quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A ANTIGA PRÁTICA DA AUTO-JUSTIFICAÇÃO

1 ORA, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? 2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3 Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. 4 Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. 6 E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. 8 E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. 9 E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? 10 E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. 11 E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? 12 Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. 13 E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. 14 Então o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. 15 E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 16 E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. 17 E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. 18 Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. 19 No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás. (Gênesis, cap. 3)

Talvez um dos mais terríveis costumes modernos é a prática da auto-justificação. Para toda ação errada ou não-ação há uma desculpa preparada, há uma justificação a ser oferecida. Criar justificativas é uma arte; e assim as desculpas são cada vez mais antológicas. Aliás, a cultura da justificativa está imersa em nossa humanidade.

Vivemos em um mundo repleto de material para a construção de justificativas. Desde a má atitude de políticos e líderes religiosos, questões climatológicas, econômicas, sociais, nacionais e internacionais, até as atitudes de chefes, executivos e pessoas do nosso dia-a-dia, como mães e pais, não falta criatividade para construir uma boa estória.

A questão é que nenhuma justificativa é suficiente, diante de Deus, para nossa tendência a agir de forma independente. Tampouco para não agir de forma correta. Independência foi justamente o que Adão e Eva procuraram. "Seremos semelhantes a Deus". Só que no lugar da independência, conseguiram o feito de submeter toda a humanidade ao domínio do mal, à morte. Não há cifra numérica capaz de exprimir quantas almas já foram para o inferno, e quantas irão, por causa dessa prática. Perdidas eternamente; eternamente separadas de Deus, condenadas a um lugar de sofrimento, de choro e de ranger de dentes (Mt 13.42), lugar onde o fogo nunca se apaga, e o seu verme nunca morre (Mc 9.44).

Exatamente como Adão, preferimos fugir de nossas responsabilidades. Ao pecarmos, preferimos sair da Igreja, deixando a nossa congregação, do que ficarmos e encararmos as consequências. Preferimos nos esconder - física e emocionalmente, afinal é sempre melhor ficar escondido "entre as árvores do jardim", pois a sua altura e a sua sombra teoricamente impedirão de sermos descobertos. Melhor é a sombra da auto-comiseração, da auto-indulgência, da auto-justificativa, da religiosidade falida, do que encarar o Todo-Poderoso. O problema é que não podemos fugir Dele; em lugar nenhum estamos à salvo de Sua Presença. Para onde me irei do Espírito de Deus, ou para onde fugirei da tua face? (Sl 139.7) A pergunta de Deus a Adão "Onde estás?" ecoa desde a eternidade até nos encontrar em nosso fútil esconderijo.

Isso mesmo: do mesmo modo que Adão e Eva, somos nós. Temos a péssima atitude de nos justificar. Adão, ao ser questionado por Deus, disse: "foi a mulher que tu me deste". Com isso, buscou se isentar da culpa, responsabilizando a mulher e o próprio Deus pelo pecado que cometera. Assim como Adão, culpamos tudo e todos pelos nossos atos. Se alguém é pego na prática do pecado, acaba acusando o sistema, o próximo, a Igreja por sua prática. Por exemplo, se é fornicação o pecado em questão, o culpado é sempre o outro! Nunca a responsabilidade é compartilhada. Se recebemos um convite para irmos à Igreja, a justificativa é "conheço um monte de crentes que não valem nada", "prefiro seguir a minha religião, do que viver na Igreja e fazer isso". Outros apresentarão razões para abandonar a Igreja. No fundo, não importam as razões; sempre procuraremos transferir para outros a nossa responsabilidade.

Mas exatamente como Adão, vamos mais além: culpamos Deus. A Bíblia é um livro de princípios, princípios imutáveis! E se há um princípio imutável, ele é o princípio da autoridade espiritual. Toda autoridade emana de Deus e quem exerce autoridade o faz sob delegação do Senhor (Rm 13). Quantas vezes escutei crentes culparem pastores pelas ações (ou falta de ações) tomadas. "Isso é culpa do pastor fulano", "fiz isso porque o pastor beltrano disse", "não funciona porque o pastor siclano não quer", "Deus não faz nada para melhorar o mundo" e outras tantas afirmativas semelhantes a estas, que ocupariam várias e várias páginas deste blog.

Não satisfeitos, agimos também como Eva. Ao ser questionada por Deus, disse "foi a serpente". "Foi o diabo, pastor, aquele coisa ruim que impediu de dar certo", "isso é espiritual, o diabo está aprontando suas diabolices", etc. E aí, o que acontece? Novamente, não assumimos nossas responsabilidades. Preferimos culpar o diabo, os demônios, quiçá o inferno inteiro, ao invés de assumirmos diante de Deus que foi o "diabo da independência, do pecado, do desejo oculto, da concupiscência de cada um de nós". De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados (Lm 3.39).

Agora, quando realmente é o diabo, nada fazemos para combatê-lo ou tentamos fazê-lo com as armas humanas. Que adianta isso? Que adianta agirmos isoladamente, no afã de combater o diabo, se é exatamente isso que ele quer - nos levar a agir de forma independente? Que adianta amarrar o valente, se nós estamos debaixo de sua influência? Que adianta os cultos de batalha espiritual, com toda a sua performance, se fazemos parte do "exército de Cristo" apenas na camiseta? Que adianta toda a fé em sal grosso, rosas, copos d´água, fitinhas e coisas do gênero - meros objetos materiais - na luta contra os poderes espirituais das trevas?

Paulo diz que as armas da nossa luta não são carnais, mas espirituais. Ele diz: "Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo." (II Co 10.4,5) Prestou atenção ao que diz Paulo? As armas espirituais servem, justamente, para combater aquilo que tantos dizem enfrentar: altivez de espírito (soberba - teórico e prática), de forma a levar cativo (preso) todo o entendimento (compreensão) à obediência de Cristo.

Onde estão as armas? Onde estão todos os estudos bíblicos, seminários, cursos de formação, etc. já ministrados em nossas Igrejas? Onde estão os dons espirituais? Isso não é VIDEOGAME! Isso não é BRINCADEIRA! Lidar com o mundo espiritual É COISA SÉRIA! Se você retrocede, esteja certo: o diabo avança! Ele não brinca com ninguém, não tem piedade de ninguém, não deixa ninguém escapar! Ele é mal em absoluto! O grande desejo dele é levar mais e mais almas a serem independentes de Deus; a rejeitarem e blasfemarem de Deus e do Cordeiro, e por fim levá-las para as profundezas do inferno, de onde JAMAIS, digo JAMAIS SAIRÃO!

Sem Cristo, amados, somos presas fáceis. Sem Cristo, estamos todos nós perdidos! Sem obedecer ao Senhor, sem se sujeitar DIARIAMENTE ao Rei dos reis e Senhor dos senhores, a batalha está perdida! A palavra de ordem que ecoa desde o eterno passado até o presente é DEPENDÊNCIA, TOTAL E IRRESTRITA; DEPENDÊNCIA EM TUDO, POR TUDO E PARA TUDO; DEPENDÊNCIA DO SENHOR - DIRETA E INDIRETAMENTE!

Seguindo mais além em Gênesis, os pecadores modernos se esquecem de que cada pecado traz em si uma ou mais consequências. Quando Adão e Eva pecaram, várias consequências surgiram - maldição da terra, parto com dores, morte no mundo, etc (Gn 3.14-19). E exatamente como a imensa maioria da humanidade não querem colher o que plantam. Não querem a consequência, apenas o prazer efêmero que o pecado proporciona. Têm amor ao álcool, mas não querem sofrer de cirrose hepática causada pelo alcoolismo; praticam a glutonaria, mas não querem sofrer de hipertensão arterial; querem sexo irresponsável, mas não querem sofrer as terríveis consequências das doenças venéreas, da AIDS ou da gravidez fora do casamento.

Quando Deus permitiu o registro, na Bíblia, do que Ele considera pecado, Ele fez isso para o nosso próprio benefício. O pecado só causa, ao final, dores e tristezas ao próprio homem. Deus não é afetado pelo que fazemos, apenas nós o somos. É preciso entender que o pecado não é apenas uma maldade que é praticada, mas ele traz também malefícios para nós mesmos quando o praticamos, e em alguns casos também para aqueles que estão ao nosso redor. O salário (pagamento) do pecado é a morte: morte emocional, morte da sensibilidade, do amor verdadeiro, da pureza, das características internas (espirituais) do homem que o possibilitaria ser a imagem de Deus - perdida por Adão.

Independente da existência das práticas motivadoras para o surgimento de justificativas, o fato é que não há nenhuma forma de Deus aceitar qualquer tipo de justificativa pessoal para isentar alguém das responsabilidades por seus atos. Se alguns não andam corretamente, isso jamais poderá servir de justificativa para que outros façam o mesmo - o erro não é justificativa para outro erro! Cada um prestará contas a Deus por seus próprios atos. Cada um será julgado por suas próprias obras - algo que nem a morte física será capaz de impedir: "E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras" (Ap 20.13). O juízo de Deus através das obras é a última coisa que resta àqueles que não receberam a Cristo pela fé, ou que desta fé desviaram-se, sendo assim julgados na única base possível: suas próprias obras, pensamentos e motivos.

A ação do homem não deve ser governada pelo conhecimento que ele possui do bem ou do mal; deve ser motivada pelo senso de obediência. O princípio do bem e do mal é viver de acordo com o que é certo ou errado. Antes de Adão e Eva comerem do fruto proibido, o que era certo e errado para eles estava na mão de Deus. Se não vivessem diante de Deus, não saberiam nada, pois o que era certo e errado para eles se encontrava realmente no próprio Deus. Consequentemente, depois da queda os homens não precisaram mais descobrir em Deus o senso do certo e do errado, Já o tinham neles mesmos, porém de uma forma deturpada. Este foi o resultado da queda: a independência de Deus e a deturpação do conceito de certo e errado, que se manifestam, dentre outras muitas maneiras, na prática de agir isoladamente (independência) e de auto-justificação (deturpação do certo e errado).

A única solução para o pecado é reconhecê-lo como algo pessoal. Reconhecê-lo como alguém reconhece uma nota promissória a ser paga. Reconhecer que o que você fez é pecado e que o responsável pelo pecado é você mesmo - ninguém mais. Pare de culpar os outros, quer sejam estes outros entes institucionais, sociais, físicos ou espirituais. Para de tentar se esconder! Assuma seu pecado! Seja sincero com você mesmo e com Deus. Coloque-se diante de Deus e diga-lhe, com sinceridade, o que você fez! Confesse! Faça como Davi: "Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista" (Sl 51.3,4a).

Reconheceu? Então ainda diante de Deus peça-LHE perdão pelos seus pecados. Ele é o único, em todo Universo, visível e invisível, que tem poder para perdoar pecados: "Purifica-me com hissope, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve" (Sl 51.7). Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades (Sl 51.9). Senhor, purifica-me do meu pecado! Lava-me, meu Senhor, no Sangue de teu Filho Jesus, para que mais alvo que a neve eu possa ser.

Já ensina o antigo hino:

"Se nós a Ti confessarmos
E seguirmos na Tua luz
Tu não somente perdoas
Purificas também, óh Jesus
Sim,e de todo o pecado
Que maravilha de amor
Pois que mais alvos que a neve
O Teu sangue nos torna, Senhor"

Reconheceu e confessou? Agora, acerte sua situação com a Igreja. És desviado? Volte para a Santa grei. Volte e assuma sua responsabilidade. Volte e encare, nos olhos, àqueles que você deixou. Haverá consequências? Enfrente-as como um fiel a Deus, como alguém que teme ao Senhor, cuja vida pertence à Ele. O plano de Deus é nos exaltar na terra da nossa vergonha (Sf 3.19).

Nunca foste crente até hoje? Pare de se justificar e receba a Cristo como Senhor e Salvador de Sua Vida agora mesmo!

A Bíblia diz que mesmo que você cumpra todos os mandamentos de Deus, continua sendo pecador, e culpado diante dele. Você nunca alcançará o padrão de santidade de Deus, mesmo sendo muito religioso ou caridoso. Você está perdido e separado dele.

Mas Deus entende sua incapacidade, e ama tanto você que mandou seu Filho sofrer e morrer por seus pecados. A Bíblia diz que "o salário do pecado é a morte, mas o presente de Deus é a vida eterna por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor".

A salvação é um presente. Ninguém jamais vai se orgulhar de poder comprá-la com boas obras.

No capítulo 3 do evangelho de João, lemos que Jesus disse a Nicodemos que ele precisava nascer de novo para ter a vida eterna. Você também tem que nascer espiritualmente para fazer parte da família de Deus. Deus é espírito, e você não pode comunicar-se com ele enquanto não tiver a natureza espiritual.

Eu ofereço-Lhe a seguinte oração, para que você, aí onde está, a repita: "Querido Senhor, Reconheço que sou pecador e que me rebelei contra o Senhor. Obrigado por mandar Jesus morrer na cruz e receber o castigo pelos meus pecados. Quero que ele entre em minha vida e seja meu Salvador e Senhor. Obrigado, Jesus, por entrar em minha vida. Amém."

Se você fez essa oração com sinceridade em seu coração, reconhecendo ser um pecador que precisa da ajuda de Deus e não pode fazer nada para evitar o castigo que pesa sobre você, pela graça de Deus você foi salvo da punição eterna.

Se você fez esta oração, e quer saber mais sobre Deus, deve fazer três coisas:
  • Falar sempre com Deus em oração;
  • Ouvi-lo por meio da leitura de Sua Palavra, a Bíblia;
  •  Encontrar uma igreja onde as pessoas amem a Deus e Sua Palavra. Assim você O conhecerá cada vez mais.

Se você deseja receber mais informações sobre como começar em seu novo andar com Deus, entre em contato conosco e lhe ajudaremos em seu novo caminhar.

  
Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!

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