Êxodo 18:21-25
21 E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez;
22 Para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo.
23 Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo este povo em paz irá ao seu lugar.
24 E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto tinha dito;
25 E escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo; maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de dez.
O conselho de Jetro a Moisés, relatado no Livro de Êxodo, é muito conhecido pelos cristãos e pelo mundo corporativo. Ele Instituiu um regime de governança avançado, até mesmo para os dias de hoje. A coordenação da Obra de Deus é uma necessidade tão patente que até mesmo Jetro, sogro de Moisés, que não acompanhava a marcha de Israel (v.5), percebeu a urgência da delegação de autoridade. Segundo Jetro, estes homens deveriam ser capazes, ou seja, homens com habilidade, com aptidão para o exercício da função; homens que possuíssem um conjunto de características que favorecessem o exercício da função. Moisés deveria "procurar dentre o povo" homens com tais características, para então delegar-lhes autoridade.
Há, com base no texto, sete qualidades “mínimas” para que estas posições fossem bem desempenhadas, que deveriam refletir os requisitos para eleição de oficiais e de lideranças nas Igrejas Evangélicas, independentemente da denominação que professam:
1. Homens Capazes
A) Motivação: capacidade de "vender" a idéia (e não somente apresentá-la). Líder desmotivado transmite a idéia de fracasso iminente. Sem saber, ele mesmo já é um fracassado. O exercício da liderança cristã a partir dos seus pressupostos demanda do líder a capacidade de motivar seus liderados no desempenho de seus ministérios, para o avanço da Obra de Deus. Motivar seus liderados com elogios, com ânimo e com incentivo aos desafios.
B) Otimismo: O líder deve considerar TODOS os eventuais problemas que inevitavelmente aparecerão como passíveis de uma solução global positiva, como oportunidades para o seu amadurecimento emocional e espiritual bem como de seus liderados. Líderes que falam somente das dificuldades, dos problemas e das deficiências da Instituição são aqueles que não querem o progresso de seus liderados, são inseguros, têm medo de serem superados e buscam apoiar-se em pontos fracos e/ou negativos da organização para justificar sua incapacidade de encorajar os outros. Na hora do "vamos ver", é o primeiro a "passar mal", entregando os pontos com extrema facilidade. Deve-se evitar a todo custo o estilo de liderança "Hardy Har-Har" ("oh vida, oh céus, oh azar... Isso não vai dar certo!"), do pessimista irrecuperável.
C) Dinamismo: espírito empreendedor, ajuste em situações diferentes ou imprevisíveis. A palavra é originária do grego dunamis, que é traduzida por poder, dinâmico e dinamite. Líder "meia sola", do tipo "deixe a vida me levar, vida leva eu", que parece que foi encostado pelo INSS da fé, só serve para criar acomodação e apatia.
D) Comunicação: capacidade de organizar os pensamentos com clareza, coesão, concisão e apresentá-los objetivamente. O líder não pode se enclausurar, como se a Igreja fosse um grande convento. É preciso ser capaz de comunicar-se, tanto com seus líderes superiores, quanto com seus liderados. Segundo Abelardo Barbosa, o Velho Guerreiro, “quem não se comunica, se trumbica”.
E) Trabalho em Equipe: saber delegar, dividir as tarefas, compartilhar responsabilidades e informações, traçar objetivos claros e administrar conflitos internos para não desmotivar a equipe. Um líder deve exercer a paciência, saber dialogar, ouvir e ser solidário.
F) Pontualidade: não somente no que diz respeito a horários, mas a cumprimento de prazos. Muitos líderes postergam a resolução de um problema ou a execução de uma tarefa. Isso chama-se proscrastinação e é um dos pecados mais comuns em muitos líderes.
G) Valorizar seus liderados: São a razão da existência do líder. Dessa forma, devem ser tratados com seu real valor, a fim de gerar motivação e orgulho de fazer parte da equipe.
H) “Vestir a Camisa”: Infelizmente, há líderes que não se comprometem com a Igreja e se recusam terminantemente a vestir a camisa, exatamente porque não se identificam com ela. Uma vez que o líder não está adequado aos objetivos nem à missão da organização e tem consciência disso, ele não conseguirá apresentar qualquer das características/ações citadas acima. Ele estará nessa posição apenas para ocupar uma vaga, apenas pelo destaque que o cargo/título pode proporcionar.
Para que o líder consiga ter essas características, ele deve estar de bem consigo mesmo e com a organização, deve se conscientizar de que a empresa apostou nele e que sua permanência depende tão e somente dele mesmo.
2. Tementes a Deus. Em Provérbios 8:13, lemos: "O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho, e a boca perversa, eu os aborreço". Há uma definição clara do que é temer ao Senhor e, consequentemente, de como julgar se alguém é temente a Deus ou não. O candidato à liderança é soberbo? É arrogante (insolente, atrevido)? Desvia-se do mal caminho ou é mundano? Respeita as autoridades delegadas ou é crítico mordaz? Tem o péssimo hábito de criticar tudo e todos?
3. Verazes. Fala de Credibilidade: qualidades como humildade, zelo, firmeza, integridade e honestidade são essenciais no caráter e na personalidade de um líder para conquistar confiança junto à equipe. Seu "sim" é realmente sim e seu "não" é realmente não, ou é talvez, quem sabe? Sua posição é variável de acordo com seus interesses pessoais?
4. Que não aceitam suborno (ou avarentos em algumas traduções): Suborno pode ser financeiro, emocional ou espiritual (suborno: aliciamento para atos culpáveis; corrompimento). Envolve receber algum tipo de favor para que a pessoa deixe de se portar eticamente com seus deveres.
5. Sabedoria: Prudência, moderação, temperança, sensatez, reflexão, razão. Para Aristóteles, a sabedoria prática (phronesis), ao contrário da sophia, envolve a habilidade para agir de maneira acertada.
6. Entendidos: Conhecimento teórico e prático. Buscar conhecimento para o crescimento pessoal e, principalmente, ministerial, também faz parte.
7. Experimentados: Primeiro provado, depois aprovado (I Tm 3.10). Provado é que tenha demonstrado experiência na obra. Provar algo é testar, examinar e ver se é genuíno. Freqüentemente usamos a palavra "provar" com referência aos minérios metais. O ouro, por exemplo, contém muitas impurezas. Para removê-las, de forma que possamos ter o ouro puro, devemos colocar o ouro no fogo. O fogo remove as impurezas queimando algumas e derretendo o ouro, de forma que as outras impurezas possam ser removidas dele. O que é deixado é ouro genuíno – foi "provado" como sendo tal. Pergunte: "Existem razões que possam ser apresentadas para o motivo pelo qual tal pessoa não está qualificada para o ofício?"
Segundo a Palavra de Deus, somente aqueles que possúíam estas características deveriam ser colocados como líderes, como cabeças sobre o povo, por Moisés. Caso contrário, ao invés do alívio da carga de trabalho ministerial, a sobrecarga ainda maior. Muitos pastores não compreendem que, ao colocarem pessoas, sem critério, em posições de liderança dentro da Igreja (não importa o título ou atribuição), com a justificativa de que
"a Obra precisa ser feita", estão, na verdade, cometendo um grande erro. Não demorará muito até que tal pastor se sinta ainda mais sobrecarregado, por causa do re-trabalho gerado por estes pseudo-líderes. E junto com a sobrecarga virão o cansaço, a frustração e o desânimo.
Estes critérios baseiam a indicação de líderes em sua Igreja? E você, que gostaria de exercer liderança na Casa de Deus, têm estes requisitos?
Deus está te dando Visão de Águia!
Quantos tem sido colocados em posição de liderança
ResponderExcluirsem condição alguma de estar.Torna-se necessário
perguntar para que está se escolhendo alguém:é so=
mente para se ocupar un espaço vazio ou realmente
há necessidade daquela pessoa?Como diz o velho di-
tado :"mais ajuda quem não atrapalha".Certamente
que Moisés orou muito antes de decidir quem iria escolher.Hoje muitos são levados a ocuparem certas
posições sem sequer haver um consenso do tipo:"pareceu bem ao Espírito Santo e a nós."