quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

CASAMENTO: HOMEM E SUA MULHER CONFORME A VONTADE DE DEUS



Efs 5:22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;
Efs 5:23  porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.
Efs 5:24  Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
Efs 5:25  Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
Efs 5:26  para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,
Efs 5:27  para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.
Efs 5:28  Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama.
Efs 5:29  Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;
Efs 5:30  porque somos membros do seu corpo.
Efs 5:31  Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.
Efs 5:32  Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.
Efs 5:33  Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido. 

Muito tem sido falado sobre o casamento. As redes sociais "bombam" com conselhos para um bom casamento; no entanto, percebe-se que há uma mistura de opiniões e verdades pessoais, que muitas vezes se aplicam apenas àquele que aconselha. Além disso, há muita influência do movimento feminista, trazendo ainda mais tensão ao relacionamento entre esposo e esposa.  As "ênfases palpiteiras" sobre o papel de homens e mulheres dentro do relacionamento matrimonial, além de nada contribuírem para a qualidade de vida de ambos, vem produzindo um exército de pessoas frustradas, feridas e mal amadas. 

Por outro lado, infelizmente, há uma "pandemia" de abusos por parte de um dos conjugues - comumente pelo esposo contra sua esposa. Aponta-se que 1/4 das mulheres brasileiras sofrem violência doméstica: abuso emocional, físico, estupro marital e vários outros absurdos. 

Qual seria a solução? A psicologia não tem a resposta. O direito civil e a  criminalística também não. Os movimentos feminista e machista também não possuem a resposta ao problema. Na verdade, nenhuma iniciativa ou ação humana, centrada em princípios, valores, leis e regulamentos terrenos, terão qualquer impacto para a solução desse grave problema. O único que pode responder, definitivamente, os anseios e expectativas pessoais para um casamento feliz é o Senhor Deus. Deus, na condição de Criador do conceito e realidade da família humana é o Único que tem a resposta maior para os dramas familiares, para o relacionamento entre homem e mulher, o qual se revela cada vez mais confuso e conturbado. Em Sua eterna Palavra, a Bíblia, Ele "declarou ao homem o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Mq 6.8), em todos os assuntos, incluindo o casamento. É de uma tremenda obviedade dizer que para conhecer os princípios divinos declarados para o casamento segundo a vontade de Deus é preciso ler a Bíblia e interpretá-la corretamente, identificando e extraindo dela esses princípios.  

Nota 1: Há uma imensa ignorância quanto a forma de interpretar as Escrituras - e isso em todos os assuntos. Inúmeros intérpretes adicionam, sem nenhum tipo de constrangimento ou temor, suas opiniões e verdades pessoais à interpretação, buscando fazer com que a Bíblia concorde com suas teses esdrúxulas. Como bem disse Jesus, o Senhor, com essa atitude essas pessoas estão "invalidando assim a palavra de Deus (Mc 7.13)." A Bíblia King James Atualizada, nesse texto do Evangelho de Marcos, afirma que essas pessoas estão "anulando a eficácia da Palavra de Deus".  Vale dizer que aqueles que assim procedem estão prestando um verdadeiro desserviço à causa do Evangelho. Eles jamais poderão ver a luz (Is 8.20). 

A primeira coisa que é preciso entender é que, segundo Deus, a família, iniciada por meio do casamento, é a primeira instituição estabelecida por Deus – heterossexual, monogâmico e indissolúvel. Deus instituiu a família para a realização de seu plano na humanidade, segundo seu propósito eterno. O desejo de Deus é abençoar a todas as famílias da terra mediante Jesus Cristo (At 3.25-26), e fazer a todos os homens membros de sua família eterna. Seu propósito é redimir e adotar como filho seu a cada ser humano. A família existe em função do propósito eterno de Deus. Ou seja, o propósito do casamento é a constituição da família! Logo, quem busca o casamento, deve ter isso na mente e no coração: "vou casar com A ou com B porque eu quero constituir com ele(a) uma nova família"!

Deus não estabeleceu a família para que ela fosse um nicho de conflitos, de desentendimentos, de violência física e verbal, mas um local de relacionamento íntimo entre homem e mulher, com seus filhos, refletindo continuamente a Sua imagem.  O Livro de Gênesis declara que "criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1.27). Acrescenta ainda que "Deus os abençoou" e lhes determinou que fosse fecundos, se multiplicando e dominando sobre o restante da criação (Gn 1.28). Nesse ponto, aprendemos que a família, instituída por Deus, é lugar de bênção, de harmonia e paz, de realizações em conjunto! Todos que compõem uma família - homem, mulher e filhos - tem de Deus a orientação de, juntos, trabalharem em prol do seu autodesenvolvimento emocional, profissional e social, contribuindo desse modo para que a Terra seja um lugar de paz e harmonia também! 

Portanto, uma família não deve ser um nicho de conflitos e guerras entre seus membros; não é esse o padrão de Deus.  Nesse sentido, devem ponderar homem e mulher se o casamento possibilitará esse autodesenvolvimento ou não, antes de se casarem. Haverá paz nesse futuro lar? Haverá harmonia? Comunhão? Entendimento mútuo? Perdão? Cada parte JAMAIS tomará qualquer atitude que ameace, ainda que de forma mínima, a aliança entre eles, ponderando sempre no que é melhor para o outro? Note: família não é lugar de individualismo, de egoísmo e de egocentrismo. Numa família eu não olho para mim - meus propósitos, meus anseios, meus sonhos, minhas vontades, etc. e, perdoe-me a expressão, que se dane o outro. Não! Família não é lugar do "eu e meu", mas sim do "nós e nosso", ao ponto de, se necessário, sacrificar projetos e anseios pessoais em prol da outro e da família! É lugar de entrega pelo outro!

O relacionamento entre homem, mulher e filhos deve estar baseado no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo - "à Sua imagem, conforme a Sua semelhança". Pai, Filho e Espírito Santo vivem continuamente em comunhão entre Si; nenhum deles faz qualquer coisa de forma independente! Quem crê que Deus é amor e que Ele é Pai, Filho e Espírito Santo tem que ver na família o arquétipo desse mistério eterno, sem a qual os homens, feitos à imagem e semelhança de Deus se tornam falsos deuses dês-relacionados e perversos.   

Mais uma vez, observe: a família começa no casamento e o casamento deve ser tal que a "com-vivência" seja vida em comum, não apenas no repartir o pão e a cama, mas principalmente o coração. O coração – e não a casa – é grande centro da vida na família. Nesse sentido, o coração pode assumir duas formas: (a) ele pode ser sensível aos anseios e ansiedades de quem amamos, fazendo com que a vida de um seja viver pelo outro ou (b) ele pode ser duro como uma pedra, esmagando insensivelmente toda vida, com seus sonhos e projetos conjuntos, que possa existir ou que tenha existido um dia (veja mais em: E EU VOS DECLARO...UMA SÓ CARNE! ). 

O Apóstolo Paulo trata justamente do coração de cada parte envolvida naquilo que é ou pode vir a ser mais do que um conjunto de desajustados vivendo debaixo de um mesmo teto, mas antes UMA FAMÍLIA DE VERDADE. Ele começa aconselhando a mulher para que ela seja para seu esposo mais do que uma mulher: SEJA PARA O SEU MARIDO UMA ESPOSA! Ser mulher é fácil, pois a mulher já nasceu com tudo o que precisa para ser mulher. A questão é ser esposa! Esposa é mais do que mulher: ela é companheira, ela é ajudadora idônea. ALGUÉM QUE CORRESPONDA.

Isso precisa ser bem esclarecido: o que é ser uma ajudadora idônea? É ser inferior? DE MODO ALGUM! Não há ajuda (emocional, física, sentimental, profissional, etc.) ou companheirismo quando há uma relação de inferioridade entre homem e mulher; ao contrário, há opressão! Uma ajudadora idônea é alguém que esteja ao nosso lado, e este alguém deve ser conveniente, adequado, apropriado para certas funções. Alguém capaz de ajudar-lhe ética e moralmente, uma companhia, ou seja, alguém com quem possa compartilhar sentimentos, emoções, preocupações, etc., alguém a sua imagem como que num espelho, o equivalente, a parte correspondente, que está diante, que possibilita uma relação mútua, que possibilita diálogo, que é capaz de construir uma vida em conjunto. Alguém que mesmo sendo distinto, ajusta-se perfeitamente. Esse conceito encaixa-se perfeitamente no conselho de Paulo: as esposas serem submissas aos seus maridos: esta submissão não é uma "sub-missão", uma missão inferior. Submissão vem do grego hipotasso, que significa “disposição para aceitar um estado de dependência; docilidade; ato ou efeito de submeter-se a uma autoridade”. Esse termo bíblico é composto por duas palavras, hipo (“debaixo”) e tasso (“acordo”), o termo significa literalmente "estar debaixo de um acordo", ou estar de acordo com, dando idéia de algo voluntário. A submissão da esposa implica uma atitude de humildade e de unidade com o marido. A mulher deve se sujeitar a seu marido, fazendo-se um com ele, sentindo o mesmo, tendo o mesmo propósito, o mesmo objetivo. Como a mulher deve submeter-se? Como ela faz para com o Senhor! Ou seja, submissão em amor! (veja mais em: A BÍBLIA PRECISA SER ATUALIZADA? UMA ANÁLISE REVISTA E CORRIGIDA DO ANTIGO DISCURSO ). A submissão da esposa ao esposo denota uma relação onde não há "eu mando e você obedece", mas sim uma relação onde "eu não sou o(a) dono(a) da verdade, assim o que é melhor para nós dois" "O que devemos fazer nesse caso"? Novamente, isso exclui toda soberba e todo individualismo,  egoísmo e de egocentrismo, uma vez que eu reconheço que o outro tem plenas condições de entender e ajudar a construir a solução mútua! A sujeição faz com que dois sejam um, sentindo o mesmo, tendo o mesmo propósito, enriquecendo um ao outro e a sua sua família espiritual, moral e culturalmente.  Afinal, como disse Adão, a mulher é "carne da minha carne, ossos dos meus ossos" e, portanto, não deve ser menosprezada ou inferiorizada! Para o esposo, humanamente falando, do ponto de vista terreno, a sua esposa deve ser a mais importante pessoa da Terra! A esposa está para seu marido como a Igreja está para Cristo. Assim como a Igreja se faz uma com Cristo, assim a esposa se faz uma com seu marido!

Portanto, para ser esposa, segundo o padrão bíblico, a mulher deve fazer algo que é muito difícil para ela: se sujeitar ao seu esposo. Assim, querida, se você é individualista, egocêntrica, egoísta, dona da verdade e cheia de razões, etc., meu conselho é NÃO CASE! Viva a sua vida!

Depois de se dirigir às mulheres para que sejam esposas, Paulo segue a exortação aos maridos, para que sejam esposos! Para ser homem basta nascer, para ser marido basta estar casado, é moleza! Mandão, grosso, insensível, vive para ser servido a tempo e hora... isso é parte da natureza humana sem Deus e traz grande estrago dentro do casamento. Mas ser esposo, companheiro da esposa, é preciso algo que os homens têm grande dificuldade de fazer: AMAR SUAS ESPOSAS! Amar aqui não é sinônimo de sexo, ainda que isso tenha o seu lugar no casamento. Também não é sinônimo de presentinhos ou jantares ou passeios. Tudo isso tem o seu lugar. Amar aqui é algo superior mas que precisa ser feito: É DOAR-SE! Note: “maridos amai vossas mulheres como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela (vv. 25). O amor de Cristo por sua Igreja levou-o a se entregar por ela; Ele morreu na cruz por Sua Igreja, sem pensar duas vezes! O verdadeiro amor é serviçal, se entrega, se nega a si mesmo e se sacrifica pelo bem da pessoa amada. O amor é sincero, puro e constante, apesar das eventuais falhas da esposa!

O esposo cristão é o primeiro a servir, em esforçar-se e dar sua vida para o bem de sua esposa. O que precisa ser doado? A própria vida! Os interesses da esposa e seu bem-estar, sua realização pessoal, sua segurança, sua saúde emocional, sexual e física predominam sobre os interesses individuais; a necessidade da esposa predomina sobre a necessidade do esposo - SEMPRE! Logo, o esposo cristão é amável, carinhoso, delicado e bondoso. Nas palavras e na conduta do marido deve manifestar-se o amor de Cristo e suas virtudes de caráter pela sua esposa, ao ponto de abrir mão de si mesmo por ela! Ela é SEMPRE a prioridade, não você!

Paulo diz o cuidado e a proteção pela esposa deve ser a práxis dos maridos: “Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja” (vv.29)Do mesmo modo que cada um atende e cuida de seu corpo, o marido deve atender e cuidar de sua esposa, pois é um só corpo com ela. Deve prover para suas necessidades materiais, físicas, emocionais e espirituais. Lembre-se: A maior necessidade existencial da esposa é sentir-se amada, honrada e protegida por um marido que a ama em verdade (na prática do dia-a-dia)! O marido, portanto, não pode ser um animal dentro de casa, impaciente, um estúpido e grosseiro sem amor ou compaixão. Se você, querido(a), é sem paciência, só pensa em si mesmo e tem na mulher um simples objeto para satisfazer suas necessidades sexuais, meu conselho é NÃO CASE! Vá viver sua vida e não perturbe a vida dos outros!

Qual é o alvo do esposo relativamente à sua esposa? Apresentá-la a si mesmo como Cristo fez com a Igreja: “Para a apresentar a si mesmo “esposa” gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (vv. 27, modificado) Esposa gloriosa (gr. endoxos): esposa cheia de glória, plena, honrada, esplêndida, admirável e brilhante! Essa é a razão maior do marido ser esposo, amando sacrificialmente sua esposa: ela deve ser cheia de glória! Nesse sentido, é muito muito interessante perceber que a submissão da esposa ao esposo e o amor do esposo pela esposa tem como objetivo final a glorificação da esposa (tanto humano quanto espiritual). Uma esposa oprimida e humilhada, que sofre com todo tipo de abuso dentro do casamento jamais poderá ser auto-apresentada por seu marido como esposa gloriosa, muito pelo contrário.  Quem não ama sua esposa, jamais poderá apresentá-la como esposa; jamais poderá ser bênção para ela. Ela será sempre considerada por você como a pária, a problemática, incapaz, etc.. Quem é incapaz de amar a esse nível, não deve jamais se envolver com casamento.

Por fim, estejamos seguros: Haverá falhas e defeitos de ambos os lados, no estado atual da natureza humana, mas isso não altera a relação do casamento. Todos os deveres do casamento estão incluídos na união e no amor. E enquanto adoramos e nos regozijamos no amor condescendente de Cristo, que maridos e esposas aprendam assim seus deveres um para com o outro. Assim, os piores males serão evitados e muitos efeitos dolorosos desses males serão também evitados.

Pense nisso!

Graça e paz!

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Sermão dominical, ministrado pelo autor no dia 12/02/2012.

Um comentário:

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