A Palavra de Deus e Seu poder andam juntos. Quando Deus manifesta Seu poder, usa a Palavra; quando enuncia a Palavra, junto a ela segue o Seu poder. Os dois não podem ser dissociados. Tal verdade é vista desde o princípio da criação: segundo o texto bíblico a terra era sem forma e vazia e o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. Então disse Deus (a Palavra) haja luz; e o poder entrou em ação. Resultado: houve luz (Gn 1.2,3). Deste modo, Palavra e Poder seguirão juntas em todos os eventos que sucederão, não somente em Gênesis, mas em todos os demais livros da Bíblia. Vemos o registro "e disse Deus" (e suas variantes) ligado sempre a um acontecimento sobrenatural. Poder e Palavra tomarão forma corpórea, quando o Verbo se faz carne a partir do nascimento virginal.
No texto de Apocalipse 12:14, vemos uma mulher a quem são dadas 2 asas. Estas servem para levá-la para longe da serpente, a qual procura devorá-la a todo custo. Teólogos, ao longo dos séculos, teorizaram sobre quem está sendo representado pela mulher. Seria a nação de Israel? A Igreja? A Igreja Gentílica? A Igreja Israelita? Maria? Eva? os Estados Unidos da América? o espírito de fidelidade da comunidade messiânica? As mais prováveis teorias afirmam que a mulher representa a Igreja ou que a mulher representa Israel. Segundo o "Matthew Henry Complete Commentary on the Whole Bible" a mulher representa a Igreja.
De qualquer modo, observe que a mulher só consegue fugir da serpente porque recebe duas asas. A sua fuga com certeza envolve rapidez (algumas águias alcançam mais de 100 km/h), estabilidade (leia-se equilíbrio) e altura em relação ao solo. Aliás, particulamente o equilíbrio em questão é um assunto específico da ciência chamada mecânica dos fluidos: é possível calcular com precisão a envergadura das asas, de forma que haja sustentação e equilíbrio durante o vôo.
Não fossem as asas, provavelmente a mulher teria sucumbido à fúria destruidora da serpente.
Dado as características proporcionadas pelas asas à mulher, espiritualmente elas representam a Palavra de Deus e o Seu Poder, os dois elementos espirituais dotados à Igreja pelo Senhor desde seu surgimento, registrado no livro de Atos. A Igreja é equilibrada espiritualmente pela Palavra de Deus e pelo Poder espiritual. A Palavra gera poder e o poder é mantido pela Palavra. "Pentecostalmente falando", o histórico Avivamento da Rua Azusa (1906, em Los Angeles) foi precedido pela formação de núcleos de estudo bíblico.
Infelizmente, a Igreja hodierna perdeu-se quanto a estes dois elementos espirituais. Há grupos que enfatizam o poder, mas sem a Palavra a Igreja acaba perdendo o equilíbrio: surgem manipulações, falso uso dos dons espirituais, "profetizas discípulas de Jezabel" (Ap 2.20), "cair no espírito", "dente de ouro", "paletó ungido", "suor apostólico", "sovaco ungido", "unções", ênfase demasiada em alegorias, ênfase em testemunhos pessoais, entrevista com demônios, etc. Perde-se completamente a identidade cristã! Perde-se o foco em Cristo! A salvação é mero detalhe, pouco ou nunca mencionado! O que interessa é "receber poder". O que importa é a demonstração de poder! Quebrantamento, zero; arrependimento, zero; transformação de caráter; menor que zero!
Manda-se e desmanda-se na vida das pessoas; afinal, como afirmam, "Deus revelou à irmã" (só não disse se usou filme da Kodak ou da Fuji). Conhecimento bíblico, aqui, é na melhor das hipóteses classificado como "coisa de homem". Seminário só serve para "tornar o crente frio e carnal"! "Meu Seminário", como muitos afirmam, "é a joelhologia"! Isso produz uma geração de pessoas de mente passiva, incapazes de viver plenamente, incapazes de pensar por si próprio. Gente doente d´alma, que vive sob a expectativa da próxima "revelação", gente que vive fora da Graça de Deus, debaixo do jugo pesado do diabo (sim, porque o de Jesus é leve - Mt 11.30).
Por outro lado, ainda há aqueles grupos de irmãos que enfatizam somente a Palavra. Aqui, poder é coisa do passado, coisa de fanático, coisa "daqueles dias". A Bíblia é interpretada à luz das modernas correntes filosóficas e teológicas, pouco importando se estas consideram a regra máxima da interpretação bíblica: "A Bíblia é o intérprete da própria Bíblia". O crente aqui é frio e calculista, somente concordando com as Escrituras se elas forem aprovadas por sua razão pessoal. O diabo, aqui, é quando muito personagem mitológico; possessão demoníaca é esquizofrenia; poder espiritual é posição em sínodos, concílios e convenções - é poder político e financeiro. Essa distorção acaba gerando um povo sem firmeza, que "harmoniza" o secularismo e o mundanismo com a fé cristã, que faz paz com o mundo.
Urge que a Igreja cristã do presente século equilibre-se com as duas asas, busque equilíbrio que vem da Palavra e do Poder. Asas do mesmo tamanho. Sem ênfases numa asa ou noutra. Vivamos o poder de Deus de acordo com a Sua Palavra e ministremos a Palavra com Poder (I Co 2.4). Só assim poderemos escapar da serpente e de sua destruição (Jo 10.10); só assim a Igreja será a Cia. de João Batista, será a voz que clama no deserto e que prepara profeticamente os ouvintes para a vinda do Senhor Jesus!
Pense nisso e fique na paz!
Jesus é e sempre será equilibrado.Mas
ResponderExcluira igreja que aí está não está edifica
da sobre a Rocha ,visto que tem sofri
do abalos constantes e não tem resis-
tido.Há muito se mundanizou,há muito
vem sendo alvo de piadas(e não é por
não merecer),essa certamente não é a
Noiva do Cordeiro.