domingo, 22 de outubro de 2023

"QUEM CREU NA NOSSA PREGAÇÃO": A DESCRIÇÃO PROFÉTICA DOS SOFRIMENTOS DE CRISTO


  ¹ Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?
² Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.
³ Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
⁴ Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
⁵ Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
⁶ Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
⁷ Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
⁸ Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido.
⁹ Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.
¹⁰ Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.
¹¹ Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.
¹² Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.

Isaías 53:1-12

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O "braço do Senhor", expressão que Isaías usa na introdução do que ele irá falar. É o que chamamos de "linguagem antropomórfica", onde partes humanas são atribuídas a Deus, cuja natureza é espiritual (João 4:24) e que portanto não possui tais partes. Essa expressão enfatiza a noção de poder de Deus em manifestação, sendo portanto uma metáfora usada para transmitir sua ação poderosa na história humana. Afinal, o que espera-se de um Ser que é Deus é que Ele seja Todo-Poderoso, sendo portanto capaz de realizar aquilo que Ele tencionar fazer, sem nenhuma dificuldade ou obstáculo que o possa impedir.  

Paradoxalmente, Isaías vai apresentar na continuidade de sua fala que essa manifestação do braço do Senhor será vista em algo que não possui, a princípio, nada de poderoso. Muito pelo contrário, o braço do Senhor será manifesto em um contexto de desprezo, aflição, opressão e sofrimento de um ilustre desconhecido em sua época, do servo do Senhor, até então sem nome ou genealogia que pudesse identificá-lo. Quem seria esse servo do Senhor? E, pior: como é que esse servo do Senhor, manifestação do poder de Deus, seria desprezado, afligido e oprimido? O campeão de Deus sendo esmagado e moído e ainda por cima morto, como assim?!? Qualquer pessoa diria que Isaías está, no mínimo, totalmente por fora, falando de Deus, sobre quem Isaías não entende patavina.

Sim, Isaías fala de um Servo de Deus sofredor. Algo ilógico, inconcebível e tido por impossível por aqueles que ouviam Isaías falar. Não conseguiram crer no que ouviam, por isso a pergunta "quem creu em nossa pregação?". Eles escutavam e não criam, porque ainda que tivessem a clareza de Seu Deus como Todo-Poderoso eles limitavam a atuação desse Deus. Noutras palavras, eles criam em um Deus Todo-Poderoso que agisse sempre como Ele fez no Egito, com maravilhas, sinais e prodígios, enviando pragas, abrindo o Mar Vermelho, fazendo o monte fumegar e trombetas tocarem quando de Sua manifestação sobre o Sinai, com coluna de nuvem e de chamas guiando o Seu povo durante a jornada pelo deserto até a terra prometida. Moisés, servo do Senhor, fora poderosamente usado por Deus para fazer esses milagres. Davi, menino pastor de ovelhas, servo do Senhor, venceu o experiente guerreiro Golias com uma pequena pedra. E assim como eles outros tantos tem seus feitos, como servos do Senhor, demonstrando o braço do Senhor. Logo, aqueles que ouviam Isaías falar, estavam acostumados com a idéia de que grande poder e vitória eram o resultado de Deus sobre suas vidas.

Deus é todo-poderoso, sim com certeza! E como todo-poderoso, Deus escolheu manifestar-Se em um contexto de humilhação! Em um contexto de auto-esvaziamento por parte do Seu servo. Alguém não inserido em palácios, em epopéias, em contos heróicos como os dos campeões guerreiros das religiões; por certo, alguém que não tem nada em si que, visto por nós, gere admiração ou que inspire a seguir o mesmo caminho.  

Como você, querido(a) leitor(a), já deduziu, estamos falando sobre Jesus. Jesus é o Servo sofredor, manifestação do braço do Senhor, sobre quem Isaías fala sem conhecer sua identidade, cerca de 740-750 anos antes de Jesus vir a este mundo, humanamente nascendo de Maria. Sim, Ele veio por nós, sofreu por nós e morreu por nós; como diz o próprio profeta Isaías, por nossas transgressões e iniquidades. Sofreu e morreu por mim e por você, em nosso lugar, para expiar os nossos pecados (RESGATANDO O CONCEITO BÍBLICO SOBRE A SALVAÇÃO EM JESUS CRISTO (PARTE 7): A EXPIAÇÃO ). 

Como Isaías descreve Jesus?

1. Como a muda de um planta fraca e frágil, lutando para sair do solo seco.  Uma raiz que brota num campo rico e fértil deve muito ao solo em que cresce. Não é de admirar que algumas plantas prosperem abundantemente, pois a terra em que são plantadas é peculiarmente adequada ao seu crescimento. No entanto, Isaías fala de um broto de uma raiz de uma árvore, que tendo sido derrubada, nada restou além do toco. Esse broto que surge de uma árvore, cujas folhas frondosas foram há muito tempo cortadas, surge em um “solo seco”. Um ramo fraco, que pode ser facilmente destruído, surgindo em condições totalmente contrárias ao seu surgimento e desenvolvimento. Qualquer animal pode pisar nessa planta, qualquer inseto pode facilmente devorá-la. Um broto que surge no deserto, limitado por falta de umidade. Não uma planta de crescimento vigoroso, abastecida de chuvas abundantes e crescendo em um solo rico e fértil, mas seria como o crescimento limitado das areias do deserto.

Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua humilhação, veio em grande debilidade; nascido como um bebê indefeso, ele correu grande perigo em sua infância pelas mãos de Herodes e, embora preservado, não foi por um exército poderoso, mas pela fuga para outra terra (Mateus 2:13-15). Seus primeiros dias não foram passados em meio à música marcial dos acampamentos, ou na grandeza das cortes, mas no retiro de uma carpintaria - lugar adequado para “uma tenra planta”. Sua vida era gentil, ele era inofensivo como um cordeiro. A qualquer momento parecia fácil destrui-lo! Quando o Senhor foi crucificado, aos olhos humanos era o fim de toda a sua obra; era o fracasso de todo o seu ministério terreno, era o fracasso total!

2. Não tinha aparência e nem formosura, nenhuma beleza que agradasse. Naturalmente, uma pequena planta brotando em solo seco não possui nada de destaque. Na verdade, não damos a mínima para plantas brotando em qualquer lugar, muito menos em um que é totalmente inóspito. Gostamos de ver flores bonitas, mas um brotinho de planta, lutando para se desenvolver? Quando olhamos para ela, pensamos "essa não vai durar muito"!. 

O Senhor Jesus não tinha vestes de realeza; nenhuma coroa de ouro cheia de pedras preciosas brilhando em sua cabeça; nenhuma comitiva esplêndida; nenhuma matriz linda para o homenagear. Moisés era filho da filha de Faraó, Davi era rei de Israel; mas Jesus era, humanamente falando, o filho de pessoas comuns, de Maria e de seu esposo José. O essas pessoas tinham de especial? Nada. Jesus não tinha aparência majestosa, nem possuía resplendor algum. Não era alguém que se destacasse visivelmente externamente em meio à multidão, era uma pessoa como outra qualquer. 

3. "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso". Um "homem de dores", isto é, um homem profundamente marcado pela dor e pelo sofrimento, marcado por tristezas. Veja que Isaías diz que ele "sabe o que é padecer". Sim, seu desprezo e sofrimento foram terríveis: 

a) Ele transpirou sangue pelos poros de sua pele: "⁴⁴ E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (Lucas 22:44). Esse fenômeno é chamado hematidrose, condição clínica onde o paciente apresenta um suor juntamente com sangue, estando associada à situação de medo extremo ou estresse muito grande, seja em uma situação de morte ou de sofrimento eminente (veja mais em: https://www.youtube.com/watch?v=xLpExRB5Akk e em HEMATOHIDROSIS – A RARE CLINICAL PHENOMENON). Jesus suou sangue na noite anterior à sua crucificação, por conta da intensa angústia e tristeza que estava sentindo. Ele sabia o quanto iria sofrer antes da crucificação, sofrimento que continuaria na cruz. A crucificação foi considerada o método de execução mais doloroso e torturante já inventado e foi usada nas pessoas mais desprezadas e perversas. Na verdade, a dor era tão horrível que uma palavra foi criada para ajudar a explicá-la – excruciante, que significa literalmente “da cruz”. 

b) Ele sentiu a dor da traição (Lucas 22:47,48). Note o que foi profetizado muito antes acerca da traição que Jesus passaria: "¹² Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário trinta moedas de prata. ¹³ Então, o Senhor me disse: Arroja isso ao oleiro, esse magnífico preço em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do Senhor" (Zacarias 11:12,13). Agora compare: "¹⁴ Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs: ¹⁵ Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata. ¹⁶ E, desse momento em diante, buscava ele uma boa ocasião para o entregar" (Mateus 26:14-16). Esse foi o preço da traição, fixado pelos pecadores, para que um dos 12 apóstolos de Jesus, Judas, entregasse-o a eles. 

Note: Jesus com certeza sentiu uma profunda dor em sua alma com o fato de ter sido vendido - isso mesmo, Judas vendeu Jesus. Ele, o filho unigênito de Deus, a quem Deus deu ao mundo por amar esse mundo com imensa intensidade! E, de forma a agravar ainda a sua dor, Ele estava ali sendo traído por um amigo íntimo seu, um companheiro querido e amado! Isso era insuportável! Veja o que profetizou Davi: "¹² Com efeito, não é inimigo que me afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu me esconderia; ¹³ mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo. ¹⁴ Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à Casa de Deus" (Salmos 55:12-14).  Quem já foi traído sabe a dor que a traição causa, dor esta que é tão intensa quanto mais intenso e profundo for o relacionamento com aquele que trai!

Parênteses: O Senhor ironizou, como lemos em Zacarias, o preço com que Seu povo o havia avaliado - "esse magnífico preço", meras 30 moedas de prata! É bom que fique claro que Deus tem valor incomensurável! Não há como mensurar e muito menos precificar Deus! Vender a fé, ou usar a fé para se locupletar, é o mesmo que vender Deus. Isso é blasfêmia e deve ser rejeitado com todo rigor e vigor da nossa alma! Deus, suas bênçãos, a salvação e tudo mais que venha de Deus NUNCA, JAMAIS e EM TEMPO ALGUM podem ser tratados como meras mercadorias humanas. 

c) Cuspiram no rosto dele, o esmurraram e o esbofetaram com toda a violência: "⁶⁷ Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam,  dizendo: ⁶⁸ Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!" (Mateus 26:67,68). Veja o que diz Isaías: "⁶ Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam" (Isaías 50:6). Ele apanhou muito e fez isso sem reagir, sem revidar, tendo Ele o poder mais que necessário para fulminar ali mesmo cada algoz Seu.

d) Submeteram Ele a açoitamento com um tipo de açoite preparado para gerar sofrimento extremo: "²⁶ Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado" (Mateus 27:26). O ato da flagelação era comumente realizada por Roma antes da crucificação. Na época de Jesus, para açoitar um pessoa era usado um tipo de açoite chamado flagrum ou flagelum (daí o nome flagelação), "confeccionado de várias formas, sendo que a mais corriqueira era a de um chicote de couro com três ou até mais extremidades também de couro com bolinhas de metal, ossos de carneiro (astragals) e outros objetos pendurados ao final de cada uma, principalmente em forma de haltere" (ref.: ZUGIBE, M.D, Ph.D. Frederick T.  A Crucificação de Jesus: As Conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal. São Paulo: Matrix, 2008). Às vezes, o flagelo romano continha um gancho na ponta e recebia o terrível nome de “escorpião”. A pessoa era obrigada a se curvar, o que provocaria chicotadas mais profundas, dos ombros até a cintura.

Zugibe continua a descrição: "Esses açoites faziam com que as pontas de metal e ossos penetrassem na carne, rasgando vasos sangüíneos, nervos, músculos e pele. Depois do açoitamento, aparecem no corpo da vítima enormes feridas (com matizes de preto, azul e vermelho), lacerações, arranhões e inchaço, basicamente ao redor das perfurações feitas pelo peso dos objetos. As vítimas esperneavam, se contorciam em agonia, caindo de joelhos, mas eram forçadas a se levantar novamente, até não poder mais. A respiração do açoitado era severamente afetada, porque os golpes no peito causavam dores excruciantes toda vez que ele tentava recuperar o fôlego. Os músculos intercostais, entre as costas e os músculos do peito, apresentavam hemorragia, e os pulmões eram lacerados, freqüentemente colapsados – todos esses fatores impunham à vítima extrema dor quanto tentava respirar".

Lacerações profundas, carne dilacerada, músculos expostos e sangramento excessivo deixariam o criminoso “meio morto”. A morte era muitas vezes o resultado desta forma cruel de punição, embora fosse necessário manter o criminoso vivo para ser levado à subjugação pública na cruz. O centurião responsável ordenaria aos "lictores" que parassem com a flagelação quando o criminoso estivesse próximo da morte. 

d) Colocaram Nele uma coroa de espinhos, perfurando sua fronte e causando intensa dor em sua face: "²⁹ tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, na mão direita, um caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!" (Mateus 27:29).  Os espinhos causavam dores contínuas e irritavam implacavelmente os nervos faciais devido à presença constante de espinhos nos ferimentos na cabeça, além de causar sangramento intenso. Isso sem falar na humilhação que Ele sofreu

e) Teve que carregar sua própria cruz, que era mui pesada, estando já debilitado e extenuado em virtude dos espancamentos e flagelação: "¹⁷ Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico, ¹⁸ onde o crucificaram e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio" (João 19:17,18). A cruz dos romanos era um T, sem “ponta” no alto cruzando a parte horizontal. A base dela já ficava enterrada no chão. 

f) Foi crucificado: "²⁴ Então, o crucificaram e repartiram entre si as vestes dele, lançando-lhes sorte, para ver o que levaria cada um. ²⁵ Era a hora terceira quando o crucificaram" (Marcos 15:24,25). Essa crucificação dava-se afixando a pessoa na cruz com pregos nos membros superiores e nos membros inferiores. Esses pregos podiam medir até 18 cm de comprimento e 1 cm de espessura. Os romanos usaram a crucificação em todo o Império para aqueles condenados por um delito grave. A crucificação era extremamente dolorosa e o homem demorava dias para morrer. 

A dificuldade em torno da expiração leva a uma forma lenta de asfixia. O dióxido de carbono se acumula no sangue, resultando em um alto nível de ácido carbônico no sangue. O corpo responde instintivamente, desencadeando o desejo de respirar. Ao mesmo tempo, o coração bate mais rápido para circular o oxigênio disponível. A diminuição do oxigênio (devido à dificuldade de expirar) causa danos aos tecidos e os capilares começam a vazar fluido aquoso do sangue para os tecidos. Isso resulta em um acúmulo de líquido ao redor do coração (derrame pericárdico) e dos pulmões (derrame pleural). O colapso dos pulmões, a insuficiência cardíaca, a desidratação e a incapacidade de levar oxigênio suficiente aos tecidos sufocam essencialmente a vítima. A diminuição do oxigênio também danifica o próprio coração (enfarte do miocárdio), o que leva à paragem cardíaca. Em casos graves de estresse cardíaco, o coração pode até explodir, um processo conhecido como ruptura cardíaca. É muito provável que Jesus tenha morrido de ataque cardíaco. (leia mais em: Como surgiu a crucificação, o mais 'cruel e aterrorizante' dos castigos e em The Science of the Crucifixion).

e) Teve seu lado perfurado com uma lança, de onde saiu uma mistura de água com sangue, confirmando assim, pelo soldado romano, que Ele estava morto: "³² Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele tinham sido crucificados; ³³ chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. ³⁴ Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água" (João 19:32-34).  Antes da morte, o batimento cardíaco acelerado causado pelo choque hipovolêmico também faz com que o líquido se acumule no saco ao redor do coração e ao redor dos pulmões. Essa coleta de líquido na membrana ao redor do coração é chamada derrame pericárdico, e a coleta de líquido ao redor dos pulmões é chamada derrame pleural (veja mais em: Por que sangue e água saíram do lado de Jesus ao ser perfurado?

Parênteses: Convido-o a assistir a obra cinematográfica sobre a Paixão de Cristo. No Youtube há uma parte que retrata a aflição do Senhor. A mesma pode ser acessada em https://www.youtube.com/watch?v=sKvC4KBeOUU.

Note que Jesus passou por todo esse imenso sofrimento por uma única razão: por causa da minha, da sua e da transgressão de toda a humanidade! Assim diz Isaías:  "⁴ Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. ⁵ Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. ⁶ Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos." (Isaías 53:4-6)

Jesus, querido(a) leitor(a), sofreu terrivelmente. Ele morreu na cruz. Ele foi sepultado, mas ao terceiro diz foi ressuscitado corporalmente pelo poder do Espírito Santo! Seu corpo não permaneceu inerte na sepultura; Ele reviveu e hoje está vivo junto ao Pai, aguardando o dia de retornar, em glória, à Terra! Ele vê o fruto do penoso trabalho de sua alma e fica satisfeito; Ele vê aqueles que tem a redenção pelo Seu sangue, que passaram da morte para a vida, da condição de malditos para benditos, de filhos das trevas para filhos de Deus e fica satisfeito! Sim, Ele que é grande importa-se com o pequeno! Fica satisfeito em saber que Sua obra rendeu, rende e renderá vidas, vindos de toda tribo, língua, povo e nação, feitos reino e sacerdócio! O preço que pagou foi muito caro, mas Ele está plenamente satisfeito com tudo o que Seu sacrifício produziu para Deus! E

Ele levou sobre Si o pecado de muitos - sim, não de todos, mas de muitos; porque apenas quem O recebe é que tem o perdão dos seus pecados. Infelizmente, nem todos O receberam: "¹¹ Veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (João 1:11). Jesus foi desprezado e rejeitado pelos judeus; pelos ricos; os grandes e os eruditos; pela massa de pessoas de todas as classes, idades e posições. Em sua vida na terra foi assim; em sua morte ainda era assim; e desde então, seu nome e pessoa têm sido amplamente objeto de desprezo. Temos abundância de luz sobre Jesus e o que Ele fez, mas infelizmente nenhuma luz, por mais intensa que seja, poderá ser vista por quem não quer enxergar. Os homens avançam nas trevas, embora o evangelho crie um meio-dia ao seu redor; eles tateiam em busca da parede como cegos, embora o Sol da Justiça brilhe com brilho infinito. Nossos olhos espirituais estão cheios de escamas; estamos como cegos diante da luz de Deus que brilha sobre nossa face. Nossos olhos estão obscurecidos, nossos ouvidos estão pesados. O pecado trouxe à raça humana uma incapacidade mental no que diz respeito a assuntos espirituais.

Querido(a) leitor(a), como está você? Você também é cego? Embora viva na época do evangelho, pode ser que você nunca tenha visto o Salvador com os olhos da fé. Você também é cego? Minha oração é que Deus possa, então, remover sua cegueira espiritual, para que você vendo, veja, e ouvindo, ouça.

Para seu enlevo, clique e escute o lindo hino abaixo. Hoje ainda é tempo de crer em Jesus, mas o tempo está passando depressa! Haverá outra oportunidade para você, ou esta será a sua última? Pense nisso! Que o Amor de Deus Pai, a Graça de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e a Comunhão e Consolação do Espírito Santo seja sobre a sua vida, hoje e eternamente!   



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