Conforme o texto bíblico, o Senhor Deus plantou um jardim. Um jardim que possuía toda espécie de plantas e de árvores frutíferas, com toda espécie de animais terrestres e aves. E neste jardim, segundo o texto, Deus colocou o homem que tinha formado. Este jardim era localizado no lado oriental do Éden, muito provavelmente uma região geográfica daquela época. Os eruditos disputam sua localização na geografia atual. Assim, surgem localizações como a atual Armênia, na região oeste do Mar Cáspio, na Média, próximo a Damasco, na Palestina, ao sul da Arábia, e na Babilônia. Havia um rio que saía do Éden para regar o jardim; este rio, ao sair do jardim, se dividia em quatro braços (Gn 2.10). Muito provavelmente, ficava próximo aos rios Tigre e Eufrates. É de se supor que o jardim fosse um lugar de delícias e prazer, devido ao nome, Éden.
Não é errado supor que a temperatura do jardim do Edén fosse próxima aos 25ºC durante o dia, considerada uma temperatura agradável para o homem. A camada de ozônio, responsável pelo bloqueio dos raios UV, estava em perfeito estado; portanto, não havia fenômenos de aquecimento global ou mudanças climáticas à epoca. Com toda certeza, a temperatura à noite deveria aproximar-se da temperatura do dia, talvez no máximo um ou dois graus abaixo, tornando as noites suaves. Além disso, havia fonte de água inesgotável, oriunda do rio que banhava o jardim: água mineral, pura, refrescante e saborosa. Junte-se a isso as deliciosas frutas que ali haviam é facílimo entender o nome Éden.
O homem e o jardim... perfeito equilíbrio ambiental. O jardim era a casa do homem no planeta, e assim era por ele compreendido.
Porém, o que o homem fez? Introduziu o pecado no lugar perfeito, aceitando o papo furado do diabo. Que pecado é esse? Meramente comer um fruto? Entender deste modo o pecado de Adão - o homem formado por Deus e introduzido no jardim - e Eva - sua esposa - é não compreender a Bíblia, em sua inteireza e inerrância doutrinária. O pecado não foi infantil, como a maioria das pessoas supõem; não foi uma "travessura infantil". Não, o pecado foi muito sério: trata-se da auto-suficiência, da negação da necessidade do Criador, da presunção de ser o Juiz do Universo, a Luz do Mundo, por conta própria. Era como dizer a Deus: "Eu não preciso mais de você. Eu já sei tudo o que preciso saber para controlar, eu mesmo, a minha própria vida".
Abre parênteses: Hoje, vejo muitos homens e mulheres errarem o alvo miseravelmente como erraram Adão e Eva. Desde cientistas - que aboliram o Criador em prol das Leis físicas que o próprio Criador estabeleceu no princípio - até mesmo pastores e crentes comuns. Quantos crentes e pastores acham-se sábios aos próprios olhos, tomando decisões sem consultar nem a Deus, nem aos anciãos da Casa de Deus? Se, como diz Provérbios, na multidão de conselhos há a sabedoria, então na ausência de conselhos há a estultícia, ou seja, a insensatez, a estupidez, a tolice e a imbecilidade. Depois da "lambança" feita, vêm as consequências e com elas o desespero pela desprovimento de recursos espirituais ("nudez") e afastamento da visão dada por Deus. A tentativa de conserto com as próprias forças ("folhas de figueira") só piora as coisas; é melhor se submeter, enquanto filho, à disciplina do Pai. Fecha parênteses.
Com o pecado do homem, não restou alternativas ao amoroso Criador senão expulsar o homem do jardim; caso contrário, o Senhor teria perdido, para sempre, toda a raça humana, e o diabo teria vencido. Fora do Éden, a vida espiritual e biológica do homem entrou em constante declínio. Seu corpo mortal, que dependia de comer do fruto da árvore da vida para manter-se eternamente e o qual o homem jamais tencionou comer enquanto vivia no jardim, passou a sofrer a ação da morte. Cada ano fora do jardim implicava no aparecimento de inúmeras mazelas no corpo humano, até chegar o dia da separação da alma e do espírito do corpo - da morte. Espiritualmente, o homem morreu - ou seja, separou-se - de Deus no momento em que engoliu o pedaço daquele fruto, no Éden.
Porém, desde então, a morte não entrou apenas na raça humana. Toda criação passou, sob certo ponto de vista, a experimentar a "morte", a exalar o fétido odor de sua realidade. O Éden deixou de existir, com o tempo. Possivelmente, foi destruído por efeito das alterações geológicas e climáticas resultantes do pecado de Adão. No lugar dele, surgiram os desertos; no lugar de árvores que eram "boas para comer", surgiram as ervas daninhas e as plantas venenosas. Surgiram vírus e bactérias, patogênicos, que com o passar dos milênios se transformariam, a partir de efeitos mutagênicos, em agentes causadores da tuberculose, da febre amarela, da dengue, da varíola, do tifo e da Aids. Surgiram insetos, como o mosquito Aedes aegypti (aēdēs do grego "odioso" e ægypti do latim "do Egito"
Com o pecado, o equilíbrio da criação foi em grande parte prejudicado. Surgiram buracos na camada de ozônio, por conta da ganância humana; com isso, houve o contínuo aumento da temperatura média da Terra (hoje, no verão, a temperatura chega a 45ºC-50ºC em algumas regiões, como RJ). Neste ano, os efeitos das mudanças do clima se fizeram sentir em várias partes do planeta, com alto volume de chuvas, extremos de temperaturas, tufões e furacões. Mesmo diante deste notório quadro, até hoje os EUA não ratificaram o Protocolo de Kyoto, por pura ganância...
Lagoas, rios e mares foram (e ainda são) sistematicamente alvo de poluições por emissões de fábricas e esgotos sanitários. Aqui no estado do RJ, basta ir à praia de Icaraí, em Niterói, e ver, com tristeza, o que o esgoto causou... o cheiro é insuportável. É possível encontrar em algumas praias as "línguas negras" de esgoto (como Copacabana, Ipanema e outras). No lugar das águas minerais no jardim, as águas passaram a estar repletas de coliformes fecais, poluentes químicos e outros. E engana-se quem pensa que a poluição deve-se apenas aos grandes conglomerados sociais e produtivos: o homem, individualmente, é tão poluidor inveterado quanto em conjunto. Basta você ir a uma praia (isto é, se não for legalista, rsrsrs) e encontrar de tudo nela, tanto na areia quanto na água. Pessoalmente. já encontrei caco de vidro, garrafa quebrada, camisinha usada, seringa com agulha, centenas de sacos plásticos e de garrafas PET...
Abre parênteses: Onde estão as autoridades municipais que não vêm o que está acontecendo nas praias?!? Dia desses estava com minha família em Piratininga, na região litorânea conhecida como "praínha", e até cachorro havia na praia (e não era um só). Isso sem falar numas pessoas endemoniadas - só lhes cabe esta alcunha - que estavam a detonar bombas caseiras sobre albatrozes e aves marinhas residentes na região, por puro prazer de destruir a criação de Deus. Isso é crime ambiental, tipificado na Lei 9.605, de 12/02/1998, a chamada "Lei de Crimes Ambientais", sujeitando os infratores às penas restritivas de direito. Em seu Art. 29, está escrito: "Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa". Atenção, Prefeitura de Piratininga e adjacências! Fiscalização é o enforcement da Lei! Fecha parênteses.
Onde iremos parar? Que mundo deixaremos para as futuras gerações? Os homens cada vez menos atentam para um conceito simples, cunhado no Relatório Brundtland (Our Commom Future, ou Nosso Futuro Comum, publicado em 1987): o desenvolvimento sustentável, isto é, o desenvolvimento que possibilite a satisfação das necessidades pela geração atual, de modo a permitir que as futuras gerações também possam satisfazer as suas necessidades. Pobreza e miséria, frutos em última análise do egoísmo humano materializados nos padrões insustentáveis de produção e de consumo e na exploração dos países em desenvolvimento pelos países desenvolvidos, são contrários ao desenvolvimento sustentável, que se baseia no conceito do "triple botton line" (desenvolvimento econômico, desenvolvimento ambiental e desenvolvimento social).
Resolver o problema da degradação do meio ambiente passa, primeiramente, pela solução dos problemas espirituais do homem. É preciso combater veementemente a auto-suficiência, a arrogância e o egoísmo humano, que se constituem em pecados aos olhos do Senhor Deus, o Criador de todas as coisas. É preciso que o homem "nasça de novo", ou seja, que ele sofra o processo de regeneração espiritual quando da conversão à Cristo, por meio de quem todas as coisas foram criadas. Somente tratando do problema em sua raiz mais profunda, será possível haver uma ética cristã ecológica, caso contrário, muito será discutido em termos acadêmicos, filosóficos e políticos, mas pouquíssimo será o real avanço, em termos práticos, da preservação ambiental.
Mas nascer de novo é apenas o começo. É preciso algo mais: é preciso amadurecer, até se tornar um crente maduro na fé. Segundo Paulo, "toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm 8.22), com "ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus" (Rm 8.19). Expectação (sinôn.: esperança) é a tradução do termo grego apokaradokein. Apo significa “fora de”; kara, “cabeça”; dokein, “mirar”. Assim, o termo dá a idéia de alguém, com pescoço esticado, procurando ansiosamente, com grande desejo de encontrar, algo ou alguém. Ou seja, significa a mirada ardente, concentrada, e persistente que se aparta de qualquer outra coisa, para fixar-se somente no objeto do seu desejo. A criação está a vigiar, de forma ardente e persistente, com grande ansiedade, até que os filhos maduros de Deus (huios tou Théos) se manifestem.
Cabe, assim, à Igreja de Cristo na face da Terra, independente da denominação que professa, pouco importando se pentecostal ou tradicional, transformar os filhos meninos de Deus (teknon tou Théos) em filhos maduros de Deus, de forma a não perpetuar a infantilidade eterna e o escapismo. A Igreja de Cristo jamais deveria ser a Terra do Nunca, a Neverland da fé, onde seus membros nunca crescem; onde os Crentes-Garotos-Perdidos (!), liderados pelo Pastor-Peter-Pan (que também está perdido!) estão a lutar eternamente com Capitão Ganch...Tridente dos Infernos em troca de bênçãos materiais.
O jardim no Edén foi perdido para sempre, porque o homem preferiu dar ouvidos ao diabo e não a Deus. Não vamos perder o paraíso vindouro também e pela mesma razão; caso contrário o inferno (Geena), tipificado no lixão do vale de Hinom, onde se lançavam os cadáveres de pessoas que eram consideradas indignas, restos de animais, e toda outra espécie de imundície (se acrescentava enxofre para ajudar na queima), onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga, será a nossa morada eterna.
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!
Que ser complicado é o homem!Desde Adão está focado na sua destruição,na de outros semelhantes e de toda a natureza.Poucos são os que se levantam com propostas sérias para barrar tal devastação.E a sanha destrutiva continuará(não é pessimismo,é constatação).Enquanto o homem não for redimido não enxergará o que de mau tem feito.Só indo à cruz o homem entende qual é o seu lugar e o que deve fazer para preservar o que aí está.E mais ao receber Cristo em seu coração,o homem é colocado novamente naquela posição anterior à queda e pode então ter comunhão com o Seu Criador.Isso o levará ao seu papel de mordomo fiel,zeloso.
ResponderExcluir