domingo, 27 de maio de 2018

SOBRE CAVALOS E SEUS CAVALEIROS

"E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê.
E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.
E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê.
E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.
E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer o terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança em sua mão.
E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.
E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem, e vê.
E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra."
(Apocalipse 6:1-8)

Cavalos e seus cavaleiros: cada um deles tem um papel a cumprir no plano de Deus. Cada um deles é, assim, "liberado", numa ordem e sequência pré-determinada pelo próprio Deus, a partir da abertura de um selo, por Jesus o Cordeiro de Deus. Primeiro surge um cavalo branco com seu cavaleiro; em seguida, vê-se surgir um cavalo vermelho com seu cavaleiro. Depois deste, surge então um cavalo preto com seu cavaleiro e por fim um cavalo amarelo, com seu cavaleiro. Branco, Vermelho, Preto e Amarelo. Cada um deles anunciado por um dos 4 seres viventes.

Há pontos em comum nas características gerais aqui descritas. O texto fala de cavalos, fala de cores, fala de instrumentos portados por cada um desses cavaleiros e fala das ações específicas executadas por esses cavaleiros. Pode ainda ser observado que, quando o símbolo geral é o mesmo - como na abertura dos primeiros quatro selos - pode-se supor que refere-se ao mesmo objeto ou classe de objetos. 

Primeiramente, o que vemos sendo descritos são cavalos. Os usos do cavalo eram muito comuns na época que o livro de Apocalipse foi concebido, portanto para seus leitores primitivos a aparição do mesmo é algo significativo e de fácil compreensão. Nas aparições, os cavalos servem de montaria para seus cavaleiros, ou seja, aparecem sendo utilizados como meio de transporte. Vale dizer que o cavalo foi utilizado como instrumento militar durante séculos a fio. Por exemplo, Alexandre Magno levou 5.000 na campanha da Pérsia, em 334 a.C.. O Império Romano prestigiou o cavalo como decisivo nas campanhas conquistadoras, na fase das guerras da Ásia Menor. Os africanos punham na cavalaria a esperança de triunfo.

O cavalo que aparece em Apocalipse é da cor branca. Os conquistadores militares, na antiguidade, montavam cavalos brancos como um símbolo de sua conquista. O branco do cavalo poderia indicar desse modo a paz. O cavaleiro que monta esse cavalo é descrito como tendo um arco nas mãos e, tendo sido-lhe dada uma coroa, ele então sai vitorioso e para vencer. Há quem associe esse cavaleiro com a propagação do evangelho, ou até com o próprio Senhor Jesus. Nenhuma dessas associações, contudo, se encaixam com o texto em questão:  esse  cavaleiro não pode ser Cristo, pois a vitória obtida, se é sob o mal, não passa de vitória de Pirro, pois em seguida surgem outros 3 cavaleiros que nada lembram uma vitória do bem sob o mal, definitiva, do Senhor (como dá-se em Apocalipse 19). Assim, esse cavaleiro não pode representar algo bom. Nem toda a vitória é algo bom, como nem todos os vitoriosos em batalha foram (ou são) bons e justos.

Uma pista aqui é o registro bíblico de Daniel 7:21,25 - "Eu olhava, e eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevaleceu contra eles. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo." Ou seja, na visão de Daniel, o chifre era vitorioso sob os santos (se sob os santos, sob toda a humanidade; isso é muito óbvio). Assim, a partir dessa análise, creio que esse cavaleiro branco representa esse chifre abusado - o Anticristo e as forças do mal -, um guerreiro que vence todos os homens. Note: a cor branca é do cavalo, mas nada é dito sob a cor da vestimenta do cavaleiro. O arco e a coroa são símbolos muito importantes, pois indicam que o guerreiro em questão poderia ser um tipo de príncipe ou soberano. Nesse sentido, Joel Richardson, em sua obra "The Islamic Antichrist: The Shocking Truth about the Real Nature of the Beast", indica que esse cavaleiro como o Mahdi, o "messias islâmico". Cita, corroborando sua tese, a interpretação de Ap 6.2 pelo estudioso muçulmano Ka'b al-Ahbar, visto entre os muçulmanos como um transmissor confiável de Hadith e da isra’iliyyat (tradições judaico-cristãs): "Eu acho o Mahdi registrado nos livros dos Profetas ... Por exemplo, o Livro do Apocalipse diz: “E eu vi e contemplei um cavalo branco. Aquele que sentou nele… saiu conquistando e conquistando ”." (veja mais em: http://www.answering-islam.org/Authors/JR/Future/ch04_the_mahdi.htm) Assim, o cavaleiro que cavalga o cavalo branco seria o Mahdi, o Anticristo, cuja origem seria, portanto, muçulmana. Ligando o fato do cavaleiro ser um conquistador com a cor do cavalo, poderíamos afirmar que a vitória conquistada pelo cavaleiro traria um período de ausência de conflito sob a Terra (ausência de conflito, não de tensões; não uma paz duradoura, mas sim efêmera). Uma boa interpretação sobre esse cavalo branco, com seu cavaleiro, é correlacioná-lo com a falsa religião.

O segundo cavalo é vermelho. Vermelho é a cor do sangue e do fogo. No livro do Apocalipse fala de derramamento de sangue na guerra, o que é muito bem especificado na descrição do cavaleiro: "e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada". Um cavaleiro responsável por "tirar a paz da terra", por fazer com que os homens "matem-se uns aos outros". Historicamente, períodos de falsa paz (paz efêmera) são sempre sucedidos por um período de guerra. Considere o período de "paz" que o Anticristo trará sobre a Terra, com soluções brilhantes para problemas importantes, que terá como máximo a aliança com Israel por 3,5 anos. Será uma época de "paz e prosperidade", que farão com que milhões, quiçá bilhões de pessoas, adorem esse grande líder! Porém, findo os 3,5 anos, essa aliança será rompida e a guerra irromperá na Terra!

Até aqui, um bom manual de escatologia retrata isso. No entanto, o que mais me impressiona é que se olharmos para as nações da Terra encontraremos esses poderes em vigor, operando. Não creio que de forma plena, definitiva, mas que estão em operação isso parece óbvio para mim. Até a ação do Anticristo é, para mim, bem clara: afinal, o apóstolo João disse, no séc. I-II d.C.: “Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora.” (I João 2:18). Veja o falso sentimento de paz, paz utópica e efêmera, que muitos ditos pastores estão pregando atualmente. Eles estão dizendo que se você crer, tudo se resolverá na sua vida como num passe de mágica, baseados numa mistura de versículos mal-interpretados com auto-ajuda e confissão positiva da psicologia. "Prosperidade", eles bradam de seus púlpitos, "creiam e ofertem e vocês vão experimentar abundância sem medida!" Veja a dominação mental e psicológica que exercem sob as pessoas! Fazem com que as pessoas pareçam robôs, autômatos, incapazes de pensar livremente! Incapazes de raciocinar, de refletir, de romperem com o sistema maligno! Esses líderes, no espírito de dominação que exercem, fazem com que seus seguidores creiam que eles são "os melhores e mais ungidos e sinceros líderes da Terra", que "ninguém é tão bom quanto eles ou quanto a igreja deles", que "fora da igreja deles não há verdade, não há conhecimento, não há luz e não há vida" (ou pelo menos não há como há na deles)!

Quem se levanta contra esse sistema é fritado e descartado, é lançado no ostracismo e esquecimento. Já sofri isso na pele: me insurgi contra esse espírito maligno de dominação! Não aceito ser manipulado e nem dominado por homem nenhum; isso é coisa de nicolaíta! Descobri traição, armada contra mim, pelos principais do povo, por aqueles que "metiam comigo a mão no meu prato". Descobri falsidade. Descobri mentira. Resultado: mais frito que filé de sardinha! Carta fora do baralho! Sei que isso - sofrer pela verdade - será a minha sina enquanto viver. Muito bem! Vida que segue. No entanto, é preciso dizer: esse espírito, que assim age, não é o Espírito de Deus! Nunca! Jamais! É o espírito do anticristo, que quer usurpar o trono da Congregação de Deus do próprio Senhor Jesus! Que não aceita a Verdade e nem age na Verdade - apesar de conhecer a letra da verdade, não conhece e nem toca o Espírito da Verdade! Espírito de dominação JAMAIS será o Espírito de Deus; basta ver que Cristo é contra a obra e a doutrina dos nicolaítas! Falsa religião prática, um pulo para falsa religião doutrinária!

Veja como isso se alia muito bem com o cavaleiro do cavalo vermelho: enquanto a Igreja de Cristo (salvo raríssimas exceções) vive uma fé cheia de efemeridades circulares, dando voltas em torno de si mesma, propagando uma vitória e uma paz irreais, o mundo vive um caos. Assassinatos, sequestros, estupros, pedofilia, roubos, corrupção generalizada e banalizada, crescente eliminação de limites morais e éticos, desvalorização da vida, amor ao dinheiro, cobiça, falcatruas, mentiras. Está tudo aí, no mundo! Ameaça de guerra entre países a todo momento! Guerra urbana estourando na porta das pessoas! E a Igreja, diante disso tudo? Faz marcha (para Jesus?), faz culto (ou ajuntamento solene?), faz campanha da prosperidade ($$$), está nas rádios e nos canais de TV (para se vangloriar? para fazer marketing próprio?), grava CD (musiquinhas...e?), amarra o inimigo e faz batalha espiritual (será?), faz escola dominical (para anjos assistirem), gera pessoas com a mente de Gizus (porque de Cristo nem passou perto!)... fica planejando estratégias para atrair e ganhar mais crentes (isso mesmo, crentes ganhando crentes - de preferência da igreja vizinha, vista como concorrente -, a máxima do proselitismo moderno!). NENHUMA DESSAS COISAS, feitas pela Igreja, INFLUENCIA A REALIDADE! Há, ou não, a influência notória desses dois cavaleiros, o branco e o vermelho? Resta ainda alguma dúvida disso?  

Mas, espere: tem mais! O próximo cavalo tem a cor preta e seu cavaleiro tem uma balança na mão! Isso denota uma época de calamidade. A cor preta, nas Escrituras, é a imagem do medo, da fome, da morte.  Da cor do cavalo aqui introduzido devemos naturalmente procurar alguma calamidade extrema, embora a natureza da calamidade não seja designada pelo mero uso da cor. O que a calamidade deve ser é determinada pelo que segue no símbolo. Opressão, taxação pesada, juros altíssimos, carestia, escassez de alimentos (cf. Barnes' Notes on the Bible).

Observe o que é dito com relação a esse cavaleiro: "Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho".  Essa proclamação de "uma medida de trigo por um dinheiro" era ouvida como endereçada ao cavaleiro, como regra de ação para ele, ou como endereçada pelo cavaleiro à medida que ele avançava. Se o primeiro é o significado, seria apropriado para aquele que estava saindo para coletar tributo - com referência à maneira exata em que este tributo seria coletado, implicando algum tipo de severidade; ou a alguém que distribuísse trigo e cevada dos celeiros públicos a um preço adiantado, indicando escassez. Assim, isso significaria que um imposto severo e pesado - representado pelas escalas e pela escassez - ou um imposto tão severo a ponto de tornar o grão caro, foi mencionado. Se este último é o significado, então a idéia é que haveria uma escassez, e esse grão seria distribuído pelo governo a um preço alto e opressivo. Os preços, aqui retratados, são extremamente caros!

 O cavalo preto traz carestia e fome, causando grande dificuldade para encontrar e conseguir comprar alimentos. Escassez de produtos básicos! Hoje, vivemos num mundo extremamente caro! O custo daquilo que é necessário à vida é exorbitante; os homens vendem caro de um tudo - até água! Um galão de água chega a custar R$ 10; quem vende não teve trabalho nenhum a não ser encher o galão vazio e colocá-lo a venda. Verduras, legumes, frutas... carne, pão, leite... feijão, arroz, macarrão... remédios... roupas... sabonete... gás de cozinha... você vai fazer compra de mês e facilmente gasta R$ 600-800 no mercado! No meu país, quem ganha um salário (chamado salário-mínimo), ganha R$ 954. Como sobreviver? E quem ganha isso ainda considere-se feliz, porque as taxas de desemprego são altíssimas, mesmo para os mais academicamente qualificados! Vivemos num mundo cheio de desigualdades, cheio de miseráveis! A África até hoje é paupérrima, apesar de uma série de figurões internacionais, que querem aparecer bonitinho na mídia, ficarem de conversinha de ajuda ao continente! O nordeste brasileiro, igualmente. Para mim, fica muito claro que estamos vivendo sob a influência desse cavaleiro.

Por fim, o último cavalo tem a cor pálida (do grego "chlōros", em algumas versões bíblicas, "amarelo" ou em sua mais correta tradução, "esverdeado", "verde"). Essa cor denota alguém cuja força vital se esvai (por exemplo, em caso de uma doença muito séria), ou mesmo alguém que veio a óbito. Isso se harmoniza com o cavaleiro que cavalga o cavalo pálido: a Morte. É fácil compreender a ação desse cavaleiro: ceifar as vidas dos homens! Não é à toa que esse cavaleiro é o último a aparecer, depois dos cavaleiros vermelho e preto. Guerra e fome trazem consigo a Morte! Os homens guerreiam uns com os outros, a escassez e carestia surgem e então vem a fome, as doenças e o óbito. Teorizo que esses cavaleiros atuam em conjunto: não se trata necessariamente de uma sequência temporal de eventos, como se primeiro viesse um e depois o outro (ainda que essa é a ordem que aparece no livro de Apocalipse). Eventos sequenciais temporais, reconheço, seu lugar; porém, não é a única forma de atuação desses quatro cavaleiros.

Morte, por doenças, é algo muito comum. A humanidade já viveu, na história, o seu pior momento com a peste negra, uma das mais devastadoras pandemias na história humana, resultando na morte de 75 a 200 milhões de pessoas na Europa (séc. XIV). Porém, muitas dessas doenças históricas estão ressurgindo nesses últimos momentos que antecedem a 2a. Vinda de Jesus à Terra; aliado a isso, muitas outras doenças, até então desconhecidas do homem, estão aparecendo. Peste Negra (dois condados do estado do Arizona (EUA) detectaram a bactéria da peste negra nos organismos de várias pulgas comuns, segundo o jornal El País - https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/15/internacional/1502791248_473930.html). Havia dois tipos desta praga. O primeiro foi interno, causando inchaço e sangramento interno. Isso foi espalhado pelo contato. O segundo concentrou-se nos pulmões e espalhou-se tossindo germes no ar. Não houve prevenção ou cura conhecida.
No Brasil, após ter sido erradicada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, vemos o retorno da dengue, junto com a febre amarela e a chigungunya. Hoje temos que lidar com a sífilis, com a varíola, com um vírus altamente mutante da gripe humana, com a gripe suína, diabetes, AIDS, hipertensão arterial, estresse, etc. Muitas doenças aparecerão no cenário mundial, ainda desconhecidas por nós. A doença mais recente, a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave),  matou centenas no ano passado e gerou pânico em milhares mais. Antes disso, era a AIDS, que já matou dezenas de milhões e até hoje ainda está dizimando as populações de alguns países. Amanhã será outra praga ainda maior, deixando a morte e a destruição em seu rastro.

Na profecia paralela de Jesus em Mateus 24, Ele explicou que na esteira do engano religioso (cavaleiro do cavalo branco), a guerra e a fome viriam “pestes” ou epidemias de doenças (Mateus 24:7). É bom dizer que “Praga” nas Escrituras denota não apenas pestilência, mas também outras calamidades na natureza que Deus usa para punir uma humanidade desobediente. Naturalmente, tais calamidades tornam as populações muito mais suscetíveis à propagação de epidemias. Tsunamis, aquecimento global, terremotos, etc. estão aqui incluídos, goste o homem ou não.

Sou da opinião que esses poderes já estão em atuação sobre a Terra, conforme demonstrei argumentativamente, mas ainda em seu estado incipiente. Quando os selos forem abertos por Cristo, esses poderes serão liberados de forma plena, no máximo de sua atuação. Eles estarem já em atuação, mesmo em forma reduzida em seu prenúncio, é confirmatório do conteúdo espiritual e divinamente inspirado do Livro de Apocalipse. Isso significa que podemos, enquanto humanidade, aguardar como líquido e certo o surgimento de coisas tremendas que nesse livro estão descritas. Deus falou, Deus cumprirá o que disse. Não há menor espaço para outro desfecho!

O que fazer? Passar a temer a Deus é um bom começo. Deus deve ser temido, ou seja, respeitado por ser Deus e por cumprir o que fala, por mais maravilhoso que isso possa parecer aos olhos humanos. "O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço." (Pv 8.13) "Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, seja ele o vosso espanto." (Is 8.13) Espante-se - encha-se de admiração, maravilhe-se - com Deus! Ele é Maravilhoso! Tema a Ele, e dê-Lhe a glória devida ao Seu nome! Deus é Deus em cima no céu e embaixo na Terra, todo o Universo por Ele e para Ele foi criado e por Ele é mantido. E todo Apocalipse se tornará real para todo homem vivente! Deus faz essas coisas tremendas descritas em Apocalipse com um propósito: que cada homem e mulher se arrependa dos seus pecados e volte-se para Deus, que é rico em perdoar. Tudo que Deus quer é salvar você; salvar você da Ira que Ele derramará sobre a Terra como juízo pela multidão de pecados!

Note mais uma vez esse último cavaleiro, do cavalo pálido: Seu nome é Morte. Ele é seguido pelo inferno! Dito com uma clareza imensa, o inferno! Hoje vivemos a influência do inferno, retida em todo o seu potencial pela Graça de Deus. E o inferno já foi e será o destino de cada ser humano que rejeita abertamente a gratuita salvação propiciada por Cristo na cruz e morre nesse estado, por mais horrível que isso seja. Jesus, o própio, falou sobre o inferno em inúmeras passagens: "Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo." (Mt 10.28) Portanto, você pode crer que ele existe e real, não um estado d'alma, mas um lugar. A realidade da vida após a morte exige a realidade do inferno. Jesus ensinou, em Mateus 22: 23-33, que havia vida após a morte física. No relato do homem rico e Lázaro (Lucas 16: 19-31), dois destinos distintos são apresentados: conforto para os justos, mas punição para os iníquos.

Sobre este lugar, Jesus disse que o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. (Mc 9.44) É um lugar de sofrimento, de dor, de tristeza, de angústia; um lugar criado para o diabo e seus anjos, mas que acaba sendo o destino de muitos e muitos que insistem em não permitir que Deus os salve.  O sofrimento humano em vida é pequeno se comparado à esse sofrimento; o corpo vivo pode adormecer, ser anestesiado, ser curado; sempre é possível experimentar algum alívio estando vivo; mas naquele lugar, no inferno, não há alívio de forma alguma! Sofrimento dia-a-dia, 24h por dia, sem descanso, sem escape, sem sossego, sem socorro; não adiantará gritar, nem se enraivecer ali, nem clamar por perdão ou misericórdia, não adiantará coisa nenhuma! Você verá seus entes queridos vivos que se encontram perdidos, sem Cristo, sendo seduzidos e influenciados pelo diabo, e não poderá fazer nada, até que por fim eles sejam arrastados para o inferno para sofrer com você! Você os verá sofrer ao seu lado nesse lugar, e não poderá fazer nada para salvá-los ou aliviar sua dor! Você verá todas as oportunidades que teve para ser salvo, e não poderá voltar atrás no tempo! É isso que você quer para si?

Concluo essa argumentação. Mas Deus ainda não concluiu a execução do Livro de Apocalipse. Portanto, ainda há tempo! O tempo está passando, cada vez temos menos tempo, mas ainda temos tempo: tempo para arrependimento e fé. Isso é porque Deus é bom: "Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento." (II Pe 3.9) E esse convite de salvação é para todos os homens, quer sejam CRENTES EVANGÉLICOS, que sejam CATÓLICOS ROMANOS, quer sejam QUALQUER OUTRA COISA (ou nenhuma). Salvação não é "bilhete de ingresso no céu", que você adquire e deixa guardado até o dia chegar; nem tampouco é obtida pela "intercessão" de algum santo (vivo ou morto, físico ou espiritual). DEUS É O ÚNICO QUE PODE NOS SALVAR DE SUA PRÓPRIA IRA! (sobre isso, leia: https://apenas-para-argumentar.blogspot.com.br/2017/03/pecadores-nas-maos-de-um-deus-irado.html). Salvação é uma nova vida em Cristo, com NECESSÁRIA, IMPRESCINDÍVEL E REAL mudança de pensamento e comportamento em relação a Deus e ao mundo.

 Pense nisso e faça sua escolha. Graça e paz!  

quinta-feira, 17 de maio de 2018

O AMOR DE DEUS PELO HOMEM REVELADO NA AURORA DA CRIAÇÃO

Deus não criou Satanás. Ele criou o querubim ungido, responsável pelo louvor a Deus no céu. Segundo alguns, esse querubim chamava-se Hillel Ben Shachar, derivado do versículo 12 de Isaías 14, no hebraico (אֵ֛יךְ נָפַ֥לְתָּ מִשָּׁמַ֖יִם הֵילֵ֣ל בֶּן־שָׁ֑חַר נִגְדַּ֣עְתָּ לָאָ֔רֶץ חֹולֵ֖שׁ עַל־גֹּויִֽם׃). Transliterado (ou seja, usando as letras do nosso alfabeto), esse texto fica: Eich nafalta mishamayim heilel ben-shachar; nigda'ta la'aretz, chovlesh al-govyim.Conforme explica Francis Frangipane, "Hillel vem de Hallel, que significa louvar, adorar, servir. Ben Shahar significava filho do amanhecer. A implicação é que Lúcifer era o líder do louvor no amanhecer da criação. Dotado dos dons de liderança e criatividade musical, sua posição não lhe era suficiente. Motivado pela inveja e ambição, Lúcifer fez com que um terço dos anjos se rebelasse contra a autoridade de Deus." (https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/a-divisao-que-causou-todas-as-divisoes/. Acesso: 17/05/2018)

Assim, o querubim gerou o mal a partir do seu livre-arbítrio. Escolheu ser mal, escolheu viver o mal e espalhar a maldade em toda a criação. Todos os seres racionais, criados por Deus, tem a liberdade de escolher entre o bem e o mal. Assim, a terça parte dos anjos do céu acabou seguindo ao querubim rebelado, no afã de vencerem o Criador numa batalha pelo céu. Aqueles anjos, que estavam contemplando a glória resplandecente de Deus, foram convencidos de que eles conseguiriam vencer uma guerra contra seu Criador! Em temor e admiração, eles haviam visto galáxias surgirem a partir da boca de Deus. Todavia, de alguma forma, passaram a acreditar que, sob a liderança de Lúcifer, poderiam derrotar o Todo-Poderoso.

"Ainda que os anjos rebelados soubessem que Deus era completamente onisciente de cada pensamento, acreditaram que poderiam pensar antes dele. Usando discrição, calúnia e sedução, Lúcifer engendrou descontentamento entre os anjos a fim de que todos os prazeres do céu não conseguissem satisfazê-los. Então, os afastou do esplendor inimaginável da presença de Deus, convencendo-os de que a impenetrável escuridão externa lhes seria mais satisfatória." (https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/a-divisao-que-causou-todas-as-divisoes/. Acesso: 17/05/2018)

Satanás, ex-querubim da guarda, gerou o mal por si mesmo e por isso é impossível ser novamente reconciliado com Deus. De que forma isso aconteceu, não sabemos. O fato é que por conta disso nem Satanás, nem nenhum anjo caído ou demônio pode ser salvo dos pecados que cometeram e ainda cometem; o destino deles foi selado quando escolheram se rebelar. O único ser que pode ser salvo é o homem, que pecou por conta da tentação no Éden. No entanto, cabe a cada um responder por seus atos morais. Responsabilidade é a consequência imediata da capacidade de fazer escolhas. Os seres criados são livres para escolherem, mas responsabilizados pelas escolhas que fizerem.

Deus, ao criar o querubim da guarda, sabia que ele tornar-se-ia Satanás. Isso não impediu Deus de criar o querubum - e nenhum dos anjos que o seguiram na rebelião celeste. Deus os amou. Do mesmo modo, Deus sabia que o homem cairia no pecado e nem por deixou de criar o homem. Deus o amou. Deus criou Suas criaturas e as amou, mas elas escolheram livremente não corresponder a esse amor. Escolheram viverem suas vidas separadas do bondoso e amoroso Deus e Pai. John Milton expressa essa verdade ao compor seu poema, "O Paraíso Perdido":

"E como de obediência voluntária,
De verdadeiro amor, de fé constante, 

Fariam prova se não fossem livres?
(...)
Homens e anjos formei de todo livres, —
E livres serão sempre, inda que insanos
Queiram na escravidão envilecer-se:
De outra sorte, mudar-lhes eu devia
A natureza unida à liberdade,
A irrevogável ordem revogando
Que as criou para sempre inseparáveis.
Os anjos, que a si mesmos se impeliram
Para a depravação, votados se acham
A irremissível punição eterna:
O homem, que sendo deles iludido
Pecou, refúgio em minha graça encontra."


Assim como foi com Satanás, poderia ter sido com o homem. O homem poderia ter gerado o mal dentro de si mesmo sem agente externo para o tentar. Se assim fosse, toda a raça humana teria sido para sempre perdida, tornando-se para sempre irreconciliável com Deus. Ao permitir que Satanás tentasse ao homem no Éden e o induzisse à queda (leia novamente: PERMITIR, isto é, Deus permitiu a ação de seres livres e conscientes dos seus atos a agirem como desejassem), Deus ao mesmo tempo possibilitava o acesso ao perdão dos pecados de todo o homem no futuro. Satanás tentou tornar o homem como um ser semelhante a ele - rebelde, maligno, pecador, longe de Deus e sem redenção, porém ao induzir que o homem pecasse, ele não logou êxito completo! O homem, com a queda, tornou-se realmente rebelde, maligno, pecador e longe de Deus. Mas não sem redenção! A redenção, impossível à Satanás e aos seus seguidores espirituais rebeldes, tornou-se algo plenamente possível para o homem! Novamente, ouçamos Milton:

"O homem de todo não será perdido:
Há de salvar-se quem contrito o intente; —
Porém não bastam diligências próprias:
A graça minha, livremente dada,
Será da salvação primeiro móvel.
Posto que pela culpa escravizadas
A exorbitante, pérfido desejo,
Renovar uma vez inda eu me digno
As desfalcadas faculdades suas.
Ele mais esta vez por mim sustido
Pode firme na terra sustentar-se
De seu fero inimigo contra os golpes.
Por mim sustido, saberá quão frágil
É sua condição; que a mim só deve,
E a mais ninguém, a salvação que aguarda."


Satanás não tem perdão pelo que fez no céu e na terra, mas ao agir sobre a humanidade fazendo-a cair por suas artimanhas e tentações ele não anula a possibilidade de perdão e redenção para o homem. Por isso, tanto a salvação em Cristo como a condenação eterna daqueles que rejeitarem a esta salvação são um fato: quem rejeita, na verdade o faz livremente; livremente tal pessoa escolhe a maldade mesmo diante da oferta do Supremo Bem. Com isso, identifica-se com o pecado de Satanás, que diante do Supremo Bem escolheu ser maligno e viver malignamente.

Jesus foi morto pelo homem antes da fundação do mundo (Ap 13.8). A solução para o pecado do homem e seus efeitos foi providenciada antes que estes viessem a existir. Isso é muitíssimo sério: A salvação em Cristo foi providenciada desde a eternidade por Deus, planejada para ser algo gratuito e plenamente alcançável a todos os homens se assim o desejarem, bastando que façam aquilo que Deus espera deles - tenham convicção de pecado, arrependimento e entrega da vida a Cristo. Novamente, a salvação é gratuita! Ninguém precisa pagar nada; portanto, ninguém é excluído dela por "não ter condições próprias de alcançá-la", por "não ter como pagar o preço para tê-la". É DE GRAÇA E PELA GRAÇA! Portanto, NÃO EXISTE CRIME MAIOR DO QUE REJEITÁ-LA! Logicamente, é digno de condenação eterna, no lugar de eterno sofrimento, todo aquele que rejeita esta tão grande salvação; tal pessoa REJEITA a Cristo! Rejeita tudo o que Deus fez em Cristo e por Cristo para salvá-la! Rejeita, com desprezo, cada gota de sangue de Jesus derramado para sua salvação! Rejeita cada Palavra, cada ato, cada gesto de Jesus de Nazaré; rejeita Sua Pessoa e Obra, rejeita Suas chagas e Sua morte, rejeita Sua ressurreição e governo soberano! Rejeita o Autor da Vida em prol de viver uma vida de morte! De novo: DEUS ENVIOU SEU FILHO AO MUNDO, mas o mundo o rejeitou! Morte é sua realidade; morte eterna seu futuro caso persista nessa rebeldia com Deus! Porém, quem recebe Jesus esse tem a vida eterna!      

"Mas quem zombar da tolerância minha,
O meu dia de graça desprezando,
Nunca mais há de obtê-la; e sem remédio
Sua dureza se fará mais dura,
Sua cegueira se fará mais cega.
Seus tropeços serão quedas profundas;
Tem de abismá-lo a perdição eterna." 


Quem despreza o amor de Deus em Cristo Jesus selará sua condição, caso morra nesse estado. O único que pode prover salvação é o Senhor Jesus! Sem Ele, nada mais poderá ser feito por ninguém. Deus providenciou salvação para o homem, fazendo com que Seu Filho recebesse todo o castigo pela transgressão e queda do próprio homem. A cruz - a cadeira de elétrica da época - com seus horrores era para ser o final da nossa história, o final da história humana. Porém, em Cristo temos o ponto final tornando-se em vírgula! Em Cristo, a história humana pode continuar! O homem, em estado de maldição e debaixo da ira de Deus, uma vez em Cristo pode ser redimido, pode voltar a viver com Deus, pode ser restaurado, pode ser abençoado, pode ser santo, pode ser curado!

Veja o poder que o mal tem sobre nós! Nós somos tão ruins quanto desejemos ser! Qualquer um de nós pode ser, se desejar, tão maligno que faria Hitler ter medo. O mal está facilmente disponível para qualquer um. Basta olharmos para dentro de nós mesmos e facilmente constataremos isso. Temos um imenso potencial para o mal, uma criatividade quase infinita para planejar e fazer o mal! Foi isso que conseguimos, como humanidade sem Deus. Mas o bem só é possível com e pela Graça de Deus! A verdade é que não existe nenhum bem que pratiquemos ou possamos praticar sem que Deus não tenha nos dado. Ser bom pai, boa mãe, bom marido, boa esposa, bom cidadão... não viver em orgias, não ser assassino ou estuprador... isso só é possível a nós, enquanto raça humana, por uma única razão: Deus não nos abandonou a própria sorte! Aleluia! Ele nos deu a Sua GRAÇA, o Seu FAVOR IMERECIDO, de forma que nessa Graça encontramos o bem que praticamos. Porém isso não é suficiente para salvação: a salvação não é algo conquistado, nem sequer alcançado por esforços pessoais. Não! Deus quer nos salvar de Sua ira, que um dia irá condenar os homens à perdição eterna; para isso, nos deu Seu Filho Unigênito, para que todos que Nele crerem tenham a vida eterna. Isso também é GRAÇA, numa manifestação especial: a graça salvadora. A graça é o que possibilita ao pior dos homens, ou ao mais "bonzinho" deles (para Deus é indiferente), ser salvo em e por Jesus!

Rejeitar a Cristo é morte eterna, com certeza! Receber a Cristo, por outro lado, é vida eterna, com certeza! Eu já fiz a minha escolha; e você? O que você escolhe?

Pense nisso!

Graça e Paz!

OS MERCADORES EVANGÉLICOS DE HOJE. DISCÍPULOS OU MANTENEDORES DO MINISTÉRIO DE ANÁS E CAIFÁS?

Essa postagem, de autoria do Pr. Marcelo Kropf, foi extraída do blog "Movimento Cristão Restaura Atos - Restaurando a Igreja de Atos dos Apóstolos" (link: http://restauraatos.blogspot.com.br)

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Mt 21.12-14: E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões. E foram ter com ele no templo cegos e coxos, e curou-os.

Anás e Caifás, os principais sacerdotes do templo de Deus naquele tempo, tinham tanto amor ao dinheiro, que nem a Casa de Deus escapava da ganância destes homens. É impressionante como este texto é atual!  Várias verdades podem ser extraídas deste texto, vejamos algumas:
 
1) Enquanto a Igreja for covil de ladrões religiosos, ela não poderá ser chamada casa de oração, logo não haverá cura, nem milagres, só ganância e avareza. Somente após Jesus ter expulso os que idolatravam Mamón, Ele operou curas na Casa de Deus! Agora você entende o porquê não há milagres, prodígios e maravilhas na Igreja Evangélica moderna! Esse é o motivo e os muitos porquês vivemos este tempo de apostasia! 
 
2) Estes líderes gananciosos têm vendido as bênçãos, profanando a Casa de Deus com suas mensagens de prosperidade; valorizando dízimos e ofertas para entulhar matéria nesta terra, ajuntando tesouros onde a traça e a ferrugem consomem, onde eles mesmos minam e roubam (Mt 6.19). Dízimos e ofertas são bíblicos, mas nunca foram tão demoníacos dentro das igrejas, pois tais vendilhões se preocupam com pedras, conforto, fama e suas pífias ações religiosas. Estes líderes são os primeiros a roubarem a Deus (Ml 3.8).
 
3) Quando o milagre material é mais importante que os milagres espirituais, devemos questionar que tipo de casa estamos frequentando: Casa de Oração ou Covil de Ladrões?
 
4) Anás e Caifás eram os religiosos da época, mas representam os ditos "homens de Deus" de hoje. Eles permitiam o comércio no templo e também tramaram a morte de Jesus, sob o aspecto humano. Eram os líderes religiosos envolvidos na política daquela época, pois acobertavam as mazelas de Herodes e se ajuntavam com Pôncio Pilatos. Foram eles que barganharam com o povo preferindo o assassino Barrabás do que o carpinteiro de Nazaré! Também foram eles que perseguiram os apóstolos e a Igreja do primeiro século. Hoje, os picaretas pregadores de prosperidade são discipulos de Anás e Caifás. Você que pertence a Igreja destes discípulos de Anás e Caifás é mantenedor destas loucuras, dos gastos infames que poderiam ser revertidos para abençoar quem precisa (At 4.34,35).
 
5) Você que tem pregado bênçãos materiais, que mercantiliza a Palavra para bater as metas de seu Ministério, como se sua igreja fosse uma loja de roupas e sapatos, saiba que seus dias estão contados! Arrependa-se, ainda há tempo! Arrependa-se antes que Jesus acabe com essa tua farra e mande você para o INFERNO! 

DEUS ESTÁ SEPARANDO UM POVO DIFERENTE! Um povo que não se preocupa com tijolos, cadeiras e dinheiro, mas se preocupa com GENTE! Chega de templos! Não precisamos construir TEMPLOS para buscar a Deus! Precisamos estar juntos apenas, reunidos em um só propósito! Chega de religião! Chega de GASTAR DINHEIRO com materialismo barato. Você é o templo de Deus (I Co 6.19). É tempo de restaurar os ATOS de um povo que realmente testemunhava a ressurreição do Mestre!

Forte abraço,
Marcelo Kropf, pastor pela graça de Deus.

É POSSÍVEL SER CRISTÃO MAROMBISTA?

"Marombista: deriva de maromba, a vara que os funâmbulos usam para equilibrar-se na corda, às vezes bamba. Marombista designa, particularmente, aquele que fica em cima do muro, ou da corda, equilibrando-se e não se comprometendo." (cf. ARANHA, Altair J. Dicionário brasileiro de insultos. Ateliê Editorial, 2002.)

Marombista, aquele que fica em cima do muro. Não tem posição ou pelo menos faz de tudo para escondê-la. Em geral, é uma pessoa que quer ficar bem com os dois lados discordantes em uma questão. Estão sempre se omitindo.Afinal, é mais cômodo e confortável não ter opiniões ou, pelo menos, não expressá-las. "Ficar em cima do muro" é o tal do não ter partido. Em muitos casos é até mais interessante, para muita gente, se sentir no muro, afinal, desta forma, pode-se aproveitar o que ambos os lados oferecem de melhor.

Poderia ser um cristão uma pessoa marombista? A Bíblia ensina que não.

"Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna." (Mt 5.37) De forma bem clara, o "sim" ou o "não" precisam ser absolutos e verazes, como tendo o peso de um juramento. A palavra pessoal deve ter o mesmo peso que uma palavra juramentada, noutros termos. Se a opinião pessoal de alguém é como "a onda do mar", ou seja, "nada do que foi será igual aquilo que já foi um dia", então a palavra dessa pessoa não vale nada. A conclusão inescapável é que quem age assim está em falta com a Verdade e, portanto, com a fé desviada de Cristo. Vive, assim, na mentira.    

Cristão sem posição? Como, se Cristo tinha posição sobre tudo (e todos)? Cristo jamais ficou "em cima do muro" em momento algum de Sua vida e ministério terrenos. Ele disse: "Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha." (Lc 11.23) Ou seja, para o Senhor não tinha essa de "posição neutra". Ou está com Ele, ou contra Ele; ou com Ele ajunta, ou então espalha. Os neutros com relação à Cristo, assim, na verdade, são contra Cristo. Noutra ocasião, referindo-se a Herodes, Jesus disse: "Respondeu-lhes Jesus: Ide e dizei a essa raposa: Eis que vou expulsando demônios e fazendo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia serei consumado." (Lc 13.32) Jesus não Se intimidava. De imediato, diante da afirmação dos fariseus que Herodes queria matá-lo, retornou o recado a Herodes, num estilo formidável: "Dizei àquela raposa". Herodes era uma raposa, metáfora para pessoa traiçoeira, cheia de artimanhas, que não se revela. Note que Jesus não ficou "em cima do muro" - "ah, não vou falar nada sobre isso não, porque se não meus discípulos vão ficar escandalizados, vão se desviar, e blábláblá...", como muitos ditos cristãos agem. Não, definitivamente! Jesus foi muito direto e verdadeiro: R-A-P-O-S-A!

Não confunda marombista com mansidão. O manso tem convicção, não fica em cima do muro, não é uma pessoa neutra sem opinião própria e indecisa. Ser manso é saber falar com mansidão, é controlar seu ego, procura manter a calma mesmo em meio a um grande conflito. O manso tem o espírito apaziguador, se chega onde há conflito, ele trás uma palavra de moderação e de conciliação, essa é a característica de uma pessoa mansa. Ele ouve os dois lados, chega à verdade e posiciona-se.

No Antigo Testamento temos o mesmo princípio - da verdade e da veracidade: "pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: Quem é do Senhor venha até mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi" (Êxodo 32:26) Moisés falou e todos os filhos de Levi se juntaram a ele. Eles não ficaram "em cima do muro" - "peraí, Judá, Zebulom, Naftali... ninguém foi quando ele falou... ah, se seu for, meus irmãos vão ficar bravos comigo, vou perder amizades, vou causar constrangimento...ah, vou ter que romper com Israel..." Não! Pergunto: se seu irmão ou parente "ficar em cima do muro" quando você está passando por uma injustiça, como você se sentiria com relação a seu irmão/parente? Doeria em você, não é? Mas quando é com os outros, você fica em cima do muro. Sabe por que? Porque pimenta nos olhos dos outros é refresco!

OBVIAMENTE, tudo o que foi dito até aqui não significa - e não deve ser assim entendido - como ser grosseiro, mal educado ou criador de confusões. Jesus não era criador de casos, nem mesmo Seus discípulos. Ele não era um grosseirão, como infelizmente muitos são hoje. Na fé em Cristo, a Verdade e o Amor caminham sempre juntos: "Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo." (Ef 4.15) Um cristão segue a Verdade em Amor. Verdade sem amor é arrogância, porém Amor sem verdade é hipocrisia. Foi chamado a posicionar-se em algum assunto? Faça isso, mantendo a educação e a cordialidade, mas sem esmorecer daquilo que é certo e verdadeiro. Mas NUNCA fique em cima do muro, especialmente diante da mentira e de suas manifestações, como a injustiça, o desamor, a opressão e a violência.  Quem fica em cima do muro, decidindo calar-se diante do mal e do erro, está sendo conivente com esse mal e/ou erro. 

Ficar em cima do muro pode parecer a melhor solução para os indecisos, inseguros, calculistas, aproveitadores ou covardes. Não tomar partido, não emitir opiniões e ficar só esperando para ver quem vence para declarar-se aliado é, de fato, uma posição muito confortável, pois não cria animosidades e desafetos. Tudo muito conveniente! Tudo muito alegre e festivo, mas sem conteúdo! É como um vaso oco. E, definitivamente, não guarda nenhuma relação de proximidade com Cristo e com a Bíblia.

Diante de qualquer situação, ou de qualquer assunto, precisamos nos posicionar como cristãos. Para isso, talvez nos faltem as informações necessárias. O que fazer? Buscar essas informações. Buscar a fundamentação bíblica (ou ausência dela) e, então, tomar uma posição. Como pode um cristão não buscar chegar a verdade dos fatos e suas fundamentações? Como pode um cristão ficar em cima do muro, recusando-se a emitir sua opinião enquanto outros ao seu lado estão vivendo algo mentiroso, falso, baseado em "mentiras acomodadoras"? Como pode um cristão calar-se quando o mal jaz à sua porta? Quando atinge, por exemplo, um membro do Corpo de Cristo, ao qual chama de "irmão", ao qual faz "juras de amor" por anos a fio, com quem celebra a "ceia do Senhor"? Será que é a Ceia do Senhor que estão realmente tomando? Será que aquele antigo hino "e na força do Espírito Santo nós proclamamos aqui, que pagaremos um preço de sermos um só coração no Senhor" já não virou mera ideologia vazia, cantoria inútil e sem vida, melosa, sem significado prático algum? E isso que estão assim vivendo, uma fé marombista desprovida de verdade, é o que Cristo ensinou?

O apóstolo Paulo adverte que a nossa fé não deve ser irracional: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Rm 12.1). Racional vem de raciocínio. Pense! Reflita! Tome posição! Esse "amor" que muitos cristãos vivem hoje é, na verdade, puro fingimento, porque não possui verdade alguma nele! É só emocionalismo barato! É só "usar as pessoas" em prol da "ideologia do grupo" - você vale se for "vaca de presépio", enquanto "disser amém para tudo"! Para se "dar bem" nesse sistema diabólico basta ser um puxa-saco capachão - estes, que o digam - um hipócrita de carteirinha! Capachão marombista!

Clique e escute: Puxa-Saco com Jeito!

O marombismo é uma das práticas dos chamados neo-evangélicos.  Em seu livro discernido sobre o assunto, John Ashbrook observa que o Neo-Evangelicalismo “deveria ser mais apropriadamente rotulado de Novo Neutralismo. Ele procura o campo neutro, não sendo peixe nem galinha, nem direita nem esquerda, nem a favor nem contra… fica em cima do muro”. Esse Neo-Evangelho pode ser identificado pelos seguintes termos: macio, cauteloso, hesitante, tolerante, pragmático, acomodado, flexível, não controverso, não ofensivo, não passional e não dogmático. Contrastando o modo de neutralidade do Neo-Evangelho, o Cristianismo bíblico se caracteriza por termos como: forte, audacioso, destemido, dogmático, claro, intolerante, não acomodado (ao pecado e ao erro), inflexível (em relação à verdade), controverso, ofensivo (aos que desobedecem a Deus) e passional. (extraído de: https://discernimentocristao.wordpress.com/2010/02/06/neo-evangelico/. Acesso: 17/05/2018).

Se você é marombista, ou pior, um marombista que se desenvolveu em marombista capachão, cuidado! Você já perdeu sua fé há muito tempo e não sabe!

Pense nisso.

Graça e paz!


domingo, 6 de maio de 2018

ERROS E CONCEITOS ERRADOS ACERCA DA LIDERANÇA NA IGREJA

Quando pensamos erroneamente sobre o que significa liderança na igreja, a igreja sofre. Às vezes nós fazemos líderes das pessoas erradas. Eu não conheço nenhum pastor que jamais tenha se equivocado ao apontar pessoas sem qualificação para funções de liderança na igreja. Todos que conheço já erraram nisso um dia e se arrependem do que fizeram, quando a necessidade da igreja ou a amizade pesoal (coração de pastor é um problema!) falou mais alto que a razão, atropelando-se a fundamentação bíblica necessária que um candidato a liderança precisa possuir antes de ser colocado em tal posição.

Eu, como pastor, já cometi esse erro em algumas ocasiões; graças a Deus nem sempre, mas aconteceram sim. Coloquei como líder na igreja quem nunca teve nenhuma chamada, nenhuma condição para ocupar a posição. Os resultados foram péssimos, passando desde mal-exercício da função (exercício desleixado, não-exercício, arrogância/prepotência pelo sujeito, ensino bíblico distorcido, aconselhamentos errados, etc.), até a mais bruta e simples traição. Acabei criando um punhado de "Franksteins", como diz meu irmão que também é pastor. Gente que passou a amar mais o cargo alcançado do que a mim e a igreja, que na minha "noite escura da alma" levantaram-se como verdadeiras "assombrações", semeando discórdia e dividindo a igreja. Gente ingrata, infiel; diziam-se amigos e assim eu os considerava, com verdadeiro amor cristão, me doando a estes; mas na verdade nunca o foram, de fato, meus amigos. Quando muito, eram simpatizantes, amigos apenas na teoria.

Outras vezes, como igreja, distorcemos a relação entre a igreja e seus líderes. Sobre isso, há três pontos que gostaria de destacar:

1º ERRO: LEITURA INCORRETA DE I TIMÓTEO CAP. 3

Em 1 Timóteo 3, Paulo dá a Timóteo - e através de Timóteo à igreja - a lista de qualificações morais para os anciãos. Ele inclui aspectos positivos como "acima de reprovação ... auto-controlado, respeitável, hospitaleiro ..." Ele também inclui negativos como "não é um bêbado, não violento ..." E então ele dá três qualificações finais com motivos ligados a eles : um presbítero deve mostrar uma boa administração doméstica, não ser um novo convertido e precisa ter uma boa reputação. A lista em si é clara e fácil de entender.

Mas nota-se que há pessoas interpretando essa lista de duas maneiras erradas. A primeira é ler essas qualificações como a lei de Deus contra a qual nenhuma infração pode ser tolerada. Neste modo de leitura, ninguém será qualificado, exceto aqueles que fingiram ser perfeitos. A segunda é ler essas qualificações como algumas boas sugestões, mas não regras rígidas. Neste modo de leitura, quase todo homem na congregação parece elegível para o ofício de ancião.

Se a nossa leitura de 1 Timóteo 3 nos leva a crer que ninguém está qualificado ou que quase todo mundo é qualificado, não entendemos a passagem. Paulo escreveu a Timóteo com a expectativa de que ele seria capaz de encontrar homens assim nas igrejas que ele estava servindo. E ele também escreveu com a expectativa de que alguns seriam desqualificados do cargo. Lendo 1 Timóteo 3 requer sabedoria, compreendendo o equilíbrio: Deus não requer perfeição nos líderes, mas requer a piedade.

Piedade é algo muito importante. A palavra aponta para duas coisas: (1) devoção, amor pelas coisas religiosas; religiosidade; virtude que permite render a Deus o culto que lhe é devido e (2) compaixão pelo sofrimento alheio; comiseração, dó, misericórdia. Em suma, piedade significa amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, como ensinou o Mestre de Nazaré. Significa cumprir a Lei. Infelizmente, sempre haverá quem ama a Deus acima de todas as coisas ao ponto de ignorar o seu próximo. Gente que se faz "caras e bocas" no louvor, que frequenta assiduamente o templo e seus eventos de segunda à segunda, mas que é incapaz de mover uma palha de piedade para quem sofre ao seu lado, para compreender e ter compaixão pela dor humana. Gente que quer mais é o outro se lasque, que se ferre para lá; que o sofredor, o pecador, o endividado, o adúltero, o bêbado, a prostituta, ou mesmo que o "irmãozinho" não atrapalhe sua fé. "Xiiii... lá vem esse chato de novo! Vai ficar me alugando, impedindo meu culto! Ah, essa não! Vou dar um "pode ir" para esse cara!" "Ficar depois da hora? Nem pensar!" "Baixo astral? Vou pra Porto Alegre! Tchau!"

É muito interessante - e relevante - que quando o Senhor explica acerca da necessidade de amar o próximo e então lhe perguntam quem é o próximo, ele diz: "Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar." (Lc 10.30-35)

Quem se desviou de socorrer aquele homem? Os religiosos - o sacerdote e o levita - aqueles que iam buscar a Deus e que diziam-se "servos de Deus, homens de Deus". Que diziam "conhecer a Lei de Deus e o próprio Deus", "ungidos", "pregadores", "servos do Altíssimo". Mas quem socorreu? O não-religioso! O dito "endemoniado", "perdido", "filho do diabo que vai para o inferno", "pária" - o samaritano. A verdade subjacente é que não raro encontra-se mais misericórdia e piedade naqueles que são considerados pelos religiosos de plantão (ditos "da luz"), como sendo "das trevas". Há mais amor, mais fidelidade, mas verdade na vida daqueles sobre quem diz-se serem "não-cristãos" do que na vida de muitos cristãos beatos de igreja, infelizmente. Como podem dizer amar a Deus e não amar o próximo?!?!?!? Como podem ir ao altar de Deus, apresentarem louvores, escutarem a Palavra, e desprezarem o próximo - muitas vezes o próprio irmão?!?!? Serem falsos, traidores, mentirosos?!?!?

"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta." (Mt 5.23,24) Ou seja, podem ofertar, podem sacrificar, podem dar dízimo gordo, participar de campanha, evangelizar, pintar o sete em nome de Deus, mas sem reconciliação não há aceitação da parte de Deus! Sem vir pedir perdão, sem arrependimento pelas ofensas, pelas traições, pelas mentiras e deturpações, podem esquecer: culto será vazio, sem Deus!

2º ERRO: VISUALIZAR O PRESBITERATO COMO O PINÁCULO MINISTERIAL

Meu irmão, pr. Marcelo, já abordou isso várias vezes. A turma que vê ministério e as funções ministeriais como escada para atingir a posição de pastor/presbítero. Os que não são pastores são vistos, muitas vezes, como alguém que ficou estacionado no ministério. Especialmente em igrejas pentecostais (ou cujo pastor viveu anos a fio no pentecostalismo), há o entendimento que se alguém foi consagrado a cooperador, obrigatoriamente tem que ser diácono, se diácono tem que ser presbítero e assim por diante, um tipo de escadinha ministerial. O sujeito começa como diácono, fazendo tudo certinho PIV (para inglês ver) e então ser, depois de um tempo, elevado a presbítero; mais um tempo de serviço PIV e então vira pastor. Aí surta e degringola, fica com ego inchado e vira traíra e ursurpador. 

Deus chama o Seu povo para "respeitar aqueles que trabalham entre vocês e estão sobre você no Senhor e admoestar você". (1 Tim. 5:12) É bom e correto respeitar os anciãos da igreja. Mas um perigo sutil surge quando assumimos que os anciãos são necessariamente os maiores cristãos entre nós. E com isso vem a idéia nunca declarada, mas muitas vezes presumida, de que ser um ancião na igreja é, de alguma forma, o auge do cristianismo, o ápice ao qual todo homem deve aspirar - e o pico que as mulheres nunca conseguem escalar. O resultado é elevar o cargo a uma posição tão alta que uma distinção doentia é estabelecida entre os anciãos e o resto da igreja.

Em contraste, a Bíblia ensina que a maioria dos cristãos é desqualificada ao presbiterado, não com base em qualificações morais, mas com base em qualificações espirituais. Ser um presbítero requer que um homem não somente possua as qualificações em 1 Timóteo 3, mas que ele mostre os dons espirituais de liderança (Rm 1.28) e ensino (Tt 1: 9). E enquanto Deus dá esses dons a alguns, Ele dá muitos outros dons para o resto da igreja. Alguns são chamados para liderar enquanto todos são chamados (e talentosos) para servir de alguma forma.

Em toda igreja saudável, haverá anciãos celestiais servindo com liderança sacrificial e ensino bíblico. E também haverá muitos outros cristãos piedosos servindo ao Senhor de acordo com seus próprios dons. A liderança ordenada na igreja não é o pináculo da espiritualidade cristã. Ser pastor não é ser o CEO da igreja, nem ser diácono/obreiro é ser menos!

3º ERRO: VISUALIZAR OS DIÁCONOS COMO "ANCIÃOS JÚNIORES"

Relacionado a uma visão excessivamente alta do presbitério é a idéia comum, se não falada, de que ser diácono é o campo de treinamento para se tornar um presbítero. Diaconato não é trainee para presbiterato. Um estudo da igreja no Novo Testamento deve deixar claro o quão ruim é tratar o diaconado como oficiais juniores do time do colégio. Não só serve para desvalorizar grandemente o trabalho dos diáconos, como também ajuda a diminuir as diferenças importantes entre os dois ofícios - para não mencionar o fato de ignorar os padrões da igreja que vêem o ofício de diácono aberto tanto para as mulheres como para os homens.

É certamente verdade que as qualificações morais dos dois cargos são muito semelhantes. Mas as qualificações espirituais para os dois cargos são muito diferentes porque sua área de trabalho é muito diferente. E embora seja concebível que um homem possa ter dons espirituais que o qualifiquem para qualquer cargo, é provavelmente bastante raro. Se todos os presbíteros da igreja são antigos diáconos, estamos escolhendo mal nossos diáconos ou nossos anciãos.

Um diácono que serve fielmente por muitos anos de acordo com seus dons espirituais deve ser honrado e valorizado pela igreja. Enquanto homens que são diáconos devem estar dispostos a serem chamados por Deus para se tornarem presbíteros, eles nunca devem experimentar a pressão para "avançar" para o presbiterado.

Por fim, vale a pena refletir no que nos ensinou Jesus: "Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve." (Lc 22.25,26)

Pense nisso. Graça e paz!