quarta-feira, 31 de agosto de 2022
A SITUAÇÃO DO MUNDO REVELA A AUSÊNCIA DE CRISTO
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022
O QUE FAZER QUANDO VOCÊ CHEGA AO LIMITE DE SUAS FORÇAS?
Jó 1:1 Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal.
Jó 1:2 Nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
Jó 1:3 Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente.
Jó 1:13 Sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa do irmão primogênito,
Jó 1:14 que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;
Jó 1:15 de repente, deram sobre eles os sabeus, e os levaram, e mataram aos servos a fio de espada; só eu escapei, para trazer-te a nova.
Jó 1:16 Falava este ainda quando veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu; só eu escapei, para trazer-te a nova.
Jó 1:17 Falava este ainda quando veio outro e disse: Dividiram-se os caldeus em três bandos, deram sobre os camelos, os levaram e mataram aos servos a fio de espada; só eu escapei, para trazer-te a nova.
Jó 1:18 Também este falava ainda quando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa do irmão primogênito,
Jó 1:19 eis que se levantou grande vento do lado do deserto e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre eles, e morreram; só eu escapei, para trazer-te a nova.
Jó 2:7 Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.
Jó 2:8 Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se.
TODOS NÓS TEMOS UM LIMITE. Um limite de resistência física e emocional. É possível chegar nesse limite máximo. Nesse ponto, muitos não resistem: depressões terríveis, condenações intermináveis, dores intensas pelo corpo... algumas vezes, até o suicídio é cogitado e, não raro, praticado, que torna-se uma última "rota de fuga". Afinal, pensa aquele que cogita acabar com a própria vida, "ninguém liga para mim, nem para o que estou vivendo", "minha situação não tem solução; agora é daqui para pior, logo é melhor morrer de uma vez".
Na Bíblia, há o registro de um homem que viveu o "inferno na terra". Jó atingiu o limite máximo da resistência humana (física e emocional) – ele perdeu todos os seus bens, todos os seus filhos e a sua saúde, cumulativamente. Ele tinha tudo, de uma hora para outra ficou sem nada: perdeu suas posses, seus filhos e sua saúde. Por conta delas, Jó lamenta seu nascimento (Por que não morri eu na madre? Por que não expirei ao sair dela? - Jó 3:11), onde segundo ele teria sido melhor ser abortado ou nascido morto do que aquilo que vivia. Ele lamenta pela morte não chegar para ele (Por que se concede luz ao miserável e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem? - Jó 3:20,21). Para ele, aquelas dores eram insuportáveis. Jó ficou em um estado deplorável: ele passou a ter halitose (“O meu hálito é intolerável à minha mulher[...]” - Jó 19:17a), febre (“[...]os meus ossos estão queimados do calor” - Jó 30:30b) e úlceras na pele infestadas por vermes, que ao serem coçadas arrebentavam novamente (“A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele endurece, e torna a rebentar-se” - Jó 7:5). Que situação!
Num mundo cada vez mais cruel e impiedoso, muitos vivem exatamente a mesma situação de Jó. Assim como vê-se na vida daquele patriarca, há milhares de pessoas vivendo exatamente agora terríveis realidades, como a perda da saúde, do ganha-pão, da família, da honra, do auto-respeito, etc. Veja, por exemplo, o caso recente dos venezuelanos no Brasil, no Estado do Roraima: a prostituição daquelas que outrora foram pacatas donas de casa, para poderem sobreviver.
Problemas financeiros podem levar a pessoa ao limite. Se problemas financeiros podem levar ao desespero, imagine perder todo o fruto do trabalho de uma vida inteira, como essas mulheres! Por conta das experiências sexuais forçadas pela condição financeira, depressão, ansiedade e desejos suicidas são comuns a essas pessoas (Veja: Prostitutas são as pessoas que mais tentam suicidar-se).
Mas não é só problemas financeiros: os de saúde também podem levar a pessoa ao limite. Eles são capazes de abater a alma de qualquer pessoa. Quantas famílias estão vivendo angústias e tristezas insuportáveis por terem seus queridos internados em estado gravíssimo ou os perdido, pela morte, devido a pandemia por Covid-19? Quem perdeu seu querido sabe o quanto a dor pode ser extremamente intensa, ainda mais num mundo desprovido de misericórdia e compaixão, onde prevalece os piores tipos de maldade e crueldade.
Infelizmente, problemas no relacionamento interpessoal podem também gerar o desejo de terminar com tudo rapidamente. Quantas mulheres - até adolescentes e crianças, que
estão sofrendo ou já sofreram abusos sexuais (e outros tipos de abuso)
não estão nesse exato momento cogitando acabarem com suas próprias
vidas? É muito triste constatar isso! Assim, por exemplo, acontece com aquele que sofre bullying. Com aquele que é alvo de preconceito, discriminação e opressão, como por exemplo é o caso dos LGBTQI+ (veja: Autoextermínio é até 7 vezes mais comum entre LGBTQI+). Muitas pessoas, consciente ou inconscientemente, por suas atitudes em relação ao próximo, estão contribuindo para o atingimento do limite e, tristemente, para a destruição da vida de outro ser humano.
O fato aqui é que cada um de nós possui um limite de resistência diferente nas diferentes áreas de nossas vidas, porém tão capaz de ser atingido como o de Jó. Uma vez atingido o limite de nossa resistência, perdemos as “salvaguardas” emocionais que mantém nosso equilíbrio interno. Tem lugar, então, uma enormidade de expressões e sentimentos incontroláveis:
- Insônia Intensa: “Havendo-me deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a alva.” (Jó 7:4)
- Expressões Verbais de Amargura: “Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma.” (Jó 7:11)
- Sentimento de abandono da parte de Deus: “Ainda que eu chamasse, e ele me respondesse, não poderia crer que ele estivesse escutando a minha voz.” (Jó 9:16) Talvez você esteja se perguntando: “Será que o Meu Pai Está Vendo o que Estou enfrentando - e Será que Ele Se Importa com Isto?”
- Sentimento de injustiça da parte de Deus: “Porque eu, porque comigo?” (Jó 21:7-15)
- Desejo de jamais ter nascido: “Por que não morri ao nascer? por que não expirei ao vir à luz?” (Jó 3:11)
- Desejo de morrer: “A minha vida abomino; não quero viver para sempre”. (Jó 7:16). Em algumas pessoas, este sentimento é tão intenso que acaba por converter-se em sentimento de desejo de suicídio – ou mesmo na tentativa deste: “Ninguém me ama. É fácil a gente se matar quando não tem nada a perder”.
O que fazer quando esse limite pessoal de resistência é atingido? Dar vazão aos sentimentos destruidores, levando-os à cabo? Matar-se? Matar alguém? À luz da experiência de Jó, sugiro que nesses momentos, no limite de sua resistência, você vá ao limite da fé! No limite de sua resistência emocional e física, Jó levou sua fé ao limite. Não buscou em Deus explicações, justificativas, teologismos baratos ou qualquer paliativo. Ele colocou toda a sua fé no ponto mais alto que ela poderia chegar, neste estágio: Ele creu no seu REDENTOR pessoal, Vivo e não Passivo! (Jó 19:25 – “meu Redentor”)!
A exemplo de Jó nós também temos um Redentor, que está Vivo. Ele se identificou conosco, se fez homem. Se identificou até o limite da nossa resistência e não satisfeito ultrapassou este limite, para que por Seu sofrimento, fôssemos livres do nosso! Para que, tendo experimentado todas as tentações e dores possíveis, pudesse nos socorrer em nossas dores e tentações! Ele, Jesus, apanhou de vários soldados, cuspiram Nele, o açoitaram com um chicote feito para gerar dores indizíveis (chamado flagrum ou flagellum, consiste em pequenas partes de osso e metal unidos a vários cordões de couro. Durante as chicotadas, a pele era arrancada das costas, expondo uma massa ensangüentada de músculo e osso), colocaram Nele uma coroa de espinhos, o pregaram numa cruz e furaram seu tórax com uma lança (Mt 26.67,68; 27.30). Ele foi traído por seu amigo íntimo, por quem Ele amava (Jo 15.15; Mt 26.50 – “amigo, a que vieste?”), foi negado três vezes por seu amigo Pedro, abandonado por aqueles a quem amou, inclusive João. Escarneceram dele o quanto puderam! Até Seu Pai virou a face, escondendo Dele o rosto e deixando-O desamparado a sofrer no corpo e na alma, para morrer da forma mais indigna possível naquela época - uma morte de ladrão, de traidor! Morreu entre dois ladrões, numa situação de maldição (Mt 27.46) Mas Ele fez isso por causa de nós! "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53.4,5). Logo, ELE SE IMPORTA CONOSCO - e não pouco; deu a própria vida para que vivêssemos; logo, Ele está ao nosso lado nos piores e mais cruéis momentos de nossa vida, para nos ajudar e livrar!
Deus diz que você está gravado bem na palma da Sua mão! Em hebraico a palavra “gravei” significa “tatuei” - quer dizer, indelével, impossível de ser apagado. Ele não pode esticar a Sua mão sem que Se lembre de você! Deus não se esquece JAMAIS de você! (Is 49.13-16). Deus não despreza o aflito ("Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro" - Sl 22.24) Vá até Ele e dele receba a força para continuar a jornada! Vá até Ele, com confiança e fé - Ele é socorro BEM PRESENTE na hora da angústia! É Ele mesmo quem diz: "invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás"! (Sl 50.15) O próprio salmista, homem como eu e você, demonstra profunda confiança na resposta de Deus no dia da angústia ("No dia da minha angústia, clamo a ti, porque me respondes" - Sl 86.7)!
Como invocar ao Senhor, talvez você pergunte. A resposta é apresentando a Ele os sacrifícios que Ele considera agradáveis: "Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus." (Sl 51.17) Ele, o Senhor, é quem te diz nessa hora: "Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos." (Is 57.15)
Para concluir, deixo-lhe um precioso louvor. Escute-o enquanto busca o Senhor seu Deus:
Graça, misericórdia e paz lhes sejam multiplicadas!
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Sermão ministrado em culto dominical, dia 24/02/2008.
domingo, 16 de janeiro de 2022
JERUSALÉM PARA EMAUS: LÁ E DE VOLTA OUTRA VEZ!
Luc 24:13 Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios.
Luc 24:14 E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas.
Luc 24:15 Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles.
Luc 24:16 Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer.
Luc 24:17 Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos.
Luc 24:18 Um, porém, chamado Cleopas, respondeu, dizendo: És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias?
Luc 24:19 Ele lhes perguntou: Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo,
Luc 24:20 e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.
Luc 24:21 Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam.
Luc 24:22 É verdade também que algumas mulheres, das que conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo;
Luc 24:23 e, não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais afirmam que ele vive.
Luc 24:24 De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram.
Luc 24:25 Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!
Luc 24:26 Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?
Luc 24:27 E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.
Luc 24:28 Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante.
Luc 24:29 Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles.
Luc 24:30 E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu;
Luc 24:31 então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles.
Luc 24:32 E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?
Luc 24:33 E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e outros com eles,
Luc 24:34 os quais diziam: O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão!
Luc 24:35 Então, os dois contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no partir do pão.
A morte de Jesus causou uma explosão de sentimentos contraditórios nos discípulos. Ninguém esperava que Jesus morresse, mas que Ele triunfasse vitoriosamente sobre o Império Romano, se assentasse sobre o trono de Israel na condição de filho de Davi e, então, levasse Israel a ser o centro das nações. Ele estava morto, eles viram! E, porque viram Ele sofrer horrores e ser morto, perderam o ânimo e a fé. Eles haviam perdido a esperança. Afinal, como poderia aquele homem, que se dizia filho de Deus, ter um fim tão trágico? Sua esperança messiânica havia sido sepultada no túmulo de Jesus. E se isso sucedeu a Ele, muito pior lhes estariam reservados.
Eles estavam frustrados... com Deus, talvez a pior das frustrações! Quando a frustração acontece pela não-realização de projetos humanos, quando não se atinge o ideal pretendido, não realizando o projeto de vida, depois de algum tempo pode ser possível recomeçar. Quando as coisas não saem como era esperado, por exemplo um emprego, um casamento, um curso, etc., depois de um período de intensa frustração pode-se "levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima". Ainda assim é um percurso muito difícil de seguir, algo muito difícil de superar e há muitos que não conseguem fazê-lo.
Mas e quando envolve a esperança naquilo que é espiritual, da parte de Deus? Como recomeçar um ministério, por exemplo, quando houve uma frustração com Deus por conta da primeira experiência altamente frustrante, onde não se viu sequer uma pequeníssima semente germinar depois de tanto esforço e dedicação, depois de abrir mão cotidianamente da própria vida em favor de pessoas que, ao final, se mostraram ingratas e traidoras?
Quando Deus é o alvo das nossas frustrações, por entendermos que Ele não agiu conosco como esperávamos, o que levou a um fracasso em um projeto de vida nosso, o qual Ele mesmo nos incentivou a assumir, não resta mais esperança. Questionamos Deus e a nós mesmos e, com isso, entramos em um estado de depressão e tristeza. Veja por exemplo Jó: ele não entendeu porque estava vivendo todo aquele infortúnio e, para piorar ainda as coisas, vieram seus amigos acusá-lo, dizendo que aquilo que ele vivia era por pecado dele. O que aconteceu com Jó acontece conosco também: nas piores lutas da nossa alma, surgem irmãos e amigos com afirmações destruidoras sobre nós: "você está vivendo isso porque está debaixo do juízo de Deus sobre sua vida", "você abandonou Deus", "você abandonou o ministério", "você traiu Jesus", "você foi infiel no ministério", "mundano, que não ora e não jejua", "a igreja não cresceu por sua causa", "carnal", "inapto para o Reino de Deus", "sem chamado", e assim vai. Como essas palavras nos atingem, no profundo de nossa alma! Como dói ouvir essas coisas depois de anos e anos servindo! E, com isso, nosso foco passa, indiretamente, a ser o Senhor! Quem nunca "responsabilizou Deus" pelo fracasso experimentado, por não ter impedido ou por não ter atuado em seu favor quando tudo ocorreu?? É como diz a primeira estrofe da música "O Sonho Acabou", do grupo Roupa Nova:
Se uma voz não responde
A quem jurou tanto amor
Quer dizer que está perto do fim
Por ser de vidro se quebrou
Se quem jurou hoje vivi disse lembrar
Que sonhou não quer ver
Que o sonho acabou é hora
De se acordar
Quando isso tudo acontece, só nos resta uma coisa: voltar para as nossas próprias vidas, carregando nossas mágoas e frustrações. Exatamente isso aconteceu com aqueles dois discípulos. Aqueles dois discípulos eram como homens que
sobreviveram a um terremoto; eles estavam atordoados e frustrados, e se puseram a caminhar em direção a uma aldeia chamada Emaús, bem distante de Jerusalém, o então lócus onde todas as coisas vieram a acontecer. Note que as “coisas que aconteceram” encheram suas mentes e
conversas.
O caminho de Emaús é o caminho de todo aquele que está frustrado com Deus, que esperava uma coisa e aconteceu outra totalmente diferente!
Emaús ficava distante de Jerusalém 08 milhas (aprox. 13 Km). Os dois discípulos estavam indo de Jerusalém para Emaús, onde estiveram por ocasião da Páscoa dos judeus. Estavam agora retornando para suas casas, no domingo da ressurreição. Em Jerusalém, foram testemunhas oculares dos horrores da crucificação. Quando perguntados sobre o que conversavam, pararam entristecidos. No original grego, o sentido do vocábulo “entristecidos” é “melancólicos”, indicando o ar abatido de uma profunda tristeza, acompanhada de dor e desprazer.
Por que? Diante de tudo o que viram e ouviram sobre Jesus, das profecias, eles esperavam outro desfecho da história: “E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.” (vv. 19-24) Noutras palavras, “críamos que esse homem é que traria a nossa solução!” Eles estavam esperando outra coisa, outro desfecho! O discurso aqui é de alguém que está decepcionado, frustrado, alguém que tinha esperança mas que perdeu! Quantas pessoas não dizem: “ahhh..., eu esperava que essa Igreja fosse solucionar o meu problema!” “eu esperava que tudo fosse terminar de outra forma!”! Assim, muitas pessoas estão frustradas com Jesus!
No episódio, os 2 discípulos não entenderam o plano de Deus para Israel e para Jesus. Apesar de conhecerem os acontecimentos, eles não entendiam a Palavra de Deus e nem o próprio Deus! O próprio Senhor se aproximou a ia com eles. Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer. Então o próprio Senhor "puxou conversa" com eles: Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de
que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos, e lhe responderam “Como assim? Você não sabe o que aconteceu?’ Eles não reconheceram Jesus, apesar de serem seus discípulos (um deles era Cléopas = tio do Senhor; Jo 19.25, cf. Hegesipo, pai da Igreja). As palavras são de espanto e impaciência! Por conta da frustração, não O reconheceram! Muitos crentes que dizem conhecê-Lo o tratariam como estranho se Ele lhes aparecesse fisicamente por conta de suas frustrações e desânimos!
“O que aconteceu a Jesus...” (v. 19). Na concepção deles, Jesus apesar de poderoso em obras e palavras, diante de Deus e todo o povo, acabou morto. UMA TORRENTE DE LAMENTAÇÕES POR CAUSA DO DESAPONTAMENTO, DA EVAPORAÇÃO DA ESPERANÇA! Bastava aplicar a lógica: “Se o poder de Jesus, que se dizia o messias, não foi o suficiente para salvá-lo das mãos do homem, o que mais resta esperar?”
Aqui, vale a seguinte consideração: a nossa lógica é sempre inferior à lógica divina. Na lógica humana, Jesus fracassou; na divina, foi a morte de Jesus a forma com que Ele triunfou sobre Seus inimigos! (Is 55.8,9) Quem se baseia na lógica humana para entender os caminhos de Deus acabará inevitavelmente frustrado e sem esperança. Quiçá até distante de Deus, de volta para o mundo, acusando-O por suas mazelas pessoais!
Eles relataram que algumas das mulheres foram ao túmulo do Mestre “mas não o viram” (v. 23). Para eles, a história da ressurreição era apenas estória das mulheres histéricas num estado psicológico de cumprimento desejado, revertendo a angústia profunda pela criação imaginária de um estado de euforia. “Elas disseram isso, disseram aquilo, mas não vimos nada!” Eles tinham medo de crer novamente! Aqui, mais uma vez a nossa lógica atua, levando-nos à dúvida e à incerteza. Na dúvida, ninguém merece crédito, nem Deus! Como crer num Deus que não faz as coisas do jeito que eu espero? Assim, a fé e a alegria que muitas pessoas expressam não passam de um estado psicológico criado pela própria pessoa. Por isso mesmo, ela acabará se frustrando ao final. Note que Jesus os chamou de “néscios e tardios de coração”: abundou a lógica, mas faltou a fé. Eu comparo a fé é a um motor de propulsão; com ele, avançamos, sem ele estacionamos. Vale dizer aqui que o justo, para Deus, não é aquele que é sábio ou lógico segundo o mundo. O justo para Deus é, e sempre será, aquele que crê! A fé é a vida do justo! (Hb 10.38) É no Evangelho que se descobre a justiça de Deus de fé em fé! E esta fé não vem por ver, mas por crer sem ver, apenas tendo ouvido (Rm 1.17; 10.17).
Assim, o caminho de Emaús é o caminho da frustração e do desânimo, causados pela aplicação da lógica humana no Caminho de Deus. Muitos crentes estão à caminho de Emaús, com medo de confiarem novamente, sem entender os acontecimentos na esfera do plano e da soberania de Deus. É um caminho muito longo e doloroso de ser percorrido, onde ninguém pode nos socorrer e que ainda há muitos para aumentá-lo. Somente o Senhor pode nos tirar desse caminho, fazendo-nos voltar a Ele. Ele apareceu àqueles dois discípulos e, após tratar com eles, levou-os de volta... de volta a Jerusalém, de volta da esfera do desânimo à esfera da fé a partir do reconhecimento de Jesus ressurreto! Jesus explicou àqueles discípulos tudo o que Dele constava nas Escrituras, desde Moisés à Malaquias. Explicou qual era o plano de Deus para o Messias.
Para entendermos o plano de Deus para nossas vidas, precisamos ler e entender a Palavra de Deus, com as devidas explicações do Espírito Santo. É Ele quem nos leva a toda Verdade, que nos aponta quem é Jesus, que nos conforta e nos enche de fé novamente! Essa ação é exclusivamente Dele em nós e por nós! Só Ele sabe como tocar a ferida mais profunda da nossa alma com amor, carinho e poder, restaurando-nos em Sua presença!
Esse entendimento não é meramente mental, mas espiritual; não é acadêmico, mas envolve a fé. Não é leitura passiva, mas ativa, com reflexão espiritual e aplicação direta. Ele, o Senhor, é que ressalta as Escrituras aos nossos olhos, vivificando a letra e dela fazendo espírito e vida! Observe o impacto que isso gerou: as Escrituras, explicadas pelo Senhor Jesus, mudaram a atitude daqueles discípulos. Jesus, tratado até então com impaciência, fora convidado a entrar na casa com eles. Aqui não posso deixar de citar um antigo hino, chamado "Divino Companheiro":
Tens meu coração para pousar
Faz em mim morada permanente
Fica Senhor, fica Senhor, meu salvador!
O clamor deles era "Fica Senhor! Fica aqui, comigo! Fica aqui no meu coração, na minha vida! Não me deixes só no caminho, mas ajuda-me até chegar!" Um clamor que o Senhor deseja que façamos! Jesus jamais recusará um convite para entrar na casa de quem o convidar, nem na vida de quem decidir abrir o coração para Ele, por pior que esteja!
Quando o Senhor Jesus entra na casa ou na vida de alguém, saiba: ELE CEARÁ COM O DONO DA CASA, E ESTE CEARÁ COM O PRÓPRIO SENHOR! (Ap 3.20) Esta realidade é tremenda! Ele partiu o pão com os discípulos, quando então aqueles discípulos finalmente reconheceram que era o Senhor com eles. É no partir do pão que reconhecemos Jesus não como um ícone religioso, mas como Deus conosco, como Emanuel. O texto de Lucas traz uma importantíssima revelação: que o coração daqueles dois discípulos ardia enquanto o Senhor lhes expunha o que Dele estava predito! O nosso coração precisa arder com as Escrituras expostas pelo Espírito Santo, para que possamos convidar Jesus para entrar, cear com Ele e sermos curados pelo Senhor. Nessa hora é deixamos o emocionalismo humano dos cultos pomposos e cheios de brilho e passamos a ter a nossa fé verdadeiramente avivada. AVIVAMENTO DA FÉ SÓ VEM PELA PARTICIPAÇÃO NA PALAVRA E NA COMUNHÃO! Não por ostentação, por psicologia, por auto-ajuda dos pastores "coach" modernos.
Avivados pelo Senhor, retornaram naquele mesma hora para Jerusalém, a fim de relatarem a sua experiência. De frustrados, deprimidos e desconsolados tornaram-se testemunhas da ressurreição de Jesus! Eles não foram repetir um credo. Não estavam seguindo a tradição judaica, ou católica, ou protestante. Não era um discurso, era o relato de uma experiência real com o Cristo ressurreto! É JUSTAMENTE ISSO QUE FALTA AO CRISTIANISMO MODERNO! Falta tremendamente uma experiência real com o Senhor!
Concluindo, o retorno a Jerusalém é o retorno à plena convicção, à inteira certeza de fé acerca da Vitória do Cordeiro! É experimentar o arder do coração pela presença do Senhor Jesus, é testemunhar Sua Vitória na Cruz. É receber de Deus a fé viva e real, de forma a viver na esfera da fé, servindo ao Senhor de acordo com o plano de Deus para sua vida e preparando-se para o regresso do Mestre!
Você está no caminho de Emaús, triste e frustrado? Está com o coração cheio de pesar e dor, por algo não ter saído como você planejou? Chutou o balde? A frustração e decepção podem ser tão intensas que passamos a ter idéias e pensamentos suicidas. Cogitamos acabar com a dor de nossa alma tirando a nossa própria vida. Você, querido(a), não está lendo esse texto por acaso: o plano de Deus é fazer arder o seu coração também! Ele está presente contigo, eu creio nisso, falando ao seu coração "eu te amo, não me esqueci de você! A sua dor eu quero curar e te encher de fé e alegria no Espírito Santo! O sonho não acabou, pois Eu, o Senhor, renovo sua esperança e fé! Sou eu que faço coisa nova; que faço caminho e rios na terra seca, nesse deserto que você está agora! Hoje dou um basta em tua frustração. Chega de ficar se lembrando das coisas passadas! Receba a minha presença, pelo Meu Espírito, em Seu coração nessa hora!".
O que você deve fazer então, querido(a)? Abra a porta para Ele entrar. É simples. Permita-O entrar novamente na sua vida, nos seus sonhos e projetos, na sua família, no seu ministério! Ele mesmo diz que ceará com quem assim o fizer, ou seja estará em comunhão com essa pessoa! Daí você será cheio novamente e retornará ao plano de Deus para você, como testemunha da ressurreição do Senhor manifesta pelo poder de Deus na sua vida, para o centro de fé, numa nova perspectiva no Senhor!
Que Deus o abençoe! Graça, misericórdia e paz te sejam multiplicadas!
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Sermão dominical ministrado dia 22/09/2013.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2022
CASAMENTO: HOMEM E SUA MULHER CONFORME A VONTADE DE DEUS
Efs 5:22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;
Efs 5:23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.
Efs 5:24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
Efs 5:25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
Efs 5:26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,
Efs 5:27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.
Efs 5:28 Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama.
Efs 5:29 Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;
Efs 5:30 porque somos membros do seu corpo.
Efs 5:31 Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.
Efs 5:32 Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.
Efs 5:33 Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
Muito tem sido falado sobre o casamento. As redes sociais "bombam" com conselhos para um bom casamento; no entanto, percebe-se que há uma mistura de opiniões e verdades pessoais, que muitas vezes se aplicam apenas àquele que aconselha. Além disso, há muita influência do movimento feminista, trazendo ainda mais tensão ao relacionamento entre esposo e esposa. As "ênfases palpiteiras" sobre o papel de homens e mulheres dentro do relacionamento matrimonial, além de nada contribuírem para a qualidade de vida de ambos, vem produzindo um exército de pessoas frustradas, feridas e mal amadas.
Por outro lado, infelizmente, há uma "pandemia" de abusos por parte de um dos conjugues - comumente pelo esposo contra sua esposa. Aponta-se que 1/4 das mulheres brasileiras sofrem violência doméstica: abuso emocional, físico, estupro marital e vários outros absurdos.
Qual seria a solução? A psicologia não tem a resposta. O direito civil e a criminalística também não. Os movimentos feminista e machista também não possuem a resposta ao problema. Na verdade, nenhuma iniciativa ou ação humana, centrada em princípios, valores, leis e regulamentos terrenos, terão qualquer impacto para a solução desse grave problema. O único que pode responder, definitivamente, os anseios e expectativas pessoais para um casamento feliz é o Senhor Deus. Deus, na condição de Criador do conceito e realidade da família humana é o Único que tem a resposta maior para os dramas familiares, para o relacionamento entre homem e mulher, o qual se revela cada vez mais confuso e conturbado. Em Sua eterna Palavra, a Bíblia, Ele "declarou ao homem o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Mq 6.8), em todos os assuntos, incluindo o casamento. É de uma tremenda obviedade dizer que para conhecer os princípios divinos declarados para o casamento segundo a vontade de Deus é preciso ler a Bíblia e interpretá-la corretamente, identificando e extraindo dela esses princípios.
Nota 1: Há uma imensa ignorância quanto a forma de interpretar as Escrituras - e isso em todos os assuntos. Inúmeros intérpretes adicionam, sem nenhum tipo de constrangimento ou temor, suas opiniões e verdades pessoais à interpretação, buscando fazer com que a Bíblia concorde com suas teses esdrúxulas. Como bem disse Jesus, o Senhor, com essa atitude essas pessoas estão "invalidando assim a palavra de Deus (Mc 7.13)." A Bíblia King James Atualizada, nesse texto do Evangelho de Marcos, afirma que essas pessoas estão "anulando a eficácia da Palavra de Deus". Vale dizer que aqueles que assim procedem estão prestando um verdadeiro desserviço à causa do Evangelho. Eles jamais poderão ver a luz (Is 8.20).
A primeira coisa que é preciso entender é que, segundo Deus, a família, iniciada por meio do casamento, é a primeira instituição estabelecida por Deus – heterossexual, monogâmico e indissolúvel. Deus instituiu a família para a realização de seu plano na humanidade, segundo seu propósito eterno. O desejo de Deus é abençoar a todas as famílias da terra mediante Jesus Cristo (At 3.25-26), e fazer a todos os homens membros de sua família eterna. Seu propósito é redimir e adotar como filho seu a cada ser humano. A família existe em função do propósito eterno de Deus. Ou seja, o propósito do casamento é a constituição da família! Logo, quem busca o casamento, deve ter isso na mente e no coração: "vou casar com A ou com B porque eu quero constituir com ele(a) uma nova família"!
Deus não estabeleceu a família para que ela fosse um nicho de conflitos, de desentendimentos, de violência física e verbal, mas um local de relacionamento íntimo entre homem e mulher, com seus filhos, refletindo continuamente a Sua imagem. O Livro de Gênesis declara que "criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1.27). Acrescenta ainda que "Deus os abençoou" e lhes determinou que fosse fecundos, se multiplicando e dominando sobre o restante da criação (Gn 1.28). Nesse ponto, aprendemos que a família, instituída por Deus, é lugar de bênção, de harmonia e paz, de realizações em conjunto! Todos que compõem uma família - homem, mulher e filhos - tem de Deus a orientação de, juntos, trabalharem em prol do seu autodesenvolvimento emocional, profissional e social, contribuindo desse modo para que a Terra seja um lugar de paz e harmonia também!
Portanto, uma família não deve ser um nicho de conflitos e guerras entre seus membros; não é esse o padrão de Deus. Nesse sentido, devem ponderar homem e mulher se o casamento possibilitará esse autodesenvolvimento ou não, antes de se casarem. Haverá paz nesse futuro lar? Haverá harmonia? Comunhão? Entendimento mútuo? Perdão? Cada parte JAMAIS tomará qualquer atitude que ameace, ainda que de forma mínima, a aliança entre eles, ponderando sempre no que é melhor para o outro? Note: família não é lugar de individualismo, de egoísmo e de egocentrismo. Numa família eu não olho para mim - meus propósitos, meus anseios, meus sonhos, minhas vontades, etc. e, perdoe-me a expressão, que se dane o outro. Não! Família não é lugar do "eu e meu", mas sim do "nós e nosso", ao ponto de, se necessário, sacrificar projetos e anseios pessoais em prol da outro e da família! É lugar de entrega pelo outro!
O relacionamento entre homem, mulher e filhos deve estar baseado no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo - "à Sua imagem, conforme a Sua semelhança". Pai, Filho e Espírito Santo vivem continuamente em comunhão entre Si; nenhum deles faz qualquer coisa de forma independente! Quem crê que Deus é amor e que Ele é Pai, Filho e Espírito Santo tem que ver na família o arquétipo desse mistério eterno, sem a qual os homens, feitos à imagem e semelhança de Deus se tornam falsos deuses dês-relacionados e perversos.
Mais uma vez, observe: a família começa no casamento e o casamento deve ser tal que a "com-vivência" seja vida em comum, não apenas no repartir o pão e a cama, mas principalmente o coração. O coração – e não a casa – é grande centro da vida na família. Nesse sentido, o coração pode assumir duas formas: (a) ele pode ser sensível aos anseios e ansiedades de quem amamos, fazendo com que a vida de um seja viver pelo outro ou (b) ele pode ser duro como uma pedra, esmagando insensivelmente toda vida, com seus sonhos e projetos conjuntos, que possa existir ou que tenha existido um dia (veja mais em: E EU VOS DECLARO...UMA SÓ CARNE! ).
O Apóstolo Paulo trata justamente do coração de cada parte envolvida naquilo que é ou pode vir a ser mais do que um conjunto de desajustados vivendo debaixo de um mesmo teto, mas antes UMA FAMÍLIA DE VERDADE. Ele começa aconselhando a mulher para que ela seja para seu esposo mais do que uma mulher: SEJA PARA O SEU MARIDO UMA ESPOSA! Ser mulher é fácil, pois a mulher já nasceu com tudo o que precisa para ser mulher. A questão é ser esposa! Esposa é mais do que mulher: ela é companheira, ela é ajudadora idônea. ALGUÉM QUE CORRESPONDA.
Isso precisa ser bem esclarecido: o que é ser uma ajudadora idônea? É ser inferior? DE MODO ALGUM! Não há ajuda (emocional, física, sentimental, profissional, etc.) ou companheirismo quando há uma relação de inferioridade entre homem e mulher; ao contrário, há opressão! Uma ajudadora idônea é alguém que esteja ao nosso lado, e este alguém deve ser conveniente, adequado, apropriado para certas funções. Alguém capaz de ajudar-lhe ética e moralmente, uma companhia, ou seja, alguém com quem possa compartilhar sentimentos, emoções, preocupações, etc., alguém a sua imagem como que num espelho, o equivalente, a parte correspondente, que está diante, que possibilita uma relação mútua, que possibilita diálogo, que é capaz de construir uma vida em conjunto. Alguém que mesmo sendo distinto, ajusta-se perfeitamente. Esse conceito encaixa-se perfeitamente no conselho de Paulo: as esposas serem submissas aos seus maridos: esta submissão não é uma "sub-missão", uma missão inferior. Submissão vem do grego hipotasso, que significa “disposição para aceitar um estado de dependência; docilidade; ato ou efeito de submeter-se a uma autoridade”. Esse termo bíblico é composto por duas palavras, hipo (“debaixo”) e tasso (“acordo”), o termo significa literalmente "estar debaixo de um acordo", ou estar de acordo com, dando idéia de algo voluntário. A submissão da esposa implica uma atitude de humildade e de unidade com o marido. A mulher deve se sujeitar a seu marido, fazendo-se um com ele, sentindo o mesmo, tendo o mesmo propósito, o mesmo objetivo. Como a mulher deve submeter-se? Como ela faz para com o Senhor! Ou seja, submissão em amor! (veja mais em: A BÍBLIA PRECISA SER ATUALIZADA? UMA ANÁLISE REVISTA E CORRIGIDA DO ANTIGO DISCURSO ). A submissão da esposa ao esposo denota uma relação onde não há "eu mando e você obedece", mas sim uma relação onde "eu não sou o(a) dono(a) da verdade, assim o que é melhor para nós dois" "O que devemos fazer nesse caso"? Novamente, isso exclui toda soberba e todo individualismo, egoísmo e de egocentrismo, uma vez que eu reconheço que o outro tem plenas condições de entender e ajudar a construir a solução mútua! A sujeição faz com que dois sejam um, sentindo o mesmo, tendo o mesmo propósito, enriquecendo um ao outro e a sua sua família espiritual, moral e culturalmente. Afinal, como disse Adão, a mulher é "carne da minha carne, ossos dos meus ossos" e, portanto, não deve ser menosprezada ou inferiorizada! Para o esposo, humanamente falando, do ponto de vista terreno, a sua esposa deve ser a mais importante pessoa da Terra! A esposa está para seu marido como a Igreja está para Cristo. Assim como a Igreja se faz uma com Cristo, assim a esposa se faz uma com seu marido!
Portanto, para ser esposa, segundo o padrão bíblico, a mulher deve fazer algo que é muito difícil para ela: se sujeitar ao seu esposo. Assim, querida, se você é individualista, egocêntrica, egoísta, dona da verdade e cheia de razões, etc., meu conselho é NÃO CASE! Viva a sua vida!
Depois de se dirigir às mulheres para que sejam esposas, Paulo segue a exortação aos maridos, para que sejam esposos! Para ser homem basta nascer, para ser marido basta estar casado, é moleza! Mandão, grosso, insensível, vive para ser servido a tempo e hora... isso é parte da natureza humana sem Deus e traz grande estrago dentro do casamento. Mas ser esposo, companheiro da esposa, é preciso algo que os homens têm grande dificuldade de fazer: AMAR SUAS ESPOSAS! Amar aqui não é sinônimo de sexo, ainda que isso tenha o seu lugar no casamento. Também não é sinônimo de presentinhos ou jantares ou passeios. Tudo isso tem o seu lugar. Amar aqui é algo superior mas que precisa ser feito: É DOAR-SE! Note: “maridos amai vossas mulheres como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (vv. 25). O amor de Cristo por sua Igreja levou-o a se entregar por ela; Ele morreu na cruz por Sua Igreja, sem pensar duas vezes! O verdadeiro amor é serviçal, se entrega, se nega a si mesmo e se sacrifica pelo bem da pessoa amada. O amor é sincero, puro e constante, apesar das eventuais falhas da esposa!
O esposo cristão é o primeiro a servir, em esforçar-se e dar sua vida para o bem de sua esposa. O que precisa ser doado? A própria vida! Os interesses da esposa e seu bem-estar, sua realização pessoal, sua segurança, sua saúde emocional, sexual e física predominam sobre os interesses individuais; a necessidade da esposa predomina sobre a necessidade do esposo - SEMPRE! Logo, o esposo cristão é amável, carinhoso, delicado e bondoso. Nas palavras e na conduta do marido deve manifestar-se o amor de Cristo e suas virtudes de caráter pela sua esposa, ao ponto de abrir mão de si mesmo por ela! Ela é SEMPRE a prioridade, não você!
Paulo diz o cuidado e a proteção pela esposa deve ser a práxis dos maridos: “Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja” (vv.29)Do mesmo modo que cada um atende e cuida de seu corpo, o marido deve atender e cuidar de sua esposa, pois é um só corpo com ela. Deve prover para suas necessidades materiais, físicas, emocionais e espirituais. Lembre-se: A maior necessidade existencial da esposa é sentir-se amada, honrada e protegida por um marido que a ama em verdade (na prática do dia-a-dia)! O marido, portanto, não pode ser um animal dentro de casa, impaciente, um estúpido e grosseiro sem amor ou compaixão. Se você, querido(a), é sem paciência, só pensa em si mesmo e tem na mulher um simples objeto para satisfazer suas necessidades sexuais, meu conselho é NÃO CASE! Vá viver sua vida e não perturbe a vida dos outros!
Qual é o alvo do esposo relativamente à sua esposa? Apresentá-la a si mesmo como Cristo fez com a Igreja: “Para a apresentar a si mesmo “esposa” gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (vv. 27, modificado) Esposa gloriosa (gr. endoxos): esposa cheia de glória, plena, honrada, esplêndida, admirável e brilhante! Essa é a razão maior do marido ser esposo, amando sacrificialmente sua esposa: ela deve ser cheia de glória! Nesse sentido, é muito muito interessante perceber que a submissão da esposa ao esposo e o amor do esposo pela esposa tem como objetivo final a glorificação da esposa (tanto humano quanto espiritual). Uma esposa oprimida e humilhada, que sofre com todo tipo de abuso dentro do casamento jamais poderá ser auto-apresentada por seu marido como esposa gloriosa, muito pelo contrário. Quem não ama sua esposa, jamais poderá apresentá-la como esposa; jamais poderá ser bênção para ela. Ela será sempre considerada por você como a pária, a problemática, incapaz, etc.. Quem é incapaz de amar a esse nível, não deve jamais se envolver com casamento.
Por fim, estejamos seguros: Haverá falhas e defeitos de ambos os lados, no estado atual da natureza humana, mas isso não altera a relação do casamento. Todos os deveres do casamento estão incluídos na união e no amor. E enquanto adoramos e nos regozijamos no amor condescendente de Cristo, que maridos e esposas aprendam assim seus deveres um para com o outro. Assim, os piores males serão evitados e muitos efeitos dolorosos desses males serão também evitados.
Pense nisso!
Graça e paz!
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Sermão dominical, ministrado pelo autor no dia 12/02/2012.
quinta-feira, 9 de setembro de 2021
NÃO COLOQUE SUA CONFIANÇA NO HOMEM, MAS SIM NO SENHOR SEU DEUS!
Slm 146:1 Aleluia! Louva, ó minha alma, ao SENHOR.
Slm 146:2 Louvarei ao SENHOR durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver.
Slm 146:3 Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação.
Slm 146:4 Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.
Slm 146:5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no SENHOR, seu Deus,
Slm 146:6 que fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e mantém para sempre a sua fidelidade.
Slm 146:7 Que faz justiça aos oprimidos e dá pão aos que têm fome. O SENHOR liberta os encarcerados.
Slm 146:8 O SENHOR abre os olhos aos cegos, o SENHOR levanta os abatidos, o SENHOR ama os justos.
Slm 146:9 O SENHOR guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva, porém transtorna o caminho dos ímpios.
Slm 146:10 O SENHOR reina para sempre; o teu Deus, ó Sião, reina de geração em geração. Aleluia!
Entende-se que esse Salmo foi escrito por Davi. De qualquer modo, nós,
cristãos, cremos que ele foi divinamente inspirado e, portanto, é o
conselho de Deus para nossas vidas em todas as gerações. E o conselho é este: Confie em Deus e não no homem, por mais exaltado que ele seja; não coloque sua confiança em homens, não importa qual seja sua posição ou poder; confie, antes, no Senhor.
Ao vermos o grandes feitos de Davi registrados nas Escrituras, o mavioso salmista de Israel, homem escolhido segundo o coração de Deus - e portanto acima, e muito acima de todos os demais, poderíamos supor que ele se colocasse como a referência político-religiosa em sua época e em diante. Afinal, foi Davi quem matou o gigante Golias, além de vencer os gigantes de outras nações. Ele ficou conhecido como "homem de sangue" (I Cr 22.8). Davi também era um homem de louvor, louvando ao Senhor quer pela vitória concedida após (Sl 9.1-3) ou antes da batalha (Sl 22.20-25), além de instituir o ministério de música junto a arca de Deus, com turnos de levitas, músicos e cantores (I Cr 16.1-7). Davi profeticamente falou sobre o Senhor Jesus, sua encarnação, seu sofrimento e traição, sua morte, sua ressurreição, seu reino e a libertação de toda criação. Foi a Davi que foi feito o pacto (ou aliança), da parte de Deus, de que seu trono seria eterno, de "geração em geração", em resposta ao desejo de Davi em edificar uma casa para Deus (I Cr 17).
Podemos pensar, desse modo, que Davi, uma bênção tão grande para seu país, deveria ser adorado, de acordo com o uso das nações pagãs, que deificaram seus heróis, para que todos eles viessem e confiassem em sua sombra e fizessem a ele sua permanência e fortaleza. “Não”, diz Davi, “não confie em príncipes (Salmos 146:3), nem em mim, nem em qualquer outro; não coloque sua confiança neles; não aumente suas expectativas em relação a eles. Não esteja muito certo de sua sinceridade. Não esteja muito certo de sua constância e fidelidade; é possível que eles mudem de ideia e quebrem suas palavras.
Sobre isso, Jeremias também profetiza: "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!" (Jr 17.5). Esse conselho é ainda ampliado por Deus: "Ai dos que descem ao Egito a buscar socorro, e se estribam em cavalos, e têm confiança em carros, por serem muitos, e nos cavaleiros, por serem muito fortes; e não atentam para o Santo de Israel, e não buscam ao Senhor" (Is 31.1). O Novo Testamento enfatiza isso de modo muito direto: "sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso" (Rm 3.4).
Note que na perspectiva de Deus, quem inspirou a Bíblia - e por isso ela é dita Sagrada, a confiança do Seu povo não deve ser posta em nenhum homem ou nação ou mesmo em "instrumentos de defesa" (carros, cavalos, etc.), por mais poderosos ou famosos que sejam! Não importa se esse é o costume de outros povos e religiões, não importa se a situação é de aperto ou opressão: para Deus, Seu povo deve CONFIAR NELE E SOMENTE NELE, em todo e qualquer momento ou situação! A confiança mesmo no mais exaltado e poderoso dos homens é proibida; e as razões são dadas para a proibição, conforme lemos no Salmo 146.
É muito lamentável a nossa tendência de confiar nos grandes e nos elevados da terra, que parecem capazes de fazer por nós, de nos ajudar, de nos promover à posição e à riqueza e de estabelecer nossa condição. O salmista declara que nenhum homem, nem mesmo o mais poderoso, tem poder para salvar (livrar) a si mesmo ou a outros. Eles são meros mortais, de quem hora ou outra sai-lhes o espírito e então retornam ao pó da terra, pois é isso que são - pó. Davi, quem poderia gloriar-se de seus feitos e de ser quem ele foi, a quem Deus usou poderosamente e notoriamente em Seus santos desígnios, disse que não se deveria confiar mesmo nele!
A aplicação prática para a nossa geração e as gerações futuras é muito, mas muito direta: NÃO CONFIEM EM HOMENS, POR MAIS GABOLAS QUE SEJAM! Não é para colocarmos nossa confiança em nenhum deles: nem em líderes religiosos, nem em políticos, nem em ninguém. Seu líder religioso NÃO É INFALÍVEL, muito menos o seu político do coração! E, de passagem, diga-se: NÓS NUNCA CONHECEMOS AQUILO QUE PASSA NO INTERIOR DE NINGUÉM! Não conhecemos suas verdadeiras intenções; no máximo ouvimos seus discursos e vemos seus comportamentos! E, portanto, discurso e comportamento precisam estar muito alinhados! O próprio Senhor Jesus nos disse isso inúmeras vezes:
Mat 23:1 Então, falou Jesus às multidões e aos seus discípulos:
Mat 23:2 Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus.
Mat 23:3 Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem.
Mat 23:4 Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.
Mat 23:5 Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas.
Mat 23:6 Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
Mat 23:7 as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens.
O discurso dos fariseus era um, no entanto sua prática era outra. Não é à-toa que o Senhor os chamou de hipócritas!
Vejamos outra passagem:
Mat 7:15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.
Mat 7:16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
Mat 7:17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.
Mat 7:18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons.
Mat 7:19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Mat 7:20 Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.
Mat 7:21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Mat 7:22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Mat 7:23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.
Aqui temos duas situações. A primeira, a do discurso sem a correspondente - e coerente - prática. Na continuidade, a segunda situação nos fala de uma prática P.I.V. (Para Inglês Ver). Nos dois casos, o destino é o mesmo: ficar de fora do reino dos céus, com o correspondente lançamento no fogo eterno, destinado ao diabo e aos seus anjos. É interessante notar que esses dois grupos de pessoas até podem enganar os incautos, mas a Deus elas jamais enganam!
Sendo ainda mais claro, o ensino bíblico, aplicável àqueles que têm a Bíblia como o livro divinamente inspirado por Deus e, portanto, o livro proveitoso para "ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver" (II Tm 3.16) é que a confiança no poder terreno, de homens e seus aparelhos, é pecado aos olhos de Deus. Equivale dizermos que o Senhor não é suficientemente poderoso para nos dar livramento e nos conduzir à vitória e a paz, ou que não está nem aí para a nossa situação, para os nossos problemas e angústias, sejam elas espirituais, econômicas, políticas, etc. Em última análise, é a independência e auto-suficiência que o diabo prometeu ao homem no Éden e que vem prometendo até hoje. E isso é radicalmente oposto às palavras e ao comportamento de Davi.
É um absurdo essa confiança cega, manifesta cabalmente pelo apoio efusivo, acrítico e institucional que as denominações ditas cristãs vem dando à políticos e seus partidos, sejam eles de direita, de esquerda ou de centro, às custas do (im)provável atendimento às suas pautas religiosas. Do mesmo modo, é um absurdo essa confiança inquestionável em lideranças cristãs, como se fossem o próprio Deus. É um absurdo tal coisa, da parte daqueles que confessam a Jesus como Senhor! Novamente, nenhum homem ou ideologia pode ser objeto de nossa confiança tal como se tem visto, como diz o próprio Salmo! "Mas pastor, e se for proibido a igreja se reunir?" Querido(a), isso já aconteceu inúmeras vezes ao longo da história! Multidões de nossos irmãos e irmãs foram privados da comunhão pública na época das perseguições imperiais! O peixe, enquanto símbolo do cristianismo, surgiu nessa época para identificar os que eram cristãos, a fim de poderem fazer suas reuniões de forma secreta! E a igreja seguiu em frente, como o Senhor mesmo disse que aconteceria: nenhuma porta do inferno pode contra ela! A porta da sua denominação pode até ser fechada algum dia, querido(a), mas jamais a porta da fé em Cristo Jesus!
Nosso papel enquanto igreja é confiarmos exclusivamente em Deus, nosso Pai, e em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Se mesmo ao fazermos o bem e vivermos vidas pias o Senhor permitir que o mal nos sobrevenha, então glorifiquemos ao Senhor por isso! Pedro, apóstolo do Senhor, nos recomenda a sujeição às autoridades, mas nunca a confiança nelas! Novamente, temos o testemunho dos nossos irmãos e irmãs: Roma mandava que eles abjurassem da fé e adorassem ao imperador, mas eles mantinham-se firmes, mesmo sob ameaças de violência, privação e de morte; Roma proibia-lhes a reunião pública, mas eles se reuniam secretamente e assim compartilhavam o pão e o cálice do Senhor! Eles sofreram e foram perseguidos sim, num nível que muitos de nós não consegue alcançar, mas onde iam, fugitivos, a Palavra do Senhor era pregada e novos irmãos e irmãs nasciam da Palavra e do Espírito! Eles eram considerados párias na terra, mas amados nos céus! Estevão enquanto estava sendo apedrejado e morto por causa do testemunho, viu os céus abertos e o Filho do Homem de pé, à destra de Deus! Daqueles 12 originais apóstolos do Senhor, dentre os que permaneceram a Ele fiéis, apenas João não sofreu o martírio por sua fé, tendo no entanto que viver isolado na ilha de Patmos, onde teve a bênção de ver o Senhor ressurreto e glorificado, recebendo do Senhor as visões que constituem o livro de Apocalipse!
O que esses e outros irmãos e irmãs tiveram em comum? A irrevogável e irrestrita confiança somente no Senhor! Seus testemunhos ultrapassaram os séculos e até hoje nos impactam! Seus nomes, suas obras e principalmente sua fé estão para sempre escritos nos umbrais da eternidade! Que nós possamos olhar para o exemplo que eles nos legaram, de forma a fazermos o mesmo que eles fizeram, de forma a seguirmos seus passos! O mundo, querido(a), jaz no maligno e tudo o que há no mundo não agrada a Deus, de sorte que quem ama o mundo e o que há no mundo o amor do Pai não está nele. E esse amor ao mundo aplica-se também a toda essa paixão carnal por homens e ideologias por quem diz ser do Senhor, trazendo escândalos, descrédito para com o Evangelho e blasfêmias contra Deus e o Caminho.
Lembre-se do que nos ensinou o Senhor em Apocalipse: o anticristo (a besta que emerge do mar) terá efusivo apoio político e religioso do falso profeta (a besta que emerge da terra), ambas capacitadas pelo dragão (satanás) para agirem e enganarem aos homens! A união de poder político com religião historicamente sempre culminou no surgimento de anticristos e seus falsos profetas, tal como visto por Daniel em Babilônia. Quanto mais avançamos no cronograma de Deus, mais e mais anticristos surgirão, tal como João, o apóstolo, nos diz: "Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora". Nosso Senhor nos diz, ainda, que esses falsos cristos e falsos profetas enganariam a muitos e isso se deve a essa confiança acrítica e efusiva posta neles! Tudo o que temos visto e ouvido, portanto, são o cumprimento daquilo que nos tem dito o Senhor e também a preparação para o fim, onde muitos adorarão e seguirão os falsos ungidos do diabo, por neles depositar confiança cega e irrestrita!
Ao final, segundo Davi, não é o homem por mais poderoso e influente que seja quem dá pão ao faminto, ou faz justiça aos oprimidos, ou abre os olhos aos cegos, ou levanta os abatidos, ou guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva. É O SENHOR, HOJE E SEMPRE! Portanto, não coloque sua confiança e esperança em homem algum, mas sim somente no Senhor seu Deus!
"Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre" (I João 2:17).
Pense nisso! Graça, misericórdia e paz te sejam multiplicadas!
sexta-feira, 23 de julho de 2021
PROCURA-SE A MARCA CARACTERÍSTICA DO VERDADEIRO DISCÍPULO DE JESUS
"Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (João 13:34,35)
UM NOVO MANDAMENTO. Um nova ordem, um novo preceito, uma nova regra. Novo, do grego καινὴν (kainēn), novo em natureza, inusitado, nunca antes visto. Esse mandamento estava sendo ordenado naquele momento, pela primeira vez na história dos discípulos do Senhor. E que mandamento era esse? Que seus discípulos amassem uns aos outros. Amor, aqui, vem do grego ágape, que é a mesma palavra usada por Paulo em I Coríntios 13. Para deixar mais claro ainda, o Senhor acrescenta: "como eu amei a vocês", "do mesmo modo vocês devem amar uns aos outros".
Indo direto ao ponto, o amor ágape entre os discípulos do Senhor deveria ser a marca cristã distintiva, a qual todos os homens deveriam ser capazes de ler. Esse amor mútuo é, na verdade, o que faz diferença entre um verdadeiro discípulo e um falso, que serve somente a si mesmo. Esse amor é a única apologia cristã viável a um mundo que jaz no maligno, conforme explica o Ellicott's Commentary for English Readers: "os apologistas dos primeiros séculos compraziam-se em apelar para o fato notável do amor comum dos cristãos, que era uma coisa nova na história da humanidade". Nisso, acrescenta o "Benson Commentary": "E os antigos apologistas do Cristianismo nos informam que os próprios pagãos perseguidores não podiam deixar de exclamar em êxtase, ao observar a prevalência desta graça entre eles: Veja como esses cristãos se amam!"
Em especial num mundo onde cada vez mais o amor se esfria e não raro se apaga, onde cada um vive apenas para si mesmo e para seus próprios interesses, esse amor é um testemunho poderosíssimo da ligação entre Cristo e aqueles que são seus. Gostaria de ressaltar isso: o maior e mais poderoso testemunho cristão não são os sinais e milagres; tampouco é a "prosperidade" ou o poderio econômico ou político, nem a edificação de templos e construções, nem a quantidade de pessoas, nem qualquer outra coisa. É tão somente o amor mútuo por aqueles que confessam-se seguidores de Cristo. Não um amor qualquer, uma amizade ou coleguismo, mas sim um amor que é "sofredor, é benigno; não invejoso; que não trata com leviandade, não se ensoberbece; não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (1 Coríntios 13:4-7). Portanto, o amor mútuo sincero e fervoroso, e na maneira e grau que o Senhor prescreveu, é o mais aceitável e o símbolo mais ornamental do relacionamento com Ele, e o emblema mais nobre da genuína profissão de fé.
A pergunta que ecoa no mundo hoje, no entanto, é onde está esse amor. Como crer num Deus que é amor, se nem entre seus professos seguidores vê-se esse amor? Embora a Igreja tenha esquecido tal característica, o mundo nunca o fez. Quão mudado está o espírito do mundo cristão! Talvez, de todos os mandamentos de Jesus, a observância deste seja mais impossível de ser visto pelo mundo circundante. A falta de amor genuíno e profundo entre os cristãos, a ausência de abnegação genuína, o orgulho de posição e riqueza e o fato de que os professos cristãos são freqüentemente conhecidos por qualquer outra coisa, e não pelo verdadeiro apego àqueles que carregam o mesmo nome de Cristo, é algo chocante!
Como os autoproclamados cristãos são conhecidos hoje pelos não-cristãos? Será que são conhecidos por seu amor comum? Longe disso! São conhecidos por seus ritos ou hábitos especiais, por uma forma especial de vestimenta ou maneira de falar, por austeridades especiais e costumes incomuns, assim como eram os fariseus, os essênios e os escribas na época de Jesus. Atualmente, são também conhecidos também como intolerantes e preconceituosos, avessos ao conhecimento e às ciências. A tolerância e até aceitação do pecado como "algo normal", algo que Deus abomina, tornou-nos insanos e insensíveis. Obviamente, se não amamos nem uns aos outros, amaremos o próximo como a nós mesmos e a Deus? Usando a expressão que ouvi de um médico, "nem a pau, Juvenal!" Veja, por exemplo, alguns dos milhares de posts que circulam diariamente no Twitter:
- "A grande maioria desses aí defendem o preconceito contra raças, crenças, opções sexuais. Querem posse de armas, são movidos a dinheiro, comercializam a tal palavra. É o amor cristão levado a sério."
- "Não há ódio maior que amor cristão."
- "Caraca, esses malucos trataram deus como se ele fosse um ditador. Kkkkkk. "Espalhando amor cristão"".
- "Você sai da igreja e as pessoas param de falar contigo, fingem que vc não existe. Amor cristão."
- "Eu amo como a maioria das pessoas de bem religiosas agem: "Não é pra usar o perdão pra todo mundo só pra quem me convém. Dar outra face? Coisa de otário quem diz ou disse isso". O amor cristão é muito bonito de se ver".
- "O amor cristão me comove cada dia mais..." (comentando sobre a reportagem da revista Isto É, "SC: Pastor teria pago R$ 5 mil por morte da mulher; ele e amante foram presos" - link: https://istoe.com.br/sc-pastor-teria-pago-r-5-mil-por-morte-da-mulher-ele-e-amante-foram-presos/)
- "Minha tia evangélica desejando que tudo o que desejo para XXXXX (político do momento) volte contra mim, o amor cristão pela família me comove".
- "Tava aqui pensando e as piores pessoas que eu conheci na vida, não tiram o nome de deus da boca, só ficam enfurnadas dentro de igreja kk irônico, não? e digo com propriedade, pq eu vi e vivi na pele o "amor cristão", são capazes de TUDO."
- [...] "Enquanto tá na igreja dando o dízimo é a melhor pessoa, depois que para de devolver e sair da igreja acaba o amor cristão, vai entender".
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
- Paciência, do grego makrothumei ("o amor é sofredor"): Sofrimento, aqui, tem relação com a paciência que quem ama deve obrigatoriamente possuir. O amor não "chuta o balde" com a extrema facilidade que se vê hoje em dia, tendo assim relação direta com a tolerância com as falhas, fraquezas, incapacidades, faltas e erros da pessoa amada, ainda que recorrentes. Esse termo é o mesmo utilizado referindo-se a Deus, por exemplo em II Pedro 3:9, onde é traduzida por longanimidade. A longanimidade de Deus! A Bíblia diz, “O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor” (Salmo 103:8). Pergunto: quantas vezes você, leitor(a), incorreu no mesmo erro? No mesmo pecado? Eu te digo: todas as vezes que você errou - e na mesma coisa - e foi ao Senhor, Ele o(a) perdoou! Ele não lhe excluiu, nem o(a) abandonou; mas o(a) recebeu de braços abertos! Por que cargas d'água, então, somos tão incompassivos e intolerantes uns com os outros?!? Vamos agir como credores incompassivos (Mateus 18:23-35) até quando? Será que aquele(a) irmão(ã), por quem Cristo morreu e que portanto é tão herdeiro(a) do Senhor quanto eu, não é valioso(a) para Deus e para nós? Não estamos falando aqui de ingenuidade, nem de "fazer vista grossa"; tampouco de "passar pano" em pecados. O Senhor nunca fez isso: Ele repreendeu Pedro quando necessário, mas nunca desistiu dele! A paciência não é ingênua. Ela não ignora o mau comportamento. No entanto, ela desperta em nós a misericórdia e a graça.
- Benignidade, do grego chrēsteuetai ("o amor é benigno"): A palavra usada aqui denota ser afável, gentil, terno, afetuoso. O amor deseja o bem. Não é áspero, azedo, taciturno, mal-humorado. A ideia é que, sob todas as provocações e maus-tratos, quem ama é gentil e suave. O ódio leva à dureza, severidade, grosseria de expressão, raiva e desejo de vingança. Mas o amor é o reverso de tudo isso. Um homem que ama verdadeiramente a outro será gentil com ele, desejoso de lhe fazer bem; será "gentil", não severo e áspero; será "cortês" porque deseja sua felicidade e não magoará seus sentimentos. Se todas as pessoas estivessem sob a influência desse amor, sempre seriam verdadeiramente educadas e corteses; pois a verdadeira polidez nada mais é do que uma expressão de benignidade ou um desejo de promover a felicidade de todos ao nosso redor.
- Inveja, do grego zēloi ("o amor não é invejoso"): Aqui, o entendimento é direto. O amor não abriga e nem convive em hipótese alguma o sentimento de inveja. O amor não fica desgostoso diante da felicidade ou prosperidade alheia. Se o(a) irmão(ã) tem algo ou não - seja material (inclui bens materiais, posições seculares, casamento, formação intelectual, etc.) ou espiritual (como algum dom específico), se o Senhor o(a) confiou aquilo ao meu(minha) irmão(ã) e não a mim, de modo algum ficarei desgostoso ou aborrecido; tampouco irei desprezar e até "sabotar" o(a) meu(minha) irmão(ã) por isso - o famoso "puxar o tapete".
- Leviandade, do grego perpereuetai ("o amor não trata com leviandade"): O termo em grego significa "vanglória". Vanglória é convencimento dos próprios méritos, qualidades ou talentos; vaidade, jactância, bazófia. O famoso "eu sou o máximo"! O verdadeiro amor é incompatível com essa soberba manifesta verbalmente, do "eu sou mais do que você" - em NADA e nem por razão alguma - sejam por conta de posições, status social, feitos e realizações seculares ou espirituais, sejam por questões de saúde, conhecimento, ou por qualquer coisa. Quem assim age, gabando-se, não ama a ninguém a não ser a si mesmo, promovendo-se às custas da humilhação de outrem. Note que a soberba está intimamente ligada aqui: todo soberbo é também bazófio e prepotente! A boca sempre falará do que está cheio o coração! Hoje, tristemente, muitos que se dizem cristãos são assim, cheios de arrogância e prepotência, com discursos de auto-louvor e glorificação e, ao mesmo tempo, de humilhação a todo aquele que não se dobra perante suas vanglórias ou àqueles que representam, na visão desses fanfarrões, uma ameaça à sua auto-imagem altiva.
- Indecência, do grego aschēmonei ("o amor não se porta com indecência"): De de asxḗmōn, "sem a forma adequada". Em sentido mais restrito, o verdadeiro amor não se comporta em relação a ninguém de maneira indecente ou desonrosa, e não fará nada para com seu irmão que, na opinião dos homens, seria uma ação imunda ou indecente. No sentido mais amplo, não fará nada que envergonhe a seu irmão, não irá desrespeitá-lo de modo algum e por coisa alguma. Não irá expô-lo(a) ao ridículo, nem profanar sua imagem perante outros. É maligno ao extremo o que vem sendo praticado em nossos dias, onde pessoas ditas cristãs cometem todo tipo de atrocidades contra outros, direta ou indiretamente. Toda vez que um(a) dito(a) cristão(ã) age publicamente de maneira vergonhosa e indecente, ele(a) está expondo todos os cristãos verdadeiros ao vitupério. O argumento popular "o corpo é meu e eu faço o que quiser com ele" despreza totalmente o fato de que o corpo do cristão deve ser instrumento da justiça de Deus: "Tampouco, entregais os membros do vosso corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; antes consagrai-vos a Deus com quem fostes levantados da morte para a vida; e ofereçais os vossos membros do corpo a Ele, como instrumentos de justiça" (Romanos 6:13). Profanar a santidade do próprio corpo - e ainda por cima publicamente - é profanar o nome do próprio Senhor, uma vez que em última análise é Ele quem terá o nome blasfemado, sem mencionar aqueles que buscam viver suas vidas cristãs de forma justa e piedosa. Será que não aprendemos nada com o episódio de Noé, Sem, Jafé e Cão? Noé ficou nu, embriagado, agindo indecentemente; seu filho Cão cometeu indecência ainda maior, divulgando "aos quatro ventos" que seu pai estava de cara cheia e peladão! "Então, Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem" (Gênesis 9:21-23). Na atitude de Sem e Jafé vemos como age o verdadeiro amor, coisa rara atualmente. Já a atitude de Noé e de Cão são muitíssimo comuns hoje em dia, quer na mídia televisiva ("reality-shows"), quer na internet e nas redes sociais, quer em revistas e demais mídias físicas: ditos(as) cristãos(ãs) se expondo publicamente de modo indecente, com ampla divulgação e comentário por outros(as) ditos(as) cristãos(ãs)! Note: isso não se aplica unicamente a nudez, sensualidade e sexo, ainda que hoje os adultérios, fornicações e outros pecados nessa área estão quase totalmente popularizados!
- "O amor não busca seus próprios interesses": No verdadeiro amor não há espaço para "farinha pouca meu pirão primeiro". Esta é, por exemplo, a práxis denominacional-mercadológica atual, o "não por azeitona na empada dos outros". Esta é, por exemplo, a "vala comum": cada dito(a) cristão(ã) só procura resolver seus "probleminhas" e danem-se os outros! Eu atendi muita gente assim por muitos anos: só queriam saber de si mesmos, só estavam interessados em si mesmos e em mais ninguém - nem em mim, muito menos! Enquanto você supre as necessidades desse tipo de "cristão" (sic), ok. Quando para de suprir, por qualquer razão, ninguém lhe procura mais; não querem nem saber se você está vivo ou se está morto, se passa algum problema ou dificuldade! "Não quero saber dos seus problemas, quero saber dos meus", é o modo de vida dos tais.
- "Não se irrita", do grego paroxunetai: "Não é provocável". O verdadeiro amor não é livre de sentimentos e paixões, mas não é governado por elas, dominado por elas, levado a "voar" contra seu irmão por coisas triviais; ele sabe como suportar injúrias e prefere suportar erros, perdas e injúrias menores do que fazer qualquer coisa em vingança de si mesmo. Não é a diferença de opinião política, por exemplo, que faz com que um irmão se irrite contra outro quando há verdadeiro amor envolvido: ninguém é de Deus ou do diabo porque tem opinião política diferente, mas pode sê-lo se amar ou não amar a seu irmão! Nenhum cristão verdadeiro passa às ofensas pessoais (e até de ordem moral!) contra seu irmão por diferença de opinião, qualquer que seja ela! Aprendam de uma vez por todas: política é realidade de um mundo caído e afastado de Deus, sendo ela mesma usada amplamente e descaradamente pelo diabo como instrumento do seu sistema satânico injusto e opressor que opera nesse mundo, tenha ela a roupagem ideológica que tiver. Deus não é político, não apóia política alguma e nem condena ninguém por ter uma opinião política A ou B. Tem sua opinião política? Ok. Mas não use isso como ferramenta de discórdia e injúria contra ninguém, especialmente contra seu irmão cristão, ou você estará usando-a de forma alinhada com o diabo! O mesmo vale para qualquer outro tema, seja ele qual for! Você, dito(a) pastor(a), pare já com esse pecado, condenando diabolicamente pessoas por conta de opiniões puramente pessoais e, assim, sendo instrumento de contendas e dissensões, separando famílias e irmãos, de sangue e de fé! Lembre-se: "Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos" (Provérbios 6:16-19).
- "Não suspeita mal": ele não suspeita precipitadamente que seu irmão pratica o mal ou, noutras palavras, o verdadeiro amor cristão não é aquele que vive com malícia em relação às atitudes do seu irmão. Ele não fica com conjecturas e elucubrações malignas diante do que seu irmão faz ou diz. A versão Etíope, a título de explicação, acrescenta: "nem pensa o mal, nem consulta o mal"; ou "não imputa o mal"; não considera pagar mal com mal àquele que o cometeu o mal contra ele, mas livre e totalmente o perdoa, como Deus que quando perdoa o pecado é dito que não o imputa. A frase parece é muito abrangente, implicando que o amor não suspeita, nem é implacável, nem retentivo em sua memória do mal feito. O amor escreve os erros pessoais em cinzas ou na água.
- "Não folga com a injustiça": Folgar, isto é, regozijar-se, alegrar-se. O verdadeiro amor não tem prazer em ver o irmão (ou qualquer pessoa) cair em um erro ou pecado, pelo qual sua reputação seja destruída e seus interesses arruinados. Não se alegra com os "vícios" de outras pessoas; não se deleita quando eles são culpados de um crime, ou quando, de qualquer maneira, eles caem em pecado. Não tem prazer em ouvir outros serem acusados de pecado, e em ter a prova de que o cometeram. Não encontra um prazer malicioso no "relato" de que fizeram algo errado. Pessoas perversas freqüentemente se alegram quando outros caem em pecado e se desgraçam e se arruinam. As pessoas em todo o mundo freqüentemente encontram um prazer maligno no relato e nas evidências de que um membro da Igreja desonrou sua fé. Um homem freqüentemente se alegra quando um inimigo, um perseguidor ou um caluniador comete algum crime, quando mostra um espírito impróprio, profere uma expressão precipitada ou dá algum passo que o envolva em ignomínia. Mas o amor não faz nenhuma dessas coisas. Não deseja que um inimigo, um perseguidor ou um caluniador faça o mal, ou que desonre e se arruíne. Não se regozija, mas entristece. Não ama o que é errado, nem o fato de ter sido feito. E talvez não haja maior triunfo do evangelho do que capacitar um homem a regozijar-se porque até mesmo seu inimigo e perseguidor em qualquer aspecto se sai bem; ou regozijar-se por que ele é de alguma forma honrado e respeitado entre as pessoas. A natureza humana, sem o evangelho, manifesta um sentimento diferente; e é somente quando o coração é subjugado pelo evangelho e cheio de benevolência universal que ele se regozija quando todas as pessoas agem bem. "Mas folga com a verdade": O bem em geral é sua glória e alegria, difundida em qualquer lugar do mundo; ao mesmo tempo que produz seus frutos próprios, santidade de coração e vida, com constância e perseverança. Ele se alegra com os acertos e sucessos alheios.
- "Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta": Acredita em todas as coisas - Todo o escopo da conexão e do argumento aqui exige que compreendamos a conduta dos outros. Não significa que o homem que está sob a influência do amor seja um homem de "credulidade universal"; que ele não faz discriminação em relação às coisas em que se acredita; e é tão propenso a acreditar em uma mentira quanto na verdade; ou que ele não se preocupa em indagar o que é verdadeiro e o que é falso, o que é certo e o que é errado. Mas significa que, com respeito à conduta de outros, há uma disposição para colocar a melhor interpretação; acreditar que eles podem ser movidos por bons motivos, e que não têm a intenção de causar dano; e que há uma vontade de supor, tanto quanto possível, que o que é feito é feito de forma consistente com amizade, bom sentimento e virtude. O amor produz isso porque se alegra com a felicidade e a virtude dos outros e não acredita no contrário, exceto em provas irrefutáveis. Espera todas as coisas - Espera que tudo dê certo. Isso também deve se referir à conduta de outras pessoas; e isso significa que, por mais escuras que sejam as aparências; quanto mais possam produzir o medo de que outros sejam movidos por motivos impróprios ou sejam pessoas más, ainda que haja uma "esperança" de que as coisas possam ser explicadas e tornadas claras; que as dificuldades podem desfeitas; e que a conduta de outros possa ser justa e pura. O amor "se apegará a essa esperança" até que toda a possibilidade de tal resultado tenha desaparecido e seja compelido a acreditar que a conduta não é suscetível de uma explicação justa. Essa esperança se estenderá a "todas as coisas" - palavras, ações e planos; ao contato público e ao privado; ao que é dito e feito em nossa própria presença e ao que é dito e feito em nossa ausência. O amor fará isso porque se deleita na virtude e felicidade dos outros, e não dará crédito a nada em contrário, a menos que seja obrigado a fazê-lo. Suporta todas as coisas - suporta com resignação cristã as coisas que são desagradáveis para a carne; todas as aflições, tribulações, tentações, perseguições e a própria morte, por causa dos eleitos, por causa do Evangelho, e especialmente por causa de Cristo Jesus.