"Herodes, vendo a Jesus, sobremaneira se alegrou, pois havia muito queria vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; esperava também vê-lo fazer algum sinal. E de muitos modos o interrogava; Jesus, porém, nada lhe respondia. Os principais sacerdotes e os escribas ali presentes o acusavam com grande veemência. Mas Herodes, juntamente com os da sua guarda, tratou-o com desprezo, e, escarnecendo dele, fê-lo vestir-se de um manto aparatoso, e o devolveu a Pilatos." (Lucas 23:8-11)
"Que farei então, de Jesus, chamado Cristo?" (Mateus 27:22)
Na era em que vivemos, há muita curiosidade sobre as questões espirituais e religiosas. Uma curiosidade ligada ao pensamento humano inquiridor, que tudo quer saber e entender a fim de poder exercer controle. O homem, no anseio incontrolável de estar sempre no controle, tanto da própria vida como de todas as coisas, aplica seus processos cognitivos em tudo o que vê e até no que não vê, nas coisas naturais e nas coisas espirituais (ou sobrenaturais). Isso não é algo novo: os filósofos gregos já sondavam o Universo buscando a compreensão de seus fenômenos; uma busca insaciável que culminará na metafísica aristotélica, focada nas "questões últimas" da filosofia, tais como: há um sentido último para a existência do mundo? A organização do mundo é necessariamente essa com que deparamos, ou seriam possíveis outros mundos? Existe um Deus? Se existe, como podemos conhecê-lo? Existe algo como um "espírito"? Há uma diferença fundamental entre mente e matéria? Os seres humanos são dotados de almas imortais? São dotados de livre-arbítrio? Tudo está em permanente mudança, ou há coisas e relações que, a despeito de todas as mudanças aparentes, permanecem sempre idênticas? Curiosidade, "curiositas", desejo de conhecer.
Conhecer a Deus é, portanto, um desejo humano. Foi colocado em seu coração pelo próprio Deus. No entanto, o conhecimento de Deus - o verdadeiro conhecimento - só pode ser obtido por meio da Revelação. Ou seja, é Deus quem se revela ao homem, quem diz ao homem quem Ele (Deus) é, como Ele é e a vontade de Deus para o próprio homem. A inquirição natural, cognitiva, é insuficiente para alcançar a Verdade sobre Deus, posto que o homem está afastado de Deus por conta do domínio do pecado em sua vida. No muito, a inquirição natural pode levar o homem a concluir, pela observação do Universo criado por Deus, que há um Deus. Conceber o Universo sem Deus, fruto do acaso (do caos), é o produto natural de alguém que não teve contato com a Revelação e que, portanto, está a "tatear em suas próprias trevas". Igualmente, são frutos das mesmas trevas interiores as conclusões que levam a inexistência de Deus ou a multiplicidade de deuses.
Assim, a Revelação de Deus, feita pelo próprio Deus, nos ensina que o Universo e a Terra foram criados por Deus (Gênesis 1:1; Jó 38; Isaías 42:5) e por Ele são mantidos (Neemias 9:6; Colossenses 1:17; Hebresu 1:3). Deus criou o homem (Gênesis 1:27). Esse homem, criado por Deus, viveu em amizade com Deus até escolher, ele mesmo, seguir seu próprio caminho independente de Deus - e isso marcou a entrada do pecado na raça humana (Gênesis 3:6-24; Romanos 3:9-20) - todos pecaram a semelhança do primeiro homem (Romanos 3:23), se distanciando cada vez mais de Deus, vivendo como se Deus não existisse. Deus, que é Santo e Justo, poderia ter julgado o homem à pena de eterna separação de Deus - esse era e é o estado que todo homem se encontra - mas por Sua Misericórdia e Bondade nos envia Seu Filho, eterno Deus, que se fez homem a fim de salvar o homem da Justa retribuição que seus crimes mereciam e merecem. Jesus, o filho de Deus, sofre toda a humilhação, cuja morte na cruz, pena capital imposta por Deus ao homem pecador, é seu ato final. Jesus suporta dor extrema, horrível, excruciante pelos pecados dos homens. Sua morte inclui a perda do consciente regojizo de Deus, a experimentação da ira de Deus e tristeza, medo e profundo pavor. Experimentou o abandono, a negação e a traição por seus discípulos mais íntimos, acusações falsas e injustiça, zombaria, açoitamento e crucificação, o abandono pelo Seu Pai, e a plpena consciência do juízo de Deus sobre os pecados dos homens. A humilhação de Cristo se completou, então, quando sua alma expirou com tormento e dor física excruciantes, sendo sepultado e permanecendo morto por três dias. Leva assim, sobre Ele, os pecados e a Justiça divina pelos pecados dos homens. Jesus ressuscita ao terceiro dia dentre os mortos, é assunto aos Céus e hoje está a destra de Deus intercedendo por todos aqueles que entregam Suas vidas a Ele, que reconhecem-se pecadores e que recebem a Cristo como Senhor e Salvador pessoal.
Aqui, no texto bíblico, vemos um dos momentos da humilhação do Senhor Jesus. Herodes, por sua vez, queria ver Jesus porque ouviu falar sobre os sinais que o Mestre fazia. Herodes tinha somente curiosidade humana acerca do Mestre. Seu desejo não era sincero: nunca fora anteriormente, nem agora o era agora. Herodes esperava ver o sobrenatural, mas viu apenas o lado humano de Jesus. A verdade é que quem procura Jesus pela curiosidade humana acabará se decepcionando, pois verá apenas a humanidade do Mestre. Por que? Nosso Senhor não veio a este mundo para ser um artista, para satisfazer a curiosidade dos homens pecadores. Ele veio redimir a humanidade; Seus sinais estavam ligados ao Seu ministério, ao ato de anunciar o Evangelho e o Reino de Deus. O mendigo mais pobre – Bartimeu – que pediu um milagre para o alívio de sua necessidade, nunca foi negado; Mas este príncipe orgulhoso, que pediu um milagre apenas para satisfazer sua curiosidade, é recusado.
Infelizmente, muitos procuram Jesus mas acabam se escandalizando nEle e o desprezando, porque procuram-No apenas pela curiosidade. Muitos vão às Igrejas esperando ver sinais, ver algo de sobrenatural acontecer, mas encontram apenas pessoas comuns em atividades comuns aos olhos humanos (cantando, orando, chorando, rindo, conversando, etc). Quem procura Jesus somente como um artista, se decepcionará com Ele. Quem lê a Bíblia, vem a Igreja e participa de um culto com o coração insincero nada verá de divino ou especial.
Jesus espera que Sua Obra, registrada na Bíblia, gere fé ao nosso coração e por meio dessa fé nos cheguemos a Ele. Nenhum desejo insincero de contato com Jesus será atendido por Ele! Os olhos e ouvidos espirituais da humanidade estão cerrados: só estão abertos para entender coisas desse mundo, para entender os prazeres e o pecado. Eles olham para Jesus e não enxergam, ouvem as Palavras de Jesus mas não escutam (Mt 13.14,15).
Curiosidade pecaminosa gera apenas zombaria. Herodes não viu o que procurava: Jesus não respondeu suas perguntas, nem fez os sinais que Herodes tanto ansiava. Herodes então põe-se a zombar de Jesus, vestindo-o com um manto aparatoso (branco brilhante). O fato é que Herodes poderia ter ouvido Cristo centenas de vezes antes e visto os sinais que Ele fazia, se tivesse escolhido fazê-lo. Diante de Caifás, Jesus respondeu: “Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde todos os judeus se congregam, e nada falei em oculto” (Jo 18.20). Mesmo hoje, Jesus tem falado abertamente ao mundo. Falado abertamente a partir da Sua vida, da Sua Obra redentora, da Sua cruz e da Sua ressurreição. Falado abertamente a partir dos sinais de Sua vinda. Hoje, como naqueles dias, os homens zombam de Jesus. Riem e debocham quando Cristo lhes é apresentado. A atitude deles é a mesma de Herodes. Rejeitam a Cristo e, com isso, Dele zombam!
No entanto, Deus fez de Jesus, a quem os homens crucificaram e zombaram, Senhor e Cristo. A verdade definitiva é que o mesmo Jesus que foi crucificado zombeteiramente e que hoje é desprezado e zombado pelos homens voltará a Terra. “Verão aquele a quem transpassaram” (Jo 19.37) é a promessa bíblica. “Todo olho o verá” (Ap 1.7). A questão portanto não é se você o verá ou quando isso acontecerá, mas com está sua vida. Está você preparado para vê-Lo, ou não? Você está preparado para esse encontro? Jesus ao voltar pedirá contas a você pela vida que você viveu. Pedirá contas por cada uma das oportunidades e bênçãos que Ele lhe deu. Pedirá contas por cada vez que você ouviu a Palavra e não tomou a atitude correta, por todas as vezes que você O reijeitou. E o que você responderá a Ele, naquele dia?
Jesus jamais responderá àquele que tripudia dele, que só quer satisfazer seus desejos. Esse tal jamais provará as bem-aventuranças de Cristo. Mas Ele está pronto a olhar para aquele que é humilde e contrito de espírito, que treme da Sua Palavra. Madalena, Bartimeu, Zaqueu... prostitutas, trapaceiros, leprosos, endemoniados, paralíticos, lunáticos, cegos... a todos Cristo ouviu, porque viu neles humildade e quebrantamento. Viu sinceridade. Viu fé. E o que Ele vê em você? O que Ele vê em seu coração? Será que Cristo vê em você um Herodes, cheio de soberba e incredulidade? Está o Filho de Deus em silêncio diante de Ti, diante de tua arrogância e prepotência, diante da frieza de tua vida repleta de pecados? Você diz: “Deus, revela-te a mim!”, como se você, mero mortal, pudesse manipular Deus e fazer com que Ele obedeça teus caprichos?
Somente os limpos de coração podem ver a Deus (Mt 5.8): somente os absolutamente honestos e sinceros de coração para com Deus é que irão vê-Lo com alegria eternal (Jo 16.20-22). Essa honestidade e sinceridade passam por você reconhecer quem é: um miserável pecador, incorrigível, pecador inveterado. Alguém quem até as melhores obras não passam de trapos de imundícia, de panos sujos e apodrecidos! Alguém incapaz de salvar a si mesmo. Alguém que precisa URGENTEMENTE de um Salvador, que o salve dos seus pecados e da justa consequência deles (a perdição eterna, eternamente afastado de Deus num local de extremo sofrimento) e que, então, veja em Cristo a solução para sua vida. Jesus levou sobre Si os seus, os meus e os nossos pecados; espera Ele, hoje, que nós humildemente e quebrantados cheguemos à Ele com fé, pedindo que Ele perdoe os nossos pecados e nos conceda a Sua vida. Veja o que o próprio Jesus disse: "Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus." (João 3:36)
No lugar do desprezo e da zombaria pelo Mestre, honre-O com tua fé e glorifique Seu Nome com o teu louvor! Não vista-O em seu coração com o manto do deboche e da incredulidade, mas coroe a Ele como Rei de tua vida! Aceite essa revelação de Deus em seu coração e viva segundo ela!
Pense nisso! Deus está te dando visão de águia!
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
SOCORRO, SOU PASTOR E PRECISO DE AJUDA!
"Socorro, sou pastor e preciso de ajuda!" Esse é, talvez, o pedido mais difícil de ser feito por um ministro do Evangelho. Tudo, aliás, que envolve a vida e o ministério de um pastor chamado por Deus está longe, muito longe de ser simples e fácil. São sempre muitas variáveis a serem consideradas, onde qualquer decisão ou pedido tem o imenso potencial de gerar enormes problemas, que perdurarão por muito tempo. Mesmo depois de resolvidos, ainda ecoarão nos ouvidos desse servo de Deus, que sentirá todo o peso do seu reflexo.
A verdade, por mais dura e terrível que seja, é que um pastor é uma pessoa solitária. Aquele que passa anos a fio de sua vida ouvindo as angústias, os dramas, os anseios e até os pecados dos crentes não pode se dar ao luxo dele mesmo compartilhar com ninguém suas próprias mazelas. Caso o faça, ele e seu ministério cairão em descrédito perante a Igreja que pastoreia, além de abrir brechas para obreiros oportunistas usarem suas confissões como arma contra ele, sabotando o ministério do pastor. Eu já sofri isso na pele, quando pedi a um pastor conhecido, de outro ministério, que orasse para que Deus abençoasse a mim e minha esposa com um filho. Na primeira discordância que houve, esse irmão no auge de sua carnalidade jogou isso na minha cara!
Pastor que passa problemas é tido pela igreja como fracassado. Isso é fruto dessa maldita e infernal religião, que coloca o pastor como um super-homem, infalível, sempre forte, sempre poderoso, arrotando unção por onde passa. Maldita religião gospel, que mede o ministério de um pastor pelo número de membros, quantidade de congregações no ministério e grana que tem no bolso! Essa religião é coisa do diabo! Religião da performance! Assim, qualquer pastor sente-se pressionado - e muito pressionado - para fazer "a obra dar certo". Isso gera pastores psicóticos com números e quantidades, adoecendo o ministro. Estamos falando de pastores sérios, daí esse irmão ou essa irmã vai experimentar uma profunda crise espiritual, especialmente se for mestre na Palavra de Deus: "como pode eu conhecer tanto, como pode eu viver de forma ética e correta, temente a Deus e segundo a Palavra e a igreja ir se arrastando, enquanto o outro ali não tem nem 10% do que Deus me deu, é antiético, picareta e a igreja vai de vento em popa?!?" É exatamente o mesmo que Asafe expressou no Salmo 73. O Salmo 73 é o salmo do pastor em crise!
Um pastor depende, necessariamente, de outros para edificarem a Igreja e levarem adiante a Obra que Deus lhe confiou para fazer. Ninguém faz nada sozinho, isso é ilusão; ninguém "basta-se a si mesmo", "tem todos os dons e recursos". Paulo, em Efésios 4, vai colocar esse ministro junto com outros 4, com a função clara de "aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo" (Ef 4.12). Além desses, um pastor precisa de diáconos ao seu lado, que desembaracem esse ministro (tragam soluções e não problemas), precisa de lideranças de departamentos ativas e comprometidas com a obra de Deus, precisa de gente para atuar na estrutura administrativa (secretário, tesoureiro, etc.), precisa de outros pastores, e por aí vai. O problema é que com o empobrecimento espiritual da Igreja, um pastor frequentemente vê-se literalmente sozinho, pois não encontra quem possa ajudá-lo. São poucos os trabalhadores da Seara! Gente compromissada, que quer realmente fazer a diferença... isso é raríssimo hoje em dia! Feliz e abençoado é que acha um Tíquico, um Onésimo (Cl 4.7,9). Daí, das duas opções, uma acontece: ou esse pastor vai concentrar tudo em si mesmo ou vai usar o material humano que tiver à sua disposição. E qualquer uma das opções é problema: Se ele faz tudo sozinho, vai ficar doente, sem tempo de cuidar de si mesmo, da doutrina, da família, da igreja - a tendência é ficar depressivo ou neurótico. Se ele usa gente à revelia, vai ter muita dor de cabeça com maus testemunhos, com desleixo, com gente fazendo a obra de Deus relaxadamente, com disse-me-disse, com omissões, com rebeldias e teimosias e por aí vai. No final, tudo vai acabar recaindo sobre o pastor.
Um pastor sofre nas mãos de "cobradores da fé" - gente que parece ter o prazer de viver cobrando o pastor por aquilo que acontece e, pior, que não acontece na Igreja. Se alguém saiu da Igreja... se o culto tá sem unção (maluquice gospel)... se as entradas caíram... se o pregação não agradou os carnais... se pregou durou mais do que acharam que devia... se a igreja do vizinho tá melhor... se os crentes estão "quebrando pau" entre si... se fulano adulterou... se beltrano fornicou com a namorada... se ciclano se desviou... se a frequência caiu... se o culto fala sobre dinheiro... se não fala sobre dinheiro... se ciclana se divorciou... se A foi disciplinado... se B não foi disciplinado... se não sorri... se não cumprimentou... é culpa de quem? Do pastor! Como - e com quem - abrir o coração numa situação dessas, quando o ministro é julgado tão cruelmente???
Na minha experiência de vida e ministério, por tudo que tenho visto e ouvido com pastores mais velhos e experientes do que eu, eu diria que um pastor frequentemente passa por angústias e sofrimentos dos mais variados e diversos. A Obra de Deus é pesada; não é fácil ser um ministro autêntico de Deus, uma referência para a Igreja, num meio que prefere o genérico, o pseudo equivalente. Todo pastor tem que lidar não apenas com a congregação e suas mazelas e sutilezas: ele tem que lidar também com suas frustrações pessoais, com suas histórias familiares, com as pressões que falamos anteriormente, com suas próprias fraquezas, com suas enfermidades, com suas emoções. Em meio a isso tudo, precisa manter sua vida espiritual em dia, ouvindo de Deus para si e para aqueles que pastoreia. Precisa tomar decisões, por vezes dificílimas, quanto à sua própria vida, carreira, ministério e igreja, mesmo que ele saiba que muitas vezes a decisão será impopular. Alguém tem que decidir, alguém tem que dar a direção, alguém tem que assumir os ônus. Esse alguém é o pastor. Não é a igreja que dirige o pastor, é o pastor quem dirige e modera a Igreja. Por conta disso, sempre haverá "bicudinhos e bicudinhas" na igreja!
Por conta disso, 2017 foi o ano em que mais se viu pastores e obreiros se suicidando. Um total de 4 servos de Deus tiraram, numa atitude extremada, a própria vida. Conforme o website "Gospel Mais", tratam-se dos irmãos em Cristo "pastora Lucimari Alves Barro, a Igreja do Evangelho Quadrangular em Criciúma (SC); pastor Júlio César Silva, ex-presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira em Araruama (RJ); pastor Ricardo Moisés, 28 anos, da Igreja Assembleia de Deus em Cornélio Procópio (PR), que se enforcou na casa pastoral nos fundos da igreja; e o presbítero João Luiz Tavares, da Igreja Assembleia de Deus em Iguaba Grande, na Região dos Lagos (RJ), também enforcado." (fonte: https://noticias.gospelmais.com.br/pastora-comete-suicidio-quarto-dezembro-94659.html. Acesso: 03/01/2018) Minhas orações são para que o Espírito Santo console os corações dos familiares e irmãos enlutados!
Esse "fenômeno", de pastores se suicidando, não é peculiaridade do Brasil. Em 2013, Rev. Teddy Parker, 42, morreu de uma ferida de tiro auto-infligida no caminho de sua casa, enquanto sua igreja de 800 membros e sua família esperavam que ele se apresentasse para pregar no domingo de manhã. Parker foi pastor na Igreja Batista Bibb Mount Zion em Macon e um pai de dois filhos. Ele disse que observou recentemente: "Às vezes, não sinto que Deus está me ouvindo." (CLARAMENTE, UMA CRISE EMOCIONAL/ESPIRITUAL). Quando Parker não foi pregar, a família foi procurá-lo; sua esposa foi quem descobriu seu corpo (fonte: https://churchleaders.com/pastors/pastor-articles/171423-pastor-commits-suicide-while-congregation-waits-for-him-to-preach.html). Em setembro de 2017, a Christ the Rock Community Church em Menasha, Wisconsin, anunciou que seu pastor fundador, Bill Lenz, tirou sua própria vida, um evento trágico resultante da batalha de um mês desse ministro com a depressão (fonte: https://www.charismamag.com/spirit/church-ministry/35009-popular-pastor-commits-suicide). Assim como esse, há muitos outros casos espalhados pelo mundo.
Não posso deixar de pensar os terríveis dramas que esses servos do Senhor estavam enfrentando, para chegarem a esse extremo. A pressão deveria estar enorme sobre eles! Pior: não acharam NINGUÉM, nenhum irmão ou irmã em Cristo, para desabafarem e buscarem acompanhamento e/ou aconselhamento. Ninguém viu, ninguém percebeu, ninguém notou... ninguém discerniu o espírito, a tristeza/angústia do coração desses queridos irmãos! NINGUÉM! Será que eles não deram sinais de cansaço? De fraqueza? De sofrimento? Mas ninguém parou para ver. A bem da verdade, nua e crua, é que são raríssimos aqueles que na igreja deixam as suas vidas, os seus problemas de lado, um pouco que seja, para olhar para aqueles que estão ao redor. Querem ser amados, entendidos, compreendidos, aceitos... querem que o pastor use a visão thundercat, além do alcance, e veja o que estão vivendo. Mas e a mão de retorno? Quem olha para o pastor? Com quem ele pode realmente falar, se abrir, contar seus dramas, sem ser julgado por isso? Sem ficar na mão de A ou de B, sob ameaça de ter seu problema exposto diante da congregação quando não concordarem com a direção pastoral?
É bom dizer que todo pastor sério, chamado por Deus, é extremamente duro consigo mesmo. Aqueles que acham que seu pastor é duro com a congregação, não quererão jamais estar na pele dele quando lida consigo mesmo! John Bunyan, por exemplo, era profundamente espiritual e às vezes tinha um espírito enlouquecido. No entanto, os tormentos inimagináveis de mente e alma de Bunyan são o que lhe dava a capacidade de falar com tal clareza criativa acerca da experiência humana do cristão. Vale a pena ler a autobiografia espiritual "Grace Abounding to the Chief of Sinners" (disponível em: https://www.amazon.com/Bunyan-Grace-Abounding-Chief-Sinners/dp/1484128206/?tag=thegospcoal-20), de autoria desse ministro. Se ele estivesse vivo hoje, não haveria uma igreja evangélica que o chamasse para ser seu pastor.
Um pastor que leva a sério seu chamado e ministério é uma pessoa que dedica muito do seu tempo com a Palavra de Deus, abrindo mão muitas vezes de horas de convivência familiar, de lazer e de sono. Estudar, interpretar e pregar a Palavra de Deus é uma tarefa assustadora; exige tempo para oração, pesquisa e receptividade para a liderança do Espírito Santo. Preparar um sermão segue uma semana exigente de resolução e administração de conflitos - não exatamente atividades criativas. O horário de estudo e oração de um pastor varia de 30 a 60 por cento da semana de um pastor. Isso não é algo fácil (2 Timóteo 2:15, 1 Timóteo 4:13). Some-se a isso o cuidado com a congregação. Os pastores carregam o peso da vida de seus congregados. Os pastores sofrem dor pelo povo; eles perdem o sono, o tempo pessoal e a energia orando e aconselhando os crentes sob seu cuidado a qualquer hora do dia ou da noite. Precisa cuidar dos problemas pessoais e coletivos, e ainda suportar as críticas e murmurações dos insatisfeitos e chatos de plantão. Aconselhamento é outra fonte de constante estresse pastoral: muitos crentes que recebem ajuda de seu pastor, rejeitam a sabedoria e o conselho de seu pastor, não se arrependem de seus pecados ou culpam a igreja por seus problemas!
Não posso me furtar a citar que há pastores, inclusive, que enfrentam terríveis dilemas pessoais e espirituais com o pecado pessoal. Os pastores enfrentam tentações como qualquer outro cristão; a dificuldade adicional para os ministros é a pressão de ser um exemplo espiritual e sem parceiros de responsabilidade confiáveis. Em uma pesquisa feita pela LifeWay, 50% dos pastores relataram usar pornografia como um analgésico e 38% admitiram ter relações sexuais inapropriadas com pessoas de sua congregação. (1 Timóteo 1:18-19)
Cito aqui como emblemático o caso do pastor John Gibson, professor do "New Orleans Baptist Theological Seminary". Ele era casado com dois filhos. Acabou cometendo suicídio, após seu nome ser divulgado numa lista de assinantes do site de encontros Ashley Madison. "Ele falou sobre a depressão. Ele falou sobre ter seu nome lá, e ele disse que estava muito triste", disse sua filha Christi. "O que sabemos sobre ele é que ele serviu sua vida para outras pessoas, e ele ofereceu graça, misericórdia e perdão a todos, mas de alguma forma ele não pode estender isso a si mesmo". O Presidente do Seminário, Chuck Kelley, disse em seu site sobre o pastor que "ele foi particularmente conhecido por seus atos de bondade à família do seminário. John foi o bom vizinho por excelência [...] John era amado pelos alunos por causa de seu amor para o ministério e para com eles". (http://hollywoodlife.com/2015/09/09/ashley-madison-suicide-married-baptist-pastor-john-gibson/) Gibson foi descrito por aqueles que o conheciam como uma pessoa calorosa, amorosa que levou os ideais cristãos de altruísmo e caridade a sério. E a lista de irmãos apanhados em flagrante adultério parecer ser bem extensa: "De acordo com a publicação, o diretor do Centro de Estudos Estatísticos LifeWay Research, Ed Stetzer, estima que cerca de 400 pastores, presbíteros, diáconos e líderes de diversos ministérios eclesiásticos, deveram renunciar o seu cargo nas próximas semanas, após seus nomes aparecerem na lista de usuários da Ashley Madison." (http://padom.com.br/lideres-evangelicos-aparecem-na-lista-de-site-de-adulterio-ashley-madison/)
A verdade, por mais dura e terrível que seja, é que um pastor é uma pessoa solitária. Aquele que passa anos a fio de sua vida ouvindo as angústias, os dramas, os anseios e até os pecados dos crentes não pode se dar ao luxo dele mesmo compartilhar com ninguém suas próprias mazelas. Caso o faça, ele e seu ministério cairão em descrédito perante a Igreja que pastoreia, além de abrir brechas para obreiros oportunistas usarem suas confissões como arma contra ele, sabotando o ministério do pastor. Eu já sofri isso na pele, quando pedi a um pastor conhecido, de outro ministério, que orasse para que Deus abençoasse a mim e minha esposa com um filho. Na primeira discordância que houve, esse irmão no auge de sua carnalidade jogou isso na minha cara!
Pastor que passa problemas é tido pela igreja como fracassado. Isso é fruto dessa maldita e infernal religião, que coloca o pastor como um super-homem, infalível, sempre forte, sempre poderoso, arrotando unção por onde passa. Maldita religião gospel, que mede o ministério de um pastor pelo número de membros, quantidade de congregações no ministério e grana que tem no bolso! Essa religião é coisa do diabo! Religião da performance! Assim, qualquer pastor sente-se pressionado - e muito pressionado - para fazer "a obra dar certo". Isso gera pastores psicóticos com números e quantidades, adoecendo o ministro. Estamos falando de pastores sérios, daí esse irmão ou essa irmã vai experimentar uma profunda crise espiritual, especialmente se for mestre na Palavra de Deus: "como pode eu conhecer tanto, como pode eu viver de forma ética e correta, temente a Deus e segundo a Palavra e a igreja ir se arrastando, enquanto o outro ali não tem nem 10% do que Deus me deu, é antiético, picareta e a igreja vai de vento em popa?!?" É exatamente o mesmo que Asafe expressou no Salmo 73. O Salmo 73 é o salmo do pastor em crise!
Um pastor depende, necessariamente, de outros para edificarem a Igreja e levarem adiante a Obra que Deus lhe confiou para fazer. Ninguém faz nada sozinho, isso é ilusão; ninguém "basta-se a si mesmo", "tem todos os dons e recursos". Paulo, em Efésios 4, vai colocar esse ministro junto com outros 4, com a função clara de "aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo" (Ef 4.12). Além desses, um pastor precisa de diáconos ao seu lado, que desembaracem esse ministro (tragam soluções e não problemas), precisa de lideranças de departamentos ativas e comprometidas com a obra de Deus, precisa de gente para atuar na estrutura administrativa (secretário, tesoureiro, etc.), precisa de outros pastores, e por aí vai. O problema é que com o empobrecimento espiritual da Igreja, um pastor frequentemente vê-se literalmente sozinho, pois não encontra quem possa ajudá-lo. São poucos os trabalhadores da Seara! Gente compromissada, que quer realmente fazer a diferença... isso é raríssimo hoje em dia! Feliz e abençoado é que acha um Tíquico, um Onésimo (Cl 4.7,9). Daí, das duas opções, uma acontece: ou esse pastor vai concentrar tudo em si mesmo ou vai usar o material humano que tiver à sua disposição. E qualquer uma das opções é problema: Se ele faz tudo sozinho, vai ficar doente, sem tempo de cuidar de si mesmo, da doutrina, da família, da igreja - a tendência é ficar depressivo ou neurótico. Se ele usa gente à revelia, vai ter muita dor de cabeça com maus testemunhos, com desleixo, com gente fazendo a obra de Deus relaxadamente, com disse-me-disse, com omissões, com rebeldias e teimosias e por aí vai. No final, tudo vai acabar recaindo sobre o pastor.
Um pastor sofre nas mãos de "cobradores da fé" - gente que parece ter o prazer de viver cobrando o pastor por aquilo que acontece e, pior, que não acontece na Igreja. Se alguém saiu da Igreja... se o culto tá sem unção (maluquice gospel)... se as entradas caíram... se o pregação não agradou os carnais... se pregou durou mais do que acharam que devia... se a igreja do vizinho tá melhor... se os crentes estão "quebrando pau" entre si... se fulano adulterou... se beltrano fornicou com a namorada... se ciclano se desviou... se a frequência caiu... se o culto fala sobre dinheiro... se não fala sobre dinheiro... se ciclana se divorciou... se A foi disciplinado... se B não foi disciplinado... se não sorri... se não cumprimentou... é culpa de quem? Do pastor! Como - e com quem - abrir o coração numa situação dessas, quando o ministro é julgado tão cruelmente???
Na minha experiência de vida e ministério, por tudo que tenho visto e ouvido com pastores mais velhos e experientes do que eu, eu diria que um pastor frequentemente passa por angústias e sofrimentos dos mais variados e diversos. A Obra de Deus é pesada; não é fácil ser um ministro autêntico de Deus, uma referência para a Igreja, num meio que prefere o genérico, o pseudo equivalente. Todo pastor tem que lidar não apenas com a congregação e suas mazelas e sutilezas: ele tem que lidar também com suas frustrações pessoais, com suas histórias familiares, com as pressões que falamos anteriormente, com suas próprias fraquezas, com suas enfermidades, com suas emoções. Em meio a isso tudo, precisa manter sua vida espiritual em dia, ouvindo de Deus para si e para aqueles que pastoreia. Precisa tomar decisões, por vezes dificílimas, quanto à sua própria vida, carreira, ministério e igreja, mesmo que ele saiba que muitas vezes a decisão será impopular. Alguém tem que decidir, alguém tem que dar a direção, alguém tem que assumir os ônus. Esse alguém é o pastor. Não é a igreja que dirige o pastor, é o pastor quem dirige e modera a Igreja. Por conta disso, sempre haverá "bicudinhos e bicudinhas" na igreja!
Por conta disso, 2017 foi o ano em que mais se viu pastores e obreiros se suicidando. Um total de 4 servos de Deus tiraram, numa atitude extremada, a própria vida. Conforme o website "Gospel Mais", tratam-se dos irmãos em Cristo "pastora Lucimari Alves Barro, a Igreja do Evangelho Quadrangular em Criciúma (SC); pastor Júlio César Silva, ex-presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira em Araruama (RJ); pastor Ricardo Moisés, 28 anos, da Igreja Assembleia de Deus em Cornélio Procópio (PR), que se enforcou na casa pastoral nos fundos da igreja; e o presbítero João Luiz Tavares, da Igreja Assembleia de Deus em Iguaba Grande, na Região dos Lagos (RJ), também enforcado." (fonte: https://noticias.gospelmais.com.br/pastora-comete-suicidio-quarto-dezembro-94659.html. Acesso: 03/01/2018) Minhas orações são para que o Espírito Santo console os corações dos familiares e irmãos enlutados!
Esse "fenômeno", de pastores se suicidando, não é peculiaridade do Brasil. Em 2013, Rev. Teddy Parker, 42, morreu de uma ferida de tiro auto-infligida no caminho de sua casa, enquanto sua igreja de 800 membros e sua família esperavam que ele se apresentasse para pregar no domingo de manhã. Parker foi pastor na Igreja Batista Bibb Mount Zion em Macon e um pai de dois filhos. Ele disse que observou recentemente: "Às vezes, não sinto que Deus está me ouvindo." (CLARAMENTE, UMA CRISE EMOCIONAL/ESPIRITUAL). Quando Parker não foi pregar, a família foi procurá-lo; sua esposa foi quem descobriu seu corpo (fonte: https://churchleaders.com/pastors/pastor-articles/171423-pastor-commits-suicide-while-congregation-waits-for-him-to-preach.html). Em setembro de 2017, a Christ the Rock Community Church em Menasha, Wisconsin, anunciou que seu pastor fundador, Bill Lenz, tirou sua própria vida, um evento trágico resultante da batalha de um mês desse ministro com a depressão (fonte: https://www.charismamag.com/spirit/church-ministry/35009-popular-pastor-commits-suicide). Assim como esse, há muitos outros casos espalhados pelo mundo.
Não posso deixar de pensar os terríveis dramas que esses servos do Senhor estavam enfrentando, para chegarem a esse extremo. A pressão deveria estar enorme sobre eles! Pior: não acharam NINGUÉM, nenhum irmão ou irmã em Cristo, para desabafarem e buscarem acompanhamento e/ou aconselhamento. Ninguém viu, ninguém percebeu, ninguém notou... ninguém discerniu o espírito, a tristeza/angústia do coração desses queridos irmãos! NINGUÉM! Será que eles não deram sinais de cansaço? De fraqueza? De sofrimento? Mas ninguém parou para ver. A bem da verdade, nua e crua, é que são raríssimos aqueles que na igreja deixam as suas vidas, os seus problemas de lado, um pouco que seja, para olhar para aqueles que estão ao redor. Querem ser amados, entendidos, compreendidos, aceitos... querem que o pastor use a visão thundercat, além do alcance, e veja o que estão vivendo. Mas e a mão de retorno? Quem olha para o pastor? Com quem ele pode realmente falar, se abrir, contar seus dramas, sem ser julgado por isso? Sem ficar na mão de A ou de B, sob ameaça de ter seu problema exposto diante da congregação quando não concordarem com a direção pastoral?
É bom dizer que todo pastor sério, chamado por Deus, é extremamente duro consigo mesmo. Aqueles que acham que seu pastor é duro com a congregação, não quererão jamais estar na pele dele quando lida consigo mesmo! John Bunyan, por exemplo, era profundamente espiritual e às vezes tinha um espírito enlouquecido. No entanto, os tormentos inimagináveis de mente e alma de Bunyan são o que lhe dava a capacidade de falar com tal clareza criativa acerca da experiência humana do cristão. Vale a pena ler a autobiografia espiritual "Grace Abounding to the Chief of Sinners" (disponível em: https://www.amazon.com/Bunyan-Grace-Abounding-Chief-Sinners/dp/1484128206/?tag=thegospcoal-20), de autoria desse ministro. Se ele estivesse vivo hoje, não haveria uma igreja evangélica que o chamasse para ser seu pastor.
Um pastor que leva a sério seu chamado e ministério é uma pessoa que dedica muito do seu tempo com a Palavra de Deus, abrindo mão muitas vezes de horas de convivência familiar, de lazer e de sono. Estudar, interpretar e pregar a Palavra de Deus é uma tarefa assustadora; exige tempo para oração, pesquisa e receptividade para a liderança do Espírito Santo. Preparar um sermão segue uma semana exigente de resolução e administração de conflitos - não exatamente atividades criativas. O horário de estudo e oração de um pastor varia de 30 a 60 por cento da semana de um pastor. Isso não é algo fácil (2 Timóteo 2:15, 1 Timóteo 4:13). Some-se a isso o cuidado com a congregação. Os pastores carregam o peso da vida de seus congregados. Os pastores sofrem dor pelo povo; eles perdem o sono, o tempo pessoal e a energia orando e aconselhando os crentes sob seu cuidado a qualquer hora do dia ou da noite. Precisa cuidar dos problemas pessoais e coletivos, e ainda suportar as críticas e murmurações dos insatisfeitos e chatos de plantão. Aconselhamento é outra fonte de constante estresse pastoral: muitos crentes que recebem ajuda de seu pastor, rejeitam a sabedoria e o conselho de seu pastor, não se arrependem de seus pecados ou culpam a igreja por seus problemas!
Não posso me furtar a citar que há pastores, inclusive, que enfrentam terríveis dilemas pessoais e espirituais com o pecado pessoal. Os pastores enfrentam tentações como qualquer outro cristão; a dificuldade adicional para os ministros é a pressão de ser um exemplo espiritual e sem parceiros de responsabilidade confiáveis. Em uma pesquisa feita pela LifeWay, 50% dos pastores relataram usar pornografia como um analgésico e 38% admitiram ter relações sexuais inapropriadas com pessoas de sua congregação. (1 Timóteo 1:18-19)
Cito aqui como emblemático o caso do pastor John Gibson, professor do "New Orleans Baptist Theological Seminary". Ele era casado com dois filhos. Acabou cometendo suicídio, após seu nome ser divulgado numa lista de assinantes do site de encontros Ashley Madison. "Ele falou sobre a depressão. Ele falou sobre ter seu nome lá, e ele disse que estava muito triste", disse sua filha Christi. "O que sabemos sobre ele é que ele serviu sua vida para outras pessoas, e ele ofereceu graça, misericórdia e perdão a todos, mas de alguma forma ele não pode estender isso a si mesmo". O Presidente do Seminário, Chuck Kelley, disse em seu site sobre o pastor que "ele foi particularmente conhecido por seus atos de bondade à família do seminário. John foi o bom vizinho por excelência [...] John era amado pelos alunos por causa de seu amor para o ministério e para com eles". (http://hollywoodlife.com/2015/09/09/ashley-madison-suicide-married-baptist-pastor-john-gibson/) Gibson foi descrito por aqueles que o conheciam como uma pessoa calorosa, amorosa que levou os ideais cristãos de altruísmo e caridade a sério. E a lista de irmãos apanhados em flagrante adultério parecer ser bem extensa: "De acordo com a publicação, o diretor do Centro de Estudos Estatísticos LifeWay Research, Ed Stetzer, estima que cerca de 400 pastores, presbíteros, diáconos e líderes de diversos ministérios eclesiásticos, deveram renunciar o seu cargo nas próximas semanas, após seus nomes aparecerem na lista de usuários da Ashley Madison." (http://padom.com.br/lideres-evangelicos-aparecem-na-lista-de-site-de-adulterio-ashley-madison/)
Diante dessa tão triste notícia do suicídio do pastor John, não posso
deixar de pensar no sofrimento e desespero que ele deve ter
experimentado. O peso da culpa que se formou sobre sua vida. A enxurrada
de pensamentos que invadiram sua mente: "Agora acabou John! Você foi
pego em seu pecado! Não há mais chance para você! Ninguém perdoará
você, você jamais será aceito novamente! Você desgraçou sua família, sua
igreja; você traiu ao Senhor e a todos aqueles que confiaram em você! É
o seu fim!" Ele deve ter se lembrado de como a igreja lida com essa
classe de pecado - com paus e pedras; assim, escolheu o caminho da
morte para não ter que encarar àqueles que um dia chamaram ele de irmão,
de amigo, de pastor. E assim tirou a própria vida!
O pastor John viveu durante um tempo uma vida dupla. Foi seduzido por
sua própria concupiscência, pelo pecado que assedia, e acabou
experimentando o prazer secreto do adultério. Ele pecou, sim é verdade, e
acabou colhendo a terrível consequência do pecado. Porém, fico aqui
pensando com meus botões o que poderia ter acontecido SE a igreja (de
forma geral, ok? Não nenhuma especificamente) amasse verdadeiramente o
pecador. Por certo, o pastor seria disciplinado - porque disciplina é
bíblico e correto, talvez até fosse suspenso por um tempo do ministério -
mas seria ACEITO como irmão, como sempre foi antes do fato. E estaria
vivo. (fonte: http://apenas-para-argumentar.blogspot.com.br/2015/09/sexo-e-castigo-o-que-e-amar-o-pecador.html) A questão é: poderia o pastor John Gibson ter aberto sua vida para alguém? Teria ele encontrado uma alma, uma sequer, que o ouvisse e o tratasse com graça e pela graça?
Diante de tudo isso, muitos são os pastores que abandonam seu ministério. Aqueles que não abandonam, com toda certeza já pensaram seriamente em fazê-lo. Como suportar? Problemas de todos os lados - a imensa maioria criada por carnalidade de crentes (brigas, dissensões, facções, disputas pessoais, falta de cooperação, falta de dedicação, falta de fidelidade e compromisso, etc.), problemas financeiros pessoais e congregacionais (muitos crentes simplesmente não contribuem financeiramente com a obra de Deus por mera discordância das decisões pastorais - dinheiro é controle), problemas emocionais, problemas familiares, problemas espirituais... Pastor é gente! Pastor sofre, chora, se entristece, se decepciona, se aborrece, sente raiva, sentem-se sozinhos, ficam desencorajados... E não tem amigos com quem compartilhar! Enquanto muitos crentes de sua Igreja atuam como se fossem amigos pessoais com seu pastor, a maioria não consegue separar o papel de pastor do indivíduo, confundindo as coisas. Isso cria uma barreira de intimidade, fazendo com que a maioria dos pastores experimente a solidão de ter poucos amigos que os conhecem pessoalmente além de seu papel como pastor. Muitos pastores não têm amigos íntimos, com quem possam abrir o coração sem serem julgados.
Muitos pastores e pastoras experimentam problemas em seu casamento. Um estudo recente concluiu que a metade dos casamentos dos pastores terminará em divórcio; 40% dos casamentos terão um caso durante os anos do ministério, e mais de 75% dos pastores dizem que seus casamentos estão em dificuldades. 80% das esposas dos pastores desejam que seus maridos escolham uma profissão diferente. Os casamentos pastorais lutam para ter sucesso, não pela falta de saber como, mas da enorme pressão adicionada à vida conjugal normal. Em meio à pressão e à falta de tempo e privacidade, os pastores devem modelar um casamento piedoso em suas congregações.
Diante de tudo isso, muitos são os pastores que abandonam seu ministério. Aqueles que não abandonam, com toda certeza já pensaram seriamente em fazê-lo. Como suportar? Problemas de todos os lados - a imensa maioria criada por carnalidade de crentes (brigas, dissensões, facções, disputas pessoais, falta de cooperação, falta de dedicação, falta de fidelidade e compromisso, etc.), problemas financeiros pessoais e congregacionais (muitos crentes simplesmente não contribuem financeiramente com a obra de Deus por mera discordância das decisões pastorais - dinheiro é controle), problemas emocionais, problemas familiares, problemas espirituais... Pastor é gente! Pastor sofre, chora, se entristece, se decepciona, se aborrece, sente raiva, sentem-se sozinhos, ficam desencorajados... E não tem amigos com quem compartilhar! Enquanto muitos crentes de sua Igreja atuam como se fossem amigos pessoais com seu pastor, a maioria não consegue separar o papel de pastor do indivíduo, confundindo as coisas. Isso cria uma barreira de intimidade, fazendo com que a maioria dos pastores experimente a solidão de ter poucos amigos que os conhecem pessoalmente além de seu papel como pastor. Muitos pastores não têm amigos íntimos, com quem possam abrir o coração sem serem julgados.
Muitos pastores e pastoras experimentam problemas em seu casamento. Um estudo recente concluiu que a metade dos casamentos dos pastores terminará em divórcio; 40% dos casamentos terão um caso durante os anos do ministério, e mais de 75% dos pastores dizem que seus casamentos estão em dificuldades. 80% das esposas dos pastores desejam que seus maridos escolham uma profissão diferente. Os casamentos pastorais lutam para ter sucesso, não pela falta de saber como, mas da enorme pressão adicionada à vida conjugal normal. Em meio à pressão e à falta de tempo e privacidade, os pastores devem modelar um casamento piedoso em suas congregações.
Concluo com o seguinte: Meu/minha amado(a) pastor(a), companheiro(a) de ministério, companheiro nas aflições e agruras pertinentes ao exercício do santo ministério pastoral, saiba que há alguém que pode lhe ouvir e lhe aconselhar, sem que isso represente a destruição daquilo que você tem amado e se dedicado ao longo dos anos - o ministério em sua vida. Eu, como seu irmão e companheiro, estou à sua disposição para conversar, para te ouvir e aconselhar, independente do que esteja acontecendo. Não sou Deus, sou homem como você é; mas como pastor tenho capacidade de empatia para com você em suas agruras e dramas. Você não precisa ficar sozinho. Não precisa se isolar. NÃO PRECISA TIRAR SUA PRÓPRIA VIDA! Vamos conversar! Vamos chorar! Vamos orar! Vamos buscar juntos, em Deus, a solução! Se você quiser conversar comigo, pessoalmente, podemos marcar inicialmente um papo na Igreja aos domingos. Se quiser, pode me escrever também, por e-mail. Se quiser, pode também postar aqui, no blog. O importante é que você, que está vivendo esse problemão, não fique tentando resolver sozinho. Saiba que apesar de qualquer coisa que você esteja vivendo, Deus o(a) ama e deseja restaurar sua vida e alegria! Ele é o Deus que está sempre pronto a nos socorrer e nos ajudar!
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