segunda-feira, 12 de agosto de 2013
PENSO, LOGO... ESTOU LASCADO!
Cogito, ergo sum significa "penso, logo existo"; ou ainda Dubito, ergo cogito, ergo sum: "Eu duvido, logo penso, logo existo". A citação é uma conclusão do filósofo e matemático francês René Descartes. Sem aprofundar na filosofia, Descartes correlacionou pensamento e existência. Para este filósofo, se ele pensava ele existia. Assim, tenho certeza que eu penso, portanto, tenho certeza que eu existo. Mas o que é pensamento? É a faculdade que tem como objetivo o conhecimento; inteligência; capacidade ou posição intelectual; maneira de pensar, de julgar; opinião, ponto de vista. Pensar é submeter (algo) ao processo de raciocínio lógico; ter atividade psíquica consciente e organizada; exercer a capacidade de julgamento, dedução ou concepção; refletir sobre, ponderar, pesar.
Pensar é consequência de se estar vivo. Ou seja, penso porque estou vivo, por existo. Porém - e infelizmente - a recíproca não é verdadeira. Posso estar vivo e mesmo assim ser incapaz de pensar, na hipótese de considerar o pensamento conforme a definição acima. Essa é, aliás, a triste realidade da sociedade atual, repleta de sandices, sociedade de "big brothers", "fazendas" e outros paupérrimos programas televisivos em termos de formação de pensamento e reflexão. Sandice, para quem não sabe, é o ato, dito ou afirmação que traduz ignorância ou falta de inteligência; disparate, tolice, necedade, parvoíce. O mundo está cheio de sandices: sandices televisivas, sandices políticas, sandices ideológicas, sandices familiares, dentre muitas outras sandices.
O maligno opera eficazmente, causando sandice no mundo, afastando-o de Deus e de Cristo por meio de disparates sem fim. Dia desses, recebi de um pretenso ateu, que se considera pretensamente erudito, a seguinte pérola: "ora, como saber que Jesus ressuscitou? Ele poderia ter usado seus poderes mágicos e descido da cruz". Sandice de primeira! É o tipo de argumento parvo, que causa riso em quem lê ou ouve. Aliás, ri um bocado diante da resposta oferecida pelo pr. Silas Malafaia à provocação feita pelo presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA), no programa "Na Moral". O representante da ATEA perdeu a chance de ficar calado! E a resposta do pr. Silas foi superficial... Imagine se ele aprofunda! Não concordo com algumas posições do pr. Silas, em especial com relação a Teologia da Prosperidade, mas reconheço que ele tem um dom especial para debates!
Do mesmo modo, figuram as pretensas interpretações da Bíblia, fornecidas por adeptos e fundadores de religiões: não passam de heresia! Não conhecem as Escrituras, sua história, sua doutrina, a arqueologia e a geografia, seus tipos e antítipos e se arrogam no direito de não apenas interpretar o texto milenar, mas ainda por cima querer debater isso com aqueles que estudam e levam a sério a Bíblia Sagrada, que passam anos a fio lendo-a e estudando-a. Fala sério! O sujeito nunca foi um estudante sério da Palavra de Deus, nunca recebeu ensino e foi capacitado teologicamente nas Escrituras e, de uma hora para outra, escreve o evangelho segundo a sua visão herética, desconsiderando milhares de anos de ensino e estudo, desconsiderando toda uma série de autores, professores universitários com doutorado e pós-doutorado nas ciências bíblicas! O sujeito simplesmente "reinventa a roda" e divulga a sua nova "roda" como sendo "a descoberta do século"! Aqui, figuram várias e várias seitas heréticas, como mormonismo, TJ, kardecismo, Família de Deus, etc. Sinceramente, fica mais "bonito", mais "espiritual", "inventar" o seu próprio texto sagrado do que criar uma religião baseada na interpretação estapafúrdia do texto de outra. Pelo menos, é mais original.
Porém, para tristeza de crentes pensadores, como eu, a sandice se alastrou para as Igrejas. Nem todas, graças a Deus. A sandice na Igreja é pior que a do mundo. João, o apóstolo, diz que o mundo jaz no maligno (I Jo 5.19) e isso é fato consumado. Porém, o mesmo apóstolo diz também que "muitos se têm feito anticristos", os quais "saíram de nós, mas não eram de nós" (I Jo 2.18,19). Muitos e muitos anticristos - aqueles que estão contra Cristo - vem surgindo atualmente, cada um com a "mais recente descoberta que revolucionará a fé dos crentes"... Caramba, é muita pretensão! Especialmente com a descoberta do título (título, não ofício) de apóstolo, é um tal de propor sandice que não acaba mais! DNA de Deus, unção de bicho, unção da magreza ("unção fitness"), homem que era anjo antes de ser homem, reintegração dos sacrifícios do Velho Pacto no Novo e por aí vai. É comum aos após-tolos modernos pegarem um texto bíblico e criarem todo um ensino com base no silêncio do texto sobre um determinado assunto. Por exemplo, o ensino de que somente os apóstolos bíblicos cuja obra aparece registrada na Bíblia foram importantes (Pedro, Paulo e João, especialmente); o restante (André, Bartolomeu, etc), era "zé ninguém". Que conclusão é essa?!? Simplesmente, desprezou-se a História da Igreja e as regras mais básicas da Hermenêutica, tomando um texto sem contexto, formando um pretexto, que só serve para lançar no cesto! Ora, o mesmo apóstolo João diz que Jesus é o Verbo (Jo 1.1); o Senhor Jesus nos mandou examinar as Escrituras "porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim [Jesus] testificam" (Jo 5.39). Portanto, qualquer adulteração nas Escrituras é adulteração daquilo que Cristo é; portanto, é fabricar anti-cristos e agir como anti-cristo!
Assim também, vejo uma proliferação de crentes que tornaram-se ecumênicos. Sim, ecumênicos. Defendem tanto o catolicismo e metem tanto o malho na Igreja Evangélica, comparando uma com outra, que me pergunto se já há muito não desviaram da fé. Ignoram os milhares de mortos nas fogueiras da "Santa" (sic) Inquisição. Ignoram as terríveis perseguições a que foram submetidos os missionários em solo brasileiro. Ignoram o apoio de diversos clérigos católicos a Hitler, responsável pelo Holocausto. Aqui, cabe a citação: "Devemos nos indagar se a perseguição do nazismo contra os judeus não teria sido facilitada pelos preconceitos antijudaicos existentes em alguns corações e mentes cristãos". - Cardeal Edward Cassidy - Nós lembramos - uma reflexão sobre o Shoah, 1998 (http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/papa_pacelli.htm). A Igreja Católica alemã empregou durante o nazismo cerca de seis mil "trabalhadores forçados", sendo a maioria proveniente da Polônia e das repúblicas da ex-União Soviética ( http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=195190, tirado estrategicamente do site. Mas basta lançar no google e selecionar "em cache" para ler a matéria, elaborada pela Rádio Vaticano) (veja mais em: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2012/01/502008.shtml). Mesmo muitos católicos sofreram nas mãos da "Santa Madre": Pelo Tratado de Latrão, os católicos deveriam se abster da política, especialmente de uma política autônoma que se contrapusesse ao governo fascista. A consequência imediata deste acordo foi o fechamento do Partido Popular (católico) e o exílio de seus principais líderes. Enquanto o Papa e os fascistas comemoravam, dezenas de milhares de italianos, muito deles católicos, padeciam sob torturas nas inóspitas prisões do regime (http://ideiaquilvicenda.blogspot.com.br/2012/12/o-acordo-entre-hitler-e-igreja-catolica.html). Para piorar, muitos desses ecumênicos são obreiros! Quem deveria conhecer, ignora e não faz ou demonstra fazer a mínima questão de aprender; e assim segue o meu povo sendo destruído, como diria o profeta Oséias.
impressiona como as pessoas falam bobagens sobre a Bíblia, sobre o cristianismo e sobre a Igreja e as igrejas sem conhecer nada. Tenho refletido muito sobre tudo isso. Vejo cada vez mais a Igreja afastar-se de Cristo, criando para si expressões de fé, espiritualidade e ensino que nada tem relação com a Bíblia. O foco hoje não está no pensar, no estudo da Palavra, no raciocínio e na lógica baseada nas Escrituras e na Teologia com suas disciplinas correlatas; está, antes, no "show business", na "indústria do entretenimento", envolvendo as artes performáticas, seu lado financeiro (incluindo empresários, produtores e distribuidores), criativo (artistas, compositores e músicos, entre outros), passando também pelo estrutural (cinema, televisão, teatro e música). É a lógica do "pão e circo" que impera. Basta colocar um sujeito performático na plataforma e o "culto" está pronto: risos, choros, manifestações sobnaturais (a grafia é proposital) regada a muita música com som nas alturas, com letras que não dizem nada, compostas por pessoas que nada tem a dizer. O ensino é baseado na hermenêutica "Where´s Wally", ou seja, procure nas entrelinhas o ensino obscuro que será chamado "profético", porém cheio de contradições! E você que não se meta em criticar, ou será logo "bombardeado" com alguns versículos que acabam sendo repetidos como mantras. Para fugir das críticas, o mais invocado é aquele que recomenda “não tocar nos ungidos do Senhor”, numa “teologia” cominatória com base em versículos isolados e mal aplicados. Isso sem falar em adjetivos como "frio", "radical", "carnal", "insensível ao Espírito", "teólogo", etc.
Podemos ser chamados de ”fundamentalistas” por gente que sequer sabe a origem do termo. Mas se chamarmos alguém do outro lado de “devasso” ou "herege" estamos em maus lençóis. Se discordo de alguém, sou preconceituoso. Se alguém discorda de mim, usa de seu direito de expressão. É a pasteurização conceitual. Não sou muito apreciador do gênero, mas cabe citar João Alexandre: "São sempre variações do mesmo tema/Meras repetições/A extravagâncias vem de todos os lados/e faz chover profetas apaixonados/.../é proibido pensar". De fato, se eu penso... estou lascado! Vivo no meio de uma geração de raríssimos pensadores, onde proliferam os copiadores dos modismos e criadores de besteirol doutrinário-litúrgico.
Você, querido leitor, que lê este texto, por favor eu lhe peço: não ceda a tentação de seguir essas coisas que aí estão. Por favor, leia a sua Bíblia, estude-a e procure comparar os ensinos e liturgias existentes com aquilo que a Bíblia ensina. Cuidado com aqueles que gostam de aparecer, que amam serem vistos pelos homens, fascinados por obter irrestrita admiração e reconhecimento por suas manifestações pirotécnicas inovadoras. Cuidado com esse negócio de "ensino com base nas entrelinhas", com a criação de diálogos na Bíblia que distorcem radicalmente o sentido do texto bíblico e assim pervertem seu propósito original e consequentemente sua interpretação. Não seja como os atenienses, que de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade (At 17.21). O ensino bíblico é milenar, o Caminho para Deus é Cristo Jesus! O Senhor Jesus é o Centro das Escrituras, Ele é a chave hermenêutica que permite a correta interpretação da Palavra de Deus. Se você está preso a uma sandice, a uma invencionice humana sem pé nem cabeça, abandone-a e volte-se para o Senhor! Pense, querido leitor: Deus nos deixou a Sua Palavra, a Bíblia, escrita por um período de aprox. 16 séculos, por 40 autores humanos diferentes, inspirados pelo Espírito Santo; preservou esta mesma Bíblia inúmeras vezes da destruição, não raro a preço do martírio dos seus servos; fez com que ela fosse encontrada de forma miraculosa nas Cavernas de Qunram... agora, depois de todo esse trabalho, de inúmeras vidas, Deus inspiraria ensinos e práticas modernas que contrariam radicalmente o que Ele preservou durante milênios?!? Deus não é esquizofrênico!
Pense nisso, você que existe em Cristo! Deus está te dando visão de águia!
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