domingo, 25 de dezembro de 2022

"ENTRE, HÁ LUGAR" OU "VÁ PARA O ESTÁBULO": REFLEXÕES SOBRE O NASCIMENTO DE CRISTO


Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.
E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:
Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura.
E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo:
Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.


Lucas 2:8-14

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Lucas, que é escritor do Evangelho que leva seu nome, é minucioso em seu relato sobre o nascimento, vida, morte e ressurreição do Senhor Jesus. O objetivo primário do registro desses fatos era organizá-los de forma sequencial, lógica e com precisão, desde sua origem, para posterior apresentação a Teófilo, um membro da alta sociedade daquela época, provavelmente era um gentio convertido que já havia sido parcialmente instruído nos fatos da história do Evangelho. Seu Evangelho, preservado material e literalmente de maneira sobrenatural ao longo dos séculos posteriores, tem trazido fé e esperança aos homens dos mais diversos povos, nações, línguas e classes sociais, em um mundo cada vez mais em inimizade para com Deus.  Em um mundo que perece em tudo e de todas as formas, o Evangelho de Lucas é a resposta aos mais profundos clamores da alma humana por salvação.

O capítulo 2 do Evangelho de Lucas descreve o nascimento de Jesus, na cidade de Belém, pertencente à Judéia, região montanhosa da divisão sul da terra da antiga Palestina.  Segundo o registro, naqueles dias foi promulgada uma ordem, por parte do imperador de Roma, para que fosse feito um recenseamento de cada pessoa em sua cidade natal anexada ao império. É claro que José e Maria, judeus natos, subiram à sua cidade para se recensearem também. Como Maria estava prestes a dar a luz e não havia um estabelecimento em Belém para se hospedarem, que estava muito cheia de pessoas por conta do recenseamento, a alternativa foi parir em um estábulo. E assim, numa manjedoura(1),  transbordando de forragem para que seus animais não passassem fome, Jesus veio ao mundo. 

Na ocasião do nascimento de Jesus, Lucas afirma que haviam pastores no campo, pastoreando os seus rebanhos. A esses pastores apareceu repentinamente o anjo do Senhor, vindo sobre eles, proclamando as boas notícias àqueles que eram pobres em sua vida exterior e também em espírito. "Novas de grande alegria" comunicadas com a manifestação sobrenatural e poderosa da glória do Senhor, do Shekinah(2), que encheu o coração deles de grande temor! Nasceu o Redentor! O eterno Pai do céu, Seu Filho ao mundo deu! (ouça essa linda melodia em: https://www.youtube.com/watch?v=X6BOEZwDhzY)

Que reflexões podem ser extraídas desse relato de Lucas sobre o nascimento de Jesus, conforme registrado no capítulo 2, versículos de 8 a 14, para nossa vida atualmente? 

O NASCIMENTO DE JESUS É UMA BOA NOTÍCIA DE GRANDE ALEGRIA! Essa foi a frase que o anjo do Senhor disse aos pastores que estavam no campo. A mensagem que o anjo trouxe, que foi gerada na eternidade passada pelo próprio Deus; algo que foi planejado por Deus e então estava sendo materializado no mundo naquele instante. Nasceu o Salvador! Nasceu Aquele que salvaria todo aquele que Nele cresse e que o confessasse como Senhor! A partir daí, todo homem e mulher e criança poderia ter a esperança de um futuro diferente, que romperia com a continuidade de desgraça e sofrimento! Um futuro de paz absoluta, de saúde perfeita, de justiça plena e de amor eterno, tudo possível por conta Daquele recém-nascido: o Cristo!

Sim, querido(a) leitor(a): àqueles que creem no Senhor estão prometidos "novos céus e nova terra", onde habita a Justiça. Onde não há mais problemas de tipo algum, maldade alguma; onde o mal jamais será praticado novamente pelos homens! Lugar onde não haverá mais fome, nem doença, nem dor e nem mesmo a morte; sim, até a morte deixará de existir! Tudo feito por meio de Cristo Jesus! Segundo o profeta Isaías, lugar onde "todos os eventos passados não serão mais lembrados. Jamais virão à mente!" (Isaías 65:17); local de consolo eterno, onde "Deus limpará de seus olhos toda a lágrima" (Apocalipse 21:4). Todas as lágrimas sendo limpas, ou seja, toda a tristeza que vivemos e acumulamos durante a nossa vida na Terra, na atual dispensação, serão totalmente expurgados do nosso ser! Todas as dolorosas marcas do sofrimento serão definitivamente removidas da nossa vida! Devemos portanto buscar consolo nessa grande(!) alegria gerada pelo nascimento de Cristo - isso sim é uma suprema boa notícia, sabendo que "as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada" (Romanos 8:18). Essas aflições são passageiras, efêmeras! Há esperança e ela tem um nome: Jesus! Ele veio! Ele é o Cristo, o Salvador escolhido por Deus, sendo Ele mesmo o próprio Deus Eterno que se fez carne! Ele, ao nos salvar de nossos próprios pecados, assegurou para sempre que todo escrito de dívida que tínhamos com Deus está pago pelo Seu sangue na cruz! A partir do nascimento de Jesus, que envolve tudo o que Ele fez e é (mesmo a sua morte na cruz), todo aquele que Nele crê tem a vida eterna!

Aquele menino recém-nascido, fisicamente como os outros, é Cristo, o Senhor. O anjo não diz "será", mas sim "é", o verbo está no presente! Ele é! Independentemente da época em que vivemos, Ele (ainda) é o Cristo, o Senhor e Salvador e, ainda hoje, é preciso Nele crer! Não crer em nós mesmos, não crer em nossos "salvadores autoproclamados" que aí estão, quer na política, quer na religião seja ela qual for. Não crer que nós mesmos podemos, por nossos próprios esforços e méritos, alcançar a salvação prometida por Deus! Crer em nós mesmos é, na verdade, "velha notícia de grande tristeza": basta uma rápida olhada na nossa vida, enquanto indivíduos e como raça humana, que veremos o quão inúteis são nossos melhores esforços e intenções! Se formos honestos com os fatos, teremos que concordar com o que o apóstolo Paulo escreve: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua enganam, veneno de víbora está nos seus lábios. A boca, eles a têm cheia de maldição e amargura; os seus pés são velozes para derramar sangue. Nos seus caminhos, há destruição e miséria; eles não conhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Romanos 3:10-18) Sem Jesus, portanto, a salvação é impossível!

Observe agora um fato importante: Quem comunicou que o recém-nascido era Cristo, o Salvador e Senhor, foi o próprio anjo do Senhor! Deus foi o primeiro a comunicar essa boa nova de grande alegria! "Ouçam todos os homens, Meu Filho Amado acabou de nascer como um de vocês; Ele é Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz! Ele é o Cristo, o Salvador de vocês!" A mensagem das boas-novas estava ali, encarnada em um menino que acabara de nascer, sendo isto proclamado a todos os homens a começar por aqueles pastores que estavam no campo pelo anjo do Senhor! O testemunho do próprio Deus sobre Cristo, o Salvador, que implica, necessariamente, no fato de que nós, raça humana, precisamos de um salvador! Noutras palavras, Deus estava ali, por meio do Seu ano, dizendo: "vocês precisam de salvação, por isso envio o Salvador a vocês, Cristo, o Senhor!" 

Qual era o sinal que o Salvador estava ali, entre eles? O anjo disse que esse sinal era um menino envolvido em panos deitado em uma manjedoura. Cristo, o Salvador; a resposta definitiva de Deus para o homem. Um simples menino recém-nascido em um local comum, sem ostentação, sem luxo, sem conforto; parido em local onde animais como vacas, cabras, ovelhas e cavalos são paridos. Deus que se faz carne, algo já por si mesmo mostra um auto-esvaziamento de si mesmo, e que ainda por cima nasce em um local sem a menor condição de crianças nascerem! Mas que tipo de sinal é esse!?! Esse é o sinal de Deus, que usa coisas simples, que consideramos sem importância, que desprezamos e reputamos como inferiores, como sinal para Suas grandes obras! Um Deus que escolhe fazer algo sem paralelo em toda a história do Universo: se fazer carne, nascendo não em palácios e templos religiosos, não em locais suntuosos cercados de pompa e conforto, mas em um estábulo, deitado em uma manjedoura, enrolado em panos! Nascido não de uma rainha ou alta sacerdotisa, mas sim de uma simples dona de casa, casada com um simples carpinteiro. 

O que esse sinal nos diz? Primeiro, que para Cristo não há a menor diferença se você é pobre ou rico, se tem fama e fortuna ou se é um desconhecido ou pária na sociedade, se você tem títulos, posses ou um bom nome ou se não. Ele se interessa profundamente por você independentemente de quem quer que você seja! Não importa sua realidade presente ou sua história pregressa, seu nível sócio-econômico ou educacional; para Ele, você importa por que você existe! Ele deseja nascer em sua vida, quer ela seja como for ou como estiver! "Mas eu não sou digno disso!", talvez você diga. É isso mesmo! Você não é digno, mas Ele escolheu amar você assim mesmo! Ele escolheu vir a essa Terra também por você, para dar-lhe aquilo que só Ele pode dar - a Si mesmo! 

Segundo, que não devemos desprezar essa tão grande salvação, esse tão grande amor, por causa das circunstâncias exteriores que estão ao nosso redor. Não é porque o mundo está cada vez mais maligno que Cristo não é o Salvador e Senhor; não é porque experimentamos toda sorte de tristeza e dor que Ele não veio! Não é porque há pessoas que cometem escândalos que a mensagem do anjo foi invalidada. Não! Ao contrário, é justamente por isso que devemos crer e receber o Salvador em nossos corações! O aumento da presença e influência do Mal em todas as esferas da Criação de Deus somente corrobora com o fato de que precisamos de um Salvador - e isso urgentemente! Jesus nãos e fez carne à-toa, mas sim porque era - e ainda é, absolutamente necessário que o homem seja salvo! Salvo da condenação futura, a qual o próprio Deus de Justiça imputará sobre todos os maus a pena capital: a morte eterna. Sim, cada transgressão, cada rebelião, cada obra maligna cometida será, ao final e de forma definitiva, punida com a justa separação eterna do transgressor de Deus! Creia-me: não há, nem jamais haverá, impunidade para com Deus: ou nossas transgressões são julgadas em Cristo ou em nós mesmos. Sobre isso há vários avisos escritos na Bíblia para os quais deveríamos atentar. Quero destacar o seguinte:

"E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles.
E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.
E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo."

(Apocalipse 20:11-15)

Vê? Sem crer em Jesus como Nosso único Senhor e Salvador, aceitando a salvação que Deus de graça(!!!) nos oferece, pela qual nada temos que pagar, não temos escapatória. Sem crer em Jesus, obedecendo então a Vontade de Deus, continuamos na desobediência e assim a ira de Deus permanece sobre nós (Colossenses 3:6). "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más." (João 3:18,19). Por isso mesmo é que Deus tem sido extremamente paciente com a humanidade, porque Ele sabe o quão horrível será esse dia: "O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento." (2a. Pedro 3:9) 

O que faremos de Jesus, chamado Cristo? Vamos escolher crer Nele ou escolher continuar vivendo à revelia de Deus? Vamos abrir a porta do nosso coração e permitir que Ele nasça nele ou mandá-Lo para uma manjedoura porque nosso coração já está cheio de outros hóspedes? Eu digo que muitos corações se assemelham àquela humilde manjedoura, enquanto muitos se assemelham àquela hospedaria, sem vaga para ninguém a não ser a si mesmo. José e Maria bateram à porta de muitas hospedarias, mas só encontraram lugar num estábulo. Assim, o Espírito de Deus bate às portas de todos os homens, pedindo que abram o coração a fim de que Cristo nasça dentro deles, mas poucos o abrem de fato. Cristo veio. Ele nasceu e então viveu, morreu e ressuscitou, hoje estando a Direta de Deus esperando a hora do Seu retorno. Mas como está a nossa vida em relação a Cristo? Em nós Ele nasceu ou não?

Pense nisso. Graça, Misericórdia e Paz sejam multiplicadas sobre a sua vida!

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NOTAS:

(1) Uma manjedoura ou berço é um comedouro de madeira ou pedra ou caixa de comida que contém feno para animais de fazenda maiores, como gado, cavalos e burros. As manjedouras estavam localizadas onde quer que o gado fosse mantido, lugares como estábulos, currais ou cavernas. Os fazendeiros tinham certeza de manter suas manjedouras bem abastecidas com forragem o tempo todo, para que os animais nunca passassem fome. O gado pode caminhar até uma manjedoura a qualquer momento e depois passar longas horas de lazer mastigando, mastigando e ruminando lentamente. 

(2) Para mais informações sobre o Shekinah, leia: https://apenas-para-argumentar.blogspot.com/2017/08/o-que-e-o-shekina-biblia-fala-sobre-isso.html

 



 

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

A SITUAÇÃO DO MUNDO REVELA A AUSÊNCIA DE CRISTO


"As coisas como estão, não estão bem
Quando alguém está faltando, alguém está ausente 
As coisas não estão bem agora 
E elas não estarão até que Você volte".
(Mourning For the Bridgegroom, Jon Thurlow)
 
"Pare o mundo, que eu quero descer!" Muito provavelmente você já ouviu essa expressão. Ela já foi usada em composições musicais e é frequentemente usada como interjeição nesses últimos tempos, denotando uma insatisfação com a situação vigente, tida como sem solução. Não se trata de uma insatisfação por capricho, por não ter as vontades pessoais atendidas; antes, por não ver no horizonte o fim de uma crise ou mesmo de uma mudança de realidade. Se eu e você paramos um pouco a correria do nosso dia-a-dia e refletirmos sobre tudo que está acontecendo no mundo e ao nosso redor, vamos chegar a conclusão de que cada vez mais a situação é sem solução a curto prazo.
 
Comecemos pela conjuntura mundial. Esses últimos anos foram - e estão sendo - marcados por um mundo cada vez mais doente em todos os sentidos. Só para ilustrar, temos até agora 633 milhões de mortos por Covid-19. Só no Brasil já são mais de 600 mil. As vacinas trouxeram um certo alívio, mas o fato é que esses números continuam crescendo, sem nenhuma perspectiva de recrudescimento. Aqueles que salvaram-se dessa pandemia por coronavírus ficaram com sequelas seríssimas, quer físicas (como fibrose nos pulmões e rins, doenças cardiológicas, etc.) quer neurológicas (depressão, ansiedade, insônia, névoa mental, etc.). Até hoje não compreendemos exatamente como esse vírus age no organismo humano. E, como se não fosse já tudo muito ruim, nos vemos diante de uma nova doença, crescente, virológica, chamada de varíola dos macacos (monkeypox), com casos crescentes. Precisamos seriamente considerar que haverá muito mais mortes e muitas outras doenças que se ainda virão a se manifestar, que são ainda do nosso desconhecimento às quais nunca entramos em contato e, portanto, para as quais não temos imunidade biológica. Muitos outros milhões de pessoas hão de perder suas vidas por conta dessas outras enfermidades. 
 
Esse cenário mundial de aumento de doenças e de mortes é ainda agravado pela crueldade humana, que faz com que haja distribuição desigual de renda, de alimento, de sistema de saúde e de educação em vários países, em especial os subdesenvolvidos. Aqui figuram os países africanos, mergulhados num mar de gravíssimos problemas que foram e ainda são causados, dentre outros, pela cobiça desenfreada e pela exploração predatória dos países desenvolvidos. Muitos desses países africanos foram colônias de exploração de riquezas e de fonte de escravos por países como os Estados Unidos, Inglaterra, França e os países ibéricos (Espanha e Portugal), que se tornaram prósperos e ricos às custas do empobrecimento daqueles, que foram deixados sem as mínimas condições de sobrevivência. Isso é um fato histórico que não pode ser apagado. Milhares de pessoas morrem todos os anos na África, quer terríveis por doenças terríveis (como malária, tuberculose e HIV/AIDS), quer pela miséria. E como estamos todos ligados, morando num só planeta, o que acontecer na África afetará todos os países mundiais, incapazes de fornecer ajuda eficaz por conta do seu grande egoísmo e maldade (ajuda "não cosmética" ou "para inglês ver"). E, desde já, registro aqui que o Brasil tem sua quota no problema gerado e também a terá na colheita dos frutos que virão de sua "semeadura".
 
Como se já não bastasse, infelizmente precisamos citar essa guerra ignóbil entre Rússia e Ucrânia. Não há eufemismos aqui: trata-se de uma guerra sem pé nem cabeça promovida por governantes sem cabeça e nem pé. A Rússia está simplesmente destruindo um país, causando milhões de mortes, com uma justificativa tão estapafúrdia que nem o menos escolarizado dentre nós pode aceitar. O que, eu pergunto, todas aqueles ucranianos tem a ver com a maluquice de Putin?!? Porque devem elas pagarem com suas vidas pela ignorância e estupidez desse líder mundial?!? Mas não é só a Rússia que tem sua culpa nesse processo, ainda que talvez seja ela a principal culpada. Os países da Otan e, muito provavelmente a própria Ucrânia tem sua responsabilidade nisso. Isso sem falar nos demais países que aprovam essa crueldade sem limites. O pior de tudo é que esse conflito pode assumir escala mundial. Talvez estejamos diante da preparação para uma 3a. Guerra Mundial, a qual será travada nas raias da extrema violência e malignidade, promovidas pela riqueza acumulada às custas da exploração econômico-financeira, da opressão econômica e social dos mais pobres e sofridos de cada nação envolvida. 
 
Não paramos por aí. Temos no mundo inteiro uma verdade epidemia de violência crescente. Só para ilustrar, a violência contra as mulheres é cada vez maior, a despeito de políticas e ações que vem sendo tomadas para coibir tal coisa. Segundo reportagem da Revista Exame, a Índia está no 1º lugar dos casos de estupro contra mulheres. No mundo todo, segundo a reportagem, "uma a cada três delas é uma vítima de violência física ou sexual e ao menos 750 milhões de meninas se casaram antes de completar 18 anos de idade" (fonte: https://exame.com/mundo/estes-sao-os-piores-paises-do-mundo-para-mulheres/). No Brasil foram 66 mil vítimas de estupro no Brasil em 2018 e o número não para de crescer. Segundo o G1, "o Brasil teve em média 1 mulher estuprada a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas em 2021" (fonte: https://g1.globo.com/dia-das-mulheres/noticia/2022/03/07/brasil-teve-um-estupro-a-cada-10-minutos-e-um-feminicidio-a-cada-7-horas-em-2021.ghtml). Já segundo a UFRGS, "85% das vítimas no Brasil são mulheres e 70% dos casos envolvem crianças ou vulneráveis" (fonte: https://www.ufrgs.br/humanista/2020/12/17/cultura-do-estupro-85-das-vitimas-no-brasil-sao-mulheres-e-70-dos-casos-envolvem-criancas-ou-vulneraveis/). Uma imensa crueldade, que tem trazido consequências pscicológicas e emocionais que perdurarão por toda a vida das vítimas, como imensos complexos de culpa e de vergonha. Muitas experimentam isso ao longo de anos a fio de silêncio, por não encontrarem um ambiente ou contexto seguro para se manifestarem abertamente e por não acreditarem, com razão, em uma justiça para elas.
 
NOTA: Veja, por exemplo, a violência que foi feita à menina que engravidou após ter sido abusada, violência esta registrada em redes sociais para quem quiser ver, de apenas 11 anos de idade: uma imensa quantidade de pessoas simplesmente julgou-a e condenou-a por, inclusive, não querer prosseguir com a gravidez! E por que? Porque são contra o aborto! Mas estamos falando de uma criança de 11 anos de idade... 11 anos... qual é o nosso direito de julgar sua decisão de interromper essa gravidez??? 
 
Há muitos e muitos outras malignidades no mundo atual, mesmo no meio religioso. Já escutei um sem número de testemunhos de ex-membros de denominações evangélicas sobre a imensa dor e desapontamento por conta de abusos cometidos contra elas em suas antigas igrejas. Desde violência verbal, culpabilização, opressão, exploração..., isso sem falar em outras formas de violência (como a sexual). Aliás, tem ficado cada vez mais "as claras", ao menos no Brasil, nos últimos anos. Eu mesmo fui vítima de abuso psicológico e opressão em minha antiga denominação, só percebendo isso muito tempo depois de lá sair com as emoções totalmente destroçadas! Assim como eu há várias outras pessoas, um verdadeiro exército de "ex-membros", cruel e erroneamente taxados como "desviados". 
 
NOTA: Somos desviados? Desviados do fanatismo religioso, desviados da hipocrisia, da religiosidade, da opressão religiosa. Nosso alvo é Cristo. De Deus, nós não nos desviamos. Esse desvio não tem como acontecer.  Não é amor ao mundo, mas amor a Cristo, a família e a si mesmo que motivou essa ação. Não é desvio, mas sim saúde mental, emocional e espiritual, porque a paranoia religiosa anda sem limites há muito tempo. Isso sem falar da promiscuidade da religião com política, algo tão antigo como nos tempos de Israel. 

Isso sem falar em divórcios e mais divórcios, em assassinatos e desconsideração  com a vida do próximo, com a destruição ambiental (que começa em casa - padrões insustentáveis de consumo, por exemplo), com os malignos "ismos" de nosso tempo - filosofias malignas transvestidas de luz (como por exemplo o feminismo, o comunismo, o liberalismo, o moralismo hipócrita, dentre outros), a psicologia e o conhecimento sendo usados para a maldade, a ênfase no sexo e na promiscuidade ("Todo mundo transar com todo mundo") 
 
Será que haverá melhoria desse tão cruel cenário? As coisas vão melhorar? Eu digo que não. Na verdade, a própria Bíblia nos mostra que essas coisas vão se agravar muito mais. Mas, por que razão? Aqui, poderíamos explicar por diversos conceitos escatológicos (ligados às interpretações sobre o fim dos tempos, que a Bíblia menciona cem muitos livros). No entanto, tem um ponto que a meu ver está acima desses conceitos teológicos. A causa de tudo o que vemos hoje, bem como do inevitável agravamento dessa realidade, está no simples fato que todos nós estamos invariavelmente separados de Deus. Somente na presença de Deus é que temos a vida transformada e a santidade, manifesta na forma de viver,  assegurada. Somente Nele podemos amar o próximo como a nós mesmos. Somente junto a Ele o nosso corpo mortal pode ser protegido de qualquer doença e enfermidade. Como andar na luz sem ter comunhão com a luz, que é Cristo? Como ser cristão sem Jesus? Como ser salvo sem o Senhor? Hoje as pessoas estão querendo viver suas vidas em bonança sem Aquele que é o Único que pode acalmar a tempestade. Querem seguir sua religião autoproclamada cristã sem a menor comunhão com o próprio Cristo! Querem exigir coisas de Deus, mas nem sequer tocar com o dedo mínimo naquilo que Deus pede delas! 
 
Digo com toda autoridade bíblica: o deus dos religiosos não é Jesus! O deus dos religiosos é o seu próprio ventre ou, noutras palavras, eles mesmos! Servem não a Deus, mas aos seus próprios desejos e caprichos. Eles até fazem uso do nome do Senhor, mas para sua própria condenação, usando esse Nome em vão e assim trazendo blasfêmia ao Senhor. Amam os primeiros lugares, amam serem honrados e idolatrados, amam posições e títulos, amam a si mesmos. Usam a Bíblia, teorizam sobre ela e seus ensinos, teologizam a três por dois e com base nisso aplicam julgamentos e condenações às pessoas, mas não entendem bulufas dela na prática. Sabe por que tudo isso? Porque querem insistentemente em fazer tudo sem o Senhor! Não entenderam até hoje que sem Jesus nada podemos fazer, nem mesmo segui-Lo de forma fiel e idônea. Vi essa realidade com muita, mas muita frequência numa igreja que pastoreei e vejo-na também, todo dia, na vida de muitas e muitas pessoas.
 
É preciso que entendamos de uma vez por todas que fazer parte ou não de uma igreja, de um ministério, exercer esse ou aquele cargo, ter esse ou aquele título, fazer isso ou aquilo é NADA e serve para NADA sem termos o Senhor Jesus conosco (esse é o nome que Ele foi chamado, Emanuel). Nem mesmo pregação da Palavra, ensino bíblico, oração, ministrar louvor... NADA! Sem Ele, TUDO - e eu digo TUDO absolutamente PERDE O PROPÓSITO. Tudo torna-se mera performance PIV (Para Inglês Ver), ou como diz o ditado popular "conversa mole para boi dormir". Nas palavras de Salomão em Eclesiastes, não passam de mera vaidade, futilidade religiosa. Sem o Senhor Jesus, nem mesmo nossas atividades ditas "seculares", como o casamento, se sustentam ou seguem conforme deve ser: com amor sacrificial. O egoísmo sempre vencerá o amor em qualquer coisa que façamos ou sejamos, seja ela religiosa, se o Senhor Jesus não estiver presente! 
 
Pense nisso!
Graça, misericórdia e paz sejam-lhe multiplicadas!

 
    




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

O QUE FAZER QUANDO VOCÊ CHEGA AO LIMITE DE SUAS FORÇAS?

 


Jó  1:1  Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal.
Jó  1:2  Nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
Jó  1:3  Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente. 

Jó  1:13  Sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa do irmão primogênito,
Jó  1:14  que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;
Jó  1:15  de repente, deram sobre eles os sabeus, e os levaram, e mataram aos servos a fio de espada; só eu escapei, para trazer-te a nova.
Jó  1:16  Falava este ainda quando veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu; só eu escapei, para trazer-te a nova.
Jó  1:17  Falava este ainda quando veio outro e disse: Dividiram-se os caldeus em três bandos, deram sobre os camelos, os levaram e mataram aos servos a fio de espada; só eu escapei, para trazer-te a nova.
Jó  1:18  Também este falava ainda quando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa do irmão primogênito,
Jó  1:19  eis que se levantou grande vento do lado do deserto e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre eles, e morreram; só eu escapei, para trazer-te a nova. 

Jó  2:7  Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.
Jó  2:8  Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se. 

 

TODOS NÓS TEMOS UM LIMITE. Um limite de resistência física e emocional. É possível chegar nesse limite máximo. Nesse ponto, muitos não resistem: depressões terríveis, condenações intermináveis, dores intensas pelo corpo... algumas vezes, até o suicídio é cogitado e, não raro, praticado, que torna-se uma última "rota de fuga". Afinal, pensa aquele que cogita acabar com a própria vida, "ninguém liga para mim, nem para o que estou vivendo", "minha situação não tem solução; agora é daqui para pior, logo é melhor morrer de uma vez". 

Na Bíblia, há o registro de um homem que viveu o "inferno na terra". Jó atingiu o limite máximo da resistência humana (física e emocional) – ele perdeu todos os seus bens, todos os seus filhos e a sua saúde, cumulativamente. Ele tinha tudo, de uma hora para outra ficou sem nada: perdeu suas posses, seus filhos e sua saúde. Por conta delas, Jó lamenta seu nascimento (Por que não morri eu na madre? Por que não expirei ao sair dela? - Jó 3:11), onde segundo ele teria sido melhor ser abortado ou nascido morto do que aquilo que vivia. Ele lamenta pela morte não chegar para ele (Por que se concede luz ao miserável e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem?  - Jó 3:20,21). Para ele, aquelas dores eram insuportáveis. Jó ficou em um estado deplorável: ele passou a ter halitose (“O meu hálito é intolerável à minha mulher[...]” - Jó 19:17a), febre (“[...]os meus ossos estão queimados do calor” - Jó 30:30b) e úlceras na pele infestadas por vermes, que ao serem coçadas arrebentavam novamente (“A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele endurece, e torna a rebentar-se” - Jó 7:5). Que situação!

Num mundo cada vez mais cruel e impiedoso, muitos vivem exatamente a mesma situação de Jó. Assim como vê-se na vida daquele patriarca, há milhares de pessoas vivendo exatamente agora terríveis realidades, como a perda da saúde, do ganha-pão, da família, da honra, do auto-respeito, etc. Veja, por exemplo, o caso recente dos venezuelanos no Brasil, no Estado do Roraima: a prostituição daquelas que outrora foram pacatas donas de casa, para poderem sobreviver. 

 

 

Problemas financeiros podem levar a pessoa ao limite. Se problemas financeiros podem levar ao desespero, imagine perder todo o fruto do trabalho de uma vida inteira, como essas mulheres! Por conta das experiências sexuais forçadas pela condição financeira, depressão, ansiedade e desejos suicidas são comuns a essas pessoas (Veja: Prostitutas são as pessoas que mais tentam suicidar-se). 

Mas não é só  problemas financeiros: os de saúde também podem levar a pessoa ao limite. Eles são capazes de abater a alma de qualquer pessoa. Quantas famílias estão vivendo angústias e tristezas insuportáveis por terem seus queridos internados em estado gravíssimo ou os perdido, pela morte, devido a pandemia por Covid-19? Quem perdeu seu querido sabe o quanto a dor pode ser extremamente intensa, ainda mais num mundo desprovido de misericórdia e compaixão, onde prevalece os piores tipos de  maldade e crueldade. 

Infelizmente, problemas no relacionamento interpessoal podem também gerar o desejo de terminar com tudo rapidamente. Quantas mulheres - até adolescentes e crianças, que estão sofrendo ou já sofreram abusos sexuais (e outros tipos de abuso) não estão nesse exato momento cogitando acabarem com suas próprias vidas? É muito triste constatar isso! Assim, por exemplo, acontece com aquele que sofre bullying. Com aquele que é alvo de preconceito, discriminação e opressão, como por exemplo é o caso dos LGBTQI+ (veja: Autoextermínio é até 7 vezes mais comum entre LGBTQI+). Muitas pessoas, consciente ou inconscientemente, por suas atitudes em relação ao próximo, estão contribuindo para o atingimento do limite e, tristemente, para a destruição da vida de outro ser humano.

O fato aqui é que cada um de nós possui um limite de resistência diferente nas diferentes áreas de nossas vidas, porém tão capaz de ser atingido como o de Jó. Uma vez atingido o limite de nossa resistência, perdemos as “salvaguardas” emocionais que mantém nosso equilíbrio interno. Tem lugar, então, uma enormidade de expressões e sentimentos incontroláveis:

  • Insônia Intensa: “Havendo-me deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a alva.” (Jó 7:4) 
  • Expressões Verbais de Amargura: “Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma.” (Jó 7:11)
  • Sentimento de abandono da parte de Deus: “Ainda que eu chamasse, e ele me respondesse, não poderia crer que ele estivesse escutando a minha voz.” (Jó 9:16) Talvez você esteja se perguntando: “Será que o Meu Pai Está Vendo o que Estou enfrentando - e Será que Ele Se Importa com Isto?”
  • Sentimento de injustiça da parte de Deus: “Porque eu, porque comigo?” (Jó 21:7-15) 
  • Desejo de jamais ter nascido: “Por que não morri ao nascer? por que não expirei ao vir à luz?” (Jó 3:11) 
  • Desejo de morrer: “A minha vida abomino; não quero viver para sempre”. (Jó 7:16). Em algumas pessoas, este sentimento é tão intenso que acaba por converter-se em sentimento de desejo de suicídio – ou mesmo na tentativa deste: “Ninguém me ama. É fácil a gente se matar quando não tem nada a perder”. 

O que fazer quando esse limite pessoal de resistência é atingido? Dar vazão aos sentimentos destruidores, levando-os à cabo? Matar-se? Matar alguém? À luz da experiência de Jó, sugiro que nesses momentos, no limite de sua resistência, você vá ao limite da fé! No limite de sua resistência emocional e física, Jó levou sua fé ao limite. Não buscou em Deus explicações, justificativas, teologismos baratos ou qualquer paliativo. Ele colocou toda a sua fé no ponto mais alto que ela poderia chegar, neste estágio: Ele creu no seu REDENTOR pessoal, Vivo e não Passivo! (Jó 19:25 – “meu Redentor”)! 

A exemplo de Jó nós também temos um Redentor, que está Vivo. Ele se identificou conosco, se fez homem. Se identificou até o limite da nossa resistência e não satisfeito ultrapassou este limite, para que por Seu sofrimento, fôssemos livres do nosso! Para que, tendo experimentado todas as tentações e dores possíveis, pudesse nos socorrer em nossas dores e tentações! Ele, Jesus, apanhou de vários soldados, cuspiram Nele, o açoitaram com um chicote feito para gerar dores indizíveis (chamado flagrum ou flagellum, consiste em pequenas partes de osso e metal unidos a vários cordões de couro. Durante as chicotadas, a pele era arrancada das costas, expondo uma massa ensangüentada de músculo e osso), colocaram Nele uma coroa de espinhos, o pregaram numa cruz e furaram seu tórax com uma lança (Mt 26.67,68; 27.30). Ele foi traído por seu amigo íntimo, por quem Ele amava (Jo 15.15; Mt 26.50 – “amigo, a que vieste?”), foi negado três vezes por seu amigo Pedro, abandonado por aqueles a quem amou, inclusive João. Escarneceram dele o quanto puderam! Até Seu Pai virou a face, escondendo Dele o rosto e deixando-O desamparado a sofrer no corpo e na alma, para morrer da forma mais indigna possível naquela época - uma morte de ladrão, de traidor! Morreu entre dois ladrões, numa situação de maldição (Mt 27.46) Mas Ele fez isso por causa de nós! "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53.4,5). Logo, ELE SE IMPORTA CONOSCO - e não pouco; deu a própria vida para que vivêssemos; logo, Ele está ao nosso lado nos piores e mais cruéis momentos de nossa vida, para nos ajudar e livrar! 

Deus diz que você está gravado bem na palma da Sua mão! Em hebraico a palavra “gravei” significa “tatuei” - quer dizer, indelével, impossível de ser apagado. Ele não pode esticar a Sua mão sem que Se lembre de você! Deus não se esquece JAMAIS de você! (Is 49.13-16). Deus não despreza o aflito ("Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro" - Sl 22.24) Vá até Ele e dele receba a força para continuar a jornada! Vá até Ele, com confiança e fé - Ele é socorro BEM PRESENTE na hora da angústia! É Ele mesmo quem diz: "invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás"! (Sl 50.15) O próprio salmista, homem como eu e você, demonstra profunda confiança na resposta de Deus no dia da angústia ("No dia da minha angústia, clamo a ti, porque me respondes" - Sl 86.7)!

Como invocar ao Senhor, talvez você pergunte. A resposta é apresentando a Ele os sacrifícios que Ele considera agradáveis: "Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus." (Sl 51.17) Ele, o Senhor, é quem te diz nessa hora: "Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos." (Is 57.15)

Para concluir, deixo-lhe um precioso louvor. Escute-o enquanto busca o Senhor seu Deus:


Graça, misericórdia e paz lhes sejam multiplicadas!

 

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Sermão ministrado em culto dominical, dia 24/02/2008.

domingo, 16 de janeiro de 2022

JERUSALÉM PARA EMAUS: LÁ E DE VOLTA OUTRA VEZ!


 Luc 24:13  Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios.
Luc 24:14  E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas.
Luc 24:15  Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles.
Luc 24:16  Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer.
Luc 24:17  Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos.
Luc 24:18  Um, porém, chamado Cleopas, respondeu, dizendo: És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias?
Luc 24:19  Ele lhes perguntou: Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo,
Luc 24:20  e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.
Luc 24:21  Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam.
Luc 24:22  É verdade também que algumas mulheres, das que conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo;
Luc 24:23  e, não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais afirmam que ele vive.
Luc 24:24  De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram.
Luc 24:25  Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!
Luc 24:26  Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?
Luc 24:27  E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.
Luc 24:28  Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante.
Luc 24:29  Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles.
Luc 24:30  E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu;
Luc 24:31  então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles.
Luc 24:32  E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?
Luc 24:33  E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e outros com eles,
Luc 24:34  os quais diziam: O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão!
Luc 24:35  Então, os dois contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no partir do pão. 

A morte de Jesus causou uma explosão de sentimentos contraditórios nos discípulos. Ninguém esperava que Jesus morresse, mas que Ele triunfasse vitoriosamente sobre o Império Romano, se assentasse sobre o trono de Israel na condição de filho de Davi e, então, levasse Israel a ser o centro das nações. Ele estava morto, eles viram! E, porque viram Ele sofrer horrores e ser morto, perderam o ânimo e a fé. Eles haviam perdido a esperança. Afinal, como poderia aquele homem, que se dizia filho de Deus, ter um fim tão trágico? Sua esperança messiânica havia sido sepultada no túmulo de Jesus. E se isso sucedeu a Ele, muito pior lhes estariam reservados.

Eles estavam frustrados... com Deus, talvez a pior das frustrações! Quando a frustração acontece pela não-realização de projetos humanos, quando não se atinge o ideal pretendido, não realizando o projeto de vida, depois de algum tempo pode ser possível recomeçar. Quando as coisas não saem como era esperado, por exemplo um emprego, um casamento, um curso, etc., depois de um período de intensa frustração pode-se "levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima". Ainda assim é um percurso muito difícil de seguir, algo muito difícil de superar e há muitos que não conseguem fazê-lo. 

Mas e quando envolve a esperança naquilo que é espiritual, da parte de Deus? Como recomeçar um ministério, por exemplo, quando houve uma frustração com Deus por conta da primeira experiência altamente frustrante, onde não se viu sequer uma pequeníssima semente germinar depois de tanto esforço e dedicação, depois de abrir mão cotidianamente da própria vida em favor de pessoas que, ao final, se mostraram ingratas e traidoras? 

Quando Deus é o alvo das nossas frustrações, por entendermos que Ele não agiu conosco como esperávamos, o que levou a um fracasso em um projeto de vida nosso, o qual Ele mesmo nos incentivou a assumir, não resta mais esperança. Questionamos Deus e a nós mesmos e, com isso, entramos em um estado de depressão e tristeza. Veja por exemplo Jó: ele não entendeu porque estava vivendo todo aquele infortúnio e, para piorar ainda as coisas, vieram seus amigos acusá-lo, dizendo que aquilo que ele vivia era por pecado dele. O que aconteceu com Jó acontece conosco também: nas piores lutas da nossa alma, surgem irmãos e amigos com afirmações destruidoras sobre nós: "você está vivendo isso porque está debaixo do juízo de Deus sobre sua vida", "você abandonou Deus", "você abandonou o ministério", "você traiu Jesus", "você foi infiel no ministério", "mundano, que não ora e não jejua", "a igreja não cresceu por sua causa", "carnal", "inapto para o Reino de Deus", "sem chamado", e assim vai. Como essas palavras nos atingem, no profundo de nossa alma! Como dói ouvir essas coisas depois de anos e anos servindo! E, com isso, nosso foco passa, indiretamente, a ser o Senhor! Quem nunca "responsabilizou Deus" pelo fracasso experimentado, por não ter impedido ou por não ter atuado em seu favor quando tudo ocorreu??   É como diz a primeira estrofe da música "O Sonho Acabou", do grupo Roupa Nova:

Se uma voz não responde
A quem jurou tanto amor
Quer dizer que está perto do fim
Por ser de vidro se quebrou
Se quem jurou hoje vivi disse lembrar
Que sonhou não quer ver
Que o sonho acabou é hora
De se acordar

Quando isso tudo acontece, só nos resta uma coisa: voltar para as nossas próprias vidas, carregando nossas mágoas e frustrações. Exatamente isso aconteceu com aqueles dois discípulos.  Aqueles dois discípulos eram como homens que sobreviveram a um terremoto; eles estavam atordoados e frustrados, e se puseram a caminhar em direção a uma aldeia chamada Emaús, bem distante de Jerusalém, o então lócus onde todas as coisas vieram a acontecer. Note que as “coisas que aconteceram” encheram suas mentes e conversas.

O caminho de Emaús é o caminho de todo aquele que está frustrado com Deus, que esperava uma coisa e aconteceu outra totalmente diferente!

Emaús ficava distante de Jerusalém 08 milhas (aprox. 13 Km). Os dois discípulos estavam indo de Jerusalém para Emaús, onde estiveram por ocasião da Páscoa dos judeus. Estavam agora retornando para suas casas, no domingo da ressurreição. Em Jerusalém, foram testemunhas oculares dos horrores da crucificação. Quando perguntados sobre o que conversavam, pararam entristecidos. No original grego, o sentido do vocábulo “entristecidos” é “melancólicos”, indicando o ar abatido de uma profunda tristeza, acompanhada de dor e desprazer. 

Por que? Diante de tudo o que viram e ouviram sobre Jesus, das profecias, eles esperavam outro desfecho da história: “E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.” (vv. 19-24) Noutras palavras, “críamos que esse homem é que traria a nossa solução!” Eles estavam esperando outra coisa, outro desfecho! O discurso aqui é de alguém que está decepcionado, frustrado, alguém que tinha esperança mas que perdeu! Quantas pessoas não dizem: “ahhh..., eu esperava que essa Igreja fosse solucionar o meu problema!” “eu esperava que tudo fosse terminar de outra forma!”! Assim, muitas pessoas estão frustradas com Jesus!

No episódio, os 2 discípulos não entenderam o plano de Deus para Israel e para Jesus. Apesar de conhecerem os acontecimentos, eles não entendiam a Palavra de Deus e nem o próprio Deus! O próprio Senhor se aproximou a ia com eles. Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer. Então o próprio Senhor "puxou conversa" com eles: Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos, e lhe responderam “Como assim? Você não sabe o que aconteceu?’ Eles não reconheceram Jesus, apesar de serem seus discípulos (um deles era Cléopas = tio do Senhor; Jo 19.25, cf. Hegesipo, pai da Igreja). As palavras são de espanto e impaciência! Por conta da frustração, não O reconheceram! Muitos crentes que dizem conhecê-Lo o tratariam como estranho se Ele lhes aparecesse fisicamente por conta de suas frustrações e desânimos! 

“O que aconteceu a Jesus...” (v. 19). Na concepção deles, Jesus apesar de poderoso em obras e palavras, diante de Deus e todo o povo, acabou morto. UMA TORRENTE DE LAMENTAÇÕES POR CAUSA DO DESAPONTAMENTO, DA EVAPORAÇÃO DA ESPERANÇA! Bastava aplicar a lógica: “Se o poder de Jesus, que se dizia o messias, não foi o suficiente para salvá-lo das mãos do homem, o que mais resta esperar?”

Aqui, vale a seguinte consideração: a nossa lógica é sempre inferior à lógica divina. Na lógica humana, Jesus fracassou; na divina, foi a morte de Jesus a forma com que Ele triunfou sobre Seus inimigos! (Is 55.8,9) Quem se baseia na lógica humana para entender os caminhos de Deus acabará inevitavelmente frustrado e sem esperança. Quiçá até distante de Deus, de volta para o mundo,  acusando-O por suas mazelas pessoais! 

Eles relataram que algumas das mulheres foram ao túmulo do Mestre “mas não o viram” (v. 23). Para eles, a história da ressurreição era apenas estória das mulheres histéricas num estado psicológico de cumprimento desejado, revertendo a angústia profunda pela criação imaginária de um estado de euforia. “Elas disseram isso, disseram aquilo, mas não vimos nada!” Eles tinham medo de crer novamente! Aqui, mais uma vez a nossa lógica atua, levando-nos à dúvida e à incerteza. Na dúvida, ninguém merece crédito, nem Deus! Como crer num Deus que não faz as coisas do jeito que eu espero? Assim, a fé e a alegria que muitas pessoas expressam não passam de um estado psicológico criado pela própria pessoa. Por isso mesmo, ela acabará se frustrando ao final. Note que Jesus os chamou de “néscios e tardios de coração”:  abundou a lógica, mas faltou a fé. Eu comparo a fé é a um motor de propulsão; com ele, avançamos, sem ele estacionamos. Vale dizer aqui que o justo, para Deus, não é aquele que é sábio ou lógico segundo o mundo. O justo para Deus é, e sempre será, aquele que crê! A fé é a vida do justo! (Hb 10.38) É no Evangelho que se descobre a justiça de Deus de fé em fé! E esta fé não vem por ver, mas por crer sem ver, apenas tendo ouvido (Rm 1.17; 10.17). 

Assim, o caminho de Emaús é o caminho da frustração e do desânimo, causados pela aplicação da lógica humana no Caminho de Deus. Muitos crentes estão à caminho de Emaús, com medo de confiarem novamente, sem entender os acontecimentos na esfera do plano e da soberania de Deus. É um caminho muito longo e doloroso de ser percorrido, onde ninguém pode nos socorrer e que ainda há muitos para aumentá-lo. Somente o Senhor pode nos tirar desse caminho, fazendo-nos voltar a Ele. Ele apareceu àqueles dois discípulos e, após tratar com eles, levou-os de volta... de volta a Jerusalém, de volta da esfera do desânimo à esfera da fé a partir do reconhecimento de Jesus ressurreto! Jesus explicou àqueles discípulos tudo o que Dele constava nas Escrituras, desde Moisés à Malaquias. Explicou qual era o plano de Deus para o Messias.  

Para entendermos o plano de Deus para nossas vidas, precisamos ler e entender a Palavra de Deus, com as devidas explicações do Espírito Santo. É Ele quem nos leva a toda Verdade, que nos aponta quem é Jesus, que nos conforta e nos enche de fé novamente! Essa ação é exclusivamente Dele em nós e por nós! Só Ele sabe como tocar a ferida mais profunda da nossa alma com amor, carinho e poder, restaurando-nos em Sua presença!  

Esse entendimento não é meramente mental, mas espiritual; não é acadêmico, mas envolve a fé. Não é leitura passiva, mas ativa, com reflexão espiritual e aplicação direta. Ele, o Senhor, é que ressalta as Escrituras aos nossos olhos, vivificando a letra e dela fazendo espírito e vida! Observe o impacto que isso gerou: as Escrituras, explicadas pelo Senhor Jesus, mudaram a atitude daqueles discípulos. Jesus, tratado até então com impaciência, fora convidado a entrar na casa com eles. Aqui não posso deixar de citar um antigo hino, chamado "Divino Companheiro":

Fica Senhor, já se faz tarde
Tens meu coração para pousar
Faz em mim morada permanente
Fica Senhor, fica Senhor, meu salvador!
 

O clamor deles era "Fica Senhor! Fica aqui, comigo! Fica aqui no meu coração, na minha vida! Não me deixes só no caminho, mas ajuda-me até chegar!" Um clamor que o Senhor deseja que façamos! Jesus jamais recusará um convite para entrar na casa de quem o convidar, nem na vida de quem decidir abrir o coração para Ele, por pior que esteja! 

Quando o Senhor Jesus entra na casa ou na vida de alguém, saiba: ELE CEARÁ COM O DONO DA CASA, E ESTE CEARÁ COM O PRÓPRIO SENHOR! (Ap 3.20) Esta realidade é tremenda! Ele partiu o pão com os discípulos, quando então aqueles discípulos finalmente reconheceram que era o Senhor com eles. É no partir do pão que reconhecemos Jesus não como um ícone religioso, mas como Deus conosco, como Emanuel. O texto de Lucas traz uma importantíssima revelação: que o coração daqueles dois discípulos ardia enquanto o Senhor lhes expunha o que Dele estava predito! O nosso coração precisa arder com as Escrituras expostas pelo Espírito Santo, para que possamos convidar Jesus para entrar, cear com Ele e sermos curados pelo Senhor. Nessa hora é deixamos o emocionalismo humano dos cultos pomposos e cheios de brilho e passamos a ter a nossa fé verdadeiramente avivada. AVIVAMENTO DA FÉ SÓ VEM PELA PARTICIPAÇÃO NA PALAVRA E NA COMUNHÃO! Não por ostentação, por psicologia, por auto-ajuda dos pastores "coach" modernos.

Avivados pelo Senhor, retornaram naquele mesma hora para Jerusalém, a fim de relatarem a sua experiência.  De frustrados, deprimidos e desconsolados tornaram-se testemunhas da ressurreição de Jesus! Eles não foram repetir um credo. Não estavam seguindo a tradição judaica, ou católica, ou protestante. Não era um discurso, era o relato de uma experiência real com o Cristo ressurreto! É JUSTAMENTE ISSO QUE FALTA AO CRISTIANISMO MODERNO! Falta tremendamente uma experiência real com o Senhor!

Concluindo, o retorno a Jerusalém é o retorno à plena convicção, à inteira certeza de fé acerca da Vitória do Cordeiro! É experimentar o arder do coração pela presença do Senhor Jesus, é testemunhar Sua Vitória na Cruz. É receber de Deus a fé viva e real, de forma a viver na esfera da fé, servindo ao Senhor de acordo com o plano de Deus para sua vida e preparando-se para o regresso do Mestre!

Você está no caminho de Emaús, triste e frustrado? Está com o coração cheio de pesar e dor, por algo não ter saído como você planejou? Chutou o balde? A frustração e decepção podem ser tão intensas que passamos a ter idéias e pensamentos suicidas. Cogitamos acabar com a dor de nossa alma tirando a nossa própria vida. Você, querido(a), não está lendo esse texto por acaso: o plano de Deus é fazer arder o seu coração também! Ele está presente contigo, eu creio nisso, falando ao seu coração "eu te amo, não me esqueci de você! A sua dor eu quero curar e te encher de fé e alegria no Espírito Santo! O sonho não acabou, pois Eu, o Senhor, renovo sua esperança e fé! Sou eu que faço coisa nova; que faço caminho e rios na terra seca, nesse deserto que você está agora! Hoje dou um basta em tua frustração. Chega de ficar se lembrando das coisas passadas! Receba a minha presença, pelo Meu Espírito, em Seu coração nessa hora!".    

O que você deve fazer então, querido(a)? Abra a porta para Ele entrar. É simples. Permita-O entrar novamente na sua vida, nos seus sonhos e projetos, na sua família, no seu ministério! Ele mesmo diz que ceará com quem assim o fizer, ou seja estará em comunhão com essa pessoa! Daí você será cheio novamente e retornará ao plano de Deus para você, como testemunha da ressurreição do Senhor manifesta pelo poder de Deus na sua vida, para o centro de fé, numa nova perspectiva no Senhor!

Que Deus o abençoe! Graça, misericórdia e paz te sejam multiplicadas!

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Sermão dominical ministrado dia 22/09/2013.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

CASAMENTO: HOMEM E SUA MULHER CONFORME A VONTADE DE DEUS



Efs 5:22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;
Efs 5:23  porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.
Efs 5:24  Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
Efs 5:25  Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
Efs 5:26  para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,
Efs 5:27  para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.
Efs 5:28  Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama.
Efs 5:29  Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;
Efs 5:30  porque somos membros do seu corpo.
Efs 5:31  Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.
Efs 5:32  Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.
Efs 5:33  Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido. 

Muito tem sido falado sobre o casamento. As redes sociais "bombam" com conselhos para um bom casamento; no entanto, percebe-se que há uma mistura de opiniões e verdades pessoais, que muitas vezes se aplicam apenas àquele que aconselha. Além disso, há muita influência do movimento feminista, trazendo ainda mais tensão ao relacionamento entre esposo e esposa.  As "ênfases palpiteiras" sobre o papel de homens e mulheres dentro do relacionamento matrimonial, além de nada contribuírem para a qualidade de vida de ambos, vem produzindo um exército de pessoas frustradas, feridas e mal amadas. 

Por outro lado, infelizmente, há uma "pandemia" de abusos por parte de um dos conjugues - comumente pelo esposo contra sua esposa. Aponta-se que 1/4 das mulheres brasileiras sofrem violência doméstica: abuso emocional, físico, estupro marital e vários outros absurdos. 

Qual seria a solução? A psicologia não tem a resposta. O direito civil e a  criminalística também não. Os movimentos feminista e machista também não possuem a resposta ao problema. Na verdade, nenhuma iniciativa ou ação humana, centrada em princípios, valores, leis e regulamentos terrenos, terão qualquer impacto para a solução desse grave problema. O único que pode responder, definitivamente, os anseios e expectativas pessoais para um casamento feliz é o Senhor Deus. Deus, na condição de Criador do conceito e realidade da família humana é o Único que tem a resposta maior para os dramas familiares, para o relacionamento entre homem e mulher, o qual se revela cada vez mais confuso e conturbado. Em Sua eterna Palavra, a Bíblia, Ele "declarou ao homem o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Mq 6.8), em todos os assuntos, incluindo o casamento. É de uma tremenda obviedade dizer que para conhecer os princípios divinos declarados para o casamento segundo a vontade de Deus é preciso ler a Bíblia e interpretá-la corretamente, identificando e extraindo dela esses princípios.  

Nota 1: Há uma imensa ignorância quanto a forma de interpretar as Escrituras - e isso em todos os assuntos. Inúmeros intérpretes adicionam, sem nenhum tipo de constrangimento ou temor, suas opiniões e verdades pessoais à interpretação, buscando fazer com que a Bíblia concorde com suas teses esdrúxulas. Como bem disse Jesus, o Senhor, com essa atitude essas pessoas estão "invalidando assim a palavra de Deus (Mc 7.13)." A Bíblia King James Atualizada, nesse texto do Evangelho de Marcos, afirma que essas pessoas estão "anulando a eficácia da Palavra de Deus".  Vale dizer que aqueles que assim procedem estão prestando um verdadeiro desserviço à causa do Evangelho. Eles jamais poderão ver a luz (Is 8.20). 

A primeira coisa que é preciso entender é que, segundo Deus, a família, iniciada por meio do casamento, é a primeira instituição estabelecida por Deus – heterossexual, monogâmico e indissolúvel. Deus instituiu a família para a realização de seu plano na humanidade, segundo seu propósito eterno. O desejo de Deus é abençoar a todas as famílias da terra mediante Jesus Cristo (At 3.25-26), e fazer a todos os homens membros de sua família eterna. Seu propósito é redimir e adotar como filho seu a cada ser humano. A família existe em função do propósito eterno de Deus. Ou seja, o propósito do casamento é a constituição da família! Logo, quem busca o casamento, deve ter isso na mente e no coração: "vou casar com A ou com B porque eu quero constituir com ele(a) uma nova família"!

Deus não estabeleceu a família para que ela fosse um nicho de conflitos, de desentendimentos, de violência física e verbal, mas um local de relacionamento íntimo entre homem e mulher, com seus filhos, refletindo continuamente a Sua imagem.  O Livro de Gênesis declara que "criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1.27). Acrescenta ainda que "Deus os abençoou" e lhes determinou que fosse fecundos, se multiplicando e dominando sobre o restante da criação (Gn 1.28). Nesse ponto, aprendemos que a família, instituída por Deus, é lugar de bênção, de harmonia e paz, de realizações em conjunto! Todos que compõem uma família - homem, mulher e filhos - tem de Deus a orientação de, juntos, trabalharem em prol do seu autodesenvolvimento emocional, profissional e social, contribuindo desse modo para que a Terra seja um lugar de paz e harmonia também! 

Portanto, uma família não deve ser um nicho de conflitos e guerras entre seus membros; não é esse o padrão de Deus.  Nesse sentido, devem ponderar homem e mulher se o casamento possibilitará esse autodesenvolvimento ou não, antes de se casarem. Haverá paz nesse futuro lar? Haverá harmonia? Comunhão? Entendimento mútuo? Perdão? Cada parte JAMAIS tomará qualquer atitude que ameace, ainda que de forma mínima, a aliança entre eles, ponderando sempre no que é melhor para o outro? Note: família não é lugar de individualismo, de egoísmo e de egocentrismo. Numa família eu não olho para mim - meus propósitos, meus anseios, meus sonhos, minhas vontades, etc. e, perdoe-me a expressão, que se dane o outro. Não! Família não é lugar do "eu e meu", mas sim do "nós e nosso", ao ponto de, se necessário, sacrificar projetos e anseios pessoais em prol da outro e da família! É lugar de entrega pelo outro!

O relacionamento entre homem, mulher e filhos deve estar baseado no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo - "à Sua imagem, conforme a Sua semelhança". Pai, Filho e Espírito Santo vivem continuamente em comunhão entre Si; nenhum deles faz qualquer coisa de forma independente! Quem crê que Deus é amor e que Ele é Pai, Filho e Espírito Santo tem que ver na família o arquétipo desse mistério eterno, sem a qual os homens, feitos à imagem e semelhança de Deus se tornam falsos deuses dês-relacionados e perversos.   

Mais uma vez, observe: a família começa no casamento e o casamento deve ser tal que a "com-vivência" seja vida em comum, não apenas no repartir o pão e a cama, mas principalmente o coração. O coração – e não a casa – é grande centro da vida na família. Nesse sentido, o coração pode assumir duas formas: (a) ele pode ser sensível aos anseios e ansiedades de quem amamos, fazendo com que a vida de um seja viver pelo outro ou (b) ele pode ser duro como uma pedra, esmagando insensivelmente toda vida, com seus sonhos e projetos conjuntos, que possa existir ou que tenha existido um dia (veja mais em: E EU VOS DECLARO...UMA SÓ CARNE! ). 

O Apóstolo Paulo trata justamente do coração de cada parte envolvida naquilo que é ou pode vir a ser mais do que um conjunto de desajustados vivendo debaixo de um mesmo teto, mas antes UMA FAMÍLIA DE VERDADE. Ele começa aconselhando a mulher para que ela seja para seu esposo mais do que uma mulher: SEJA PARA O SEU MARIDO UMA ESPOSA! Ser mulher é fácil, pois a mulher já nasceu com tudo o que precisa para ser mulher. A questão é ser esposa! Esposa é mais do que mulher: ela é companheira, ela é ajudadora idônea. ALGUÉM QUE CORRESPONDA.

Isso precisa ser bem esclarecido: o que é ser uma ajudadora idônea? É ser inferior? DE MODO ALGUM! Não há ajuda (emocional, física, sentimental, profissional, etc.) ou companheirismo quando há uma relação de inferioridade entre homem e mulher; ao contrário, há opressão! Uma ajudadora idônea é alguém que esteja ao nosso lado, e este alguém deve ser conveniente, adequado, apropriado para certas funções. Alguém capaz de ajudar-lhe ética e moralmente, uma companhia, ou seja, alguém com quem possa compartilhar sentimentos, emoções, preocupações, etc., alguém a sua imagem como que num espelho, o equivalente, a parte correspondente, que está diante, que possibilita uma relação mútua, que possibilita diálogo, que é capaz de construir uma vida em conjunto. Alguém que mesmo sendo distinto, ajusta-se perfeitamente. Esse conceito encaixa-se perfeitamente no conselho de Paulo: as esposas serem submissas aos seus maridos: esta submissão não é uma "sub-missão", uma missão inferior. Submissão vem do grego hipotasso, que significa “disposição para aceitar um estado de dependência; docilidade; ato ou efeito de submeter-se a uma autoridade”. Esse termo bíblico é composto por duas palavras, hipo (“debaixo”) e tasso (“acordo”), o termo significa literalmente "estar debaixo de um acordo", ou estar de acordo com, dando idéia de algo voluntário. A submissão da esposa implica uma atitude de humildade e de unidade com o marido. A mulher deve se sujeitar a seu marido, fazendo-se um com ele, sentindo o mesmo, tendo o mesmo propósito, o mesmo objetivo. Como a mulher deve submeter-se? Como ela faz para com o Senhor! Ou seja, submissão em amor! (veja mais em: A BÍBLIA PRECISA SER ATUALIZADA? UMA ANÁLISE REVISTA E CORRIGIDA DO ANTIGO DISCURSO ). A submissão da esposa ao esposo denota uma relação onde não há "eu mando e você obedece", mas sim uma relação onde "eu não sou o(a) dono(a) da verdade, assim o que é melhor para nós dois" "O que devemos fazer nesse caso"? Novamente, isso exclui toda soberba e todo individualismo,  egoísmo e de egocentrismo, uma vez que eu reconheço que o outro tem plenas condições de entender e ajudar a construir a solução mútua! A sujeição faz com que dois sejam um, sentindo o mesmo, tendo o mesmo propósito, enriquecendo um ao outro e a sua sua família espiritual, moral e culturalmente.  Afinal, como disse Adão, a mulher é "carne da minha carne, ossos dos meus ossos" e, portanto, não deve ser menosprezada ou inferiorizada! Para o esposo, humanamente falando, do ponto de vista terreno, a sua esposa deve ser a mais importante pessoa da Terra! A esposa está para seu marido como a Igreja está para Cristo. Assim como a Igreja se faz uma com Cristo, assim a esposa se faz uma com seu marido!

Portanto, para ser esposa, segundo o padrão bíblico, a mulher deve fazer algo que é muito difícil para ela: se sujeitar ao seu esposo. Assim, querida, se você é individualista, egocêntrica, egoísta, dona da verdade e cheia de razões, etc., meu conselho é NÃO CASE! Viva a sua vida!

Depois de se dirigir às mulheres para que sejam esposas, Paulo segue a exortação aos maridos, para que sejam esposos! Para ser homem basta nascer, para ser marido basta estar casado, é moleza! Mandão, grosso, insensível, vive para ser servido a tempo e hora... isso é parte da natureza humana sem Deus e traz grande estrago dentro do casamento. Mas ser esposo, companheiro da esposa, é preciso algo que os homens têm grande dificuldade de fazer: AMAR SUAS ESPOSAS! Amar aqui não é sinônimo de sexo, ainda que isso tenha o seu lugar no casamento. Também não é sinônimo de presentinhos ou jantares ou passeios. Tudo isso tem o seu lugar. Amar aqui é algo superior mas que precisa ser feito: É DOAR-SE! Note: “maridos amai vossas mulheres como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela (vv. 25). O amor de Cristo por sua Igreja levou-o a se entregar por ela; Ele morreu na cruz por Sua Igreja, sem pensar duas vezes! O verdadeiro amor é serviçal, se entrega, se nega a si mesmo e se sacrifica pelo bem da pessoa amada. O amor é sincero, puro e constante, apesar das eventuais falhas da esposa!

O esposo cristão é o primeiro a servir, em esforçar-se e dar sua vida para o bem de sua esposa. O que precisa ser doado? A própria vida! Os interesses da esposa e seu bem-estar, sua realização pessoal, sua segurança, sua saúde emocional, sexual e física predominam sobre os interesses individuais; a necessidade da esposa predomina sobre a necessidade do esposo - SEMPRE! Logo, o esposo cristão é amável, carinhoso, delicado e bondoso. Nas palavras e na conduta do marido deve manifestar-se o amor de Cristo e suas virtudes de caráter pela sua esposa, ao ponto de abrir mão de si mesmo por ela! Ela é SEMPRE a prioridade, não você!

Paulo diz o cuidado e a proteção pela esposa deve ser a práxis dos maridos: “Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja” (vv.29)Do mesmo modo que cada um atende e cuida de seu corpo, o marido deve atender e cuidar de sua esposa, pois é um só corpo com ela. Deve prover para suas necessidades materiais, físicas, emocionais e espirituais. Lembre-se: A maior necessidade existencial da esposa é sentir-se amada, honrada e protegida por um marido que a ama em verdade (na prática do dia-a-dia)! O marido, portanto, não pode ser um animal dentro de casa, impaciente, um estúpido e grosseiro sem amor ou compaixão. Se você, querido(a), é sem paciência, só pensa em si mesmo e tem na mulher um simples objeto para satisfazer suas necessidades sexuais, meu conselho é NÃO CASE! Vá viver sua vida e não perturbe a vida dos outros!

Qual é o alvo do esposo relativamente à sua esposa? Apresentá-la a si mesmo como Cristo fez com a Igreja: “Para a apresentar a si mesmo “esposa” gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (vv. 27, modificado) Esposa gloriosa (gr. endoxos): esposa cheia de glória, plena, honrada, esplêndida, admirável e brilhante! Essa é a razão maior do marido ser esposo, amando sacrificialmente sua esposa: ela deve ser cheia de glória! Nesse sentido, é muito muito interessante perceber que a submissão da esposa ao esposo e o amor do esposo pela esposa tem como objetivo final a glorificação da esposa (tanto humano quanto espiritual). Uma esposa oprimida e humilhada, que sofre com todo tipo de abuso dentro do casamento jamais poderá ser auto-apresentada por seu marido como esposa gloriosa, muito pelo contrário.  Quem não ama sua esposa, jamais poderá apresentá-la como esposa; jamais poderá ser bênção para ela. Ela será sempre considerada por você como a pária, a problemática, incapaz, etc.. Quem é incapaz de amar a esse nível, não deve jamais se envolver com casamento.

Por fim, estejamos seguros: Haverá falhas e defeitos de ambos os lados, no estado atual da natureza humana, mas isso não altera a relação do casamento. Todos os deveres do casamento estão incluídos na união e no amor. E enquanto adoramos e nos regozijamos no amor condescendente de Cristo, que maridos e esposas aprendam assim seus deveres um para com o outro. Assim, os piores males serão evitados e muitos efeitos dolorosos desses males serão também evitados.

Pense nisso!

Graça e paz!

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Sermão dominical, ministrado pelo autor no dia 12/02/2012.