sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

E EU VOS DECLARO...UMA SÓ CARNE!

"E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem." (Marcos 10:8,9)

Engana-se quem pensa que o casamento é um mero contrato social. Segundo a Bíblia, Deus criou o casamento, heterossexual e monogâmico. O casamento criado por Deus tem seu lado físico e o seu lado espiritual, e ambos devem ser considerados por aqueles que desejam se casar, quanto por aqueles que estão casados. Deus criou o casamento para ser uma bênção, tanto para o homem quanto para a mulher, então porque o casamento tornou-se caótico, tal como se vê em nossos dias? A melhor definição é aquela dada por Jesus: por causa da dureza dos corações.

O que é um coração duro? É um coração insensível, incapaz de se compadecer diante das necessidades alheias. Segundo a Bíblia, em alguns casos a dureza do coração pode ser tal que se assemelhe a dureza do diamante, o mais duro material de ocorrência natural que se conhece. Por sua dureza, o diamante pode ser utilizado para riscar, marcar, ou cortar qualquer outra substância, dura ou não. A dureza do diamante é derivada da sua estrutura altamente compacta, de ligações químicas covalentes poderosas entre os átomos de carbono. Corações de diamante!

Porque o coração de torna duro como o diamante? Justamente por causa do que há nele: uma estrutura altamente compacta, com ligações poderosas entre seus "elementos" - a arrogância, a altivez, o orgulho, o egocentrismo. Quando estes elementos são "fortalecidos" e "mantidos", acabam por gerar a dureza. É importante ressaltar que quanto mais "ligações" são feitas, mais "forte" elas serão e, portanto, mais duro será o coração. Deste modo, o coração vai endurecendo dia-a-dia. Tudo tem um começo, um princípio.

No princípio... o coração não é tão duro; na verdade, a dureza é muito pequena. Afinal, homem e mulher se unem em casamento, amando um ao outro. Tudo o que desejam é, em essência, viverem unidos, compartilhando projetos, alvos, sonhos, ideais. Um pensa no outro, pondo-o em primeiro lugar, sempre. O desejo da esposa é satisfazer o seu marido em tudo, enquanto o desejo do marido é para com sua esposa; nela pensa dia e noite. Como diz Cantares: "Tu és toda formosa, meu amor, e em ti não há mancha. Que belos são os teus amores, minha irmã, esposa minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho! E o aroma dos teus ungüentos do que o de todas as especiarias! Favos de mel manam dos teus lábios, minha esposa! Mel e leite estão debaixo da tua língua, e o cheiro dos teus vestidos é como o cheiro do Líbano." (Ct 4.7,10,11) "Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que, se achardes o meu amado, lhe digais que estou enferma de amor. A sua boca é muitíssimo suave, sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, e tal o meu amigo, ó filhas de Jerusalém." (Ct 5.8,16).

Porém, o tempo passa. Se no início tudo vai bem, com o tempo surge o desgaste. Por que? É simples: com o tempo, o casal se acostuma com a relação. A intimidade cresce (o que é bom) e, infelizmente, devido a nossa natureza, diminui a consideração pelo outro. Se antes o marido considerava as necessidades da esposa como prioridade, agora cada vez mais esta consideração diminui. Se antes a esposa ponderava compreensivamente as necessidades do marido, agora cada vez mais ela as ignora. Paulatinamente, o "eu", com seu "imediatismo" cresce dentro do coração, insensibilizando-o cada vez mais.

Engana-se, contudo, quem pensa que insensibilidade tem um único lado, o do desprezo. Há também outro lado: a sufocação. Como diria a Juju (personagem da humorista Adriana Nunes) em seu bordão no programa "Zorra Total": "Ô Jajá, meu filho, assim você me sufoca!" E não tem "dancinha" que dê jeito, rsrsrs.  A sufocação pode ser tão ruim quanto ser ignorado. O "grude" não é prova de amor, mas pode ser um sinal de que o relacionamento não está tão maduro quanto deveria, ou que o amor está doente. No casamento, há um espaço comum a ser compartilhado; porém, há também um espaço individual, a ser respeitado. Quando há filhos, há também o espaço deles.

O casal precisa aprender a respeitar os espaços - individuais e coletivo - se deseja evitar o desgate do relacionamento matrimonial. Há momentos em que tanto o esposo quanto a esposa precisam de tempo para si. Isso não é egoísmo, se for dosado com sabedoria e se há tempo também para o casal. Por exemplo, há esposos que cultivam o hábito de assistirem filmes em suas horas de lazer. Via de regra, os filmes que agradam o homem não agradam as mulheres, e vice-versa. Outros preferem pescar, outros jogar futebol. Há alguns que gostam de jogos eletrônicos (jogos de computador). Outros preferem ler um bom livro. Há uma infinidade de hobbies que os esposos podem (e devem) praticar regularmente; são "válvulas de alívio" das pressões sofridas com trabalho, contas a pagar, etc. Se a esposa for sábia, não ficará "bicuda" e nem apelará para as famosas "chantagens" quando seu esposo estiver em seu momento de lazer. 

Aliás, a hora de lazer do esposo é um excelente momento para o lazer da esposa. Ela pode até ter a mesma preferência de hobby do seu esposo (o que não significa que necessariamente precisa ser assim; tampouco que em sendo deste modo o lazer só seja possível em conjunto). Às esposas, escrevo: nem só do trabalho do lar viverá a esposa, mas de lazer também! E se o esposo for sábio, não fará "beicinho" e nem chantagens quando sua esposa estiver se distraíndo; tampouco ficará "pedindo tudo na mão" só para perturbá-la. 

Obviamente, a dureza do coração produz a separação do casal. Assim como o endurecimento, a separação também é um processo. A cada momento, sobre a influência ou do desprezo, ou da sufocação, cada parte se "separa" uma da outra. De início, esta separação é emocional. A convivência torna-se cada vez menos amigável: a tolerância é cada vez menor e começam a surgir as palavras rudes e os gestos brutos; de início de forma tímida, velada; posteriormente de forma mais direta. O casal se entende cada vez menos, ameaçando a continuidade do casamento. Se não houver uma interrupção no processo, o casamento acabará em divórcio (às vezes, até em crime passional).

Alguns ditos "pastores" recomendam, nestes casos, soluções milagrosas, como "construir pontes para reatar o relacionamento". O problema é que eles esquecem de dizer que a ponte que um dia uniu o casal já ruiu e que, para construir outra, é primeiro necessário remover os escombros da primeira. Já dizia o Senhor: não se coloca remendo de pano novo em pano velho, nem vinho novo em odres velhos. Reconstruir um relacionamento é uma tarefa árdua e que nem sempre conta com sucesso garantido. Isso porque tal tarefa não depende de um, mas dos dois e, quando o relacionamento alcança este estágio, cumpre-se o que diz Salomão: "O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como os ferrolhos de um palácio" (Pv 18.19).  

Assim, o melhor a fazer é evitar que o casamento se deteriore. Aprenda a seguinte lição: o que mantém o casamento é o relacionamento, nunca o inverso. O casamento, por si só, não segura ninguém; tampouco sexo ou filhos são capazes de fazê-lo. O que faz o casamento perdurar é o relacionamento de um com o outro.  Não adianta nada minar o relacionamento com sandices diárias e depois jogar a responsabilidade nas mãos de Deus, da Igreja ou do pastor. Só você pode impedir a continuidade do desgaste e eu sugiro que você o faça imediatamente, antes que não haja mais volta - o que Deus ajuntou, não separe o homem

Deus, ao estabelecer o casamento, criou todos os vínculos físicos, emocionais e espirituais necessários para mantê-lo e cabe a nós, seres humanos, cultivar e fortalecer estes vínculos.  O casal precisa ser, de fato e de direito, uma só carne em todas as áreas! Para que isso aconteça, a carne do marido precisa se conformar à carne da esposa e vice-versa. Não há como "encaixar uma esfera num cubo" e a quadratura do círculo redundou num número inexato, infinito (o famoso "pi", com 200 milhões de casas decimais já calculadas). Assim, cada um deve aprender a ser tolerante com as fraquezas, caprichos e hobbies do outro, de forma a "aceitar diferenças" e adaptar-se a elas. Ser uma só carne é a solução de muitos males!

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!

2 comentários:

  1. Oi, Parabéns por seu blog, quero dizer que indiquei seu blog para o selo de qualidade, passe no meu e pegue http://amembrother.blogspot.com/.
    Que Deus te abençõe cada vez mais.

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  2. Pastor,suas colocações a respeito do casamento são muito boas.Hoje esses conceitos estão fora de moda,infelizmente.Mas nosso Deus e os Seus princípios são eternos e imutáveis.O que para Ele valia quando celebrou a primeira união não caducou.O casamento,quando se deteriora,precisa da intervenção divina.Aliás,Ele deve ser o Amigo,Conselheiro,Confidente de ambos.Quanto à construir-se pontes para resolver separações,desentendimentos,é necessário que ainda haja amor no coração de cada um dos cônjuges.Só onde houver amor será possível o perdão,o ponto de partida para uma reconciliação.Orgulho,arrogância,egoismo precisam ceder lugar a humildade.Faz-se necessário entender que só haverá a reconciliação,quando e se ambos assim o desejarem.Quando a cumplicidade,a intimidade,o amor acabam vai-se embora o respeito e aí não vale a pena insistir:o casamento acabou.

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