de perder amigos, família, posições, poder e influência. Outros o fazem por medo da morte; há países, ainda hoje, onde ser reconhecido como cristão é equivalente a estar continuamente sob ameaça de prisão e de morte. Não tenho o propósito de julgar as ações dessas pessoas. No entanto, uma verdade é que quem vai a Jesus e que tem ouvidos para ouvir o que Ele diz, acabará inevitavelmente assumindo publicamente o relacionamento com o Mestre.

Muito embora Nicodemos tenha vindo à noite falar com Jesus, posteriormente ele reconheceu Cristo publicamente.  Nicodemos tornou-se um dos discípulos de Cristo, tendo sido atraído pelo amor do Senhor, notoriamente manifesto pelos bondosos sinais sobrenaturais que Jesus frequentemente realizava. Ele decidiu ir até Jesus porque estava faminto por um conhecimento mais profundo do Senhor. E o Senhor não recusou recebê-lo, nem ouvi-lo. É interessante notar que Nicodemos, ao falar com Jesus, usa o termo plural ("sabemos", 1a. pessoa do plural - "nós"), o que poderia implicar que outros fariseus tinham o mesmo pensamento a respeito de Jesus - "és Mestre, vindo de Deus". De qualquer modo, a fala desse homem a respeito de Jesus era extremamente formalista, quase como uma "concessão" (e não um reconhecimento sincero) por aquele que, muito provavelmente, estava cheio de vaidade por causa de sua posição e conhecimento.   

Parênteses: Nicodemos é o tipo de grande número de homens hoje em dia. Todas as pessoas que têm uma espécie de ligação frouxa e superficial com o Cristianismo ecoam substancialmente as suas palavras. Eles elogiam Jesus Cristo por Sua divindade e por Sua obra redentora, e parecem pensar que estão conferindo uma honra ao Cristianismo quando condescendem em dizer: "Nós, os eruditos especialistas em literatura; nós, os árbitros do gosto; nós, os guias de opinião; nós, os redatores de jornais, revistas e periódicos; nós, os líderes dos movimentos sociais e filantrópicos, reconhecemos que Tu és um Mestre." 

Apesar da fala superficial de Nicodemos, Jesus o conhecia. Jesus conhecia não apenas as suas palavras, mas os seus sentimentos, seu interesse em saber mais sobre Ele; conhecia, principalmente, qual era a real necessidade daquele homem. Deus conhece além das nossas palavras que dizemos: Ele conhece o nosso real interior! Ele sabe o que realmente estamos querendo quando nos aproximamos Dele, quando oramos e o que dizemos em oração! As palavras bonitas não impressionam a Jesus, mas a realidade do coração sim; mesmo as palavras ditas sem qualquer eloquência ou retórica, se ditas do fundo da alma, em contrição e fé, são palavras que o Senhor ouve e atende! 

Qual era a real necessidade de Nicodemos? Jesus disse a ele: é nascer de novo: "A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus". O novo nascimento era e continua sendo a necessidade mais básica e a mais importante que ele, eu e você possuímos! É mais importante que qualquer outra necessidade que tenhamos ou que venhamos a ter. Esse novo nascimento é que nos possibilita sermos súditos do Rei dos reis e servos do Senhor dos senhores, súditos e servos de Jesus! O novo nascimento, ou regeneração, é uma grande transformação espiritual realizada em todos aqueles que crêem e recebem a Jesus como Senhor e Salvador, operada no interior humano pelo Espírito Santo. Logo, o novo nascimento é inseparável do arrependimento e da fé. 

A pessoa nascida de novo vive na certeza de que, a justiça de Deus lhe foi imputada, e agora, lhe foi proposta uma nova orientação moral, baseada numa nova criação na semelhança de Cristo (2 Coríntios 5:17: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."). A regeneração não leva o homem a perfeição sem pecado, mas leva a renúncia, dia após dia, da irreligiosidade e das paixões mundanas, para que “vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tito 2:12).  É a transformação do coração do homem, onde a vida divina é transmitida a alma humana (João 3:5; I João 5:11,12), como concessão de uma nova natureza (II Pedro 1:4: "Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo."). 

Deus já havia dito, no Antigo Testamento, por meio dos seus profetas, que operaria uma transformação no interior humano. Assim, por meio do profeta Jeremias, Deus disse: "⁷ E dar-lhes-ei coração para que me conheçam, porque eu sou o Senhor; e ser-me-ão por povo, e eu lhes serei por Deus; porque se converterão a mim de todo o seu coração." (Jeremias 24:7). Usando o profeta Ezequiel, por duas vezes Deus prometeu dar ao Seu povo... um novo coração! Esse novo coração os possibilitariam a obedecer a Deus: "¹⁹ E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne; ²⁰ Para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os cumpram; e eles me serão por povo, e eu lhes serei por Deus." (Ezequiel 11:19,20; Ezequiel 36:26,27). Note que, como dissemos, é esse novo coração - coração de carne e não de pedra, ou seja, um coração sensível à voz de Deus - que torna o homem capaz de andar e guardar a Palavra de Deus. Isso era algo que Nicodemos devia saber por ser mestre em Israel, mas que no entanto ignorava completamente, como disse Jesus (João 3:10). 

Esse novo nascimento é feito em nós pelo Espírito Santo. Observe que não é, em hipótese alguma, voltar a nascer como nascem todos os homens. Não é voltar ao ventre materno e ter novo corpo, como erroneamente ensina o espiritismo kardecista. Não é, portanto, reencarnação, ensino contrário a tudo o que a Bíblia ensina. Permita-me enfatizar: o novo nascimento é operado pelo Espírito Santo de Deus, que é Deus, na alma de um homem ou mulher já nascido(a), que se arrepende dos seus pecados e que aceita a Cristo como Salvador e Senhor, levando-o(a) a viver segundo a Vontade de Deus. É somente por essa transformação que podemos ser, então, filhos(as) de Deus: "¹² Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; ¹³ Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1:12,13). Há poder sobrenatural, poder de Deus, para que sejamos transformados em filhos(as) de Deus, poder este que é operado por Deus em nossa alma! Para sermos membros da família de Deus, Deus precisa nos comunicar Sua vida e natureza! É um ato de Deus e não do homem, onde a natureza do Deus vivo é implantada no homem quando este homem crê e recebe a Cristo em Sua vida como Senhor e Salvador e aceitá-Lo implica, obrigatoriamente, em identificar-se com Cristo em todos os aspectos! (veja mais: RESGATANDO O CONCEITO BÍBLICO SOBRE A SALVAÇÃO EM JESUS CRISTO (PARTE 7): A EXPIAÇÃO ).

Parênteses: Observe com atenção: o novo nascimento não é o mesmo que frequentar igreja, ainda que isso tenha o seu lugar. Leia mais sobre em ENTRAR PARA A IGREJA NÃO É O MESMO QUE CONVERSÃO

Por que precisamos nascer de novo? A conclusão mais óbvia possível é porque estamos mortos! Isso mesmo: estamos mortos em nossos delitos e pecados, desde que Adão pecou. Paulo nos ensina isso de forma muito clara: "¹ E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados" (Efésios 2:1). Mortos para com Deus, por conta da nossa natureza corrompida que possuímos, que nos leva contínua e crescentemente para longe de Deus. Chamamos isso "morte espiritual", como já explicamos em outra postagem (ver: CRISTIANISMO BÍBLICO FOR DUMMIES - I ). O novo nascimento é portanto a revivificação: o homem sai do seu estado de morte espiritual e desunião, e entra numa vida espiritual de união e comunhão com Deus.

A base mais profunda da necessidade do novo nascimento reside, desse modo, no fato do pecado. Querido(a) leitor(a), a afirmação enfática e urgente de nosso Senhor é facilmente testificada a partir de um simples e honesto exame das profundezas de nossos próprios corações à luz de Deus. Pense no que significa quando dizemos: 'Ele é Luz, e Nele não há escuridão alguma.' Pense naquela pureza absoluta, que, para nós, é uma terrível aversão a tudo o que é mau, a tudo o que é pecaminoso. Pense em que tipo de homens devem ser aqueles que podem ver o Senhor. E então olhe para si mesmo. Estamos preparados para ultrapassar esse limite? Estamos preparados para contemplar esse rosto? É possível que tenhamos comunhão com Ele? Se meditarmos corretamente sobre dois fatos, a santidade de Deus e nosso próprio caráter, sentiremos a real necessidade daquilo que Jesus Cristo realmente declarou o caso quando disse: “Deveis nascer de novo”. Sem essa profunda transformação, não há Céu para nós; não há comunhão com Deus para nós. Devemos estar diante Dele e sentir que um grande abismo está estabelecido entre nós e Ele, de forma a irmos à Jesus e então sermos pelo Espírito Santo regenerados!

Agora, pergunto: você já foi até Jesus, aceitando-O como Seu único e suficiente Senhor e Salvador? Sem isso, querido(a) leitor(a), as portas do Reino de Deus permanecerão cerradas diante de você. Você está e continuará de fora do Reino! E, naquele grande dia quando Cristo voltar à Terra, você ficará eternamente do Senhor. Deus respeita e respeitará sempre a sua escolha; no entanto, hoje Ele lhe concede a oportunidade de mudar o seu futuro em relação a Ele. O que Ele falou com Nicodemos fala com você também: você precisa nascer de novo! Essa é a sua mais importante necessidade! E essa necessidade é totalmente independente de quem você seja, de quaisquer grandes privilégios que você possa herdar por seu nascimento natural ou educação, ou religião, ou a posição que ocupa na sociedade civil ou religiosa. Todos os homens, sem exceção, precisam nascer de novo se querem entrar no Reino de Deus, se querem ser filhos de Deus!

Para sua meditação, ouça o hino abaixo:

 Graça, misericórdia e paz lhe sejam multiplicadas!

domingo, 29 de outubro de 2023

JESUS, FILHO DE DAVI, E O REINO DE DEUS


⁷ Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.
(Salmos 2:7)

³² E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus;
³³ Como também está escrito no salmo segundo: Meu filho és tu, hoje te gerei.
(Atos 13:32,33)

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O salmo segundo foi composto por Davi, rei de Israel. A história de vida de Davi, registrada na Bíblia, tem inspirado milhões de pessoas ao redor do mundo; suas vitórias, movidas por sua fé em Deus, e suas derrotas, causadas por sua natureza pecaminosa, servem como exemplo para todo aquele que estuda sua biografia. Acima de tudo, a vida de Davi revela um Deus que não despreza as pequenas coisas, nem ignora o menor dos homens. Enquanto a humanidade enxerga apenas os grandes, os fortes, os poderosos e os vitoriosos, Deus vê os humildes, os fracos, os pequenos e os desprezados nessa Terra. Deus valoriza e escolhe aquilo que o mundo despreza e considera inútil. Paulo, apóstolo de Cristo, vai nos dizer qual é o propósito de Deus: "²⁷ Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; ²⁸ E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; ²⁹ Para que nenhuma carne se glorie perante ele." (1 Coríntios 1:27-29). Toda a glória será, portanto, sempre do Senhor, por todos os feitos e maravilhas operados por seus filhos e servos; suas obras serão sempre feitas por meio da Sua "mão forte" e do Seu "braço estendido" (Deuteronômio 26:8).

Quem intentará
Contra o braço forte do Senhor?
Quem impedirá o seu agir?
 

(Louvor: Te Exaltamos

Davi era um jovem rapaz, o mais novo dos quatro filhos de um homem chamado Jessé. Ele pastoreava as ovelhas de seu pai, quando foi chamado para comparecer perante Samuel, profeta do Senhor (I Samuel 16:1-13), que havia sido enviado por Deus à casa de Jessé para ungir com azeite (esse era o costume) um novo rei para Israel. Chegando ali, Samuel viu o mais velho dos filhos de Jessé, chamado Eliabe, e ficou impressionado com ele e concluiu que este era quem Deus havia escolhido para ser o novo rei; afinal, era uma pessoa de aparência que chamava atenção. Deus, contudo, entendia de forma diferente: "⁷ Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração" (1 Samuel 16:7). Davi foi então ungido como rei.  

Parênteses: Deus olha para o coração. As aparências enganam aos homens, não a Deus. Os homens se impressionam com aquilo que veem, sem se quer cogitarem em buscar conhecer a verdadeira realidade interior. É bom deixar claro que discernir os propósitos humanos é tarefa impossível a nós, no entanto deveríamos pelo menos buscar ao Senhor para que Ele, que vê os corações, nos orientasse em nossas escolhas. Veja como isso é relevante: escolhemos líderes pela aparência exterior; escolhemos maridos e esposas usando como critério seus corpos esculturais; escolhemos "livros pela capa". Ficamos empolgados com o que vemos, mas não buscamos conhecer quem realmente são os nossos "eleitos". Os desastrosos resultados de nossas escolhas precipitadas são notórios. 

O reinado de Davi foi marcado por grandes vitórias, mas também por grandes problemas. Ele é conhecido por ser aquele que matou o guerreiro experimentado e equipado  filisteu Golias com uma pedra, que desafiara a Israel (I Samuel 17) (a altura de Golias era de 6 côvados e um palmo, equivalente entre 2,92 metros e 3,96 metros, dependendo da equivalência usada para converter a antiga unidade de medida côvado, que pode ser de 45 a 66 centímetros – já o palmo seria metade de 1 côvado). Muitas outras vitórias Davi alcançou, o que provocou um forte sentimento de inveja no então rei de Israel, Saul, que passou a procurar matar a Davi (I Samuel 18) (a quem Deus havia rejeitado como rei, mas que ainda estava no trono da nação). O conflito com Saul irá perdurar até a morte do rei. Somente após a morte de Saul é que Davi foi entronizado como rei (II Samuel 2:1-7). 

Parênteses: Conhecemos Davi como aquele homem que, diferentemente de Saul que fora rejeitado, foi segundo o coração de Deus: "¹³ Então disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou; porque agora o Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre; ¹⁴ Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o Senhor, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou" (1 Samuel 13:13,14). Isto significa que Davi seria o homem que iria satisfazer todos os desejos do coração de Deus, e não iria se opor a eles como fez o rebelde e obstinado Saul. Ser segundo o coração de Deus não significa, portanto, aprovação tácita e irrestrita de todos os atos pessoais de Davi. É bom que isso fique muito claro: Deus pode escolher pessoas para cumprirem os Seus propósitos eternos na Terra, mas isso não significa que Deus irá aprovar tudo o que essas pessoas fizerem em âmbito pessoal.  

Um dos pontos de destaque no relacionamento de Deus com Davi é a aliança que o Senhor fez com ele: "¹² Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. ¹³ Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre" (2 Samuel 7:12,13). Estas promessas referem-se de forma imediata a Salomão, o sucessor imediato de Davi. No entanto, o que Davi não sabia (e nem tinha como saber) é que essas promessas faziam referência também a Cristo, que é frequentemente chamado de filho de Davi (Mateus 1:1, 9:27, 15:22, 20:30,31, 21:9). Esta é uma aliança incondicional feita entre Deus e Davi por meio da qual Deus promete a Davi e Israel que o Messias (Jesus Cristo) viria da linhagem de Davi e da tribo de Judá e estabeleceria um reino que duraria para sempre. A Aliança Davídica é incondicional porque Deus não impõe quaisquer condições de obediência ao seu cumprimento. A garantia das promessas feitas repousa unicamente na fidelidade de Deus e não depende de forma alguma da obediência de Davi ou de Israel.

No salmo segundo, vemos que com base na aliança que Deus havia feito com ele, Davi entendia que seu reino seria perpétuo, ou seja, que o trono de Israel seria sempre ocupado por um descendente seu, visto que seu reino era protegido por Deus. Para Davi, seu reino seria estendido até aos confins da Terra. Como dissemos, Deus não havia revelado a Davi sobre a vinda de Jesus Cristo, que iria acontecer séculos depois. Davi via, portanto, a si mesmo como o ungido de Deus, ou seja, como o messias (o vocábulo messias, "mashiach" [מָשִׁיחַ] em hebraico, significa ungido - lembre-se que ele foi ungido por Samuel, como já mostramos anteriormente).  Ao entender-se a si mesmo como messias, Davi declara que reinava tão somente pela autoridade e mandato de Deus. E, assim, ele proclama o seu decreto real: que assumiu o trono não por ter usurpado esse trono, mas sim por exclusiva Vontade Soberana de Deus. Conforme depreendemos da leitura desse salmo, Deus havia falado com Davi antes de colocá-lo como rei em Israel, reconhecendo-o como sendo Seu filho eleito.

Agora, observe: Esta passagem, como dissemos, aponta em especial para um cumprimento futuro, referindo-se profeticamente ao Senhor Jesus Cristo. Isso não significa que Cristo veio a existir apenas após o seu nascimento, mas sim que Ele, que sempre fora Espírito por toda a eternidade, por meio do nascimento de Maria, tornou-se também homem como eu e você. O apóstolo João em seu evangelho diz que Ele, o Verbo eterno, se fez carne (João 1:1-3,14): 

¹ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
² Ele estava no princípio com Deus.
³ Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
¹⁴ E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

Paulo, escrevendo aos crentes que estavam na cidade de Colossos, diz sobre Jesus que Ele é o criador e o mantenedor de todas as coisas que foram criadas por Deus - ou seja, por Ele: "¹⁶ Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. ¹⁷ E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Colossenses 1:16,17; comparar com Gênesis 1:1-3 e subsequentes).

Assim, Jesus, que sempre foi 100% Deus, ao tornar-se carne passou a ser também 100% homem, tendo a união sobrenatural de duas naturezas, a divina e a humana. 

Como Deus, Jesus tinha (e tem) toda autoridade no céu e na Terra (Mateus 28:18). Ele é chamado no Novo Testamento de Deus (Hebreus 1:8; João 20:28; Romanos 9:5). Ele também é chamado de "alfa e ômega", ou seja, como o princípio e o fim de todas as coisas (Apocalipse 1:17; Isaías 44:6). Jesus Cristo aceitou adoração sem hesitar (João 13:13; Mateus 14:33). O próprio Deus Pai  expressa o Seu desejo em que Cristo seja adorado (Hebreus 1:6; Filipenses 2:10,11). 

Como homem, Ele nasceu de uma mulher, Maria (Gálatas 4:4; Mateus 1:18; João 2:1), tendo sido gerado no útero dela de forma sobrenatural, pela ação do Espírito Santo, sem qualquer envolvimento de José (Maria era virgem, ou seja, não havia copulado com ninguém até então): "³⁴ E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? ³⁵ E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. ³⁶ E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; ³⁷ Porque para Deus nada é impossível" (Lucas 1:34-37). Ele era descendente de Davi (Lucas 1:26,27) porque José, seu pai terreno, era descendente de Davi. 

Parênteses: Pai não é apenas aquele que gera, mas principalmente aquele que assume a responsabilidade pelo cuidado, proteção e orientação do filho. Muitos homens que geram filhos não podem, a rigor, serem chamados de pai; por outro lado, muitos que nunca geraram filhos com sua semente são verdadeiramente pais. Vale dizer aqui que ao contrário do que ensina a sociedade, Deus leva a paternidade muito a sério. Podemos até dizer que a qualidade de pai, de um bom pai, é a qualidade mais semelhante a Deus que um homem pode adquirir. É a realização mais elevada do homem (leia mais em: Paternidade).

Como homem, Jesus tinha uma aparência física com qualquer homem (João 4:9; João 21:4,5): tinha rosto com suas feições humanas, tinha braços e pernas; tinha um corpo humano (note que Deus nunca revelou Sua aparência a ninguém, mas resolveu revelar ao mundo Si mesmo em Jesus). Ele teve Seu desenvolvimento natural como qualquer ser humano normal (Lucas 2:40,46,52). Vemos na Bíblia que Jesus estava sujeito a: a) fadiga (João 4:6; Isaías 40:28); b) sono (Mateus 8:24; Salmo 121:4,5); c) fome (Mateus 21:18; Salmo 50:10-12); d) sede (João 19:28); e) sofrimento e dor física (Lucas 22:44); f) e morte (I Coríntios 15:3). Como vimos no artigo anterior, Ele sofreu e morreu, como homem, por nossos pecados (veja em: "QUEM CREU NA NOSSA PREGAÇÃO": A DESCRIÇÃO PROFÉTICA DOS SOFRIMENTOS DE CRISTO ). Ele foi ressuscitado pelo poder do Espírito Santo, voltando o Seu corpo humano à vida após 3 dias de ter sido morto, aleluia! 

Este Jesus é quem a Igreja deve adorar e pregar. É Ele que é o Salvador de todo aquele que a Ele se achega, com fé, reconhecendo- se pecador e arrependendo-se dos seus pecados. Ele é o único mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5): Ele é aquele que aquele que intervém entre nós e Deus, fazendo paz entre nós, ratificando a (nova) aliança que Ele celebrou na cruz. 

Jesus foi rejeitado pelos homens e foi crucificado, mas Deus o fez Senhor e Cristo (Atos 2:36), o Messias, O prometido. No final dos tempos, está predito que 10 líderes mundiais que se aliarão ao Anticristo, submetendo-se à sua liderança e agenda e que, por isso mesmo, se unirão para lutar contra Jesus, o Cordeiro, e contra o Seu povo. Mas eles travarão uma guerra perdida. Ninguém jamais venceu uma batalha contra Deus e ninguém jamais vencerá uma batalha contra o Senhor Jesus (Apocalipse 17:14). Jesus é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores e carregará este título em Suas vestes e coxas quando derrotar Seus inimigos (Apocalipse 19:16). É importante ressaltar que Apocalipse 17:14 identifica aqueles que acompanham Jesus em Sua batalha vitoriosa contra Seus inimigos como “chamados, escolhidos e fiéis”. Jesus os chamou para Si, os escolheu do mundo e os capacitou a serem fiéis. 

O Reino de Deus, esfera de domínio de Deus, disse Jesus, é chegado a nós. E esse Reino pode também estar em nós. Para isso, é preciso que nos arrependamos e creiamos no Evangelho: "¹⁴ E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus, ¹⁵ E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho" (Marcos 1:14,15). Esse Reino começa pequeno e insignificante aos olhos humanos, mas quando percebemos que ele está implantado por vermos seus frutos, é a hora da ceifa e mais nada podemos fazer, nenhuma decisão podemos tomar (Marcos 4:26-29): 

²⁶ E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra.
²⁷ E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como.
²⁸ Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga.
²⁹ E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa. 

No devido tempo Jesus retornará à Terra, enviando seus anjos para fazer a colheita, separando justos (chamados por Jesus de "trigo") e injustos (chamados por Jesus de "joios" e de "palha") (Mateus 13:24-30,36-43): 

²⁴ Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo;
²⁵ Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
²⁶ E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.
²⁷ E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio?
²⁸ E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo?
²⁹ Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele.
³⁰ Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.
³⁶ Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
³⁷ E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem;
³⁸ O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno;
³⁹ O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.
⁴⁰ Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo.
⁴¹ Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniqüidade.
⁴² E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.
⁴³ Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. 

Agora, querido(a) leitor(a), chegamos a um impasse: somos nós, eu e você, parte integrante do Reino de Deus, quer sejamos trigo quer sejamos joio. A diferença básica é que no caso do trigo o reino de Deus não é só externo, mas essencialmente interno, no nosso homem interior. Isso faz toda a diferença, isto é, se entregamos a Deus o governo da nossa vida ou não, se Ele é o nosso Senhor e Rei ou não. Jesus é Rei; mas e nós, somos os seus fiéis súditos? O Reino de Deus é de natureza eterna, querido(a). Jesus disse que esse Reino já veio, mas olhando para esse mundo ainda vemos presente o mal, que não faz parte do Reino de Deus. Esse Reino está primeiramente no coração de cada um que recebe a Cristo como Senhor e Salvador e, então, estará um dia também manifesto de forma visível no mundo, sem o mal e suas consequências. O inimigo das nossas almas, o diabo, foi vencido na cruz; no entanto, ainda está por aí, aprontando suas diabruras. Mas ele será finalmente lançado em um lugar de tormento eterno, junto com todos aqueles que insistiram em segui-lo: "¹⁰ E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. ¹³ E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. ¹⁴ E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. ¹⁵ E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo." (Apocalipse 20:10,13-15).   

Como fazer para que este Reino esteja em nosso interior? Como disse Jesus, só tem um jeito: se arrepender e crer no Evangelho. Arrependimento é um assunto muito importante na Bíblia, assim como crer no Evangelho também o é. Arrependimento, no Novo Testamento, é metanoia, uma “mudança de mente”, implicando deste modo em mudar de ideia em relação ao comportamento passado. O verdadeiro arrependimento leva a pessoa a dizer: “Eu pequei” e provar isso com uma mudança de direção de 180 graus. O arrependimento requer verdadeiro quebrantamento. Arrependimento NÃO é pedir perdão ao Senhor com a intenção de pecar novamente, mas é um reconhecimento honesto e arrependido do pecado com compromisso de mudança. Ele nos leva a cultivar a piedade enquanto lutamos intensamente para erradicar os nossos maus hábitos que levam ao pecado. 

A Bíblia ensina que o arrependimento é uma mudança de coração e de vida em relação ao pecado. É uma mudança de nossos caminhos pecaminosos para Deus. Nós nos arrependemos porque pecamos contra Deus e queremos ser perdoados. Quando nos arrependemos, reconhecemos a nossa necessidade do perdão e da graça de Deus. Estamos confessando que pecamos e queremos nos afastar do nosso antigo modo de vida. Não queremos mais viver em desobediência a Deus. Em vez disso, queremos conhecê-Lo e seguir Seus ensinamentos. Queremos adorar a Deus com todo o nosso coração, alma, mente e força.

Por outro lado, é preciso que aquele que com sinceridade se arrepende creia no Evangelho. É o Evangelho, "boias novas", que mostram Jesus como Salvador de todo aquele que, arrependido de seus pecados, Nele crê; que mostra-nos o grande amor de Deus por nós, sendo nós ainda pecadores, dando a nós Seu Filho Unigênito Jesus, para que todo aquele que Nele crê não pereça eternamente, mas tenha a vida eterna. 

Agora, eu preciso perguntar: o que você vai fazer em relação ao Rei Jesus, filho de Davi? Irá, arrependido, passar a reconhecê-Lo como Rei da sua vida, entregando a Ele seu coração? Ou irá insistir em ser seu próprio senhor e rei? O Reino de Deus sob o governo de Jesus é eterno, mas você não é eterno. Mesmo sua vida nessa Terra não durará para sempre. A questão então não é "se", mas "quando" e em que condições iremos, eu e você, comparecer perante ao Excelso e Sublime Rei Jesus. Ele foi rejeitado e crucificado há mais de 2.000 anos e, com nossa incredulidade, ao rejeitá-Lo estamos crucificando-O outra vez.

O tempo, querido(a) leitor(a), está cumprido. Arrependa-se e creia no Evangelho. Qual será a sua decisão? Para sua meditação, escute esse belo hino:


 Pense nisso. Graça, misericórdia e paz lhes sejam multiplicadas.        

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

"HOW LONG, LORD?": A WORD OF HOPE TO THOSE WHO SUFFER FROM EVIL

How long, LORD, will I cry, and you will not hear me? I will shout to you: Violence! And won't you save? Why do you show me iniquity and make me see oppression? For destruction and violence are before me; there are contentions, and litigation arises. (Habakkuk 1:2,3)

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Habakkuk was a prophet of the Lord, who lived at the time of the rise of the Chaldeans in the century. VII-VI BC From the point of view of geography, the Chaldeans lived in southern Babylon, which would be the southern part of Iraq today. The land of the Chaldeans was the southern portion of Babylon or Mesopotamia. It is generally understood that it was an area about 400 miles long and 100 miles wide along the Tigris and Euphrates rivers.

The Chaldeans were an intelligent and often aggressive warrior people, spreading violence and destruction across many nations of the time. We must not forget that it was the Chaldeans who influenced Nebuchadnezzar's decision to throw Shadrach, Meshach and Abednego into the fiery furnace (Daniel 3:8) and were known as wise men and astrologers during the time of the Jewish captivity in Babylon (Daniel 1: 4; 2:10; 4:7; 5:7, 11). See the description of the Chaldeans in Habakkuk: "For behold, I raise up the Chaldeans, a bitter and impetuous nation, who march throughout the breadth of the earth, to take possession of dwellings that are not theirs. They are fearful and terrible, and they themselves create the their right and their dignity. Their horses are swifter than leopards, fiercer than wolves at dusk, their riders spread far and wide; yes, their riders come from far away, they fly like an eagle that rushes to devour. They all come to do violence; their face sighs to go forward; they gather the captives like sand. They mock kings; princes are the object of their laughter; they laugh at all strongholds, because, heaping up earth, they take it." (Hc 1:6-10)

This historical context brings to mind the absurd escalation of violence that we are currently faced with. The world today has more than ever an inclination towards violence, which becomes more and more intense and cruel every day. Violence - the physical or moral constraint exerted on someone, to force them to submit to the will of others; the curtailment of justice and law, coercion, oppression and tyranny - is spreading more and more throughout the world. See, for example, how world leaders are increasingly distant from peace. Peace has long ceased to be a state and a virtue to be sought and preserved, becoming something unthinkable in the modern context. Wars, military tests, threats, hatred, disregard for human life... violence. It is not the scope here to go into matters of geopolitics, but the fact is this: the leaders of nations, in their comfortable presidential residences surrounded by the best and the best, mobilize their armies against each other in investments of trillions of dollars, hating each other with their petty and self-centered interests; Thus, wars are happening and violence only grows.

I ask: what do these leaders expect to happen? Do they hope to emerge victorious in their wars against each other? In a war, no one really wins: everyone loses. They lose their lives, literally and subjectively: thousands die to fulfill someone's baseless whims. Those who survive leave scars on their bodies and souls for the rest of their lives. And what about children who lose their parents, parents who lose their children, wives who lose their husbands and vice versa? The destroyed dreams and homes? The hunger, the diseases, the rapes, the murders of innocent people?

Parentheses: If you believe in Christ and read this post, I ask you the following question: if your nation is at war with another, do you approve of it? Do you approve of all this violence against anyone, anyone? Do you agree with the killing of children, the rape of women, the forced deportation and repatriation of people whose lives were destroyed? Do you agree to destroy someone just because your "heart leader", full of arrogance and megalomaniacal desires, decided that the other country is your enemy? And before fallacious arguments arise, know now: God has never approved the war of one nation against another! The wars involving Israel, in the Old Testament, only happened because the nations wanted to destroy Israel at all costs and God would never allow such a thing. Don't think for a minute that God loves violence; on the contrary, Jesus is called the Prince of Peace in the Bible! It is absurd that evil is practiced and, on top of that, using God as justification! Not just nonsense, but blasphemy!

Yes, the Chaldeans were a terrible and cruel people. But Habakkuk presents his complaints to God in the form of lamentation over the wickedness, injustice and rampant violence of... Judah! Yes, that's right: the prophet's complaint focused on that nation that comprised God's people in the Old Testament, those whom God had adopted as His people, who had strayed from God to such an extent that they had become a cruel people. and evil. Here we have an important lesson: there can only be goodness, justice, truth, mercy, light and love if there is real and true communion between God and man. Only when man submits himself to His Creator in a humble and voluntary way, recognizing his gigantic need for God, does it become possible for the virtues of God to be generated in human life. The deeper the distance from God, the more we manifest the worst in each of us. Make no mistake about yourself: every human being has the capacity to do evil and, to make matters worse, our entire inclination is to do evil. Without God, we become as cruel and evil as Hitler, Mengele and many others. 

Parentheses: Never, at any time, confuse God with religion. Religion is a human invention of men who supposedly proclaimed themselves "experts on God". In the same way, communion with God does not mean religious adherence and activism, nor much less approval from your religious leader. God has nothing to do with religion nor has he ever ordered anyone to create a religion about Him. In fact, reality shows that although we have many, many religions, of the most different types and systematics, there is very little relationship with God, which demonstrates the ineffectiveness of religions in reconnecting man to God.

Habakkuk therefore expresses all his disappointment and inability to accept the deplorable state of Judah. In fact, it is really difficult to accept when someone who claims to know God expresses precisely the opposite with his attitudes. He then asks, "Lord, how long?" "How long will I violate my own soul by contemplating the evil that Your people and my people have been committing? How long will they not listen to You, Supreme God and Lord, to repent of their sins and turn to You?" "How long, Lord, will there be no judgment against wickedness and injustice?" This question is based on both human reality and the nature of God:  

1. Human reality: “Why do you make me see iniquity and oppression? For destruction and violence are before me; there are also contentions, and litigation is aroused. For this cause the law is relaxed, and justice never manifests itself; for the wicked surrounds the righteous, so that justice is perverted.” (vv.3,4)

2. Nature of God: “You who are so pure of eyes that you cannot see evil, and you cannot behold wickedness.” (vv.13)

For the prophet, God would be inactive and indifferent in the face of evil, witnessed not only by the prophet, but by God himself. How could God, who is Holy, look at malice and do nothing? This question from the prophet was not motivated by a lack of faith, but by a lack of understanding regarding the harmonization of two distinct realities; he did not understand the way of God.  

It's one thing to not understand God's way, it's another thing to doubt God. Not understanding God's path is a reality that is often present in the Christian journey. We do not always understand how God acts or will act in specific situations (Is 55.8,9). The biblical requirement for a relationship with God is not placed on the intellect, but on faith (Heb 11.6). Many times we will not understand why something happened, but as Christians we must be sure that God loves us and so we must trust Him! There is much that God does that is too great for us to understand: “Such knowledge is too wonderful for me; high it is, I cannot reach it.” (Ps 13.6). THERE ARE MATTERS TOO GREAT AND WONDERFUL FOR US. We must believe in God above all things, even if these things seem strange and contradictory to us. Every contradiction comes from ourselves, from our inability to understand things that are far above our understanding!

The answer that God gave to Habakkuk was even more incomprehensible to the prophet: "I raise up evil to judge evil"! To the prophet Habakkuk's first questions, God responded by saying that he would raise up an evil and violent nation – the Chaldeans – in order to judge the wickedness of his people, Judah. (1: 5-11). This answer upset the prophet even more! Will God use an instrument worse than evil in Judah for judgment? Will the wicked have even more prosperity? How can God in His holiness tolerate evil and allow evil to prosper? The prophet then waits patiently like a sentinel to see how the Lord will answer him (2:1).

What the prophet had no way of knowing is that God's response needs to be analyzed in light of the revelation of the entire Bible, which includes the New Testament. God, permissively, allows the evil sown by man to return to man himself as a harvest for all evil (Gal 6.7,8). Whatever a man sows, that he will reap. We, the human race, reap the evil that we sowed since the day we chose the greatest evil, which was moving away from God in Eden. There too we doubt God; we doubt that the Lord had good intentions toward us when he forbade us to eat from the tree of the knowledge of good and evil. The seed that the devil planted in our hearts was distrust of God, motivating the transgression of the divine order and hence the fear of God and all the evil that has been and has been committed and accumulated since then. This "hereditary malignancy" can only be reversed by the conversion of the human soul to God and this is only possible through faith in the sacrifice and resurrection of Jesus. Dear reader, pay close attention: WITHOUT JESUS, THERE IS NO ESCAPE! WITHOUT JESUS, WE ARE DEAD IN OUR CRIMES AND SINS AND, AS THE LIVING DEAD, WE WILL INEVITABLY EXHALE THE STELL OF OUR SPIRITUAL AND MORAL DECOMPOSITION. And this is independent of philosophies, science, moralism, religions, etc. Nothing but faith in Christ can change our state. Evil will always produce evil, malice will always produce malice, violence will always produce violence, sin will always generate more sin and distance from God, which can dangerously lead us to an irreversible spiritual situation (Ps 42:7).   

Parentheses: It's been more than 2,000 years since Jesus became flesh, died crucified and rose again on the 3rd day and we, the human race, don't care about Him! He came and died for us. God, out of His goodness, sent us His beloved Son; On the cross He died for the sins of all who believe in Him. God left us the written Word of God. He gave us the Church (not religious organization, but living organism). He left the Holy Spirit on Earth to convince man of his life of sin and the consequences of this way of living. Even so, many do not accept God's truth about the real nature of their lives. They fight against the truth. They resist the Holy Spirit with every sermon, with every appeal. They love the lie they live more than the truth they hear. A lie, action or way of living, will always generate more lies. God, then, allows them to continue believing and living in the lie: “And for this reason God sends them the operation of error, so that they believe the lie; so that all may be judged who did not believe the truth but took pleasure in unrighteousness.” (II Ts 2.11,12) In truth, the fact is that we want to live our way, according to what comes into our heads! We want to live in this world not in the way that God established, not following His Will, but following ourselves. We become our own god, with our own truths and judgments! In the end, if we stubbornly insist on this path of total rebellion from God, without recognizing and accepting God and His Will, we can expect the worst and we will have nothing to complain about when the consequences come. Evil is, therefore, only the consequence of evil experienced and practiced (Rm 6.23). The salary of sin is death. However, God's free gift is eternal life in Christ Jesus our Lord. What do you choose: life or death? The gift or the salary? 

God ordered the prophet to write the answer, in order to guide whoever read it and to prove compliance. The prophetic vision that God gave to Habakkuk had time for fulfillment: “For the vision is to be fulfilled at the appointed time, but it hastens to the end, and will not fail; If it delays, wait for it, because it will certainly come, it will not delay.” Bringing it back to the New Testament, the fulfillment of the vision that God gave to Habakkuk will have no final fulfillment in the end times. Evil is not eternal, nor will it be a constant in the human race. Those who were purchased by the Blood of Jesus, whom He made kingdoms and priests from among all tribes, languages, peoples and nations, will live in a new reality forever alongside the good Savior. They will live in a reality where there will be no more wars, where the weapons that were once used by men as instruments of war will now be used as instruments of cultivating the land: "And he will judge between many peoples and will punish powerful nations even far away; and they will convert the their swords into plowshares and their spears into pruning hooks; one nation will not lift up a sword against another nation, nor will they learn war any more. But they will sit each one under his vine and under his fig tree, and there will be no one to be amazed, for the mouth of the LORD of hosts has spoken it.” (Micah 4:3,4)  

Yes, dear reader: That time will come, when the dead in Christ will rise first and those who are alive will be caught up by the Lord and meet Him in the air! The time will come when the Lord Jesus will return to this Earth once again and rule over all the peoples of the Earth! Death, hunger, illness, pain and all kinds of suffering, all evil and injustice, all lies and sin will come to an end. The devil and all those who insisted on doing evil will forever be thrown into the lake that burns with fire and sulfur, the second death (Rev 20:10,14,15).

It is in this promise of God, based entirely on His immeasurable love for us, that we must renew our faith and our hope! God responded to Habakkuk saying that the righteous would live by his faith (Hab 2:4). Today someone is only righteous because they were justified by their faith in Christ and it is based on this faith that this person must live. Not based on human circumstances. What to do if everything around us seems hopeless? What to do in the face of evil? What to do if we are involved in a desperate situation? Do this: trust in God. This was God's response to Habakkuk, "trust in Me," which led the prophet to exclaim, "For though the fig tree does not blossom, nor is there fruit on the vine, the produce of the olive tree lies, and the fields do not produce food; the sheep of the meadow be taken away, and there are no cows in the pens; yet I will rejoice in the LORD, I will exult in the God of my salvation. JEHOVAH the LORD is my strength, and he will make my feet like the feet of hinds, and will make me walk on my heights." (Hc 3:17-19) God loves you and that is enough! 

Luther, the Protestant reformer, composed the hymn "A Mighty Fortress" on the occasion of his call to the Diet of Worms, where there was the danger of being condemned to the stake exactly as John Huss had been about 100 years earlier. The music was composed in Wittenberg, Germany in 1529. The last verse of this hymn says:

Let goods and kindred go, this mortal life also
The body they may kill; God’s truth abideth still
His kingdom is forever

Those who belong to the Lord Jesus are His, whether in life or in death. Nothing, not even death, can separate from Jesus the one whom Jesus purchased with His blood! The time to meet Our Lord is coming! Have faith in the Lord, don’t give up in the face of the evil in this world! Have faith in the Lord even in the face of your suffering or the suffering of those you love!

Therefore do not reject your confidence, which has a great and great reward. Because you need patience, so that, after having done God's will, you may obtain the promise. Because there is still a little time, And what is to come will come, and it will not delay. But the righteous will live by faith; And if he retreats, my soul has no pleasure in him. (Hebrews 10:35-38)

Grace, mercy and peace be multiplied to you!

domingo, 22 de outubro de 2023

"QUEM CREU NA NOSSA PREGAÇÃO": A DESCRIÇÃO PROFÉTICA DOS SOFRIMENTOS DE CRISTO


  ¹ Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?
² Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.
³ Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
⁴ Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
⁵ Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
⁶ Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
⁷ Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
⁸ Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido.
⁹ Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.
¹⁰ Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.
¹¹ Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.
¹² Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.

Isaías 53:1-12

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O "braço do Senhor", expressão que Isaías usa na introdução do que ele irá falar. É o que chamamos de "linguagem antropomórfica", onde partes humanas são atribuídas a Deus, cuja natureza é espiritual (João 4:24) e que portanto não possui tais partes. Essa expressão enfatiza a noção de poder de Deus em manifestação, sendo portanto uma metáfora usada para transmitir sua ação poderosa na história humana. Afinal, o que espera-se de um Ser que é Deus é que Ele seja Todo-Poderoso, sendo portanto capaz de realizar aquilo que Ele tencionar fazer, sem nenhuma dificuldade ou obstáculo que o possa impedir.  

Paradoxalmente, Isaías vai apresentar na continuidade de sua fala que essa manifestação do braço do Senhor será vista em algo que não possui, a princípio, nada de poderoso. Muito pelo contrário, o braço do Senhor será manifesto em um contexto de desprezo, aflição, opressão e sofrimento de um ilustre desconhecido em sua época, do servo do Senhor, até então sem nome ou genealogia que pudesse identificá-lo. Quem seria esse servo do Senhor? E, pior: como é que esse servo do Senhor, manifestação do poder de Deus, seria desprezado, afligido e oprimido? O campeão de Deus sendo esmagado e moído e ainda por cima morto, como assim?!? Qualquer pessoa diria que Isaías está, no mínimo, totalmente por fora, falando de Deus, sobre quem Isaías não entende patavina.

Sim, Isaías fala de um Servo de Deus sofredor. Algo ilógico, inconcebível e tido por impossível por aqueles que ouviam Isaías falar. Não conseguiram crer no que ouviam, por isso a pergunta "quem creu em nossa pregação?". Eles escutavam e não criam, porque ainda que tivessem a clareza de Seu Deus como Todo-Poderoso eles limitavam a atuação desse Deus. Noutras palavras, eles criam em um Deus Todo-Poderoso que agisse sempre como Ele fez no Egito, com maravilhas, sinais e prodígios, enviando pragas, abrindo o Mar Vermelho, fazendo o monte fumegar e trombetas tocarem quando de Sua manifestação sobre o Sinai, com coluna de nuvem e de chamas guiando o Seu povo durante a jornada pelo deserto até a terra prometida. Moisés, servo do Senhor, fora poderosamente usado por Deus para fazer esses milagres. Davi, menino pastor de ovelhas, servo do Senhor, venceu o experiente guerreiro Golias com uma pequena pedra. E assim como eles outros tantos tem seus feitos, como servos do Senhor, demonstrando o braço do Senhor. Logo, aqueles que ouviam Isaías falar, estavam acostumados com a idéia de que grande poder e vitória eram o resultado de Deus sobre suas vidas.

Deus é todo-poderoso, sim com certeza! E como todo-poderoso, Deus escolheu manifestar-Se em um contexto de humilhação! Em um contexto de auto-esvaziamento por parte do Seu servo. Alguém não inserido em palácios, em epopéias, em contos heróicos como os dos campeões guerreiros das religiões; por certo, alguém que não tem nada em si que, visto por nós, gere admiração ou que inspire a seguir o mesmo caminho.  

Como você, querido(a) leitor(a), já deduziu, estamos falando sobre Jesus. Jesus é o Servo sofredor, manifestação do braço do Senhor, sobre quem Isaías fala sem conhecer sua identidade, cerca de 740-750 anos antes de Jesus vir a este mundo, humanamente nascendo de Maria. Sim, Ele veio por nós, sofreu por nós e morreu por nós; como diz o próprio profeta Isaías, por nossas transgressões e iniquidades. Sofreu e morreu por mim e por você, em nosso lugar, para expiar os nossos pecados (RESGATANDO O CONCEITO BÍBLICO SOBRE A SALVAÇÃO EM JESUS CRISTO (PARTE 7): A EXPIAÇÃO ). 

Como Isaías descreve Jesus?

1. Como a muda de um planta fraca e frágil, lutando para sair do solo seco.  Uma raiz que brota num campo rico e fértil deve muito ao solo em que cresce. Não é de admirar que algumas plantas prosperem abundantemente, pois a terra em que são plantadas é peculiarmente adequada ao seu crescimento. No entanto, Isaías fala de um broto de uma raiz de uma árvore, que tendo sido derrubada, nada restou além do toco. Esse broto que surge de uma árvore, cujas folhas frondosas foram há muito tempo cortadas, surge em um “solo seco”. Um ramo fraco, que pode ser facilmente destruído, surgindo em condições totalmente contrárias ao seu surgimento e desenvolvimento. Qualquer animal pode pisar nessa planta, qualquer inseto pode facilmente devorá-la. Um broto que surge no deserto, limitado por falta de umidade. Não uma planta de crescimento vigoroso, abastecida de chuvas abundantes e crescendo em um solo rico e fértil, mas seria como o crescimento limitado das areias do deserto.

Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua humilhação, veio em grande debilidade; nascido como um bebê indefeso, ele correu grande perigo em sua infância pelas mãos de Herodes e, embora preservado, não foi por um exército poderoso, mas pela fuga para outra terra (Mateus 2:13-15). Seus primeiros dias não foram passados em meio à música marcial dos acampamentos, ou na grandeza das cortes, mas no retiro de uma carpintaria - lugar adequado para “uma tenra planta”. Sua vida era gentil, ele era inofensivo como um cordeiro. A qualquer momento parecia fácil destrui-lo! Quando o Senhor foi crucificado, aos olhos humanos era o fim de toda a sua obra; era o fracasso de todo o seu ministério terreno, era o fracasso total!

2. Não tinha aparência e nem formosura, nenhuma beleza que agradasse. Naturalmente, uma pequena planta brotando em solo seco não possui nada de destaque. Na verdade, não damos a mínima para plantas brotando em qualquer lugar, muito menos em um que é totalmente inóspito. Gostamos de ver flores bonitas, mas um brotinho de planta, lutando para se desenvolver? Quando olhamos para ela, pensamos "essa não vai durar muito"!. 

O Senhor Jesus não tinha vestes de realeza; nenhuma coroa de ouro cheia de pedras preciosas brilhando em sua cabeça; nenhuma comitiva esplêndida; nenhuma matriz linda para o homenagear. Moisés era filho da filha de Faraó, Davi era rei de Israel; mas Jesus era, humanamente falando, o filho de pessoas comuns, de Maria e de seu esposo José. O essas pessoas tinham de especial? Nada. Jesus não tinha aparência majestosa, nem possuía resplendor algum. Não era alguém que se destacasse visivelmente externamente em meio à multidão, era uma pessoa como outra qualquer. 

3. "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso". Um "homem de dores", isto é, um homem profundamente marcado pela dor e pelo sofrimento, marcado por tristezas. Veja que Isaías diz que ele "sabe o que é padecer". Sim, seu desprezo e sofrimento foram terríveis: 

a) Ele transpirou sangue pelos poros de sua pele: "⁴⁴ E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (Lucas 22:44). Esse fenômeno é chamado hematidrose, condição clínica onde o paciente apresenta um suor juntamente com sangue, estando associada à situação de medo extremo ou estresse muito grande, seja em uma situação de morte ou de sofrimento eminente (veja mais em: https://www.youtube.com/watch?v=xLpExRB5Akk e em HEMATOHIDROSIS – A RARE CLINICAL PHENOMENON). Jesus suou sangue na noite anterior à sua crucificação, por conta da intensa angústia e tristeza que estava sentindo. Ele sabia o quanto iria sofrer antes da crucificação, sofrimento que continuaria na cruz. A crucificação foi considerada o método de execução mais doloroso e torturante já inventado e foi usada nas pessoas mais desprezadas e perversas. Na verdade, a dor era tão horrível que uma palavra foi criada para ajudar a explicá-la – excruciante, que significa literalmente “da cruz”. 

b) Ele sentiu a dor da traição (Lucas 22:47,48). Note o que foi profetizado muito antes acerca da traição que Jesus passaria: "¹² Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário trinta moedas de prata. ¹³ Então, o Senhor me disse: Arroja isso ao oleiro, esse magnífico preço em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do Senhor" (Zacarias 11:12,13). Agora compare: "¹⁴ Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs: ¹⁵ Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata. ¹⁶ E, desse momento em diante, buscava ele uma boa ocasião para o entregar" (Mateus 26:14-16). Esse foi o preço da traição, fixado pelos pecadores, para que um dos 12 apóstolos de Jesus, Judas, entregasse-o a eles. 

Note: Jesus com certeza sentiu uma profunda dor em sua alma com o fato de ter sido vendido - isso mesmo, Judas vendeu Jesus. Ele, o filho unigênito de Deus, a quem Deus deu ao mundo por amar esse mundo com imensa intensidade! E, de forma a agravar ainda a sua dor, Ele estava ali sendo traído por um amigo íntimo seu, um companheiro querido e amado! Isso era insuportável! Veja o que profetizou Davi: "¹² Com efeito, não é inimigo que me afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu me esconderia; ¹³ mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo. ¹⁴ Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à Casa de Deus" (Salmos 55:12-14).  Quem já foi traído sabe a dor que a traição causa, dor esta que é tão intensa quanto mais intenso e profundo for o relacionamento com aquele que trai!

Parênteses: O Senhor ironizou, como lemos em Zacarias, o preço com que Seu povo o havia avaliado - "esse magnífico preço", meras 30 moedas de prata! É bom que fique claro que Deus tem valor incomensurável! Não há como mensurar e muito menos precificar Deus! Vender a fé, ou usar a fé para se locupletar, é o mesmo que vender Deus. Isso é blasfêmia e deve ser rejeitado com todo rigor e vigor da nossa alma! Deus, suas bênçãos, a salvação e tudo mais que venha de Deus NUNCA, JAMAIS e EM TEMPO ALGUM podem ser tratados como meras mercadorias humanas. 

c) Cuspiram no rosto dele, o esmurraram e o esbofetaram com toda a violência: "⁶⁷ Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam,  dizendo: ⁶⁸ Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!" (Mateus 26:67,68). Veja o que diz Isaías: "⁶ Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam" (Isaías 50:6). Ele apanhou muito e fez isso sem reagir, sem revidar, tendo Ele o poder mais que necessário para fulminar ali mesmo cada algoz Seu.

d) Submeteram Ele a açoitamento com um tipo de açoite preparado para gerar sofrimento extremo: "²⁶ Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado" (Mateus 27:26). O ato da flagelação era comumente realizada por Roma antes da crucificação. Na época de Jesus, para açoitar um pessoa era usado um tipo de açoite chamado flagrum ou flagelum (daí o nome flagelação), "confeccionado de várias formas, sendo que a mais corriqueira era a de um chicote de couro com três ou até mais extremidades também de couro com bolinhas de metal, ossos de carneiro (astragals) e outros objetos pendurados ao final de cada uma, principalmente em forma de haltere" (ref.: ZUGIBE, M.D, Ph.D. Frederick T.  A Crucificação de Jesus: As Conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal. São Paulo: Matrix, 2008). Às vezes, o flagelo romano continha um gancho na ponta e recebia o terrível nome de “escorpião”. A pessoa era obrigada a se curvar, o que provocaria chicotadas mais profundas, dos ombros até a cintura.

Zugibe continua a descrição: "Esses açoites faziam com que as pontas de metal e ossos penetrassem na carne, rasgando vasos sangüíneos, nervos, músculos e pele. Depois do açoitamento, aparecem no corpo da vítima enormes feridas (com matizes de preto, azul e vermelho), lacerações, arranhões e inchaço, basicamente ao redor das perfurações feitas pelo peso dos objetos. As vítimas esperneavam, se contorciam em agonia, caindo de joelhos, mas eram forçadas a se levantar novamente, até não poder mais. A respiração do açoitado era severamente afetada, porque os golpes no peito causavam dores excruciantes toda vez que ele tentava recuperar o fôlego. Os músculos intercostais, entre as costas e os músculos do peito, apresentavam hemorragia, e os pulmões eram lacerados, freqüentemente colapsados – todos esses fatores impunham à vítima extrema dor quanto tentava respirar".

Lacerações profundas, carne dilacerada, músculos expostos e sangramento excessivo deixariam o criminoso “meio morto”. A morte era muitas vezes o resultado desta forma cruel de punição, embora fosse necessário manter o criminoso vivo para ser levado à subjugação pública na cruz. O centurião responsável ordenaria aos "lictores" que parassem com a flagelação quando o criminoso estivesse próximo da morte. 

d) Colocaram Nele uma coroa de espinhos, perfurando sua fronte e causando intensa dor em sua face: "²⁹ tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, na mão direita, um caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!" (Mateus 27:29).  Os espinhos causavam dores contínuas e irritavam implacavelmente os nervos faciais devido à presença constante de espinhos nos ferimentos na cabeça, além de causar sangramento intenso. Isso sem falar na humilhação que Ele sofreu

e) Teve que carregar sua própria cruz, que era mui pesada, estando já debilitado e extenuado em virtude dos espancamentos e flagelação: "¹⁷ Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico, ¹⁸ onde o crucificaram e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio" (João 19:17,18). A cruz dos romanos era um T, sem “ponta” no alto cruzando a parte horizontal. A base dela já ficava enterrada no chão. 

f) Foi crucificado: "²⁴ Então, o crucificaram e repartiram entre si as vestes dele, lançando-lhes sorte, para ver o que levaria cada um. ²⁵ Era a hora terceira quando o crucificaram" (Marcos 15:24,25). Essa crucificação dava-se afixando a pessoa na cruz com pregos nos membros superiores e nos membros inferiores. Esses pregos podiam medir até 18 cm de comprimento e 1 cm de espessura. Os romanos usaram a crucificação em todo o Império para aqueles condenados por um delito grave. A crucificação era extremamente dolorosa e o homem demorava dias para morrer. 

A dificuldade em torno da expiração leva a uma forma lenta de asfixia. O dióxido de carbono se acumula no sangue, resultando em um alto nível de ácido carbônico no sangue. O corpo responde instintivamente, desencadeando o desejo de respirar. Ao mesmo tempo, o coração bate mais rápido para circular o oxigênio disponível. A diminuição do oxigênio (devido à dificuldade de expirar) causa danos aos tecidos e os capilares começam a vazar fluido aquoso do sangue para os tecidos. Isso resulta em um acúmulo de líquido ao redor do coração (derrame pericárdico) e dos pulmões (derrame pleural). O colapso dos pulmões, a insuficiência cardíaca, a desidratação e a incapacidade de levar oxigênio suficiente aos tecidos sufocam essencialmente a vítima. A diminuição do oxigênio também danifica o próprio coração (enfarte do miocárdio), o que leva à paragem cardíaca. Em casos graves de estresse cardíaco, o coração pode até explodir, um processo conhecido como ruptura cardíaca. É muito provável que Jesus tenha morrido de ataque cardíaco. (leia mais em: Como surgiu a crucificação, o mais 'cruel e aterrorizante' dos castigos e em The Science of the Crucifixion).

e) Teve seu lado perfurado com uma lança, de onde saiu uma mistura de água com sangue, confirmando assim, pelo soldado romano, que Ele estava morto: "³² Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele tinham sido crucificados; ³³ chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. ³⁴ Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água" (João 19:32-34).  Antes da morte, o batimento cardíaco acelerado causado pelo choque hipovolêmico também faz com que o líquido se acumule no saco ao redor do coração e ao redor dos pulmões. Essa coleta de líquido na membrana ao redor do coração é chamada derrame pericárdico, e a coleta de líquido ao redor dos pulmões é chamada derrame pleural (veja mais em: Por que sangue e água saíram do lado de Jesus ao ser perfurado?

Parênteses: Convido-o a assistir a obra cinematográfica sobre a Paixão de Cristo. No Youtube há uma parte que retrata a aflição do Senhor. A mesma pode ser acessada em https://www.youtube.com/watch?v=sKvC4KBeOUU.

Note que Jesus passou por todo esse imenso sofrimento por uma única razão: por causa da minha, da sua e da transgressão de toda a humanidade! Assim diz Isaías:  "⁴ Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. ⁵ Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. ⁶ Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos." (Isaías 53:4-6)

Jesus, querido(a) leitor(a), sofreu terrivelmente. Ele morreu na cruz. Ele foi sepultado, mas ao terceiro diz foi ressuscitado corporalmente pelo poder do Espírito Santo! Seu corpo não permaneceu inerte na sepultura; Ele reviveu e hoje está vivo junto ao Pai, aguardando o dia de retornar, em glória, à Terra! Ele vê o fruto do penoso trabalho de sua alma e fica satisfeito; Ele vê aqueles que tem a redenção pelo Seu sangue, que passaram da morte para a vida, da condição de malditos para benditos, de filhos das trevas para filhos de Deus e fica satisfeito! Sim, Ele que é grande importa-se com o pequeno! Fica satisfeito em saber que Sua obra rendeu, rende e renderá vidas, vindos de toda tribo, língua, povo e nação, feitos reino e sacerdócio! O preço que pagou foi muito caro, mas Ele está plenamente satisfeito com tudo o que Seu sacrifício produziu para Deus! E

Ele levou sobre Si o pecado de muitos - sim, não de todos, mas de muitos; porque apenas quem O recebe é que tem o perdão dos seus pecados. Infelizmente, nem todos O receberam: "¹¹ Veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (João 1:11). Jesus foi desprezado e rejeitado pelos judeus; pelos ricos; os grandes e os eruditos; pela massa de pessoas de todas as classes, idades e posições. Em sua vida na terra foi assim; em sua morte ainda era assim; e desde então, seu nome e pessoa têm sido amplamente objeto de desprezo. Temos abundância de luz sobre Jesus e o que Ele fez, mas infelizmente nenhuma luz, por mais intensa que seja, poderá ser vista por quem não quer enxergar. Os homens avançam nas trevas, embora o evangelho crie um meio-dia ao seu redor; eles tateiam em busca da parede como cegos, embora o Sol da Justiça brilhe com brilho infinito. Nossos olhos espirituais estão cheios de escamas; estamos como cegos diante da luz de Deus que brilha sobre nossa face. Nossos olhos estão obscurecidos, nossos ouvidos estão pesados. O pecado trouxe à raça humana uma incapacidade mental no que diz respeito a assuntos espirituais.

Querido(a) leitor(a), como está você? Você também é cego? Embora viva na época do evangelho, pode ser que você nunca tenha visto o Salvador com os olhos da fé. Você também é cego? Minha oração é que Deus possa, então, remover sua cegueira espiritual, para que você vendo, veja, e ouvindo, ouça.

Para seu enlevo, clique e escute o lindo hino abaixo. Hoje ainda é tempo de crer em Jesus, mas o tempo está passando depressa! Haverá outra oportunidade para você, ou esta será a sua última? Pense nisso! Que o Amor de Deus Pai, a Graça de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e a Comunhão e Consolação do Espírito Santo seja sobre a sua vida, hoje e eternamente!