sexta-feira, 7 de setembro de 2018

OS ERROS DA DOUTRINA DA MALDIÇÃO HEREDITÁRIA

Maldições hereditárias (em inglês "Generational curse") seriam maldições que passam de geração a geração, de pai para filho e assim sucessivamente. Por exemplo: se o pai possui um determinado vício (uma maldição), esse vício passará automaticamente para seu filho e assim sucessivamente. Trata-se de um conceito muito propalado no meio evangélico, especialmente no meio neopentecostal onde o culto é, em síntese, dicotomizado e a luta contra o diabo tem foco principal. Supostamente existe uma “cadeia de maldição” transmitida hereditariamente, e que precisa ser quebrada num ritual de libertação.

Segundo o pr. Caio Fábio, "foi aí pelo meio da década de 80 que algumas pessoas começaram, aqui no Brasil, a falar sobre “quebra de maldições”. Em 1970 já havia em Niterói o movimento de “Oração de Renuncia”, que veio a ser o “joão batista” da febre da “messiânica quebra de maldições” que hoje atinge a igreja como infecção mortal, e que já deixou o “paciente” com diagnóstico de morte lenta, porém certa." (disponível em: https://caiofabio.net/undefined/02696)

Para os defensores da doutrina da maldição hereditária, doenças crônicas (hereditárias, como hemofilia), esterilidade,  tendência  para  abortar, problemas menstruais, crises mentais ou emocionais, divórcio, problemas financeiros, mortes não naturais (p.ex. assassinato), dificuldade de ler a Bíblia, etc. seriam causadas por uma maldição familiar naquela área determinada. De fato, doenças podem ser transmitidas de pai para filho - até mesmo entre cristãos - mas isso não significa que essa doença seja uma maldição hereditária. 

De forma a entendermos melhor o assunto, inicialmente é importante que saibamos duas coisas: 

(1) Maldição é o resultado da transgressão da Lei de Deus: "Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las" (Gálatas 3:10). 

(2) Como cristãos estamos livres de toda a sorte de maldição, porque Cristo se fez maldito em nosso lugar. Em Cristo, somos abençoados: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito" (Gálatas 3:13,14). 

Portanto, se alguém está em Cristo está imune contra toda sorte de maldições, urucubacas, mau olhado, trabalhos de feitiçaria, etc. pois "o maligno não lhe toca" (I Jo 5.18). Para colocarmos um ponto final nisso, vale relermos Romanos 8:1 - "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito". NENHUMA CONDENAÇÃO! Ora, como cristãos verdadeiros estamos livres da maldição da Lei por intermédio do sacrifício vicário e expiatório de Cristo na cruz e, portanto, livres de toda a condenação! Somos plenamente e gratuitamente justificados por Deus por meio da fé em Jesus. 

Note adicionalmente que se a maldição é derivada da quebra da Lei de Deus, então a maldição é imposta por... Deus! Somente Deus, o Juiz de toda a terra, de vivos e de mortos, de homens e de anjos, de demônios e de satanás, tem autoridade moral e justiça santa para julgar e imputar a pena (condenar) pela desobediência de Sua Palavra, de Sua Santa Lei.  Ele é o Santo Legislador e Juiz, ninguém mais em todo o Universo tem essa autoridade. Daí, querido(a) leitor(a), diabo, demônio, mandinga, uruca, etc. não tem iniciativa nenhuma em qualquer coisa, em destaque na criação de maldições. Somente Deus pode amaldiçoar ou abençoar e Ele escolheu abençoar todo aquele que está em Cristo! E ninguém ou coisa alguma pode alterar isso, como do mesmo modo se Ele resolveu amaldiçoar aqueles que não estão em Cristo - os filhos da desobediência (Ef 5.6) - não há oração, reza forte, campanha, corrente ou utensílio ou ninguém que o faça mudar de idéia! 

Essa teoria de que há uma maldição hereditária que precisa ser quebrada deriva-se de uma exegese tendenciosa de alguns textos do Antigo Testamento, juntos com boa dose de dicotomia e confissão positiva, gerando um falso misticismo. É bom entendermos que todo e qualquer ensino ou doutrina precisa estar harmonizado em ambos os testamentos, antigo e novo, e que é preciso entender que alguns ensinos do Antigo Testamento simplesmente se restringem ao contexto histórico, político, social e espiritual em que foram produzidos, especialmente no que tange às profecias para a nação de Israel. Outros ensinos foram abolidos no contexto cristão do Novo Testamento (como a obrigatoriedade da abstenção de certos alimentos, guarda de dias específicos, circuncisão, a prática de sacrifícios, obrigatoriedade de dízimos, atos proféticos, etc.).A  história da salvação e o processo da revelação divina atingiram o seu ápice com Cristo (Hb  1.1). Portanto, não é  o Antigo Testamento que interpreta o Novo Testamento, mas é o Novo Testamento que  interpreta o Antigo Testamento.

Um bom exemplo disso é a má interpretação que é feita em cima do texto de Gênesis 9:20-27: "E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." Muitos erram grosseiramente quando tomam esse texto para basear a tese das maldições hereditárias, especialmente quando atribuem aos negros africanos o seu status social e econômico a derivação da maldição de Noé sobre um dos filhos de Cão. Ora, Cão gerou Canaã, mas tambem gerou Cuxe, Mizraim e Pute (Gn 10.6). 

Segundo o Ellicott's Commentary for English Readers, os descendentes de Cuxe foram os etíopes, incluindo a Arábia "quae mater est" e a Abissínia "quae colonia" (Michaelis, Rosenmüller). A casa dos cuchitas ficava nos rios Tigre e Eufrates, onde Ninrode os criou com grande poder. De lá, eles se espalharam pela península do sul da Arábia e cruzaram o Mar Vermelho mais tarde, colonizando a Núbia e a Abissínia. Na Bíblia, Cush é regado pelo Giom (Gênesis 2:13); e Zípora, mulher de Moisés e filha de um sacerdote de Midiã é chamado cuchita (Nm 12.1). Os cuchitas são descritos como de cor preta (Jeremias 13:23) e de grande estatura (Isaías 45:14). Sua posição elevada no tempo antigo é marcada pelo lugar ocupado por eles na Ilíada de Homero. Já os descendentes de Mizraim são os egípcios (a palavra é dual e pode apontar para a divisão do país em Alto e Baixo Egito). Por sua vez, os descendentes de Pute foram os Líbios. Por fim, os descendentes de Canaã foram os povos cananitas (ou cananeus): "E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete; e ao jebuseu, ao amorreu, ao girgaseu, e ao heveu, ao arqueu, ao sineu, e ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus. E foi o termo dos cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza; indo para Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa" (Gênesis 10:15-19). Historicamente, esses povos foram totalmente destruídos por Israel na conquista de Canaã! Assim, a predição de Noé se tornou verdade (Deuteronômio 9:4–5).

Uma boa olhada na história mundial e ver-se-á que a trágica situação vivida pelos povos que habitam no continente africano deve-se, especialmente, a anos a fio de exploração de bens naturais (ouro, diamante e tapetes, dentre outros) e tráfico negreiro. Uma opressão causada muitas vezes com a Bíblia na mão, como a que foi feita pelos britânicos, que faziam da África uma colônia de exploração entre o final do século XVII e meados do século XIX. Em 1900, grande parte da África havia sido colonizada por sete potências européias - Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, Espanha, Portugal e Itália. Após a conquista dos estados africanos descentralizados e centralizados, as potências européias estabeleceram sistemas de estados coloniais. O estado colonial era o mecanismo de dominação administrativa estabelecido para facilitar o controle efetivo e a exploração das sociedades colonizadas (isso sem mencionar os estupros e assassinatos cometidos). Segundo o jornal "The Guardian", "British colonialism still plays a major role in the tragedies and disasters we see in Africa today" (o colonialismo britânico ainda desempenha um papel importante nas tragédias e desastres que vemos na África hoje) (disponível em: https://www.theguardian.com/world/2017/aug/01/colonialism-in-africa-is-still-alive-and-well). 

É bom termos clareza sobre os fatos, a fim de eliminarmos de uma vez por todas essas falsas interpretações produzidas por péssimos exegetas bíblicos! Nada na Bíblia deve servir para justificar a exploração e a opressão de um povo sobre outro, ou de uma pessoa sobre outra, pois isso vai radicalmente contra o Espírito desse livro. Usar a Bíblia para justificar o mal é a verdadeira maldição, passada por pessoas que falam sem nada entenderem para pessoas que não gostam de ler ou de estudar e absorvem qualquer sandice que lhes são ensinadas por quem quer que seja. O mesmo se aplica no caso do absurdo, que chega ao ridículo, de se usar a Bíblia para justificar o armamento da população, como tem sido feito no Brasil. Nenhuma violência contra ser humano algum, independente de sua crença ou condição social, econômica e/ou política é suportada pela Bíblia, posto que como cristãos nossa luta é contra satanás e seus anjos: "porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Ef 6.12). NInguém combate seres espirituais com armas carnais, nem combatendo carnalmente contra seres humanos, mas sim combatendo espiritualmente contra fortalezas, sofismas e altivez espirituais: "Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão" (II Co 10.3-6)

Mesmo na antiga aliança, os canaanitas amaldiçoados por Noé poderiam ser livres da maldição. Lembremos que Raabe era canaanita! Através dela, Deus trouxe o Salvador ao mundo (Mt 1.5). Raabe não precisou passar por um ritual de libertação para ser salva. Ela simplesmente creu no Deus de Israel, e sua fé foi suficiente para que ela fosse completamente livre da maldição de Noé. 

Mas será realmente que o filho pode ser amaldiçoado pelo seu pai? "E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que pensais, vós, os que usais esta parábola sobre a terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que nunca mais direis esta parábola em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá" (Ezequiel 18:1-4; ver também vv. 5-21). A questão é: os filhos pagam pelos pecados dos pais? Nos v.3 e 4, Deus responde com um veemente não. O Senhor ordena para que esse provérbio não fosse mais citado, pois cada um precisa assumir a responsabilidade pelo pecado: “Aquele que pecar é que morrerá”(v.4). Nos versos seguintes, o texto diz que a justiça do pai e a benção que viria sobre ele não seriam transmitidas aos filhos (v.10-13), nem a injustiça do pai e o juízo que viriam sobre ele seriam transmitidos aos filhos (v.14-18). No v.20, o Senhor declara: “Aquele que pecar é que morrerá. O filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada."

Concluo, citando as palavras do pastor Luciano R. Peterlevitz, em sua obra "MALDIÇÃO HEREDITÁRIA: UMA ANÁLISE TEOLÓGICA" (disponível em: http://www.novocoracao.com.br/ebd/Maldi%C3%A7%C3%A3o%20heredit%C3%A1ria_an%C3%A1lise%20teol%C3%B3gica%20IBNC.pdf): "De acordo com o Novo Testamento, toda a humanidade está debaixo da maldição do pecado. Não é necessário receber uma maldição para estar maldiçoado. Todos estão amaldiçoados, indistintamente. Uma pessoa não se torna maldita porque recebeu palavras de maldição dos pais. Toda pessoa já é maldita, por natureza. Teologicamente a maldição é resultado do pecado (Gn 3), e considerado que todos são pecadores (Sl 51.5; Rm 3.23), segue-se logicamente que todo ser humano nasce amaldiçoado. Então, existe sim maldição hereditária, mas só aquela que herdamos de Adão (veja Rm 5.12). Por outro, a maldição foi totalmente vencida pela obra consumada de Cristo. A maldição atingiu a raça humana a partir da Queda (Gn 3). A maldição ainda é uma triste realidade na natureza. No entanto, chegará o dia em que ela será completamente vencida: “Já não haverá maldição nenhuma” (Ap 22.3). A maldição que existe é aquela de Gênesis 3, resultante do pecado de Adão e Eva, que afetou drasticamente toda a humanidade. Mas a obra de Cristo é suficientemente poderosa para nos livrar de toda maldição. Não é necessária nenhuma quebra de maldição. Basta crer em Cristo".

Esse negócio de maldição hereditária dá grana para quem ensina e grana para quem se propõe a libertar outros de suas supostas maldições. Isso traz gente para a denominação, faz cultos lotarem por pessoas ávidas em receberem uma "oração forte quebra-pedra", que preferem atribuir às trevas - ao diabo - suas mazelas do que assumirem sua (ir)responsabilidade com o curso de suas vidas. É mais fácil um alcóolatra culpar seus pais pelo alcoolismo do que assumir seu vício e procurar arrependido um tratamento e o perdão de Deus. Maldição é bom negócio para quem a explora econômica e religiosamente, para os "especialistas" em "quebra de maldições".

Pense nisso. Graça e paz!

3 comentários:

  1. Olá, gostaria de tirar uma dúvida, se possível me responda por favor .
    Se crer em Deus é suficiente para estar livre das maldições, por que Jó foi tão amaldiçoado pelo diabo que basicamente destruiu a vida dele? Sabendo que ele era um homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desviava do mal ele nao deveria estar debaixo da bênção ?
    Por favor, Não me leve a mal, Não quero iniciar um debate, Estou aqui para aprender.
    Abraços.

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    1. Olá irmã Rafaela!

      Permita-me trazer aqui novamente um trecho do texto publicado por mim, que creio que será útil para esclarecimento:

      "(1) Maldição é o resultado da transgressão da Lei de Deus: "Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las" (Gálatas 3:10).

      (2) Como cristãos estamos livres de toda a sorte de maldição, porque Cristo se fez maldito em nosso lugar. Em Cristo, somos abençoados: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito" (Gálatas 3:13,14).

      Portanto, se alguém está em Cristo está imune contra toda sorte de maldições, urucubacas, mau olhado, trabalhos de feitiçaria, etc. pois "o maligno não lhe toca" (I Jo 5.18). Para colocarmos um ponto final nisso, vale relermos Romanos 8:1 - "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito". NENHUMA CONDENAÇÃO! Ora, como cristãos verdadeiros estamos livres da maldição da Lei por intermédio do sacrifício vicário e expiatório de Cristo na cruz e, portanto, livres de toda a condenação! Somos plenamente e gratuitamente justificados por Deus por meio da fé em Jesus. "

      Em Jesus temos garantida total liberdade de toda e qualquer maldição, seja ela qual for! Jesus "foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53.5). Paulo nod diz em Gálatas que "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)" (Gl 3.13,14).

      Note algo importante: TODA maldição tem origem na quebra da Lei de Deus! Novamente, Paulo afirma que "todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las." (Gl 3.10) Ou seja, a maldição é consequência direta da transgressão da Lei. No entanto, como cristãos, não estamos mais debaixo da Lei, mas da Graça; não da Velha Aliança, mas da Nova Aliança no Sangue do Senhor.

      O patriarca Jó existiu em qual dispensação: do Velho Pacto ou do Novo Pacto? Isso é importante. Outra ponto a considerar é que Jó não foi amaldiçoado pelo diabo. O diabo agiu única e exclusivamente na vida de Jó sob permissão e no limite da permissão de Deus. Ou seja, Jó teve a honra de ser escolhido por Deus como argumento da fidelidade humana a Deus baseada somente em amor e fé, não em interesses por bênçãos, como Satanás acusou o próprio Deus de comprar a fidelidade de Jó com bênçãos!

      Jó deu testemunho com a própria vida, com sua própria carne, de que Deus pode ser amado e servido não por cobiça carnal, ou por interesse em uma vida livre de problemas e aflições. Jó é o grande exemplo que todo cristão deve se esmerar, o paradigma de fé que todo cristãos deve seguir: fé e amor a Deus, independente das circunstâncias; independente de lutas, tristezas, miséria e doenças! Independente mesmo da própria vida: "Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra" (Jó 19:25). Amar ao Senhor e a Ele ser fiel, ainda que "a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado" (Hab 3.17-19).

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    2. Complementando...

      Assim, concluindo:

      1. Nenhum cristão está sujeito a maldição, qualquer que seja. Nenhum cristão pode ser amaldiçoado. Maldição é resultado da transgressão da Lei, a maldição quem confere portanto é o próprio Deus diante da quebra de Sua Lei e o cristão não vive na Lei, mas na Graça. Cristo na cruz se fez maldito em nosso lugar, cumpriu a Lei e foi mediador de um Novo Pacto em Seu sangue. Nenhuma condenção - portanto, nenhuma maldição, há para aqueles que estão em Cristo Jesus!

      2. Jó não foi amaldiçoado pelo diabo. O diabo não tem poder algum de amaldiçoar ninguém, sendo ele mesmo eternamente maldito diante de Deus. Se Jó fosse amaldiçoado, seria pelo próprio Deus.

      3. O que Jó viveu em sua vida não foi fruto de uma maldição. Em nenhum momento o Senhor acusa Jó de ter transgredido a Sua Lei. Mesmo considerando que ninguém jamais foi justificado na dispensaação da Lei - e portanto Jó não poderia sê-lo, a leitura do livro de Jó nos mostra que o aquilo que ele viveu foi fruto de sua fé e amor por Deus. O diabo acusou Jó para indiretamente acusar Deus, diante de todos os seus santos anjos: Segundo o diabo, Jó só era fiel a Deus porque Deus havia subornado Jó com suas bênçãos. Ao final, ficou provada a mentira de Satanás.

      Espero ter podido ajudá-la a entender um pouco mais sobre o assunto, irmã Rafaela!

      Graça e paz!

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