O pastor da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, lançou em seu último programa mais uma campanha. Desta vez o líder espiritual convidou aos fiéis que pagam aluguel a doarem para igreja uma parte do dinheiro destinado a essa despesa. Em troca ele prometeu que Deus fornecerá recursos financeiros para que se possa comprar uma casa própria: “Vai ser a sua semente para que você tenha uma casa”.
“Durante todo esse ano é você quem vai fazer conforme quiser. Em um envelope especial você vai oferecer um aluguel seu. Pega esse aluguel, de abril a dezembro e divide. Por exemplo: ‘eu pago R$ 500 de aluguel. Eu vou oferecer uma semente de um aluguel para que o Senhor possa abrir as portas para que eu tenha uma casa própria’. Então você pode pegar esses R$ 500 e dividir de abril a dezembro. Uma vez você dá R$ 50, outro mês dá R$ 30. Você quem vai dizer, mas vai colocar em um envelope especial”, disse Silas Malafaia.
O pastor também orientou as pessoas que já estão pagando a sua casa própria. Para essas pessoas ele explicou que deve-se doar dinheiro também para que Deus continue abençoando. “Você vai pegar o valor de uma mensalidade e também dividir, como você quiser, para que Deus te dê os recursos até o final para quitar essa casa”.
Silas Malafaia comparou o dinheiro investido a uma semente, fazendo relação com “plantar e colher”. Ele explicou que ao adotar essa prática será possível ser abençoado por Deus. Além dessa campanha, Malafaia também explicou sobre o dízimo de 30%, destinado especialmente para as pessoas desempregadas ou que moram com os pais ou de favor e que também desejam ter uma casa própria.
“E alguém pode dizer: ‘pastor, eu estou morando de favor porque a coisa está feia para o meu lado’. Então eu vou te dar uma dica. Você vai pegar 30% do que você ganha em um mês. Mas se você está desempregado, se alguém te ajuda ou se você recebeu um resgate de, por exemplo, R$ 300, então a tua semente vai ser R$ 90 para um ano, entendeu? Ou se você está empregado, ganha R$ 600 e está morando com seus pais você tem R$ 180 de abril a dezembro para plantar”.
O pedido de 30% ao invés dos bíblicos 10%, também conhecido como “trízimo”, foi criado inicialmente pelo Apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, em uma campanha parecida lançada em 2009.
fonte: Gnotícias
Meus Comentários:
No documento "Report of the World Commission on Environment and Development: Our Common Future", conhecido como Relatório Brundtland, elaborado no âmbito da United Nations World Commission on Environment and Development (WCED), publicado em 1987, apontava que os padrões de produção e consumo vigentes à época eram a causa dos problemas ambientais que o mundo enfrentava. O modelo de crescimento econômico ocasionara enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentavam dia-a-dia.
Infelizmente, o mal que sobreveio ao mundo, gerado pela cobiça insaciável do homem de ter e poder, abateu-se no final do séc. XX e início do séc. XXI sobre àquela que deveria ser o lócus de transformação do homem: a Igreja. O "consumismo da fé", onde o ambiente religioso é explorado economicamente, contribuindo para a intensificação da pobreza e para o aumento da miséria, é algo, no mínimo, desumano; no limite, diabólico.
Não é errado, do ponto de vista bíblico, que os fiéis dizimem e ofertem; afinal o dinheiro é necessário para o pagamento de aluguéis de imóveis, contas de luz e água e aquisição de mobiliário (cadeiras, bebedouro, material de limpeza, etc) e para o sustento de obreiros sérios. É justo que os obreiros que trabalham integralmente na Obra vivam do que fazem, pois "assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho" (I Co 9.14).
Porém é extremamente errado, contrariando radicalmente TODOS os princípios imutáveis da Bíblia, que os crentes sejam explorados economicamente por meio de promessas mirabolantes, elaboradas "sob medida" de acordo com suas (baixas) condições sociais para os fazer crer que obterão a concretização dos seus sonhos e projetos de vida por meio de "$emente$ de fé" e de "trízimos". Tal prática é fruto de padrões religiosos insustentáveis (rádios, canais de TV, editoras, jatinhos, etc) e de padrões insustentáveis de sucesso ministerial. É, também, insustentável do ponto de vista do ofertante - dar, dar e dar sem nunca receber.
Abre parênteses: justificar a aquisição de jatinhos com a obra de Deus é chamar as pessoas de beócias. Deus, que deseja que todos sejam salvos, já enviou centenas de missionários para diversos países para pregação do evangelho. Basta que a Igreja faça o seu dever de casa e envie o sustento necessário - aliás, com a grana gasta na compra do jatinho (US$ 12 milhões), muitos e muitos missionários poderiam ter condições melhores de trabalho e outros tantos poderiam ser enviados (veja o site: http://www.portasabertas.org.br/), além de implantar muitas Igrejas/ministérios incipientes, em regiões carentes, no território nacional. Fecha parênteses.
Pedir ao desempregado que dê 30% do pouco recebido por meio de seguro-desemprego para a Igreja, prometendo-o casa própria e outras benesses é uma afronta! Pedir àquele que paga a prestação de sua casa própria com extremo sacrifício que dê o valor da prestação para a Igreja é um ultraje! Me faz lembrar a época da venda de indulgências, de doações de imóveis e riquezas à Igreja Romana. A única diferença é que naqueles dias os argumentos para doação tinham como base o teologismo papal com foco na aquisição de bênçãos espirituais (perdão, acesso ao céu, etc); hoje, têm como base o teologismo pastoral-evangélico com foco na aquisição de bênçãos materiais...
Sinceramente, fico muito envergonhado diante de toda estaqueação do pobre em nome da fé. Me sinto muito mal diante desse triste cenário, sabendo que os pobres são continuamente oprimidos, e isto por aqueles que deveriam ser o instrumento de Deus para os consolarem, para os fortalecerem, para os abençoarem. Exploração do pobre, do órfão, da viúva; do arrimo de família, do aposentado, do enfermo, do socialmente excluído, e isso em nome do Senhor, da "obra" de Deus.
Se a "obra" é realmente de Deus, então Ele mesmo providenciará os recursos - Dele são a prata e o ouro. Fez isso inúmeras vezes no passado e pode fazer no presente. Se a "obra" é de Deus, ela não é opressora; afinal, Jesus, o obreiro por excelência, veio libertar os oprimidos do diabo (Lc 4.19; At 10.38). Se a "obra" é de Deus, haverá um momento onde se dirá "basta, chega; já temos o suficiente para a obra"; além disso, a oferta será sempre voluntária, sem coações ou incentivo da ganância, como no caso da viúva pobre (Lc 21.2,3):
- "Falou mais Moisés a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: Esta é a palavra que o SENHOR ordenou, dizendo: Tomai do que tendes, uma oferta para o SENHOR; cada um, cujo coração é voluntariamente disposto, a trará por oferta alçada ao SENHOR. E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao SENHOR para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes santas." (Êx 35.4,5,21)
- "E vieram todos os sábios, que faziam toda a obra do santuário, cada um da obra que fazia, e falaram a Moisés, dizendo: O povo traz muito mais do que basta para o serviço da obra que o SENHOR ordenou se fizesse. Então mandou Moisés que proclamassem por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais, porque tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava". (Êx 36.4-7)
- "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre." (II Co 9.7-9)
Afinal, se quem paga compulsoriamente impostos e taxas públicas anseia ver o dinheiro retornar em forma de serviços (hospitais, escolas, iluminação e limpeza pública, segurança, pagamento do funcionalismo público, etc), ainda mais aqueles que dão liberalmente parte de suas rendas, conquistadas em longas e exaustivas jornadas de trabalho, em prol de uma causa maior - a causa da Igreja.
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!
Isso cheira a tradição de Corbã modernizada,repa-
ResponderExcluirginada.Enquanto isso aqueles que são fiéis,sin-
ceros,santos vão tendo que explicar e provar que
não participam do grupinho seleto.Até quando a i-
greja vai continuar no sono?As palavras de Jesus
ainda ecoam :Se a vossa justiça não exceder a jus-
tiça dos fariseus não entrareis no Reino de Deus".
Assim caminha a igreja de mãos dadas com a socieda
de,por isso não há mudança.O sal há muito perdeu o sabor.
Parabéns pelo seu blog, Pr. Ricardo...
ResponderExcluirVamos levar aos leigos a palavra do SENHOR, fazendo o ide de JESUS!
Estou seguindo o seu blog. se quiser seguir o meu também, é: www.oguardadeisrael.blogspot.com
DEUS continue lhe abençoando. DEUS é conosco, irmão!