quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

A CÉSAR (SOMENTE) O QUE É DE CÉSAR


Lê-se que os evangélicos representados por muitos de seus mais populares pastores no Brasil, aproximam-se do governo, dando aos seus representantes os microfones das igrejas e afiançando o seu projeto político. 

Por quê me parece perigosa e equivocada esta postura?

1. Cristo e Seu Evangelho são singulares, perfeitos, e não podem ser confundidos com partidos, ideologias ou governos, todos, de qualquer matiz, sempre falhos e manchados pela nódoa do pecado;

2. A Igreja, vista como alinhada e fiadora de um governo em particular, vai carregar o ônus dos problemas do governo em questão, e vai ser chamada a pagar parte substancial da conta relativa a tais problemas;

3. Uma igreja vista como tendo uma cor político partidária vai dificultar e muito a missão evangelística dirigida aos que não apreciem tal cor, que tendem a se fechar ao Evangelho por conta da barreira politica;

4. A igreja assim comprometida perde sua independência profética;

5. Sob tais condições, a igreja se deixa usar por políticos que dela se aproximam não para conhecer a Cristo ou ao Evangelho mas somente para se beneficiar do voto evangélico, prestando-se a um papel que não é o seu, fora de sua chamada missionária;

6. Os dividendos que a proximidade com o poder político pode trazer, representam uma grande tentação e uma armadilha infernal para a igreja e seus líderes;

7. Não há nenhum amparo bíblico para tal postura, ao contrário, a orientação das Escrituras vai no sentido oposto;

8. A história da Igreja mostra que esta proximidade nunca fez bem ao Evangelho;

9. O avanço da igreja de Cristo jamais dependeu da boa vontade do poder político, mas do poder do Espírito Santo, que sempre usou a pressão contrária dos governantes justamente como instrumento de expansão e espalhamento missionário da igreja;

10. A obediência ao mandamento bíblico  de orar pelas autoridades constituídas e honrá-las não impõe que a igreja e seus líderes sejam fiadores dos governos constituídos, ou deles se aproximem, ou com eles se alinhem, ou sejam seus apoiadores.

Texto do pastor da Igreja Presbiteriana Betânia (Niterói) Téo Elias.

Mais um ministro da Palavra de Cristo que teve a coragem de se posicionar nesses dias nos quais grande parte da igreja tornou a causa do evangelho subserviente a um projeto de poder político.

Publicado originalmente no Facebook pelo Rev. Antonio Carlos Costa (https://www.facebook.com/AntonioCarlosAlvesdeSaCosta/). 

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