terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

LIVRE-SE DO ÓDIO, PORTA PARA A PERDIÇÃO ETERNA!



E era o conselho de Aitofel, que aconselhava naqueles dias, como se a palavra de Deus se consultara; tal era todo o conselho de Aitofel, assim para com Davi como para com Absalão.
(II Samuel 16:23)

Então fizeram saber a Davi, dizendo: Também Aitofel está entre os que se conjuraram com Absalão. Pelo que disse Davi: Ó Senhor, peço-te que torne em loucura o conselho de Aitofel. (II Samuel 15:31) 

Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem. (Hebreus 12:15)

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O que é que significa ódio? O ódio é um sentimento extremamente forte de antipatia por alguém ou alguma coisa. Originalmente, é uma forma de aversão profunda, causada pelo medo ou pela raiva. Exemplo: "Meu ódio por ele é tão intenso que parece estar me destruindo". O ódio é um sentimento que pode ser divino e pecaminoso, dependendo do que está nos levando a odiar. A Bíblia fala de amar a Deus e odiar o mal (Salmo 97:10) e odiar a falsidade (Salmo 119:116). Quanto mais nos tornamos semelhantes a Cristo e entendemos o amor de Deus, mais odiaremos a hipocrisia, a impiedade e a maldade do mundo. No entanto, também somos advertidos repetidamente na Bíblia de como o ódio e a amargura podem nos destruir.

A Bíblia nos mostra, a partir da história de Absalão, como o ódio pode surgir e as trágicas consequências que pode gerar para todas as pessoas que nele se envolvem, direta ou indiretamente.

Absalão era filho de Davi. Ele tornou-se um terrível inimigo de Davi, movido pela amargura, rancor e ódio por conta do episódio envolvendo sua irmã Tamar. Ele moveu uma perseguição sem precedentes contra seu pai, buscando matar a Davi de qualquer jeito. Absalão transferiu todo ódio que ele tinha dentro de si, gerado pela situação que ele viveu. 

De fato, precisamos reconhecer que a indignação de Absalão não foi sem causa: movido por um desejo sexual que para ele foi incontrolável, Amnom planejou e executou um estupro contra sua irmã, Tamar (II Samuel 13). Isso levou Absalão a fazer aquilo que muitos que tragicamente vivem a mesma situação desejam - vingar-se, "fazendo justiça com as próprias mãos". Assim, movido por um poderoso sentimento de ódio (II Samuel 13:22) que foi gerado "desde o dia em que Amnom violentou Tamar, irmã dele" (II Samuel 13:32), arquitetou um plano para matar Amnom. E assim o assassinou, em vingança pelo que ele havia feito à sua irmã. 

Por que Absalão passou a odiar também a Davi? Porque Davi, como rei (autoridade estatal) e especialmente como pai (autoridade familiar), nada fez em relação ao crime de Amnom! Haviam se passado dois anos e Davi nada fez! Nenhuma exortação, nenhuma prisão, nenhum castigo, nada! Nenhuma justiça para Tamar e impunidade para Amnom! A autoridade falhou. Por si só, até aqui, já há bastante para refletirmos. Aqueles que detém posições de autoridade, devem usar essas posições para promover a justiça e a eqüidade, o que implica em agir na medida justa contra o mal. O mal não deve ficar impune, jamais, devendo ser combatido pelas autoridades constituídas para esse fim, à luz das leis que regem a nação. As leis são, em síntese, relações que são estabelecidas que derivam da natureza das coisas; neste sentido, como explica Montesquieu, "todos os seres têm suas leis; a Divindade possui suas leis, o mundo material possui suas leis, as inteligências superiores ao homem possuem suas leis, os animais possuem suas leis, o homem possui suas leis" e que tem como propósito básico "combater o estado de guerra", comum entre os homens. Isso é muito importante: ninguém deve procurar fazer justiça com as próprias mãos; isso só faz aumentar o mal e a injustiça!      

Retornando ao episódio bíblico, vê-se que a tristeza de Absalão que começou justa deu lugar a um ódio injusto, a uma amargura insuperável em sua alma contra seu pai. Odiar o que Amnom fez foi errado? Não, em hipótese alguma! Odiar o pecado (a atitude) é correto, mas isso não pode se tornar um ódio pessoal dirigido contra outra pessoa. Note: há uma diferença fundamental aqui: quando odiamos o mal, iremos buscar combater esse mal com os instrumentos da justiça à nossa disposição de forma a aniquilá-lo; quando odiamos uma pessoa, faremos tudo para aniquilar essa pessoa! E isso vai tornar-nos não defensores da justiça e instrumentos desta, mas sim justiceiros e promotores da injustiça e do próprio mal que pensamos estar combatendo. De forma direta, o que Amnom fez foi maligno; o que Davi fez foi permitir o mal ficar impune. No entanto, ao assassinar seu irmão, Absalão também agiu com malignidade e promoveu com sua ação o mal. E, com isso, trouxe o mal para dentro de si mesmo, ou seja, acabou se tornando agente do mal. Noutras palavras, o ódio passou a fazer parte da natureza de Absalão.

Mergulhado em ódio, Absalão passou a buscar assassinar seu pai.  Aquele que recebeu como nome "filho da paz" perdeu totalmente a paz e a alegria. Perdeu a si mesmo, quem ele realmente era por cultivar o ódio dentro do seu coração. Muitas pessoas dão lugar ao ódio, dentro de si, contra as outras. Tornam-se inimigas na prática, por causa de palavras e ações. Há um sentimento em nós de justiça – justiça própria, não a justiça de Deus – que acaba transformando o nosso coração em trevas. Nos tornamos assassinos, como Absalão, quando odiamos uns aos outros. E nenhum assassino tem a vida eterna em si (I João 3:14,15), ostente a religião que quiser. Todo aquele que cultiva a ira em seu coração, trazendo dentro de si ódio irreparável contra outrem por conta dos seus infortúnios, acabará se tornando como um Absalão. O mal dominará sua vida e dele não mais se apartará. 

Jesus nos ensinou que nos últimos dias surgiriam muitos Absalãos – pessoas que odiariam umas às outras (Mt 24.10). Nos últimos dias, as pessoas serão tão cheias de si mesmas, que não haverá lugar para “o outro”, para “o próximo”, para “o irmão”, para "o semelhante". Paulo, concordando com o Senhor, nos diz que nos últimos dias os homens seriam implacáveis (Gr. aspondos, “não pode ser persuadido a entrar em uma aliança, incapaz de cessar as hostilidades ou aceitar a reconciliação”), ou seja, pessoas que não mostram o menor interesse em viverem em paz entre si, pessoas que nutrem um grande amargor de espírito, sem respeito nenhum por seus semelhantes e que, portanto, não se sentem nunca aplacadas.

É justamente nesse contexto de ódio na vida de Absalão que surge um personagem chamado Aitofel. O nome “Aitofel”, em hebraico, significa “irmão de conversa tola” ou “irmão de loucura”. Inicialmente era conselheiro de Davi. Quando Davi passou a ser perseguido por Absalão, mudou de lado e passou a aconselhar a Absalão em como destruir a Davi. Aitofel gozava de honra e respeito, tanto por Davi como por Absalão. A Bíblia registra que o conselho que Aitofel dava naqueles dias era tido em altíssima conta, tanto por Davi como por Absalão. Era tal ao ponto de ser considerado como “resposta de Deus a uma consulta” (II Samuel 16:23). Usando-se de sua posição de honra, o primeiro conselho de Aitofel para Absalão foi no sentido de tornar o rompimento entre ele e seu pai Davi algo absoluto e irreconciliável: “te fizeste odioso para com teu pai” (II Samuel 16:20,21). Aitofel chegou ao ponto de aconselhar que Absalão transasse com as concubinas de Davi, perante dos olhos de todo o povo!

Na prática, esse conselho de Aitofel significava tornar a brecha entre o filho e seu pai irreparável, cortando toda esperança de reconciliação. Os seguidores de Absalão, vendo seu gesto maligno, entenderiam que não haveria mais volta, nenhuma chance de perdão ou reconciliação (o que gerava medo, porque em havendo reconciliação, eles seriam todos julgados por traição), e se animariam ainda mais em segui-lo. Observe agora algo importantíssimo: O conselho de Aitofel baseava-se na mágoa que havia no coração de Absalão. Um conselho maligno, baseado em sentimentos malignos. Aitofel estava sendo usado pelo Diabo! Quando uma pessoa torna-se num Absalão, esteja certo: o diabo irá levantar todo tipo de conselheiro e gerar todo tipo de situação para acabar, de uma vez por todas, com toda e qualquer chance de reparação, de retorno, de arrependimento e de reconciliação. Esse conselheiro infernal é, via de regra, uma pessoa próxima, que é tida por nós como um pessoa em posição de honra e consideração – um amigo, um irmão (de sangue ou de fé), um parente. Alguém que aparentemente “fala como se fosse Deus”, mas que é na verdade alguém de conversa tola e que, desse modo, tem a sua língua incendiada com as chamas do inferno!

Por que Aitofel permitiu ser usado pelo Diabo contra Davi? Por que, estando ele em posição de honra para com Davi e Absalão não usou a sua influência para promover a reconciliação, mas permitiu ser um instrumento do Diabo para seus malignos propósitos? Por uma razão simples: Aitofel era avô de Bate-seba (era filha de Eliã – II Sm 11:3, por sua vez, Eliã, era filho de Aitofel – II Sm 23:34).  Daí o conselho de Aitofel foi motivado também pelo ódio e rancor que ele sentia por Davi, por causa do adultério com Bate-seba. Aitofel tinha uma ferida que não tinha sido curada e se aproveitou da situação para vingar-se. Assim, Aitofel passou a conspirar com Absalão por causa do desejo de vingança que ele possuía contra Davi, o qual ele alimentava em seu coração. Dizia dentro de si mesmo que sua hora iria chegar, esperando a oportunidade e esta havia chegado. O Diabo uniu-os pelo mesmo sentimento de ódio, prendendo a ambos com as suas garras. Atenção ao que direi: todo ódio dirigido contra uma pessoa sempre terá o apoio total e irrestrito do inferno, que fará tudo que estiver ao seu alcance para impedir o perdão e a reconciliação e por fim promover a destruição de todos os envolvidos, usando para isso até aqueles que nos são queridos e próximos.

Aqui, aprendemos que todo aquele que tem uma ferida não curada em sua alma, abrigando ódio e desavença contra quem quer que seja, acabará sendo usado pelo diabo de um jeito ou de outro. Enquanto o surgimento de sentimentos de ódio contra alguém são comuns, não podemos em hipótese alguma permitir que esse sentimento nos domine e consuma! Se cultivado, esse sentimento irá promover a nossa transformação, de servos de Deus a instrumentos do diabo!

Absalão deu lugar ao diabo, com seu ódio inaplacável. Ganhou um aliado – Aitofel – que com o coração cheio de ódio também deu lugar ao diabo. Como terminou a história? Muito mal para todos:  Aitofel enforcou-se (II Samuel 17:23), Absalão morreu pendurado pelos cabelos em uma árvore. A tragédia se abateu sobre a vida dos dois amargurados e odiosos conspiradores. Perderam a vida de forma trágica – um suicidou-se, outro sofreu um acidente estranho e foi morto. Assim pode acabar acontecendo também com aquele que dá lugar ao diabo em seu coração repleto de ódio, desavenças, vinganças e maldições. Cheios de ódio, tornaram-se assassinos, acabando mortos e perdidos espiritualmente para todo o sempre! 

Davi foi traído por seu filho e por seu amigo e conselheiro. Os dois terminaram suas histórias pedidos para sempre. Do mesmo modo, Nosso Senhor foi traído por seu amigo, Judas, que acabou perdido também. Ser traído e odiado não é o problema. Davi enfrentou isso e venceu, Jesus também. O problema fica para quem odeia e trai. As consequências são sempre funestas. Judas enforcou-se num despenhadeiro, o galho onde ele estava quebrou: “Ora, ele adquiriu um campo com o salário da sua iniquidade; e precipitando-se, caiu prostrado e arrebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.” (Mt 27.5; At 1.18) 

Davi passou toda perseguição como consequência por seus pecados de omissão e com Bate-seba. Jesus não tinha pecado algum; Ele passou tudo o que passou por juízo de Deus por causa dos nossos pecados. Por causa do que Jesus fez na cruz, ninguém mais precisa terminar sua história perdido para sempre, como Absalão, Aitofel ou Judas. No amor de Jesus há força sem igual para impedir a continuidade de todo o ódio. Ele levou sobre si as nossas iniquidades, os nosso pecados Ele tomou sobre si. Ele é o Príncipe da paz! Aquele que nos mandou perdoar foi o primeiro a perdoar seus assassinos e traidores e rogar ao Pai que os perdoassem.

Nesse momento, eu convido você a abrir seu coração: será que você não está alimentando um sentimento de ódio contra alguém? Contra um irmão, contra um pai, uma mãe ou contra qualquer semelhante? Será que já não surgiu nesse cenário um Aitofel, um enviado do Diabo para fomentar ainda mais esse sentimento, minando toda a possibilidade de perdão e reconciliação? Será que em seu coração você já não que o mal viesse contra a vida de uma pessoa; não desejou até mesmo a morte de alguém? Ou talvez já tenha posto em prática esse mal, vingando-se de algo que você sofreu, que fizeram contra você? Será que as trevas já não obscureceram a sua visão, de modo que você tornou-se incapaz de ter misericórdia ou agir com bondade e graça? Se isso está acontecendo, esse ódio acabará por fim destruindo a sua vida, seja ela física, seja ela espiritual - até mesmo a eterna.

Eu sei, querido(a) leitor(a), que é muito difícil romper com o ódio. Acredite, estou falando como experiência própria. Mas isso não muda o fato de que esse sentimento precisa ser eliminado do nosso coração, tal como eliminamos as impurezas e toxinas do nosso corpo. Digo também que sozinhos não iremos nos livrar do ódio: nós precisamos de Jesus! Precisamos trazê-lo para dentro da situação, precisamos envolvê-lo no problema, porque Ele é o único que pode por fim a isso tudo! Trazer Jesus para dentro das crises e situações que enfrentamos, pedindo a Ele que limpe o nosso coração, tirando todo o ódio e amargura! Independente da religião que você professa esse conselho é para você! Peça a Ele, agora, que vá fundo no seu coração; exponha a Ele sua dor, seu sofrimento. Conte a Ele o que aconteceu e como você se sente em relação ao acontecido e peça-lhe que por Seu amor, bondade, misericórdia e graça que Ele limpe o seu coração e faça morada em Sua vida!

Se você não sabe como falar com Jesus, eu proponho-lhe a seguinte oração: 

"Senhor Jesus, eu venho aqui para falar como estou me sentindo em relação a (FALE O QUE ACONTECEU E DIGA COMO SE SENTE). Tenho muito ódio de (NOME(S) DA(S) PESSOA(S) QUE COMETEU(RAM) O MAL CONTRA VOCÊ), já desejei até que (O QUE VOCÊ DESEJOU DE MAL CONTRA ELAS OU QUE ATÉ TENHA FEITO). Eu não tenho como me libertar sozinho desse ódio e perdoar e esquecer o que foi feito contra mim. Por favor, nessa hora eu suplico que o Senhor entre no meu coração; entra na minha vida e me limpe de todo o ódio e de toda a dor que eu sinto contra (NOME(S) DA(S) PESSOA(S) QUE COMETEU(RAM) O MAL CONTRA VOCÊ). Eu perdo-o essa pessoa pelo que ela me fez. Eu entrego ao Senhor toda a minha história! Te dou o meu coração, a minha vida! Não quero continuar sentido ódio, mas quero sentir o Teu amor e Tua paz no meu coração! Vem Senhor, transforme a minha vida, a minha história, me dando um novo começo! Quebra as cadeias que impedem o meu ser, que impedem o fluir do Teu Espírito em mim! Em nome de Jesus eu oro. Amém!"     

 Para seu enlevo espiritual e meditação, deixo a seguinte música: FLUA SENHOR!

 

Que o Bom Jesus te abençoe e te guarde; que Ele derrame sobre Ti Sua graça, poder e misericórdia! Que Ele te dê a paz!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

NÃO SE BARGANHA COM UM DEUS QUE NÃO PRECISA DE VOCÊ


O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;
Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas.


Atos 17:24,25

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Barganha é o ato de trocar, de forma fraudulenta ou não um objeto por outro; i. é., tentar negociar ou trocar algo com Deus a fim de obter algum benefício. Em alguns casos, a barganha é simples componente psicológico onde, por meio de pressão emocional, consegue-se que uma determinada atitude seja tomada ou uma vantagem seja conseguida. Há várias áreas de atuação em que a barganha é cotidiana, onde aquele que é considerado "bom profissional" destaca-se exatamente pela capacidade de flexibilizar as decisões até que estas sejam consideradas aprazíveis. Isso, por exemplo, é muito comum na política, onde não há valores fixos, mas sim opções a serem escolhidas conforme o sabor da situação, conforme o interesse pessoal ou do partido a que pertence.

No Antigo Testamento, o livro de Jó relata a história do patriarca que, abençoado por Deus, teve sua família e bens perdidos em pouquíssimo tempo (1-2). Sua fidelidade, porém, era algo que transcendia todas as suas posses. Assim, mesmo tendo o Diabo dito que Jó negaria ao Senhor se viesse a perder tudo (1.6-12; 2.1-10), isto não aconteceu (1.22). Ele não precisou barganhar com o Senhor para ser abençoado; sua fidelidade a Deus foram suficientes (42.10-17). Já no Novo Testamento, até mesmo ao próprio Cristo o tentador teve coragem de propor uma barganha (Mt 4.8-10). Mais tarde, Simão, o mago, ofereceu dinheiro a Pedro e a João em troca da capacidade de se conceder o batismo com o Espírito Santo (At 8.14-24). E por causa disso, foi duramente repreendido pelos apóstolos.

As Escrituras condenam a barganha. As Escrituras evidenciam que barganhar com Deus é tentar negociar o inegociável: a simplicidade do Evangelho de Cristo Jesus (2 Co 11.3). O meigo nazareno é o autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2), por isso, devemos servi-lo voluntária e espontaneamente, certos de que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7). As Sagradas Escrituras destacam o amor como o elemento supremo de devoção a Deus e de profunda compaixão pelo próximo. Em Cristo, somos impulsionados a amar uns aos outros sem esperar nada em troca, pois é exatamente isto que nos caracteriza como discípulos do Mestre (Jo 13.35).

CUIDADO, NÃO SE NEGOCIA COM COISAS SANTAS. Não se negocia com a fé, nem sua nem da igreja, não se negocia os dons ou funções no Corpo de Cristo, as quais são dadas pelo Senhor para edificação de todos. Hoje vivemos uma geração que negocia com tudo, até mesmo com o próprio Deus. Igrejas venderam-se por espaço político e ganho econômico, abrindo mão da Palavra de Deus para acomodar o desejo pecaminoso de políticos inconversos e suas ambições. Optaram por vieses políticos, optaram por perseguir pessoas, optaram em dar crédito a mentira. Desviaram-se do santo propósito para o qual foram chamados. Passaram a ser testemunhas de políticos ao invés de Cristo. O preço de suas ações será cobrado por gerações a fio e também deles próprios.

Aqui, aproveito para afirmar: a prática de vincular a aprovação de Deus ou Suas bênçãos a doação de dinheiro, como se Deus precisasse de dinheiro para qualquer coisa, é antibíblica e blasfema. Deus não precisa de nada meu ou seu; não precisa de dízimos e ofertas, de trízimos e campanhas de arrecadação de grana para templo humano. Se for doar qualquer coisa, doe porque seu coração é gracioso, não porque isso te fará ganhar pontos com Deus. Isso é mesquinhez, pobreza de espírito e afronta ao Todo-Poderoso Rei e Senhor do Universo!  

Além disso, é bom que saibamos: visto que ele é o Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos humanas. Logo, Deus não precisa de templos para habitar, visto que ele fez o mundo e é o Senhor, ou possuidor, do universo. Aqueles que deveriam (já há muito tempo!) conhecer a Palavra de Deus erram muito ao pensar que, ao erguer magníficos templos e imagens e consagrá-los, atraem Deus para dentro deles de forma a Ele passar a residir entre essas pessoas de uma maneira especial. Essa noção vulgar é indigna de homens cujas mentes são aprimoradas pela Palavra de Deus revelada: por Deus ter feito o mundo, deveriam saber que Sua presença não se limita a templos feitos por homens. Nem é adorado com as mãos dos homens, como se precisasse de alguma coisa.

Não se barganha com Deus! Sabe por que?  Porque DEUS NÃO PRECISA DE VOCÊ! Em Atos 17:25, Paulo afirma que Deus nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse, pois Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais. Deus não precisa de nada, não há como barganhar com Ele (Atos 17.25a): “nem tampouco é servido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa.” 

Ele certamente não precisa de mim, nem de você, nem de homem algum, nem de bem algum, nem de serviço algum. Deus não precisa de você, não precisa de mim e não precisa de ninguém nem de nada neste mundo. Na verdade, Ele não precisa do mundo. Deus não é um Deus carente. Não é como se Ele estivesse entediado, girando os polegares, desesperadamente solitário antes de criar o mundo. Deus não depende do mundo para Sua existência, nem depende do mundo para Sua felicidade e auto-realização. Em vez disso, Ele possui vida em Si mesmo. Mais precisamente, Ele é a plenitude da vida em Si mesmo.

Por que mais não é possível barganhar com Deus? PORQUE ELE NUNCA É MENOS QUE DEUS!

O PAI AMA O FILHO DESDE A ETERNIDADE A FORA! Havia uma dependência um do outro dentro do próprio Deus! Ele não nos criou porque estava solitário e pensou: “Sabe, meu trabalho como Deus seria um pouco mais palatável se eu fizesse um ou dois pra carregar minha imagem, que me bajulassem de vez em quando.” Ele não precisa de nós. Não me entenda mal.  ISSO NÃO SIGNIFICA QUE ELE NÃO REAGE A NÓS. Que ele não se deleite em nós, ou que não se desagrade de nós. NÃO SIGNIFICA NADA DISSO, POIS ELE REAGE SIM A NÓS. Mas ele reage não por causa de alguma necessidade intrínseca em Seu próprio ser ou caráter. Antes, Ele responde a partir Sua inteira volição, de Suas perfeições e Vontade. Não porque Ele deixou as coisas saírem do controle. Não porque Ele não é soberano. Não porque Ele precisa de alguma coisa, mas por causa das perfeições de tudo o que Ele é, características e atributos. Ele responde sempre de acordo com seus atributos, e o tempo todo. ELE NUNCA É MENOS QUE DEUS.

NÓS É QUE PRECISAMOS DELE - E DESESPERADAMENTE! O quão difícil foi para Paulo conseguir apontar a cruz para um punhado de acadêmicos sofisticados, cuja inteira noção de religião se baseava em “uma mão lava a outra”! E então, para ficar ainda mais complicado, Paulo adiciona outra linha: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais.”  Isso também vem de Gênesis 1, 2 e 3: VIDA, FÔLEGO E TUDO MAIS. 

No início do primeiro século, o Senhor Jesus ensinou que nenhum pardal cai do céu sem a autorização de Deus. Até mesmo os cabelos de nossa cabeça são contados. Isso significa, em nosso caso, que Deus está fazendo uma contagem muito rápida. E ELE CONHECE TODOS OS NOSSOS DETALHES, QUER GRANDES OU PEQUENOS, CADA SITUAÇÃO, CADA ATO, CADA PALAVRA. Toda vez que respiramos, é com sua autorização. Paulo nos lembra de que precisamos dele para a vida, a respiração e tudo mais, o que abrange COMIDA E  SAÚDE, TRABALHO E LAZER, MINISTÉRIO E FAMÍLIA. Nós somos criaturas completamente dependentes. NÃO SOMOS O CRIADOR.  

Agora, como você terá um relacionamento com um Deus assim? ELE NÃO É UM VOVÔ MOLENGA, E NÃO É DISTANTE. Ele é tão soberano quanto os deístas querem, mas é muito mais pessoal. E ELE NÃO TEM NENHUMA NECESSIDADE. Você não tem nada para barganhar, pois de fato, a única razão pela qual você ainda está vivo é por causa de sua permissão. Se seu coração continua batendo, é porque Deus permite, pois se Ele alguma vez disser: “Tolo, esta noite te pedirão sua alma”,  VOCÊ MORRE.  Ou se ele disser: “Venha para casa, meu filho, pois agora é a hora e o seu trabalho terminou”, VOCÊ VAI. 

Como barganhar com um Deus assim?: “Deus, eu… eu te dou 10%; atenda agora os meus desejos!”  ELE É SEU DONO! Ele é dono da sua vida! ELE É DONO DO PLANETA INTEIRO (Salmo 24:1)! O que isso significa? Senhor vou me tornar missionário? Vou me tornar diácono na igreja? NÃO, NÃO. Há apenas uma maneira de ter um relacionamento com esse tipo de Deus. SE ELE DEMONSTRAR GRAÇA SOBERANA. Porque Ele não deve nada a nós, povo rebelde e de dura cerviz. NÃO TEMOS NADA PARA BARGANHAR.

CONCLUSÃO: Não podemos cair na tentação de barganhar com Deus. Isto por uma razão bastante simples: nada temos de real valor para propor em troca e muito menos o direito de assim procedermos. O profeta Isaías afirmou que até os nossos mais exaltados atos de justiça não passam de trapos de imundície diante dEle (Is 64.6). Para sermos abençoados necessitamos de Deus em todas as coisas e em todo o tempo. Ele em nenhum momento se nega a abençoar-nos, segundo a sua soberana e perfeita vontade (Mt 6.10; 26.42).

Para seu enlevo espiritual e meditação, deixo a música: INCOMPARÁVEL!


 Pense nisso. Graça, misericórdia e paz lhe sejam multiplicadas!