terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Tempos Modernos, Tempo de Ossos Secos
Ao longo de minha vida e ministério cristão, nunca foi tão clara a visão de ossos secos.
Vidas que meramente vivem um dia após o outro, que acordam de manhã para sua jornada cotidiana. Tomam seu café e saem apressadas para seus afazeres diários, que em essência não passam da repetição metódica dos dias anteriores. Ao meio-dia, vão almoçar; afinal, é necessário alimento para continuar o dia. Almoçam diante de uma TV, ou de um computador, sozinhos ou acompanhados, mas sempre diante de uma mente fervilhante com os compromissos após o almoço.
Após o almoço, retornam aos seus afazeres anteriores. Afinal, o dia ainda não terminou; é preciso cumprir as tarefas diárias. À noite, retornam para suas casas. Tomam banho e vão se deitar, porque amanhã é "dia de branco", como costumam falar. Tudo recomeça no dia seguinte e, com mínimas variações, segue igual ao dia anterior. Não há espaço para mais nada!
Se casado, o relacionamento inexiste, é de aparências. O amor, a troca, a cumplicidade carinhosa, o contato físico, o contato de alma foi "coisificado", tornado coisa. Afinal, é preciso manter a estrutura (morta) de vida, todo conforto (vazio) da casa; não há tempo para estas "superficialidades". "Amor não enche barriga". Ele precisa pagar a fatura do cartão de crédito que ela gastou; aliás "ela gasta demais". Daí, começam as brigas e discussões. Xingamentos, ofensas, acusações. Ela chora, ele sai batendo a porta de casa. "Ela já não é mais a mesma", ele começa a arrazoar... "nunca me disse um obrigado"..."nem sequer um beijo"... Vai para o bar, encontra com amigos. Os conselhos brotam: "esquece cara, mulher é assim mesmo"... "você precisa se distrair um pouco, tá trabalhando muito"... "olha só aquela gostosa, tá te dando maior mole"...
Ele não consegue compreender que o gasto excessivo é também substitutivo, é compensatório: a alma vazia precisa desesperadamente ser preenchida com algo; não consegue enxergar que o vazio de alma se alastra, que o vácuo deixado por ele na alma dela age nela como um aríete, chocando-se com toda força, sem dó nem piedade, contra o já enfraquecido sentimento de amor por ele.
Ela, por sua vez, precisa se sentir sempre nova, sempre bonita, sempre desejável. "Você tem que se cuidar menina, tá parecendo um tribufú!!", é o conselho das amigas; "o marido vai te trocar por outra, mulher; abre o olho!". Ela então insiste dizendo, "eu amo meu marido e ele me ama"; mas a resposta-pronta vem tinindo: "você tem certeza disso?"..."nenhum homem presta, querida"..."marido só serve para pagar as contas; o lado bom da vida a gente curte é com os gatinhos sarados, viva intesamente a vida". E assim um pensamento começa a surgir, a martelar... "será que não está certo"... "talvez tenha razão"... "ele não liga mesmo para mim"... "nunca me elogia, só fala do trabalho e de dinheiro"..."trabalho e dinheiro"...
Ela não consegue entender que a alma de seu marido também está sofrendo, se fechando para o amor; que as pressões dos "tempos modernos", "da produtividade em massa", são uma terrível força capaz de secar a alma e com ela os sinceros sentimentos que nos aproximam uns dos outros, que nos tornam diferentes das demais criaturas...
Até os filhos são embrutecidos. Todas as vezes que os pais substituem sua presença, sua atenção, seu carinho por "coisas", sem saber estão agindo para o esvaziamento da alma de seus filhos. De início, a criança chora pela presença do pai, da mãe, mas nunca há tempo... não dá, não tem tempo... tenho que trabalhar... dá um beijo, mãe... sai, criança grudenta, não sei como você pode ser assim... pai, olha o que eu fiz... agora não dá, mostra para sua mãe...E a criança torna-se pirracenta, ou chorona... Olha o presente que mamãe trouxe para você...Mamãe tem que trabalhar para te dar mais... E assim, a criança vai sendo "coisificada", exatamente como tudo ao redor.
Se os pais se separam, aí a coisa fica pior: cada um quer viver a sua vida... mas e aquela vidinha que também quer viver? Que precisa de um e de outro? Psicólogo nela?
"Ora, minha função é não deixar faltar nada", dirão os pais (casados ou não). Bem, se esta é a sua função, é bem possível que você ou tenha falhado ou esteja falhando. Algo faltou: sua presença. Seu amor. Seu carinho acolhedor. Sua compreensão com as necessidades de outras pessoas...seu filho...seu marido...sua esposa...Sua dureza de coração impediu-o(a) de ver que exisitia mais alguém, além de você, que não precisava apenas de coisas... de dinheiro... mas de você.
Esta família não passa de um vale de ossos secos... aliás, sequíssimos... Será que ela poderá tornar a viver, ou já está decretado o destino final dela? Poderá a alma da mãe, vazia e sem vida, tornar a viver? Poderá a alma do pai, embrutecida e sem vida como um rocha, tornar a viver? Poderá a alma dos filhos, sem esperança, tornar a viver? Terão um novo viver, um reviver?
Porventura viverão estes ossos? Óh Senhor DEUS, tu o sabes!
Há esperança! Sim, Deus o sabe! Deus sabe como fazer para reviver os ossos secos! Ele tem todo poder e autoridade para torná-los a vida! Mas como será isso? Como Ele fará? O que é preciso?
Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR.
Profetiza sobre os ossos! Diga-lhes o futuro que os aguarda! Diga-lhes o que o Senhor diz sobre eles. A Palavra do Senhor deve ser ouvida por eles! A Palavra que fala de arrependimento, de confissão e de perdão; que fala de restauração, de cura; que fala que o Senhor Jesus deseja-lhe dar de volta a sua vida, que o inimigo das almas humanas, que causou isso tudo, veio senão para matar, roubar e destruir, mas ao contrário Ele veio para te dar vida e vida em abundância! (João 10:10) Aquele que te ama ao ponto de ter dado a Sua vida por você, o SENHOR teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará; não desprezará o seu espírito quebrantado; o seu coração quebrantado e contrito (Salmos 51:17)! Ele se compadecerá de você, pobre e aflito, e salvará as almas dos necessitados (Salmos 72:13)! Em nome de Jesus, amém!
Lembre-se: Deus está te dando visão de águia!
2 comentários:
(1) Reservo o direito de não públicar criticas negativas de "anônimos". Quer criticar e ter a sua opinião publicada? Identifique-se. Outra coisa: não publicarei nenhuma crítica dirigida a pessoas; analise a postagem e então emita seu parecer, refutando-a com a apresentação de referências, se assim for o caso (2) Discordar não é problema. É solução, pois redunda em aprendizado! Contudo, com educação. Sem palavrão nem termos de baixo calão! (3) Responderei as críticas na medida do possível e segundo o meu interesse pessoal (4) Não serão aceitos, em hipótese alguma: mensagens com links que dirigem e façam propaganda a sites católicos, espíritas, ateus, ortodoxos gregos, judaizantes, adeptos de teologia da prosperidade, religiões orientais, liberais, nem nenhum outro que negue Jesus Cristo como Senhor, Deus, único e suficiente Salvador. Estende-se essa proibição a mensagens que propaguem essas idéias/crenças e que queiram debater e provocar discussões.
Realmente essa é uma verdade muito presente em nossos meios de convivência... posso ser ousado em dizer que hoje, em qualquer lugar que eu tenho um certo tipo de "círculo de harmonia", existem pessoas que são exatamente assim, e quando não o são, estão nesse processo de cauterizar a alma om qualquer tipo de coisa.
ResponderExcluirE como há ossos secos por aí.Seguem a
ResponderExcluirvida como se tudo estivesse a mil maravilhas e não se dão conta que tudo já azedou´,o egoísmo prevaleceu.
Quando o que mais importa são as coisas e não as pessoas,estas se transformam apenas em robôs a nosso
serviço.