Amados leitores e seguidores do blog 
"Ad Argumentandum Tantum", segue abaixo a publicação do artigo intitulado 
"DEIXEI O MEU MINISTÉRIO", elaborado pelo Pr. Wagner Antonio de Araújo, da Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil. Publicado aqui sob autorização do autor.
Trata-se de um artigo muito interessante e atual, sendo muito útil para edificação da nossa fé em Cristo. Eu sou testemunha ocular de que infelizmente há muita gente que age conforme o artigo relata. Em nosso ministério já sofremos muito com esse tipo de coisa: você acolhe a pessoa, geralmente cheia de problemas e dramas; cuida dela, aconselha, visita, ora, ensina, ama, suporta;  treina, dá seminário a custo irrisório; reconhece o dom da pessoa e coloca-a em posição de liderança ou de destaque. Daqui mais um pouco, a pessoa 
"surta" e rompe com você, abandonando-o e a Igreja e vai para outro lugar. Ainda diz para você sem o menor temor: 
"Há um monte de Igrejas boas, não é só essa aqui não!" Para um pastor, é uma verdadeira punhalada quando isso acontece, quando apesar das 
"juras de amor e fidelidade", o crente(?) age como se você, a Igreja e, pior, Deus não significassem coisa alguma.
Tenho amigos pastores que têm relato semelhante ou até pior do que o meu. Colegas que abriram até suas casas, que acolheram essas pessoas em suas residências e que quando menos esperaram foram traídas, 
"esfaqueadas pelas costas", pelas mesmas.. Sem medo nenhum de errar, afirmo que essas pessoas não tem a menor noção do que é ser cristão, do que é Bíblia ou do que é Igreja; não conhecem a Deus, ainda que o professem com seus lábios. São fariseus modernos, hipócritas, que fingem na sua frente amá-lo mas por detrás, no íntimo do coração, não lhe suporta! Como diz Paulo a Timóteo, são 
"amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela" (II Tm 3.2-5). Homens dos últimos dias! (veja o artigo: "O CARÁTER DOS HOMENS EM DIAS TRABALHOSOS", em http://www.apenas-para-argumentar.blogspot.com.br/2010/08/o-carater-dos-homens-em-dias.html)
Assim, leiam o artigo e meditem no mesmo. Desejando comentar, fiquem à vontade para fazê-lo.
Boa leitura! 
Pr. Ricardo Kropf.
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- "Por que você 
saiu?"
- "Porque Deus 
mandou!"
Essa frase é corrosiva 
para o meu coração. Em nome de Deus obreiros de várias ramificações nas igrejas 
ou crentes de várias congregações tomam decisões absurdas, impensadas, puramente 
emocionais, e, depois, colocam a fatura para Deus 
pagar:
- "Não pensei que iria 
ser assim!"
- "Deus está mostrando 
que o meu tempo aqui terminou!"
- "Oh, Deus, por que 
fizeste isso comigo?"
Carlos era membro da 
igreja. Sua participação era muito importante. A igreja era pequena mas muito 
unida. Cada pessoa era importante, cada oferta necessária. Havia espaço para 
trabalhar nos dons que Deus lhe concedera. Tinha esposa e 3 filhos. Um dia a 
igreja precisou reformar o templo e abrigaram-se num local de pouco espaço. 
Carlos não pensou duas vezes: disse que Deus estava falando ao seu coração para 
ir congregar noutra igreja, onde havia melhores condições para os seus filhos. 
Era uma época de extrema necessidade na igreja, mas Carlos não considerou nada 
disso. Saíram, abandonando-a. Nem carta de transferência solcitaram. Passaram-se 
2 anos. Carlos não congrega mais. Disse que Deus mostrou não ser a outra igreja 
muito boa e agora estão "ciscando" aqui e ali, sem eira nem beira. E a vida 
financeira? Bem, essa seguiu o mesmo rumo: sem 
definição.
Astolfo era um 
músico no Rio Grande do Sul. Estava terminando seus estudos e foi encontrado por 
uma igreja do Mato Grosso. De formando em música sacra foi consagrado como 
Ministro de Música. Sua vida financeira deu uma guinada. Não que a igreja lhe 
desse riquezas; é que ele tinha tão pouco e agora via supridas todas as suas 
mais urgentes necessidades. Rapaz competente, Astolfo edificou um belíssimo 
ministério, dando sequência ao trabalho de ministros de música anteriores. Foi 
projetado nacionalmente. Um dia, sem nenhum constrangimento, Astolfo procura a 
diretoria e diz que está de saída. Perplexos, os irmãos querem saber o que 
houve. "Foi a vontade de Deus". O pastor pergunta: "Astolfo, Deus lhe chamou? 
Por que Ele não nos avisou? Quando fomos lhe buscar no Rio Grande Ele nos 
mostrou que era da vontade dEle a sua vinda. Como pode ser isso?" Astolfo não 
quis saber. Atendera ao convite do pastor de outra igreja (convite feito sem que 
o pastor atual soubesse) e foi embora. O tempo passou. Hoje Astolfo 
trabalha numa escola; é supervisor de pessoal. O ministério? Deu em nada; Talvez 
Deus não tenha dado sequência às orientações parciais que dera no 
início...
Um velho pastor 
capixaba desejava de toda maneira voltar ao ministério pastoral. Foi no norte do 
Paraná que encontrou uma pequena congregação. À princípio a igreja não queria 
nenhum pastor, pois sofrera com os cinco últimos. Mas, por causa de indicações 
preciosas, resolveram aceitar o capixaba. Ele era carismático e em pouco tempo 
conquistou todo o povo. Implantou séries de pregações bíblicas e fez boas 
visitas. Então, próximo à apresentação da Cantata de Páscoa, o pastor capixaba 
veio à diretoria com uma carta de exoneração. Disse que seu filho iria morar e 
estudar no Espírito Santo e que tinha que ir com ele. Detalhe: o filho tinha 45 
anos. A igreja, revoltada, perguntou ao pastor desde quando ele sabia que isso 
poderia acontecer. A resposta não poderia ser mais desanimadora: "Eu já vim 
sabendo disso. Só esperava a confirmação. Como não queria ficar parado, decidi 
encarar o ministério. Mas já que em cinco meses ele conseguiu o necessário, não 
tenho mais o que fazer por aqui. Abraços e passar bem". Para a igreja, mais um 
elemento "non grato": sexto pastor a decepcionar o 
rebanho...
Que tristeza! Tudo o 
que eu escrevi é verdadeiro, apenas troquei nomes, localidades, tempos ou 
citações. Essas coisas infelizmente acontecem. Elas denigrem o bom nome de Deus! 
E por que?
1) Deus não é Deus de 
confusão. "Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as 
igrejas dos santos" (1Co 14:33). Deus não causa conflito de decisões, não 
veste um santo para desvestir outro, não cava uma cova para quem vai e outra 
para quem fica. A vontade de Deus não causa rancor ou priva uns para suprir os 
outros. Quando é Deus quem fala, ambos ficam felizes e ambos compreendem ser a 
melhor decisão a ser tomada. 
2) Deus não é Deus de 
sim e não, volúvel, volátil, que não planeja."Antes, como Deus é fiel, a 
nossa palavra para convosco não foi sim e não." (2Co 1:18). O Senhor não 
confirma a Sua vontade com sinais, com evidências, com paz no meio da igreja, 
com fatos inequívocos e, quando tudo se estabelece, manda derrubar tudo e 
construir de novo. Isso seria loucura. Deus não é louco. Deus não permite um 
longo processo de esclarecimento para depois, com a obra inconclusa, estragar 
tudo e deixar uma comunidade ou um obreiro lesado. Isso não é atitude de um Deus 
sábio ou organizado.
3) Deus não usa pessoas 
ou igrejas como trampolim para outras vitórias ou ministérios. Uma igreja ou um 
ministério não podem servir para lançar ou projetar um obreiro de qualquer área 
para lesar um trabalho. Isso seria roubar de uma igreja para suprir a outra. 
Sobre isso diz-nos a Bíblia: "O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a 
destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." (Jo 
10:10). Igrejas são dEle. Quando Ele precisa de obreiros de um lugar para 
enviá-los a outro, usa do expediente apostólico: "E, servindo eles ao Senhor, 
e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a 
que os tenho chamado" (At 13:2). Quando é da vontade de Deus TODOS 
compreendem e entendem, não apenas os agraciados. Podem ficar tristes com uma 
saída ou um final de trabalho, mas compreendem que é Deus quem está 
determinando. Saídas conflitivas em nome de uma suposta vontade de Deus são 
absurdas.
4) Deus não brinca com 
igrejas ou obreiros. Diz-nos a Escritura: "E não sede conformados com este 
mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que 
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Rm 
12:2)." A vontade de Deus é BOA, boa para todos. Ela é AGRADÁVEL, não causa 
estranheza ou revolta. E também é PERFEITA, vê além dos olhos humanos. Ela 
mostra quando é a hora de CONTINUAR e quando é a hora de PARAR, mas mostra PARA 
TODOS, não apenas para alguém. E isto pode ser a qualquer tempo, desde um dia a 
80 anos, mas tem que ser algo claramente vindo do Senhor, não motivado por 
convites sedutores, desejo de galgar degraus maiores, encontrar mais conforto ou 
atalho para sair de provações. 
5) Temos que ter AMOR 
PELA IGREJA. A igreja é a NOIVA do Cordeiro, não uma escrava sem valor ou 
uma estranha de Deus. Precisamos amá-las, respeitá-las, estimá-las, 
considerá-las, honrá-las. Elas podem ter os defeitos que tiverem, mas se forem 
igrejas do Senhor (biblicamente consideradas), terão que ser vistas como dignas 
da mais alta consideração. Algumas pessoas indigestas ou uma diretoria ruim não 
justificam a desconsideração pela congregação toda. Não podemos lesá-las, 
abandonando-as como se fossem meras empresas, agências, indústrias ou grupos 
humanos. Deus nos plantou ali e temos responsabilidades. Quando a questão é 
doutrinária e irreversível, temos que obedecer a Deus e abandoná-la sim, pois 
está em jogo uma obediência maior, obediência à Palavra de Deus. Mas quando os 
conflitos são administrativos ou humanos, precisamos considerar se o que vamos 
fazer é benéfico só para nós ou será bom para toda a 
igreja.
Eu poderia tecer outros 
comentários, mas estes já bastam.
Estou farto de ver 
igrejas a sofrer com famílias inteiras que as abandonam, levando consigo os 
dons, talentos e cooperação financeira para outras que não precisam disso, ou, 
se precisam, não necessitam desse expediente de lesar a outra em seu próprio 
benefício. Estou farto de ver pastores, professores de EBD, pregadores, 
evangelistas, líderes, músicos e ministros de música deixando seu trabalho 
incompleto em nome de uma suposta vontade de Deus, que é sempre boa para quem 
recebe e sempre ruim para quem perde, prova inconteste de que não está 
fundamentada na paz de Deus e na clara convicção de ser a plena vontade do 
Senhor. E, finalmente, estou farto de ouvir posteriormente a frase: "Deus está 
mostrando que aqui não é o meu lugar, por isso vou embora". Mostrou para ele mas 
não para os outros. Mostrou para ele 5 dias depois de chegar. Então que se 
confesse: "fiz isso da MINHA VONTADE, não segundo a orientação de Deus". Porque 
Deus não foi culpado pelas atitudes precipitadas que 
tomamos.
Que Deus perdoe os 
pecados de Seu povo. E que me perdoem os que se sentirem atingidos com o texto. 
Aborreçam-se comigo, mas reflitam melhor sobre seu trabalho, suas igrejas e suas 
decisões.
 
Ótima postagem e decisão de incluí-la do rol das postagens de seu blog. Realmente é cansativo ouvir certas declarações de certos "ministros", mas penso que muitos por entender (mesmo que não declaradamente) o pastorado como uma profissão e não como um ministério vocacionado por Deus, possuem uma postura de funcionário que quando recebem uma melhor proposta profissional "mudam" de empresa (igreja). São falsos pastores e líderes, lançando imundícias e vergonhas no sagrado ministério. Alguns desses, quando vivenciamos dificuldades no ministério, nos aconselham "da parte de Deus" que "demos um tempo" ou pensemos em outra atividade que não nos traga tanta tristeza e não afete nossa vida com tantas decepções. Ah, como eu me lembro de Jó e seus "mui amigos" nesses momentos...Aqui, temos que buscar um pouco da paciência de Jó para suportar e reagir a esses "conselhos".
ResponderExcluirSer pastor de ovelhas do Senhor requer uma "dose cavalar" de fé. Não é para qualquer um, é para quem Deus chama, vocaciona e capacita. E usar o nome de Deus para justificar fraquezas, irresponsabilidade, mau caráter e covardia, sem dúvida, somente confirmam a não existência de chamada e vocação.
As tristezas, feridas e angústias pastorais jamais enfraquecem a convicção e a fé do verdadeiro homem de Deus, podem entristece-lo por um tempo, mas perecem diante da presença de Deus na vida do ministro do Evangelho do Senhor Ao contrário de lhe fazer desistir ou abandonar o barco, lhes revelam que trilha o caminho correto da boa estrada como co-participante das aflições de Cristo. Dores, suor e sangue derramado sempre foram bençãos segundo as Escrituras. Somente prosseguimos narrando a mesma história com nossas vidas a serviço do Mestre.
Parabéns pela postagem.
Abçs e Graça e Paz.
É muito triste, lamentável ver ministros do Evangelho, separados por Deus , abandonarem a carreira que lhes foi proposta.É algo insensato, inconsequente, irresponsável! Denota falta de temor a Deus, no coração desses que tal coisa pratica.Como pode alguém deixar sua melhor vocação, por tantas outras coisas de somenos importância? O pior é ter que ouvir as desculpas mais disparatadas! Homens ,escolhidos por Deus, para a mais nobre missão, abandonarem sua lide, e a trocarem por migalhas! Estão dando preferência ao prato de lentilhas! Preferindo cavar cisternas rotas! Não se preocupam nem com as almas, que um dia estiveram sob seus cuidados pastorais! Esse euvangelho que aí está, tem feito muitos seguidores, nessa última hora. As pessoas estão egocêntricas, exclusivistas, ensimesmadas, envaidecidas, orgulhosas, e cheias de justiça própria.
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