Quando alguém está faltando, alguém está ausente
As coisas não estão bem agora
E elas não estarão até que Você volte".
(Mourning For the Bridgegroom, Jon Thurlow)
"Pare o mundo, que eu quero descer!" Muito provavelmente você já ouviu essa expressão. Ela já foi usada em composições musicais e é frequentemente usada como interjeição nesses últimos tempos, denotando uma insatisfação com a situação vigente, tida como sem solução. Não se trata de uma insatisfação por capricho, por não ter as vontades pessoais atendidas; antes, por não ver no horizonte o fim de uma crise ou mesmo de uma mudança de realidade. Se eu e você paramos um pouco a correria do nosso dia-a-dia e refletirmos sobre tudo que está acontecendo no mundo e ao nosso redor, vamos chegar a conclusão de que cada vez mais a situação é sem solução a curto prazo.
Comecemos pela conjuntura mundial. Esses últimos anos foram - e estão sendo - marcados por um mundo cada vez mais doente em todos os sentidos. Só para ilustrar, temos até agora 633 milhões de mortos por Covid-19. Só no Brasil já são mais de 600 mil. As vacinas trouxeram um certo alívio, mas o fato é que esses números continuam crescendo, sem nenhuma perspectiva de recrudescimento. Aqueles que salvaram-se dessa pandemia por coronavírus ficaram com sequelas seríssimas, quer físicas (como fibrose nos pulmões e rins, doenças cardiológicas, etc.) quer neurológicas (depressão, ansiedade, insônia, névoa mental, etc.). Até hoje não compreendemos exatamente como esse vírus age no organismo humano. E, como se não fosse já tudo muito ruim, nos vemos diante de uma nova doença, crescente, virológica, chamada de varíola dos macacos (monkeypox), com casos crescentes. Precisamos seriamente considerar que haverá muito mais mortes e muitas outras doenças que se ainda virão a se manifestar, que são ainda do nosso desconhecimento às quais nunca entramos em contato e, portanto, para as quais não temos imunidade biológica. Muitos outros milhões de pessoas hão de perder suas vidas por conta dessas outras enfermidades.
Esse cenário mundial de aumento de doenças e de mortes é ainda agravado pela crueldade humana, que faz com que haja distribuição desigual de renda, de alimento, de sistema de saúde e de educação em vários países, em especial os subdesenvolvidos. Aqui figuram os países africanos, mergulhados num mar de gravíssimos problemas que foram e ainda são causados, dentre outros, pela cobiça desenfreada e pela exploração predatória dos países desenvolvidos. Muitos desses países africanos foram colônias de exploração de riquezas e de fonte de escravos por países como os Estados Unidos, Inglaterra, França e os países ibéricos (Espanha e Portugal), que se tornaram prósperos e ricos às custas do empobrecimento daqueles, que foram deixados sem as mínimas condições de sobrevivência. Isso é um fato histórico que não pode ser apagado. Milhares de pessoas morrem todos os anos na África, quer terríveis por doenças terríveis (como malária, tuberculose e HIV/AIDS), quer pela miséria. E como estamos todos ligados, morando num só planeta, o que acontecer na África afetará todos os países mundiais, incapazes de fornecer ajuda eficaz por conta do seu grande egoísmo e maldade (ajuda "não cosmética" ou "para inglês ver"). E, desde já, registro aqui que o Brasil tem sua quota no problema gerado e também a terá na colheita dos frutos que virão de sua "semeadura".
Como se já não bastasse, infelizmente precisamos citar essa guerra ignóbil entre Rússia e Ucrânia. Não há eufemismos aqui: trata-se de uma guerra sem pé nem cabeça promovida por governantes sem cabeça e nem pé. A Rússia está simplesmente destruindo um país, causando milhões de mortes, com uma justificativa tão estapafúrdia que nem o menos escolarizado dentre nós pode aceitar. O que, eu pergunto, todas aqueles ucranianos tem a ver com a maluquice de Putin?!? Porque devem elas pagarem com suas vidas pela ignorância e estupidez desse líder mundial?!? Mas não é só a Rússia que tem sua culpa nesse processo, ainda que talvez seja ela a principal culpada. Os países da Otan e, muito provavelmente a própria Ucrânia tem sua responsabilidade nisso. Isso sem falar nos demais países que aprovam essa crueldade sem limites. O pior de tudo é que esse conflito pode assumir escala mundial. Talvez estejamos diante da preparação para uma 3a. Guerra Mundial, a qual será travada nas raias da extrema violência e malignidade, promovidas pela riqueza acumulada às custas da exploração econômico-financeira, da opressão econômica e social dos mais pobres e sofridos de cada nação envolvida.
Não paramos por aí. Temos no mundo inteiro uma verdade epidemia de violência crescente. Só para ilustrar, a violência contra as mulheres é cada vez maior, a despeito de políticas e ações que vem sendo tomadas para coibir tal coisa. Segundo reportagem da Revista Exame, a Índia está no 1º lugar dos casos de estupro contra mulheres. No mundo todo, segundo a reportagem, "uma a cada três delas é uma vítima de violência física ou sexual e ao menos 750 milhões de meninas se casaram antes de completar 18 anos de idade" (fonte: https://exame.com/mundo/estes-sao-os-piores-paises-do-mundo-para-mulheres/). No Brasil foram 66 mil vítimas de estupro no Brasil em 2018 e o número não para de crescer. Segundo o G1, "o Brasil teve em média 1 mulher estuprada a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas em 2021" (fonte: https://g1.globo.com/dia-das-mulheres/noticia/2022/03/07/brasil-teve-um-estupro-a-cada-10-minutos-e-um-feminicidio-a-cada-7-horas-em-2021.ghtml). Já segundo a UFRGS, "85% das vítimas no Brasil são mulheres e 70% dos casos envolvem crianças ou vulneráveis" (fonte: https://www.ufrgs.br/humanista/2020/12/17/cultura-do-estupro-85-das-vitimas-no-brasil-sao-mulheres-e-70-dos-casos-envolvem-criancas-ou-vulneraveis/). Uma imensa crueldade, que tem trazido consequências pscicológicas e emocionais que perdurarão por toda a vida das vítimas, como imensos complexos de culpa e de vergonha. Muitas experimentam isso ao longo de anos a fio de silêncio, por não encontrarem um ambiente ou contexto seguro para se manifestarem abertamente e por não acreditarem, com razão, em uma justiça para elas.
NOTA: Veja,
por exemplo, a violência que foi feita à menina que engravidou após ter
sido abusada, violência esta registrada em redes sociais para quem
quiser ver, de apenas 11 anos de idade: uma imensa quantidade de pessoas
simplesmente julgou-a e condenou-a por, inclusive, não querer
prosseguir com a gravidez! E por que? Porque são contra o aborto! Mas
estamos falando de uma criança de 11 anos de idade... 11 anos... qual é o
nosso direito de julgar sua decisão de interromper essa gravidez???
Há muitos e muitos outras malignidades no mundo atual, mesmo no meio religioso. Já escutei um sem número de testemunhos de ex-membros de denominações evangélicas sobre a imensa dor e desapontamento por conta de abusos cometidos contra elas em suas antigas igrejas. Desde violência verbal, culpabilização, opressão, exploração..., isso sem falar em outras formas de violência (como a sexual). Aliás, tem ficado cada vez mais "as claras", ao menos no Brasil, nos últimos anos. Eu mesmo fui vítima de abuso psicológico e opressão em minha antiga denominação, só percebendo isso muito tempo depois de lá sair com as emoções totalmente destroçadas! Assim como eu há várias outras pessoas, um verdadeiro exército de "ex-membros", cruel e erroneamente taxados como "desviados".
NOTA: Somos desviados? Desviados do fanatismo religioso, desviados da hipocrisia, da religiosidade, da opressão religiosa. Nosso alvo é Cristo. De Deus, nós não nos desviamos. Esse desvio não tem como acontecer. Não é amor ao mundo, mas amor a Cristo, a família e a si mesmo que motivou essa ação. Não é desvio, mas sim saúde mental, emocional e espiritual, porque a paranoia religiosa anda sem limites há muito tempo. Isso sem falar da promiscuidade da religião com política, algo tão antigo como nos tempos de Israel.
Isso sem falar em divórcios e mais divórcios, em assassinatos e desconsideração com a vida do próximo, com a destruição ambiental (que começa em casa - padrões insustentáveis de consumo, por exemplo), com os malignos "ismos" de nosso tempo - filosofias malignas transvestidas de luz (como por exemplo o feminismo, o comunismo, o liberalismo, o moralismo hipócrita, dentre outros), a psicologia e o conhecimento sendo usados para a maldade, a ênfase no sexo e na promiscuidade ("Todo mundo transar com todo mundo")
Será que haverá melhoria desse tão cruel cenário? As coisas vão melhorar? Eu digo que não. Na verdade, a própria Bíblia nos mostra que essas coisas vão se agravar muito mais. Mas, por que razão? Aqui, poderíamos explicar por diversos conceitos escatológicos (ligados às interpretações sobre o fim dos tempos, que a Bíblia menciona cem muitos livros). No entanto, tem um ponto que a meu ver está acima desses conceitos teológicos. A causa de tudo o que vemos hoje, bem como do inevitável agravamento dessa realidade, está no simples fato que todos nós estamos invariavelmente separados de Deus. Somente na presença de Deus é que temos a vida transformada e a santidade, manifesta na forma de viver, assegurada. Somente Nele podemos amar o próximo como a nós mesmos. Somente junto a Ele o nosso corpo mortal pode ser protegido de qualquer doença e enfermidade. Como andar na luz sem ter comunhão com a luz, que é Cristo? Como ser cristão sem Jesus? Como ser salvo sem o Senhor? Hoje as pessoas estão querendo viver suas vidas em bonança sem Aquele que é o Único que pode acalmar a tempestade. Querem seguir sua religião autoproclamada cristã sem a menor comunhão com o próprio Cristo! Querem exigir coisas de Deus, mas nem sequer tocar com o dedo mínimo naquilo que Deus pede delas!
Digo com toda autoridade bíblica: o deus dos religiosos não é Jesus! O deus dos religiosos é o seu próprio ventre ou, noutras palavras, eles mesmos! Servem não a Deus, mas aos seus próprios desejos e caprichos. Eles até fazem uso do nome do Senhor, mas para sua própria condenação, usando esse Nome em vão e assim trazendo blasfêmia ao Senhor. Amam os primeiros lugares, amam serem honrados e idolatrados, amam posições e títulos, amam a si mesmos. Usam a Bíblia, teorizam sobre ela e seus ensinos, teologizam a três por dois e com base nisso aplicam julgamentos e condenações às pessoas, mas não entendem bulufas dela na prática. Sabe por que tudo isso? Porque querem insistentemente em fazer tudo sem o Senhor! Não entenderam até hoje que sem Jesus nada podemos fazer, nem mesmo segui-Lo de forma fiel e idônea. Vi essa realidade com muita, mas muita frequência numa igreja que pastoreei e vejo-na também, todo dia, na vida de muitas e muitas pessoas.
É preciso que entendamos de uma vez por todas que fazer parte ou não de uma igreja, de um ministério, exercer esse ou aquele cargo, ter esse ou aquele título, fazer isso ou aquilo é NADA e serve para NADA sem termos o Senhor Jesus conosco (esse é o nome que Ele foi chamado, Emanuel). Nem mesmo pregação da Palavra, ensino bíblico, oração, ministrar louvor... NADA! Sem Ele, TUDO - e eu digo TUDO absolutamente PERDE O PROPÓSITO. Tudo torna-se mera performance PIV (Para Inglês Ver), ou como diz o ditado popular "conversa mole para boi dormir". Nas palavras de Salomão em Eclesiastes, não passam de mera vaidade, futilidade religiosa. Sem o Senhor Jesus, nem mesmo nossas atividades ditas "seculares", como o casamento, se sustentam ou seguem conforme deve ser: com amor sacrificial. O egoísmo sempre vencerá o amor em qualquer coisa que façamos ou sejamos, seja ela religiosa, se o Senhor Jesus não estiver presente!
Pense nisso!
Graça, misericórdia e paz sejam-lhe multiplicadas!